Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 01 A 03/12/12

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Drama
Modelo morre durante implante de silicone

Família da Miss Jataí Turismo 2012 registrou queixa no 5º DP de Goiânia e acusa médico que fez cirurgia
Malu Longo breitling bentley replica

Eleita em maio deste ano Miss Jataí Turismo, a modelo e vendedora autônoma Louanna Adrielle Castro Silva, 24 anos, morreu neste sábado em Goiânia após iniciar uma cirurgia para colocar próteses de silicone nos seios. Ela já tinha feito o procedimento na mama direita e sofreu uma parada cardíaca quando recebia a prótese na mama esquerda. Como o Hospital Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia, onde a cirurgia era realizada não tinha Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), ela foi encaminhada numa UTI móvel para o Hospital Monte Sinai, no bairro Ipiranga, mas acabou sofrendo uma nova parada cardíaca, desta vez fatal.
Marido de Louanna, o também vendedor Giuliano Cabral Chaves, 35 anos, ficou inconformado com o desfecho do que imaginou ser um simples procedimento cirúrgico. Ele falou com O POPULAR logo após o sepultamento da mulher, no Cemitério São Miguel, em Jataí, no início da noite deste domingo. “O médico me falou dentro do consultório dele, em Jataí, que faria a cirurgia em Goiânia porque no hospital tinha UTI. Ele falou uma coisa e não cumpriu”. O médico é o cirurgião plástico Rogério Morale, que tem consultório na Clínica Notre Dame, em Jataí, e no Hospital Master de Cirurgia Plástica, em Goiânia, mas costuma operar no Hospital Buriti. Graduado em 1998 pela Universidade de Campinas (Unicamp), ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O médico criou um endereço eletrônico com seu nome onde discorre sobre os procedimentos de sua especialidade. O POPULAR tentou falar com o cirurgião, mas ele optou por desligar o telefone ao ouvir do que se tratava.
De acordo com Giuliano, um eletrocardiograma feito por Louanna antes da cirurgia mostra que ela era portadora de uma arritmia cardíaca. Entretanto, ele diz que a família não foi informada dos riscos que isso significava. “Ele falou com a Louanna já na mesa de cirurgia, perguntou se mesmo assim ela queria fazer. Por que não falou comigo ou com os pais dela?”, questiona o marido da jovem. Para Giuliano, a mulher, ansiosa pela cirurgia, não tinha condições nenhuma de dar a resposta naquele momento.
O laudo sobre a causa da morte de Louanna também revoltou a família. Assinado por um profissional médico do Hospital Monte Sinai, o documento diz que a jovem era usuária de entorpecentes e por esse motivo teria sofrido as paradas cardíacas. Giuliano fez um boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial de Goiânia, solicitou uma autópsia detalhada no Instituto Médico Legal. Ele garante e pretende provar judicialmente que a mulher não consumia nem mesmo bebida alcoólica. (03/12/12)
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Parado
Secretário de saúde nega municipalizar o Huapa

Antonio Faleiros diz que transferência não daria certo e que melhor caminho é transferência para OS, cujo processo tramita na Justiça
Carla Borges
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) deve iniciar na segunda-feira – quando é esperada a publicação do acórdão judicial sobre o chamamento público para gestão do Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) – o procedimento para retomar o processo de escolha da organização social (OS) que vai administrar o hospital.
A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás, acolhendo pedido do Instituto Pedro Ludovico, OS desclassificada, mandou que a SES reabra o chamamento, na fase de habilitação das organizações sociais que se candidataram para administrar o Huapa. Sexta-feira à tarde, o secretário de Saúde, Antonio Faleiros, afirmou ao POPULAR que sua decisão, desde o início, foi no sentido de retomar o chamamento público, conforme determinou a Justiça, o mais rapidamente possível para que a OS seja escolhida e assuma logo a administração do Huapa. “Queremos o hospital funcionando”.
Faleiros também comentou a intenção manifestada pelo secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Paulo Rassi, para que a prefeitura assuma a administração da unidade. Faleiros classificou como louvável a iniciativa do município, mas ponderou que, mesmo que quisesse, não poderia transferir a administração para a prefeitura enquanto a questão está sub judice. “Não há essa possibilidade”, descartou.
“PARCERIA SUCATEADA”
O secretário lembrou que a proposta dos hospitais regionais – que recebem pacientes de municípios em sua área de atuação – foi para levar tecnologia e serviços avançados ao interior. “Exceto Rio Verde, onde agora temos parceria com a prefeitura, todos os outros que foram municipalizados acabaram sucateados”, diz Faleiros.
“A conclusão a que chegamos é de que isso (municipalização) é inviável. No início pode até funcionar, mas depois, os prefeitos não dão conta de custear as despesas por serem unidades regionais”, diz.
Faleiros cita o caso de hospitais que foram entregues com 73 leitos e hoje têm apenas 20 porque as enfermarias foram transformadas em setores administrativos.
O Huapa, especificamente, sempre teve problemas de funcionamento, desde que foi inaugurado. Há três meses, desde que a licitação foi questionada na Justiça, eles se agravaram, chegando à suspensão da internação de pacientes de urgência e emergência. (02/12/12)
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Coluna Giro – MUNICIPALIZAR, NÃO
A Secretaria da Saúde do Estado tinha estimado em 30 dias o prazo de nova escolha de Organização Social para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia, determinada pela Justiça. Já fala em “no máximo sete dias”.

PÓS-ACÓRDÃO
Observadores do Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público e Controladoria Geral do Estado acompanham a partir de hoje retomada do processo licitatório do Huapa. (03/12/12)

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Raiva animal
Vírus em morcego causa preocupação

Vandré Abreu

Um morcego encontrado no dia 21 de novembro em uma residência do Setor Marista, próxima à Alameda Ricardo Paranhos, estava com o vírus da raiva e, segundo a Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), isto indica risco a animais e humanos. Diretor do departamento de Vigilância Ambiental, Luiz Elias Camargo, alerta para que a população entre em contato com a SMS caso encontre qualquer morcego no chão e durante o dia.
Luiz Elias explica que a presença do vírus no morcego altera o seu comportamento e faz com que ele perca a noção de voo. Por isso, ele deixa de agir normalmente, que é voar durante a noite, e passa a ficar no chão durante o dia. Quando verificar um morcego nestas condições ou tiver contato com o animal, a cidadão poderá ligar para os números 3524-3136 ou 3524-3129, nos quais entrará em contato com a Vigilância Ambiental.
O alerta também vale para o contato de animais domésticos, como cães e gatos, com os morcegos, já que estes também podem ser contaminados pelo vírus da raiva e passar para os humanos. Luiz Elias conta que não há casos registrados de raiva em humanos há 13 anos em Goiânia.
A raiva também é prevenida com a vacinação a animais domésticos, cuja campanha ocorreu em setembro deste ano. Luiz Elias afirma que 177 mil cães e gatos foram vacinados, mas aqueles proprietários de animais na região do Setor Marista que não participaram da vacina também devem entrar em contato com a Vigilância Ambiental para que o façam.
Atenção à região do Marista
A preocupação da SMS é maior na região do Setor Marista pela certeza de que o vírus circulou no local. O morcego com o vírus da raiva foi encontrado pela mãe de uma funcionária da SMS se defendendo de ataques dos dois cães da mulher. A servidora pública, por ter conhecimento acerca do caso, retirou os animais domésticos de perto do morcego e o colocou em um vidro, com todo cuidado necessário.
O morcego foi levado para o Centro de Zoonoses, já morto, e passou por exames laboratoriais para fins estatísticos, mas que constataram a presença do vírus da raiva. “Não esperávamos isso, mas é bom que sirva de alerta para a população não entrar em contato com os morcegos”, diz Luiz Elias Camargo, da Vigilância Ambiental. Mesmo os proprietários de cães e gatos já vacinados, caso estes animais entrem em contato com os morcegos, devem ligar para a Vigilância Ambiental e realizar o reforço da vacina. (01/12/12)
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SAÚDE BUSINESS WEB
2013 promete ser mais difícil para a saúde suplementar

Enio Salu escreve a cartinha para o Papai Noel com seus pedidos para a Saúde: que a AMB articule com mais veemência a obrigatoriedade da CBHPM, que o Brasindice seja aplicado nos preços dos medicamentos e que a ANS seja dividida em duas
Se os Maias estiverem errados e conseguirmos passar por 2012, 2013 será um ano um pouco mais difícil para a saúde suplementar.
Em 2012 empresas que atuam no segmento continuaram comemorando um crescimento que não é sustentável, com o ingresso de maior parcela da população na Saúde Suplementar por conta da situação econômica brasileira que não foi afetada pelas crises americana e europeia.
Os próprios dados da ANS comprovam que o aumento de faturamento das operadoras é maior proporcionalmente em relação ao ingresso de novas vidas: uma ‘inflação’ sobre um produto que já é muito caro, e que não atende o comprador.
É evidente que o limite do crescimento está chegando e que as empresas que compram planos de saúde para seus funcionários já começaram a substituir planos mais caros por planos mais baratos por 3 razões básicas (dentre algumas outras):
• O ROL da ANS que foi idealizado para proteger o segurado acabou nivelando os planos de saúde ‘por baixo’. Você paga por um plano mais caro com a ilusão de que terá uma cobertura melhor, mas na prática quando realmente necessita esbarra na frase: fora do ROL não tem cobertura – e tem que pagar a parte;
• A operadora ao ofertar produto mais caro justifica com uma rede credenciada diferenciada, mas os serviços de referência não tem capacidade operacional para atender a demanda, ou seja, na prática quando você necessita de um pronto socorro, por exemplo, tenta a referência mas não consegue ser atendido, e acaba recorrendo ao serviço que não está na lista ‘top ten’. As empresas que financiam já perceberam que não vale a pena pagar mais se não consegue utilizar o diferencial;
• Os médicos não toleram mais as aviltantes tabelas de honorários negociadas com as operadoras, e entre os serviços de saúde e as operadoras. Na prática quando você necessita de um procedimento de maior complexidade acaba sendo reembolsado por uma tabela ridícula e paga a diferença ao médico.
Em 2013 vamos assistir ao agravamento das questões que, entra ano sai ano, não se resolvem. As greves dos médicos serão mais abrangentes e só isso, como se provou em 2012, já é suficiente para gerar um caos na saúde suplementar.
Quando escrever ‘minha cartinha ao Papai Noel’ em dezembro, torcendo para que os Maias estejam errados e que dê tempo para ele ler, vou repetir alguns pedidos não atendidos nos anos anteriores.
Que a AMB articule com mais veemência a obrigatoriedade de se adotar a CBHPM em todos os contratos, da mesma forma como o Brasindice é aplicado em relação aos preços dos medicamentos (*), reduzindo assim as greves dos médicos e as contas ‘particular-diferença’ nos momentos em que o segurado está mais carente.
Que a ANS seja desmembrada em 2 agências distintas:
• Uma que regula a relação operadora x prestador. Com foco na fiscalização das péssimas práticas de auditoria de contas existentes hoje no mercado, que encarecem desnecessariamente o sistema. Reduzindo o ‘over book’ da rede credenciada da operadora e desenvolvendo um ROL que especifique além das coberturas, a qualidade;
• Outra que regula a relação entre o segurado e as operadoras e serviços. Com foco na necessidade do segurado que não tem canais adequados para se relacionar com o sistema, e ‘entope’ o judiciário com ações que, diga-se de passagem, quase sempre ganha.
(*) Nota: é necessário esclarecer que minha convicção pessoal é contrária a qualquer tipo de tabelamento de preços. A livre negociação, regrada pela oferta e demanda é para mim algo indiscutível. Mas se existe uma tabela, que seja levada a sério – caso contrário atrapalha !!! (02/12//12)
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20 operadoras estão sob regime de direção fiscal
Os beneficiários devem solicitar a portabilidade especial dos seus planos em até 60 dias, para garantirem a troca sem o cumprimento de novas carências ou cobertura parcial temporária no plano novo
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga a relação de operadoras de planos de saúde em regime especial de Direção Fiscal, cujos beneficiários devem solicitar a portabilidade especial dos seus planos em até 60 dias após a data informada. A portabilidade especial garante a troca do plano sem o cumprimento de novas carências ou cobertura parcial temporária no plano novo. A faixa de preço do plano de destino deve ser igual ou inferior àquela em que se enquadra o plano de origem.
A ANS informa que o prazo para exercer esse direito é de 60 dias a partir da data da publicação do documento.
Veja a relação das operadoras em Direção Fiscal cujas portabilidades especiais foram decretadas:
Operadora Resolução Operacional (RO)
ADMÉDICO – Administração de Serviços Médicos à Empresa Ltda
RO 1329 publicada no Diário Oficial da União em 19/11/2012
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Valença RO 1322 publicada no Diário Oficial da União em 12/11/2012
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus RO 1325 publicada no Diário Oficial da União em 12/11/2012
Health Assistência Médica e Hospitalar S/C Ltda RO 1324 publicada no Diário Oficial da União em 12/11/2012
CDE – Centro de Diagnóstico Especializado Ltda RO 1323 publicada no Diário Oficial da União em 12/11/2012
Viver Sis-Sistema Integrado de Saúde Ltda. RO 1316 publicada no Diário Oficial da União em 05/11/2012
Medical Health Operadora de Planos de Assistência Médica e Odontológica Ltda. RO 1315 publicada no Diário Oficial da União em 05/11/2012
Administradora Brasileira de Assistência Médica Ltda. – All Saúde RO 1314 publicada no Diário Oficial da União em 05/11/2012
Dent-Service Assistência Odontológica Internacional Ltda. RO 1310 publicada no Diário Oficial da União em 19/10/2012
Douramed Assistência Médico Hospitalar Global S/S Ltda. RO 1311 publicada no Diário Oficial da União em 19/10/2012
Italica Saúde Ltda. RO 1312 publicada no Diário Oficial da União em 19/10/2012
Operadora Ideal Saúde Ltda. RO 1307 publicada no Diário Oficial da União em 17/10/2012
Saúde Total Ltda RO 1300 publicada no Diário Oficial da União em 08/10/2012
Multi Saúde – Assistência Médica e Hospitalar Ltda. RO 1299 publicada no Diário Oficial da União em 08/10/2012
Odonto Saúde Plano de Saúde Odontológica Ltda. RO 1303 publicada no Diário Oficial da União em 08/10/2012
TK Plano de Assistência Odontológica S/C Ltda. RO 1302 publicada no Diário Oficial da União em 08/10/2012
Odonto Fama Ltda. RO 1301 publicada no Diário Oficial da União em 08/10/2012
Associação Assit e em Defesa dos Direitos dos Com., Ind. Aut. e Trab em Geral RO 1276 publicada no Diário Oficial da União em 14/09/2012
Oral Health Sistema Integrado de Assistência Odontológica Ltda. RO 1275 publicada no Diário Oficial da União em 14/09/2012
(02/12/12)
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O HOJE
Aids: quatro em cada dez jovens dispensam camisinha

Pesquisa mostra que brasileiros acham que não precisam do preservativo em um relacionamento estável
Agência Brasil

Quatro em cada dez jovens brasileiros acham que não precisam usar camisinha em um relacionamento estável. Além disso, três em cada dez ficariam desconfiados da fidelidade do parceiro caso ele propusesse sexo seguro. A conclusão é da pesquisa Juventude, Comportamento e DST/Aidsrealizada pela Caixa Seguros com o acompanhamento do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
O estudo ouviu 1.208 jovens com idades entre 18 e 29 anos em 15 estados (Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás) e no Distrito Federal. As mulheres correspondem a 55% da amostra e os homens, a 45%.
O estudo foi repassado à Agência Brasil para divulgação antecipada hoje (1º), Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A pesquisa será oficialmente lançada na próxima segunda-feira (5).
Ao todo, 91% dos jovens entrevistados já tiveram relação sexual; 40% não consideram o uso de camisinha um método eficaz na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) ou gravidez; 36% não usaram preservativo na última vez que tiveram relações sexuais; e apenas 9,4% foram a um centro de saúde nos últimos 12 meses para obter informações ou tratamento para DSTs.
Os dados mostram que falta aos jovens brasileiros o conhecimento de algumas informações básicas, já que um em cada cinco acredita ser possível contrair o HIV utilizando os mesmos talheres ou copos de outras pessoas e 15% pensam que enfermidades como malária, dengue, hanseníase ou tuberculose são tipos de DSTs.
Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Miguel Fontes, destacou que o grau de escolaridade dos jovens também influencia na adoção de atitudes e práticas responsáveis em relação ao sexo seguro. Outra constatação, segundo ele, é que ter pais ou profissionais de saúde como principais fontes de informação sobre sexo é um fator determinante para que os jovens adotem melhores práticas em relação a DSTs.
“Notamos que os jovens menos vulneráveis são aqueles que conversam com os pais sobre sexualidade e que têm maior escolaridade. Mas pouquíssimos conversam com os pais sobre isso e a maioria não está estudando, repetiu alguns anos na escola. Embora eles não percebam, essa vulnerabilidade em relação à aids existe e é latente”, disse.
As recomendações feitas pelo estudo incluem maiores investimentos em conteúdos de qualidade sobre sexo e aids na internet; programas sociais que tenham a juventude como público-alvo e que envolvam a família dos participantes; estreitar laços com professores que trabalham com jovens, a fim de proporcionar algum tipo de formação ou capacitação para tratar temas relacionados a DST e aids; e massificar a informação de que existe uma relação direta entre o consumo de álcool e o aumento da vulnerabilidade dos jovens em relação ao sexo seguro.
“No lugar de campanhas massivas na TV e no rádio, precisamos de canais diretos na internet. Ela age hoje como um gancho muito forte e é necessário levá-la em consideração como uma ferramenta educativa, além de reforçar o papel dos pais, fonte de educação mais confiável, e dos profissionais de saúde. Muitas vezes, os amigos são a principal fonte de informação do jovem, mas isso não implica em um melhor nível de conhecimento”, ressaltou o coordenador do estudo.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que os brasileiros com idade entre 15 e 29 anos representam 40% da população, totalizando 50 milhões de jovens. Levantamentos do Ministério da Saúde mostram uma tendência de crescimento de novas infecções pelo HIV nessa faixa etária desde 2007, chegando a 44,35 registros para cada grupo de 100 mil pessoas.
Atualmente, entre 490 mil e 530 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 135 mil não sabem que têm o vírus. A incidência da aids no país, em 2011, chegou a 20,2 casos para cada 100 mil habitantes. No ano passado, foram registrados 38,8 mil novos casos da doença – a maioria nos grandes centros urbanos. (02/12/12)
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PORTAL G1 (clique no título para acessar a matéria)
Vigilância Sanitária interdida cinco postos de saúde, em Uruaçu, Goiás

http://g1.globo.com/videos/goias/bom-dia-go/t/edicoes/v/vigilancia-sanitaria-interdida-cinco-postos-de-saude-em-uruacu-goias/2273019/ (03/12/12)

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DIÁRIO DA MANHÃ
Coluna Holofote – Estante

http://dmdigital.com.br/novo/#!/view?e=20121201&p=29
O livro Estudo da História da Radiologia – Sua Presença em Goiás, do escritor Ubirajara Galli,foi lançado pelo Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás (Sindimagem) na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). O presidente do Sindimagem, Carlos Alberto Ximenes, assina o prefácio do livro, que conta um pouco da história da radiologia, o surgimento da especialidade em Goiás e o trabalho dos pioneiros goianos nesta área. (01/12/12)

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Coluna Café da Manhã – História da Radiologia em Goiás

http://dmdigital.com.br/novo/#!/view?e=20121202&p=4

O livro Estudo da História da Radiologia – Sua Presença em Goiás, do escritor Ubirajara Galli,foi lançado pelo Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás (Sindimagem). Presidente do Sindimagem, Carlos Alberto Ximenes, assina o prefácio do livro, que conta um pouco da história da radiologia em Goiás. No registro, Adriano Auad, Carlos Ximenes, Adelvânio Francisco Morato e Haikal Helou. (02/12/12)
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Temporada do bisturi
O número de cirurgias realizadas em dezembro chega a ser quatro vezes maior que em outras épocas do ano
Thamyris Fernandes
Ajustes aqui, retoques ali, preenchimentos, uma esticadinha ou aspirada nas laterais. As cirurgias plásticas são cada vez mais o sonho de consumo de inúmeras pessoas para o final de ano, ao invés de roteiros turísticos e outros tipos de regalias. Essa realidade se torna explícita, especialmente, no mundo feminino. De acordo com o estudo do Instituto Data Popular, 40,7% das mulheres economizam para concretizar metas pessoais nessa época, como as intervenções estéticas.
De acordo com o cirurgião plástico Pedro Torminn, o número de cirurgias realizadas em dezembro fica até quatro vezes superior aos outros meses do ano, considerados períodos de baixa procura. Segundo ele, as pessoas preferem o final do ano porque coincide com o recesso das festas e com as férias escolares, época em que estudantes e mães ficam mais tranquilos para um repouso de recuperação.
“Os consultórios costumam ficar bastante movimentados desde o final de novembro até fevereiro. Depois, há um segundo aquecimento nas últimas semanas de junho até o início do mês de agosto”, destaca o médico. Ele acrescenta ainda que boa parte desse público também é formada por servidores públicos, e até funcionários de empresas particulares, que deixam para tirar férias nessas épocas.
“Meses como março, maio, abril a procura pelas intervenções reduz muito. A demanda fica praticamente parada”, comenta o cirurgião plástico Alexandre Roriz Blumenschein. O médico diz que, em períodos normais do ano, ele costuma atender de cinco a seis consultas por dia. No entanto, quando as férias chegam, esse cenário muda completamente.
Na fila
Com a mamoplastia marcada para a próxima quarta-feira (5), a recepcionista Iriã Tenório de Souza, 42, – que trabalha em uma clínica especializada em cirurgias plásticas – diz que está realizando um sonho. Com 1,51 m de altura e sutiãs 48, ela explica que há 10 anos planeja reduzir o volume dos seios, mas nunca havia surgido a oportunidade certa. “Eu quero passar a virada do ano melhor comigo mesma.”
Embora Iriã assuma que o motivo da cirurgia seja estético, ela ressalta que sente como se estivesse prevenindo problemas futuros. A recepcionista acredita que no futuro, por sua estatura, poderia desenvolver algum problema de saúde, como na coluna. “O volume dos meus seios nunca me atrapalhou efetivamente, mas vou aproveitar minhas férias para fazer a cirurgia e ter os 30 dias de repouso tranquila”, disse.
Também na lista de espera, a design de interiores Juliana Cavalcante, de 36 anos, quer começar o ano que vem sem as “gordurinhas indesejadas”. Para isso, a lipoaspiração está marcada para o dia 13. “A cirurgia será no corpo todo. Onde o médico puder sugar os excessos, ele terá carta branca”, explica a paciente, que fará a conhecida 'lipoescultura'.
Segundo Juliana, a cirurgia será feita durante as férias de trabalho. “Desde o começo estou tentando casar as datas, porque o repouso requer de 45 a 60 dias. Essa foi a melhor época pra mim, pois não interferiria nos meus compromissos.”
Boa reputação
Alexandre Blumenschein acrescenta que boa parte da procura sazonal – no caso específico da Capital goiana –, se dá por pacientes vindos de outros Estados próximos. “Muitos vêm de Tocantins, do Mato Grosso, da Bahia e até do Pará para ficar na casa de amigos e parentes durante as férias e aproveitam para fazer procedimentos rápidos.”
Segundo o médico, no último estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP), Goiânia está entre os três municípios do País com maior número de profissionais da área por habitantes. “A cidade conta com cerca de 130 cirurgiões plásticos. Isso corresponde, em média, a um total de 12 profissionais por 100 mil habitantes”, dimensiona.
Torminn explica que a boa fama brasileira no segmento está se despontando também no exterior. Ele ressalta que a capacitação e a qualidade dos profissionais do País está se despontando a ponto de médicos brasileiros serem recebidos como membros da Sociedade Americana em congressos nos Estados Unidos.
“Mesmo com um número cada vez maior de cirurgiões bem conceituados, o paciente não pode se descuidar na hora de passar por qualquer cirurgia. Precauções devem ser tomadas para aumentar as chances do procedimento ser bem-sucedido”, recomenda Pedro Torminn. Conforme explica, é essencial que o paciente escolha bem um cirurgião, checando suas referências, se realmente é especialista na área e o resultado de seus trabalhos. “Também é fundamental certificar de que o local da operação é bem equipado, possui uma UTI, além de enfermeiros e médicos de plantão.”
Brasil é 2º no mundo em cirurgia plástica
De acordo com o Ibope Inteligência, o Brasil é o segundo país na lista dos que mais realizam intervenções plásticas. Somente em 2009 foram feitas 645.464 cirurgias desse tipo em todo o território nacional, o que corresponde a 1.788 por dia. Em 2008, o número de plásticas ficou um pouco abaixo, aproximadamente 629 mil, conforme o Datafolha.
Ainda conforme os dados de 2009, o Brasil só perde para os Estados Unidos no ranking mundial. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética, o país realizou 1,5 milhão de plásticas no ano destacado. Mesmo representativo, esse índice ainda ficou 9% menor do  que o registrado em 2008.
Segundo o Ibope, dos pacientes que se submetem a cirurgias no Brasil, 82% (526.247) são mulheres. Para Pedro Torminn, essa estatística fica clara em épocas como agora, quando os consultórios e as salas cirúrgicas estão cheios. “Há uma proporção de oito mulheres para cada homem que procura por mim.”
No entanto, o médico ressalta que os homens estão vencendo preconceitos e se tornando mais vaidosos a cada dia, o que tem aumentado também o número dessa demanda. A pesquisa do Ibope constatou que 18% (119.217) das intervenções realizadas no País já são feitas em paciente do sexo masculino.
Sobre eles, o estudo revelou que as cirurgias mais procuradas são as de pálpebras, representando 16%) do total; seguida da lipoaspiração, com 13%. Os homens também procuram bastante por plásticas na face em geral (13%), no nariz (13%), nas orelhas (11%), além dos famosos implantes capilares (7%).
Com relação às mulheres, as cirurgias mais realizadas são a lipoaspiração, com 29% da demanda feminina; e a de mama, com 19%. Os procedimentos na face também aparecem como prioridade delas, especialmente pálpebras (12%), face em geral. (01/12/12)
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Saúde confirma caso de raiva animal em morcego
Bicho foi encontrado em quintal de residência no Setor Marista. Doença é letal em seres humanos
Joaquim Munduruca
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou o primeiro caso de raiva em morcego, em Goiânia. O caso da doença em animal não hematófago é o primeiro nos últimos 15 anos na Capital. O morcego foi encontrado em uma casa no Setor Marista e levado para o Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental (DVSA). A SMS alerta para o perigo letal da doença e os riscos para a população.
Animal de hábitos noturnos e voador, o morcego foi encontrado no chão da casa tentando se defender do cão que investia contra ele. A circunstância na qual o animal foi encontrado já indicava que ele poderia estar contaminado, uma vez que um dos primeiros sintomas da doença é a paralisia das asas, o impedindo de voar, segundo informou Luiz Elias Camargo, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde da SMS.
“O morcego raivoso encontrado no Setor Marista é do tipo frugívoro ou antófago (que se alimenta de flores e frutas). Esta foi a primeira vez que vimos um caso de morcego deste tipo infectado. O vírus da raiva é mais comum nos morcegos que se alimentam de sangue”, afirmou Luiz Elias Camargo.
O Desmodus rotundus, como é conhecido o morcego hematófago (que se alimenta de sangue), é o principal hospedeiro do vírus da raiva (VR) e responsável pelos casos de infecção de animais domésticos e seres humanos no Brasil, depois do cão. O Ministério da Saúde fala de 163 casos de raiva em humanos em 2010, 47% transmitidos por cães e 45%, por morcegos hematófagos. Em 2005, os morcegos desbancaram os cães como principais agentes do VR, 86,5% dos casos.
Segundo Luiz Elias Camargo, os morcegos são animais que, no abrigo, se higienizam uns aos outros com saliva. Ele acredita que o morcego encontrado no Marista tenha sido infectado dessa maneira.
“Há alguma possibilidade de que o vírus da raiva esteja em circulação. O cão que atacou o morcego era vacinado e ficará em observação em casa por 180 dias. Ele foi revacinado ontem por precaução e receberá nova dose com 30 dias. Queremos evitar que ele contamine outro cão ou ser humano e comece uma cadeia de transmissão viral”, afirmou Luiz Elias Camargo.
“Uma pessoa com aids tem alguma chance de não morrer. O ebola não mata em todos os casos, mas a raiva é a única doença 100% letal quando começa a aparecer os primeiros sintomas. A sobrevida é de no máximo sete dias”, alertou o diretor.
Exames foram feitos no morcego e a presença do vírus foi confirmada. O animal veio a óbito e seu cérebro foi retirado para pesquisas. A SMS começou trabalho de divulgação na mídia para conscientizar a população da gravidade da doença. A SMS alerta que ao encontrar algum morcego caído no chão, a pessoa deve evitar qualquer contato com ele e chamar imediatamente a SMS pelo (62)35243140, 35243137 ou pelo 156 para que o pessoal especializado da pasta faça o recolhimento do animal. Caso alguma pessoa tenha arranhões ou mordidas, deve lavar bem a área com água e sabão e buscar a Unidade de Saúde. Se cães ou gatos tiveram contato com o animal, a Vigilância deve ser informada.
A raiva é doença letal e um risco à saúde pública em áreas urbanas. Vacinar cães e gatos é uma das medidas profiláticas. No caso de contaminação, é preciso adotar certos procedimentos. “Buscamos conscientizar as pessoas para que busquem ajuda imediatamente. É a rápida intervenção da vacina antiviral que vai salvar o infectado. Se foi vítima de ataque de animal ou se houve contato da saliva com mucosa ou ferimento, lave a área com bastante água e sabão, e busque uma unidade de saúde com urgência. É preciso tomar as vacinas”, alertou o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental.
O artigo “Diversidade de morcegos em áreas verdes urbanas de Goiânia”, da Universidade Estadual de Goiás, em 2009, D.N. Zanina, diz que há 103 espécies de morcegos presentes no Cerrado. Na capital foram encontradas sete espécies distintas. Há mais morcegos no Jardim Botânico e menos no Parque dos Buritis, segundo a pesquisa. (01/12/12)
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JORNAL OPÇÃO
Pesquisa sobre psicografia pode ajudar a desvendar mediunida
de

Médico goiano integrou equipe de cientistas que analisou o cérebro de médiuns em processo de transe. Resultados inéditos colaboram para romper paradigmas científicos

Thiago Burigato
Poucas vezes a fronteira entre a fé e a ciência costuma ser testada por pesquisadores. Muitas vezes, o preconceito e o temor de críticas por parte de seus pares impedem cientistas de ir fundo em questões que poderiam levar o conhecimento humano a compreensões que a razão pura e o senso comum não conseguiriam vislumbrar. No entanto, vez ou outra um grupo de estudiosos resolve romper as amarras pré-estabelecidas, pesquisar o que poucos consideraram antes e chegar a conclusões surpreendentes, que prometem romper paradigmas e abrir portas para novas possibilidades.

Leonardo Caixeta, doutor em Neurologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), é um dos que se se dispõem a averiguar o que outros não se atreveriam. Juntamente com outros três cientistas brasileiros e um estadunidense, ele iniciou em 2008 um estudo que buscava aferir o que acontece na cabeça de um médium no momento do suposto contato com o sobrenatural. Pu¬blicada em novembro deste ano, a pesquisa recebeu o reconhecimento da comunidade científica internacional e tem suscitado debates sobre os novos rumos dos estudos científicos — cada vez mais receptivos ao espiritual, mas ainda entremeados de preconceitos.

Caixeta relata que a ideia da pesquisa veio exatamente por conta de os membros do grupo se sentirem incomodados com o predomínio do paradigma materialista, o que, segundo ele, limita a ciência, impossibilitando que novos ramos sejam explorados e novas descobertas sejam feitas. “É importante que a ciência se dedique mais a isso (a explorar novas áreas), porque ela não pode ser parcial. A ciência não pode estudar só um campo e deixar outro de lado, porque ela não tem preconceito”, afirma. “A ciência talvez seja a coisa mais democrática que o ser humano tenha criado até hoje, porque ela não tem dogmas. Ciência é o método científico. Se você conseguir comprovar o que está falando usando métodos, eu sou todo ouvidos para lhe escutar.”

Há quatro anos, Caixeta e professores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Juiz de Fora — Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida e Frederico Leão — decidiram estudar os limites entre as experiências materiais e as experiências extracorpóreas usando metodologias científicas. Para este fim, o grupo entrou em contato com Andrew Newberg, renomado neurocientista estadunidense que já participou de estudos referentes a possessões demoníacas e realizou estudos sobre o processo de transe de monges budistas. Em seu laboratório, no Hospital da Univer¬sidade da Pensilvânia, na Fila¬délfia, os cientistas puderam analisar os cérebros de dez médiuns brasileiros durante o processo de psicografia.

Os objetos de estudo não tiveram seus nomes revelados. Eles eram todos registrados na Federação Espírita Brasileira (FEB), que apoiou os cientistas no trabalho que estavam desenvolvendo. Os médiuns, seis mulheres e quatro homens, se voluntariaram para participarem da pesquisa, mas só foram selecionados após um longo processo de triagem. Estavam entre os pré-requisitos em que deveriam se encaixar: não sofrerem problemas de saúde, serem destros, não portarem nenhum transtorno mental (como esquizofrenia, depressão, autismo ou bipolaridade, por exemplo) e não fazerem uso de nenhum medicamento psiquiátrico. Era essencial para os cientistas que metade dos médiuns tivesse várias décadas de experiência com psicografia, enquanto a outra metade tivesse apenas alguns anos de prática de contato com o mundo espiritual.

O procedimento a que foram submetidos é conhecido como Spect, ou Single Photon Emission Computed Tomogra¬phy, na sigla em inglês (ou “Tomografia Computadorizada de Emissão de Fóton Único”, em português). Ele consiste na aplicação de substâncias radioativas na corrente sanguínea, que permitiriam o mapeamento da atividade cerebral dos mé¬diuns por meio do fluxo sanguíneo.

A hipótese dos cientistas, ou seja, o resultado que eles esperavam encontrar com o estudo, era o que qualquer cético poderia intuir sobre o processo psicográfico: que as áreas do cérebro ligadas à criatividade e ao planejamento — as que são comumente usadas durante o processo de desenvolvimento e escrita de um texto — seriam as mais trabalhadas. Essas re¬giões, então, receberiam maior fluxo sanguíneo, o que seria evidenciado pelo exame.

Os resultados, porém, foram surpreendentes: os cérebros dos médiuns estudados, especialmente daqueles mais experientes, apresentaram pouca atividade enquanto elaboravam os textos supostamente influenciados por espíritos. O lóbulo frontal, a parte do cérebro responsável pelo planejamento e pela criatividade, teve atividade muito inferior ao que era esperado para ocorrer em um processo complexo que envolve a concentração, a organização de ideias, a escolha de palavras, a elaboração de um discurso lógico etc.

De forma contrastante, quando submetidos ao mesmo procedimento fora do transe mediúnico, incitados a escreverem uma redação de autoria própria, os médiuns apresentaram atividade intensa no lóbulo frontal, ainda que os textos desenvolvidos tenham complexidade muito inferior aos produzidos durante o processo psicográfico. A hipótese, sugerida pelos próprios objetos de estudo e endossada por Caixeta, é a de que durante o contato com os espíritos, o cérebro dos médiuns funcionaria como que em uma espécie de piloto automático, anulando a individualidade e permitindo que seus corpos funcionassem como uma ferramenta suscetível à influência dos espíritos para a realização de uma determinada atividade. Nesse processo, o metabolismo dos médiuns estaria desacelerado e suas próprias personalidades e raciocínio não estariam expostos, o contrário do que ocorre durante a execução de uma tarefa consciente e planejada.

A maior atividade percebida no cérebro dos cinco médiuns menos experientes durante a psicografia, quando comparados àqueles que já possuíam vários anos de prática, pode sugerir que quanto mais experiência a pessoa tiver com a mediunidade, mais aberta ela se torna a receber manifestações espirituais e mais ela se entrega à atividade mediúnica, permitindo a uma suposta entidade atuar sobre ele de forma mais fluida. Quanto menor a experiência do médium, menos propenso ele seria para a recepção de influência espiritual e mais de sua personalidade estaria presente no processo psicográfico.

O resultado obtido com o experimento deixou perplexos os cientistas envolvidos, mas não os médiuns submetidos aos testes. Familia¬rizados com o que a literatura espírita diz sobre o assunto, eles já supunham qual seria a conclusão do estudo.

Apesar de inédita e perfeitamente consistente com os rigores científicos, os estudiosos temiam que a pesquisa não pudesse ser publicada devido a sua natureza voltada para o que é considerado sobrenatural. O motivo da apreensão era relacionado à recepção de pessoas ligadas à comunidade acadêmica, ainda muito preconceituosa com determinados temas. Muitos cientistas que às vezes tem vinculação religiosa — não é porque é cientista que tem de ser ateu — sempre tiveram alguma hesitação de começar a entrar nesse campo por parte da receptividade da comunidade acadêmica. “Nós no início hesitamos de entrar nesse caminho. Tínhamos preocupações como ‘será que vamos conseguir verba para fazer essa pesquisa? Será que vamos conseguir publicar esses dados?’ ”, conta Caixeta.

A publicação de um estudo em uma revista científica é a validação de que ela foi aceita e reconhecida por seus pares. “Se a pesquisa é publicada no Brasil, ela é reconhecida pela comunidade científica nacional. Se é publicada fora, é reconhecida pela comunidade internacional”, explica. Sem a publicação, todo o esforço e investimento empreendidos para a realização de um estudo seriam em vão. Os temores da equipe de cientistas, contudo, se mostraram injustificados depois que a quarta mais importante revista científica do mundo, a “PLoS One”, reconheceu a qualidade do trabalho realizado e efetuou sua publicação em novembro deste ano sob o título “Neuroimagem durante o estado de transe: uma contribuição ao estudo da dissociação”.

Caixeta afirma que, nos cinco primeiros dias após a publicação, o estudo foi acessado cerca de 5 mil vezes, o que comprovou o reconhecimento da comunidade internacional. O cientista avalia também que os dados revelam maior interesse e maior receptividade a esse tipo de achado, fato que surpreendeu os autores do projeto.

As críticas, parte do processo acadêmico, ainda não começaram a chegar, dado o curto tempo decorrido desde a publicação da pesquisa. Caixeta, porém, tem a expectativa de que elas se limitem a pontos referentes à forma como o experimento foi conduzido, como, por exemplo, a utilização de uma amostragem muito pequena, ou talvez algum questionamento sobre o processo de aferência dos dados. “Em ciência você não pode chegar e falar ‘eu não acredito!’. É diferente da religião, onde você pode chegar para um padre e dizer: ‘eu não acredito no que você está falando’. Em ciência você segue um método, todas as informações são relatadas. Então, se houver alguma crítica, ela vai ser voltada para questões metodológicas”, diz.

A continuidade do estudo está nos planos de Caixeta e de outros cientistas goianos. Em parceria, eles pretendem ampliar a quantidade de objetos de estudo e replicar os procedimentos para verificar se os resultados se repetem. Outras situações mediúnicas também devem ser alvo de análise. Enquanto alguns dizem ter somente a capacidade de reproduzir textualmente as mensagens dos espíritos, outros teriam a habilidade de transmiti-las por meio da própria voz ou da pintura, por exemplo, e esses casos seriam levados em consideração em outras pesquisas.

Caso os próximos procedimentos apenas confirmem os dados relatados, esse experimento pode ajudar a escancarar as portas para um viés da ciência voltado para o estudo daquilo que tem uma base extramaterial, que possivelmente jamais seria alvo de estudo dentro da ciência materialista. Como frisa Caixeta, o objetivo da pesquisa da qual ele fez parte nunca foi provar a existência (ou a não existência) de Deus, mas sim estudar um fenômeno abundante em culturas de todo o mundo e que tem relevância especialmente em terras brasileiras. Mas, como parte de uma vertente da ciência voltada para o religioso e para o espiritual, o estudo pode ajudar a romper com paradigmas e a estabelecer definitivamente uma tendência voltada para a pesquisa do sobrenatural e do imaterial.

Caixeta defende que a ciência não se baseie em preconceitos e que os cientistas, em especial os da área médica, não fechem os olhos para novas possibilidades. “Segundo a Organização Mundial da Saúde, nós somos seres físico-psíquico-sócio-espirituais. Então nós temos uma vertente física, um viés psicológico, um lado social e uma dimensão espiritual. Portanto, nós não podemos deixar de contemplar isso”, diz. “Isso é especialmente caro para as ciências médicas porque em Medicina nós nos deparamos com situações em que o médico precisa ter um conhecimento maior nessa área para não se deixar enganar por determinados diagnósticos e também para tratar melhor seu paciente dentro do seu âmbito cultural.”

Segundo Caixeta, apesar do preconceito ainda entranhado no meio, a ciência hoje segue a tendência de dar cada vez mais relevância ao lado espiritual do ser humano. Essa tendência, diz, é irreversível. “Nós não podemos negar um fenômeno que existe, que está a olhos vistos, que qualquer cientista honesto tem de reconhecer: que nós somos seres espirituais. Isso significa que nós temos aberturas a manifestações, fenômenos e entendimentos que estão além do nosso corpo”, afirma. “Passamos por um momento em que se torna necessário aproximar o método científico dos fenômenos religiosos e espirituais, de toda essa antropologia da religião e da conexão do homem com Deus.”
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação

 

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