Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 03/11/17


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

SMS repudia atuação de vereadores e amplia crise entre Câmara e gestão Iris
Após repúdio da gestão Iris, vereador diz que irá ampliar atuação da CEI da Saúde
Atendimento menor após terceirização

JORNAL OPÇÃO
SMS repudia atuação de vereadores e amplia crise entre Câmara e gestão Iris

Por Marcelo Gouveia

Secretaria ataca condução de trabalhos da comissão que investiga a situação da saúde pública em Goiânia e cria novo impasse da prefeitura com a Casa de leis
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu nota em que repudia a atuação de vereadores à frente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a situação da saúde pública em Goiânia.
Os parlamentares estiveram na manhã da última quarta-feira (1º/11) na Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde da capital, onde se depararam com uma situação preocupante: dos 133 médicos lotados no departamento, apenas quatro estavam trabalhando.
No comunicado emitido em resposta à visita surpresa, a gestão do prefeito Iris Rezende (PMDB) afirma que os vereadores agem para desqualificar profissionais em um “comportamento nada republicano”. Alega, ainda, que a condução da agenda nas unidades de saúde pela CEI “desrespeita médicos, enfermeiros e outros profissionais”.
“Atitudes agressivas e que colocam os serviços de quem atua na rede municipal sob desconfiança, não apenas desmerecem e desqualificam o cidadão que é este profissional, como também desmotivam, coagem e se tornam infrutíferas para qualificação do atendimento no SUS”, diz o comunicado.
O tom agressivo e a falta de anuência com o trabalho realizado pelos vereadores amplia a crise entre a Câmara de Goiânia e a gestão Iris, especialmente no que diz respeito à pasta de Saúde.
A secretária Fátima Mrué é constante alvo de reclamações por parte de parlamentares, que acusam a titular de mau gestão e também por evitar recebê-los no Paço. As críticas partem até mesmo de vereadores aliados, como é o caso do peemedebista Clécio Alves, presidente da comissão especial.
A própria Fátima já disse em entrevista à imprensa que não tem problemas com o Legislativo e que faz de tudo para receber todos os vereadores que a procuram. Dado o novo impasse com o andamento dos trabalhos da CEI, é de se esperar que a relação se estremeça ainda mais.

Confira abaixo a nota de repúdio da SMS na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia repudia a desqualificação dos profissionais da rede municipal por parte de vereadores que integram a Comissão Especial de Inquérito (CEI). O comportamento nada republicano na condução da agenda de visitas nas unidades de saúde desrespeita médicos, enfermeiros e outros profissionais que se dedicam ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Atitudes agressivas e que colocam os serviços de quem atua na rede municipal sob desconfiança, não apenas desmerecem e desqualificam o cidadão que é este profissional, como também desmotivam, coagem e se tornam infrutíferas para qualificação do atendimento no SUS, algo que deveria ser um objetivo comum. A exposição em vídeo sem autorização e aviso prévio viola direitos de privacidade e bioéticos de pacientes e servidores. A prática também incita o caos e tumultua a rotina de atividades nas unidades.
Os fatos que se sucederam durante a manhã desta quarta-feira, 1°, na mesa reguladora de vagas da SMS indubitavelmente afrontam os médicos, profissionais extremamente qualificados e essenciais ao serviço público, mas sobretudo violam noções básicas de cidadania. O ambiente de animosidade que se instala durante as visitas é inaceitável. A Secretaria não ficará omissa à estas atitudes. Situações de desconforto afetam os servidores e, acima de tudo, prejudica os usuários que deveriam ser protegidos pelo parlamento, cuja função é representar os cidadãos.
A SMS reconhece que o trabalho junto à Câmara Municipal de Goiânia é bem-vindo e que as contribuições dos parlamentares são importantes para o avanço de medidas que assegurem um atendimento cada vez melhor à população. A Secretaria está aberta a colaborar com a CEI, mas espera que os trabalhos ocorram em um ambiente onde o respeito seja uma condição inviolável.
Por fim, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia ressalta que trabalha para reconstruir a assistência em saúde na Capital e garantir este direito constitucional aos cidadãos. A pasta não tem sido inerte aos desafios enfrentados na rede pública de saúde e busca soluções efetivas que minimizem as dificuldades no atendimento aos usuários do SUS. Secretaria e Câmara podem seguir juntas na defesa dos SUS.”
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Após repúdio da gestão Iris, vereador diz que irá ampliar atuação da CEI da Saúde

Por Marcelo Gouveia

Em entrevista ao Jornal Opção, peemedebista Clécio Alves rebate nota da Secretaria Municipal de Saúde que lamenta e condena trabalho de vereadores
O presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a situação da saúde pública em Goiânia, o vereador Clécio Alves (PMDB), disse nesta sexta-feira (3/11) que a atuação do colegiado será intensificada nas próximas semanas. A declaração é uma resposta à nota encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nesta quinta-feira (2) em repúdio ao trabalho dos vereadores.
À reportagem, o peemedebista disse que os parlamentares têm direito e obrigação institucional de fiscalizar o serviço público municipal e que, por isso, não se importa com a moção da pasta. “Eu diria que a recípocra é verdadeira. O repúdio que a senhora secretária tem é o mesmo que a CEI tem do trabalho que ela tem feito”, afirmou.
Os vereadores estiveram na manhã da última quarta-feira (1º/11) na Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde da capital, onde se depararam com uma situação preocupante: dos 133 médicos lotados no departamento, apenas quatro estavam trabalhando.
No comunicado emitido em resposta à visita surpresa, a gestão do prefeito Iris Rezende (PMDB) afirma que os vereadores agem para desqualificar profissionais em um “comportamento nada republicano”. Alega, ainda, que a condução da agenda nas unidades de saúde pela CEI “desrespeita médicos, enfermeiros e outros profissionais”.
Ao Jornal Opção, Clécio Alves não poupa críticas à gestão da secretária Fátima Mrué e reforça que pretende ampliar o número de visitas semanais às unidades de saúde do município. “Não representa nada. Agora, ao invés de fazermos uma ou duas visitas por semana, se brincar vamos fazer é cinco”, afirmou.
O presidente lembra também que a secretária tem evitado responder os questionamentos dos vereadores quanto à falta de médicos e de outros profissionais na rede pública da capital. E, mais uma vez, coloca em descrédito o posicionamento da pasta.
“Repúdio da secretaria é mesmo que nada. Não queremos saber se ela está feliz ou não. Ela pode se preparar, porque não vamos nos intimidar. Serviço desastroso é o que a senhora Fátima Mrué tem feito à frente da secretaria”, finaliza.
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O POPULAR

Atendimento menor após terceirização

HOSPITAL DAS CLÍNICAS Números de pequenas operações cirúrgicas em unidade hospitalar da UFG caiu 77,8% nos últimos 10 anos

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) está realizando menos exames, consultas e cirurgias. Nos últimos dez anos, a quantidade de pequenas operações cirúrgicas caiu 77,8% e a de exames 73,8%. Se em 2007 eram realizados uma média de mais de 2 mil exames por dia, neste ano, até o primeiro semestre, a média tem sido de menos de mil.
A queda da produtividade da unidade também é visível quando se comparam os números atuais com os de 2014, ano anterior à terceirização da administração do HC/UFG para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), instituição pública de direito privado criada pelo governo Dilma Rousseff (PT) em 2011. Atualmente, por exemplo, o hospital realiza uma média de 568 exames por dia, antes de ser terceirizado esse valor era de 1.385, uma queda de 58,9%. A redução no atendimento atinge todos os dias, indiretamente, pessoas que aguardam por cirurgias, exames e consultas de média e alta complexidade na fila do SUS da capital e dos municípios com a Saúde pactuada a ela. Apesar de afirmarem estar satisfeitos com o atendimento, pacientes que fazem tratamentos por um maior período no hospital dizem perceber a diminuição na produtividade.
A dona de casa Jeane Lopes, de 38 anos, faz um tratamento na tireoide há mais de 8 anos no HC/UFG. Ela conta que as filas para agendamentos estão cada vez maiores e que antes conseguia marcar todos os exames e consultas dentro da própria unidade. Agora ela estaria sendo realocada para fazer os procedimentos em outros hospitais. "Aumentou a quantidade de gente que vem de todo lugar. Às vezes só tem três atendentes, antes tinham mais", aponta a paciente.
ADMINISTRAÇÃO
Gestores do HC/UFG ouvidos pela reportagem apontam diversos motivos para a queda registrada nos números: diminuição do quadro de funcionários, equipamentos com problemas, interdições por causa de reformas, adequação ao perfil do hospital que deixou de fazer baixa complexidade, recessão do Governo Federal.
O equipamento que realiza exames de hemodinâmica, que é capaz de identificar doenças cardíacas, acabou de voltar a operar depois de ficar mais de um ano sem funcionar; a máquina de ressonância magnética foi comprada, mas houve um problema durante sua montagem e também não está em funcionamento; no mês passado, uma tubulação de esgoto estourou em uma enfermaria, que precisou ser fechada.
Esses são alguns dos exemplos que a chefe do setor de Regulação de Avaliação em Saúde do HC/UFG, Soraya Meira, cita. "Nós temos a manutenção preventiva dos equipamentos, temos engenharia clínica dentro do hospital, mas isso não interfere que o equipamento venha a dar um defeito", defende.
Situação seria pior sem empresa, diz superintendente do HC
O superintendente responsável pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), José Garcia Neto, defende que apesar da diminuição dos índices gerais, o hospital passou a realizar procedimentos mais complexos. "Apesar da gente ter números absolutos diminuindo, se você fizer uma análise mais profunda, você vai ver que a complexidade aumentou e que o nosso gasto aumentou", garante. Ele reconhece problemas de estrutura e o não cumprimento do que a Ebserh pactuou com o hospital em dezembro de 2014, mas defende que sem o contrato com a empresa pública a situação seria pior.
Segundo o superintendente do HC/UFG, a Ebserh deveria contratar 980 novos funcionários. De acordo com o plano de reestruturação da Ebserh de 2014,525 dessas vagas deveriam ser preenchidas com concurso imediato. No entanto, apenas 271 foram contratados pela empresa pública até agora.
A quantidade de leitos também não é a mesma pactuada. Deveria haver 290 leitos. No entanto, atualmente são 253 leitos, 11,7% a menos.

3 perguntas para José Garcia Neto
Superintendente do Hospital das Clínicas da UFG diz que crise econômica favoreceu o não cumprimento de contrato com a Ebserh e defende que sem a empresa a situação seria pior
1 – Tanto as cirurgias comuns como as pequenas estão caindo. Porque isso acontece?
Porque diminuiu o número de leitos da clínica cirúrgica. A gente ficou com o centro cirúrgico fechado durante quase um ano para reforma, que diminuiu os números de leitos. Outro fator é o nosso centro de referência de oftalmologia, que ainda está em reforma, e a gente fazia uma grande quantidade de cirurgia oftalmológica.
2-0 número de exames, consultas e cirurgias estão caindo quando se compara o ano anterior à terceirização. Houve algum problema de gestão da Ebserh?
Não tem muito a ver com a Ebserh. Sem a Ebserh provavelmente essa curva seria muito mais agressiva. Porque ela pelo menos nesse período (2015-2017) conseguiu nos repor aproximadamente 280 funcionários. Nós não teríamos isso de jeito nenhum. E tem a promessa da reposição de mais 200 que eles vão mandar.
3 – Existe alguma previsão para repor os funcionários?
A previsão era até o final do ano, mas é difícil a gente acreditar nisso. Já estão concursados, é só chamá-los, mas vai depender muito de liberação do Governo Federal. Na verdade, a Ebserh sozinha não resolve nada, ela é um órgão estatal, mas é do MEC (Ministério da Educação). E quem autoriza o MEC, quem financia, em resumo, é o Planejamento, o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação