Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 04 A 08/09/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Pacientes internados que não podem receber visitas presenciais terão direto à videochamada

Brasil registra 342 mortes por covid-19 em 24h; média móvel fica abaixo de 600

Plano de saúde individual: saiba quando será reduzida a mensalidade

Goiânia aplicou cerca de 1,7 mil doses de vacinas da CoronaVac suspensas pela Anvisa

Afastamento por Covid-19 dispara, e hospitais criam centros de reabilitação

66 milhões de brasileiros já tomaram as duas doses ou a dose única

Grandes redes compram hospitais em Goiás – mercado da saúde fervilha

TV ANHANGUERA

Pacientes internados que não podem receber visitas presenciais terão direto à videochamada

https://globoplay.globo.com/v/9840520/

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AGÊNCIA ESTADO

Brasil registra 342 mortes por covid-19 em 24h; média móvel fica abaixo de 600

O Brasil registrou 342 novas mortes pela covid-19 nesta terça-feira (07/9), Dia da Independência. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 526, abaixo de 600 pela primeira vez neste ano. A última vez que o indicador chegou a esse patamar foi em 1º de dezembro de 2020, quando atingiu o mesmo número. Nesta terça-feira, o número de novas infecções notificadas foi de 13.868.

No total, o Brasil tem 584.208 mortos e 20.911.579 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 19,89 milhões de pessoas se recuperaram da covid desde o início da pandemia no País. São Paulo teve 28 novas mortes pelo coronavírus nas últimas 24 horas, enquanto o Rio de Janeiro apresentou o maior número de registros no período, com 69 novas vítimas.

Sergipe e Amapá não notificaram óbitos pela pandemia nesta terça-feira. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados. O Ministério da Saúde não divulgou o balanço de casos e óbitos atualizado neste 7 de setembro.

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Plano de saúde individual: saiba quando será reduzida a mensalidade

Em decisão inédita, ANS aprovou em julho um reajuste negativo de -8,19% nos planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou em julho um inédito reajuste negativo para as mensalidades dos planos de saúde este ano, de -8,19%. Na prática, isso significa que o valor pago para contratos individuais será reduzido até o próximo ano.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) contestou a medida na Justiça, mas o pedido não foi aceito. A correção do índice já vale, portanto, para todo o território nacional e todas as operadoras. Parte dos clientes, no entanto, têm ficado com dúvidas sobre a partir de quando o valor da mensalidade será reduzido.

Abaixo, tire as principais dúvidas sobre o reajuste dos planos de saúde:

Quando passa a valer o reajuste negativo dos planos de saúde?

A ANS informa que o reajuste deve ser aplicado no mês de aniversário do contrato com a operadora do plano, entre maio deste ano e abril de 2022. Assim, se seu contrato foi firmado em fevereiro, o reajuste será aplicado apenas em fevereiro do ano que vem. Se foi em outubro, o valor será alterado ainda em 2021, no próximo mês.

Qual o valor do reajuste nos planos de saúde?

O reajuste aprovado pela ANS é de -8,19% sobre o valor total do plano de saúde.

Como é calculado o reajuste?

O reajuste dos planos de saúde individuais é calculado pela variação de custos médico-hospitalares e pela variação de despesas não assistenciais em relação ao ano anterior. O reajuste aprovado em julho pela ANS, portanto, reflete o cenário de 2020.

Como descobrir a data de aniversário do meu contrato?

Todos os contratos estão disponíveis no site oficial da ANS. Basta entrar no link “Espaço do consumidor”, destacado na página inicial, e inserir seus dados pessoais.

Como fica o reajuste para os planos coletivos?

A nova taxa de -8,19% aprovada pela ANS diz respeito apenas aos planos de saúde individuais. No último ano, os contratos coletivos tiveram aumento de 20%, mas a decisão inédita da agência nacional já pressiona o setor. Especialistas preveem aumento da judicialização para equiparação das taxas e a própria ANS entende que a definição do porcentual para os planos individuais pode levar à adoção de parâmetros semelhantes nos contratos coletivos.

Como saber se a minha operadora terá reajuste?

O reajuste aprovado pela ANS vale para todas as operadoras de planos de saúde individuais.

Como denunciar algum problema ou registrar queixa?

Se o aniversário do seu contrato já passou e o novo valor não foi aplicado, você pode acionar a ouvidoria da ANS através do 0800 701 9656, do www.gov.br/ans ou do 0800 021 2105, se você for deficiente auditivo.

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PORTAL G1

Goiânia aplicou cerca de 1,7 mil doses de vacinas da CoronaVac suspensas pela Anvisa

Capital recebeu 2,2 mil desses imunizantes, mas os não usados serão devolvidos à Saúde de Goiás. Estado informou que as pessoas vacinadas com esse lote serão contactadas.

Goiânia aplicou cerca de 1,7 mil doses de vacinas da CoronaVac suspensas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), chegaram à capital 2,2 mil doses desses imunizantes, mas os que não foram utilizados serão devolvidos à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

A SES-GO havia informado que ‘todos que foram vacinados com esse lote serão contactados pela prefeitura e que não há necessidade de se dirigirem a alguma unidade’.

Também de acordo com a pasta, estão sendo seguidas as orientações do Ministério da Saúde (MS), por isso ‘os lotes suspensos permanecerão armazenados até avaliação Anvisa e Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS)’.

Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, já foram aplicadas 6.243.274 doses de imunizantes em Goiás dos laboratórios Janssen, AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac. No total, o estado já recebeu 7.480.760 vacinas.

Lotes suspensos

No sábado (4), a Anvisa determinou a interdição cautelar de alguns lotes da CoronaVac ‘proibindo a distribuição e o uso’ por eles terem sido envasadas em ‘planta não aprovada na Autorização de Uso Emergencial (AUE)’. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo a Agência, são mais de 12 milhões de doses que estão nessa situação e não podem ser aplicadas.

Em nota ao Bem Estar, o Instituto Butantan disse que “a medida da Anvisa não deve causar alarmismo” e que o próprio instituto alertou a agência por “extrema precaução”. O Butantan declarou ainda que “convida a cúpula da Anvisa para voltar a conhecer as instalações das fábricas da Sinovac” na China.

O Instituto Butantan informou ainda, segundo a Agência, que outros 17 lotes, também envasados no local não inspecionado pela Anvisa, e que somam 9 milhões de doses, estão em tramitação de envio e liberação ao Brasil.

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FOLHA DE S.PAULO

Afastamento por Covid-19 dispara, e hospitais criam centros de reabilitação

Tratamento deve ser iniciado durante a internação para enfrentar sintomas que duram meses

Cláudia Collucci

São Paulo Principal causa de afastamento do trabalho no Brasil neste ano, a Covid-19 e suas sequelas têm levado hospitais privados a criar novos serviços para reabilitar pessoas que continuam com sintomas meses depois da infecção.

Nos primeiros seis meses de 2021, foram 64. 861 afastamentos por mais de 15 dias relacionados à Covid, contra 37. 045 de abril a dezembro de 2020, um aumento de 75%, segundo dados da Secretaria Especialde Previdência e Trabalho.

Problemas na coluna lombar, que antes lideravam os afastamentos, agora estão em segundo lugar, com 17. 831casos. A maioria dessas incapacidades é temporária, mas é preciso fazer a reabilitação precoce, de preferência iniciada ainda durante a internação, e conduzida por uma equipe multidisciplinar. Quanto mais rápido e coordenado esse trabalho, mais chances o paciente terá de se recuperar.

Estados e municípios também têm criado ambulatórios de reabilitação pós-Covid, mas a oferta no SUS ainda é muito inferior à demanda e há demora no início das terapias necessárias, dizem médicos.

O Ministério da Saúde não tem dados oficiais do número de sequela dos da Covid. Mas estudo recente publicado na revista científica The Lancet, o primeiro a analisar as sequelas da Covid um ano após a contaminação, mostra que metade dos pacientes continua com queixas 12 meses depois de contrair a doença, sendo as mais frequentes o cansaço e a fadiga muscular. Um em cada três também apresenta dificuldade de respirar.

Os programas de recuperação atacam esse problemas e procuram diminuir a taxa de reinternação, que está em torno de 20% em até seis meses. Entre os pacientes que passaram por ventilação mecânica, o índice chega a 40%, segundo estudo brasileiro.

O bancário Ronaldo Miranda, 47, de São Paulo, faz parte desse contingente. Ele contraiu Covid em junho deste ano, ficou 13 dias internado, dos quais oito na UTLI. ‘Saído hospital com quase 20 kg a menos de massa magra. Não conseguia nem parar em pé’, conta. Duas semanas após a alta, voltou a ser internado com uma dor insuportável no joelho provocada por excesso de ácido úrico no sangue.

Miranda retornou ao trabalhos sexta (2), depois de dois meses de afastamento, ainda se queixa de fadiga e continua com as sessões de fisioterapia. ‘Se faço uma caminhada de cinco, dez minutos, já sinto falta de ar. Ainda não me sinto 100% recuperado, mas a reabilitação vai te dando mais segurança nessa retomada’

O bancário é acompanhado em um novo centro de reabilitação da Rede de Hospitais São Camilo, na Pompeia (zona oeste de São Paulo), coordenado pela fisiatra Andréa Thomaz Viana, que também enfrentou os efeitos da Covid e tirou da experiência pessoal aprendizados hoje aplicados no serviço. Infectada há seis meses, ela ficou 18 dias internada, dos quais dez dias intubada, e saiu do hospital sem força para segurar um copo.

‘Escovava os dentes deitada porque não tinha força para ficar de pé. Tentava pegar meus filhos no colo e não conseguia. Essa fraqueza generalizada é muito impactante’, diz ela, que ficou três meses afastada do trabalho.

Pacientes intubados precisam usar um bloqueador neuromuscular que paralisa completamente os músculos. ‘Isso faz com que os músculos atrofiem muito rápido’, diz Viana.

‘Reabilitação não é só fisioterapia. Muitos desses pacientes, pelo tempo que ficam intubados, sem respirar pelo nariz e sem engolir, têm fraqueza no músculo da deglutição. Então vão precisar de fonoaudiologia para não engasgar, de terapeuta ocupacional para fazer as adaptações temporárias. Como segurar um garfo se eu não tenho força? Engrossando o cabo do garfo’, explica a médica.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugurou no mês passado um centro especializado em tratamento pós-Covid com a meta de unificar condutas médicas. ‘A gente começou a ver o paciente chegando depois de ter passado por diferentes serviços, com um monte de exames duplicados, sem uma interação entre as diferentes especialidades’, diz o infectologista Filipe Piastrelli, coordenador do centro.

O serviço possui uma equipe composta por infectologistas, pneumologistas, cardiologistas, neurologistas, fisioterapeutas e psicólogos, entre outros. O Oswaldo Cruz estuda lançar uma teler reabilitação para que o serviço chegue a pessoas que não conseguem ir à instituição. ‘Esse cuidado pós-Covid tem que ser encarado como medida de saúde pública. É um impacto econômico e na vida das pessoas muito grande. Minimizar o número de reinternações é muito importante também”, diz Piastrelli.

O Hospital Santa Catarina é outra instituição que recentemente reestruturou o centro de reabilitação multidisciplinar, coordenado por um grupo de pneumologistas e infectologistas, mas que conta com outras especialidades, como neurologia, cardiologia e otorrinolaringologia.

‘A ideia é que o tratamento seja bem homogêneo, que não tenha controvérsias de condutas. É uma reabilitação mais prolongada, até que a gente consiga devolver o paciente funcional de novo para a sociedade’, diz Milton Inoue, gerente médico do hospital.

Essa linha unificada de cuidados no pós-Covid tem sido o mote de outros serviços já estruturados, como os dos hospitais Albert Einstein, Sírio-libanês e Hcor, em São Paulo, e o Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS). Entre os públicos, a Rede de Reabilitação Lucy Montoro, ligada ao Hospital das Clínicas de São Paulo, é uma das referências.

Por meio da EEP (Escola de Educação Permanente), o HC vem ministrando vários cursos a distância de tratamento e reabilitação da Covid-19 destinados a profissionais de saúde de todo o país.

Em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Proadi-SUS, (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS), o Hospital Sírio-Libanês também pilota um projeto de reabilitação do pós-Covid em hospitais públicos.

Segundo a médica Amanda Santos Pereira, coordenadora do projeto, houve melhora de 26% da funcionalidade dos pacientes que tinham limitações causadas pela Covid, como não conseguir se alimentar, tomar banho ou se locomover sozinho.

O cuidado é importante. Levantamento recente do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) com 1, 4 milhão de pacientes mostra, por exemplo, que o risco de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) é 16 vezes maior em quem teve Covid em relação a quem não teve. A infecção pelo coronavírus também aumenta os riscos de infarto e AVC (acidente vascular cerebral).

A meta do projeto é a redução do tempo de permanência na UTL. A média de permanência de pacientes nas terapias intensivas do SUS é de nove dias, o dobro das privadas. ‘Menor tempo na UTl significa menos sequelas’, diz Pereira

Para Sérgio Okane, secretário de atenção especializada à saúde no Ministério da Saúde, o desafio agora é levar esse tratamento de excelência na reabilitação a todos os hospitais do SUS.

É uma reabilitação mais prolongada, até que a gente consiga devolver o paciente funcional de novo para a sociedade Milton Inoue do Hospital Santa Catarina

Ronaldo Alex Miranda, que teve Covid grave, faz reabilitação no centro do Hospital São Camilo, na zona oeste de São Paulo

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AGÊNCIA BRASIL

66 milhões de brasileiros já tomaram as duas doses ou a dose única

250 milhões de doses vacina contra covid-19 foram distribuídas aos estados e ao Distrito Federal pelo Ministério da Saúde. Mais de 134 milhões de pessoas acima dos 18 anos já receberam a primeira dose, o que corresponde a 83,9% de brasileiros adultos. Cerca de 66 milhões de pessoas, ou 41% dos maiores de 18 anos, já tomaram as duas doses ou a dose única contra a doença.

A campanha de vacinação do Brasil foi um dos assuntos tratados em reunião em Roma, na Itália, nesse domingo entre o ministro brasileiro, Marcelo Queiroga, e o diretor-geral da OMS – a Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanon.

O chefe da organização internacional destacou a campanha de vacinação e o potencial do Brasil para, em breve, passar a ser um país exportador de imunizantes contra a covid-19.

Queiroga também participou de reuniões com representantes da Saúde do G20, as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.

Marcelo Queiroga destacou, nas redes sociais, que os gestores se comprometeram em ampliar o acesso à saúde.

A reunião presencial ocorreu mais de um ano e meio depois do início da pandemia da covid-19.

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JORNAL OPÇÃO

Grandes redes compram hospitais em Goiás – mercado da saúde fervilha

Por Italo Wolff

Na última semana, dois dos mais tradicionais hospitais privados foram adquiridos por grupos com ações negociados em bolsa


O Centro Brasileiro de Radioterapia Oncologia e Mastologia (Cebrom), principal clínica oncológica de Goiás, foi vendida na quarta-feira, dia 1, por R$ 190,5 milhões ao grupo mineiro Oncoclínicas. Ainda nesta semana, na segunda-feira, 30, outro dos mais tradicionais hospitais privados de alta complexidade foi vendido na capital goiana – o hospital neurológico, Instituto de Neurologia de Goiânia (ING) – por R$ 140 milhões ao grupo capixaba Kora Saúde. O que está acontecendo no mercado privado da saúde?

Segundo os assessores de aquisição médica, diretores de hospitais e representantes de associações ouvidos pelo Jornal Opção, o momento é complexo e o súbito aquecimento do mercado (cogita-se a possibilidade de uma bolha) é explicado por diversos fatores. Entre as razões para a tendência, especialistas enumeram a verticalização dos planos de saúde; a entrada de grandes grupos no estado; e o sucesso um de novo modelo de gerenciamento das unidades de saúde. 

O fervilhante mercado da saúde

As autoridades entrevistadas acreditam que o Cebrom e o ING não serão as últimas entidades a serem adquiridas por grandes grupos, e que sua aquisição é representativa. Ambas instituições são tradicionais, o Cebrom com 23 anos e o ING com 50 anos de atuação, e foram compradas por grupos com ações negociadas em bolsa. O movimento não fica restrito a Goiás – é considerado que essas aquisições tiveram início em 2014, com a compra do Hospital da Unimed na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, pela Rede D’Or São Luiz. Desde então a companhia já acumulou 52 unidades sob sua administração.

O modelo de negócio tem se provado rentável. “Grandes redes conseguem comprar insumos mais baratos porque adquirem em grande quantidade; conseguem manejar recursos entre unidades com logística simplificada; oferecem preços melhores porque ganham na escala”, afirma Haikal Helou, presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). “Enfim, aumentam a eficiência e diminuem custos. Dois grupos (Rede D’Or e Grupo Amil, fundado pelo já falecido médico paulista Edson Bueno) criaram a tendência que orienta o mercado hoje”. 

Haikal Helou lembra que o fenômeno de grandes grupos que vencem a concorrência ao “ganhar na escala” é antigo e bem estabelecido na área dos supermercados, farmácias, universidades, e outros. Além das duas recentes aquisições em Goiás, pode-se citar como evidência do novo momento as aquisições do Hospital São Mateus, pela Kora Saúde, no Ceará; do Hospital São Matheus e Anchieta, em Cuiabá e Brasília; do Hospital Madrecor de Minas Gerais pela Hapvida – todos estes apenas no último mês. 

“Há dez anos, tínhamos apenas dois grandes grupos no mercado”, comenta Haikal Helou. “Hoje são pelo menos dez. Fala-se em bolha especulativa, com a maré de aquisições e fusões. Ainda atravessamos um momento de consolidação, mas ao fim desse processo, provavelmente terminaremos com quatro ou cinco grupos dominando o mercado”.

Planos de saúde verticalizados

A JK Capital é uma consultoria de finanças corporativas especializada na assessoria de fusão e aquisição de empresas. Sócio da empresa, o paulista Luís Mazzarella Martins acompanha as movimentações no mercado goiano de saúde. “Temos uma tese para explicar o que está acontecendo”, afirma. Segundo Luís Martins, mais um fator que fundamenta a tendência atual tem a ver com uma mudança na forma como operam os planos de saúde.

Tradicionalmente, os planos de saúde atendem uma rede de hospitais e clínicas credenciadas. Nesse modelo, cada prestador de serviço na ponta do atendimento tem incentivos para aumentar seus gastos. As clínicas, que recebem dos planos de saúde, ganham mais se fizerem mais procedimentos, exames e cirurgias. Há uma tensão entre a fonte pagadora e os operadores. Essa situação leva à uma inflação do preço e de volume de procedimentos e insumos.

“No início dos anos 2000, o ticket médio dos planos de saúde era de R$ 80”, afirma Luís Martins. “Hoje, por conta da inflação médica, os planos de saúde custam na média nacional R$ 600, enquanto se o reajuste seguisse a inflação normal dos demais mercados esse número estaria mais próximo de R$ 400”. A situação criou uma pressão sobre os planos de saúde, que, segundo Luís Martins, acumulam déficits por beneficiário, já que as mensalidades apenas não são capazes de cobrir os custos dos sinistros. 

“Alguns planos de saúde perceberam que, controlando hospitais, era possível controlar melhor a demanda por procedimentos e conter despesas desnecessárias”, comenta Luís Martins. Começou então um movimento pela chamada verticalização, que possibilitou o surgimento de planos de saúde com custo médio de R$ 210. “Além de terem melhores preços, são planos mais agressivos e ágeis”.

O fator explica em parte o aquecimento do mercado. “Cresceu a procura por hospitais porque esses planos de saúde precisam ter a estrutura completa. Não basta mais cobrir apenas exames, é necessário ganhar espaço sobre outros planos de saúde em toda a cadeia”, afirma Luís Martins. O consultor lembra que há seis anos o número de beneficiários de planos de saúde está estável no país: são 50 milhões de brasileiros cobertos por seguros. “É por este número fixo de consumidores que todos os fornecedores competem, o que explica a agressividade dos prestadores do serviço.”

O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, afirma que, no modelo tradicional, os diretores do hospital têm de se sentar com os operadores dos planos de saúde e discutir a tabela de preços e procedimentos, os reajustes ano a ano, etc. “Isso não acontece nos planos de saúde verticalizados. Como controlam toda a cadeia, eles podem se equilibrar conforme a necessidade, sem precisar de um acordo com diretores ou votação entre sócios. O que eles decidem na segunda-feira, está feito na terça. Essa é uma vantagem administrativa e logística muito grande”.

Reorganização

O médico Clidenor Gomes Filho faz parte do corpo clínico da Maternidade Ela e é presidente do Comitê Estadual de Mortalidade Materna. O ginecologista e obstetra também coordena a formação do grupo chamado de G500, composto por cinco hospitais privados de Goiás. O valor de mercado dos membros do G500 é de R$ 1,2 bilhão. Clidenor Gomes Filho afirma que a junção das unidades é motivada exatamente pela chegada de empresas estrangeiras no mercado goiano. Para ele, o grupo é além de uma tentativa de fortalecimento, oportunidade para oferecer serviços de melhor qualidade.

“Especificamente esse grupo começou a trabalhar com essa ideia desde novembro de 2020, quando começamos a ter uma série de abordagens de empresas ou pessoas de fora querendo comprar os nossos hospitais. Em um primeiro momento demos um não, as empresas estão sólidas e pensamos porque não conversamos entre nós, percebemos a oportunidade de trabalhar em conjunto. O grupo está formado para superar desafios e conquistar novos aspectos da assistência e melhorar o atendimento ao cliente final”, explica Clidenor Gomes Filho. 

De acordo com o médico, uma empresa de consultoria está identificando as prioridades de  planejamento empresarial. O G500 prevê a ampliação de 30% da capacidade de leitos hospitalares privados, além de geração de empregos e a ampliação de recursos para capacitação. A previsão é que os investimentos totais ultrapassem R$ 100 milhões durante a integração dos hospitais. “Estamos na fase de identificação de quais são as prioridades, o que deve ser coberto primeiro. Atrás dessa expansão vão aparecer novas oportunidades de emprego e novos leitos, enfim, toda consequência da expansão”, destacou.

Apesar do momento de inquietação para os hospitais privados, Clidenor Gomes Filho afirma acreditar que o momento de reorganização dos serviços de saúde trará progresso. “Nós temos de nos adaptar, mas o resultado final será positivo para os consumidores e pacientes, que terão mais opções de serviços; bem como para os médicos e trabalhadores. É um processo benéfico, porque a concorrência nos obriga a nos aperfeiçoarmos”, reflete Clidenor Gomes Filho. 

Compõem  a operação a Ela Maternidade, Hospital dos Acidentados, Hospital da Criança, Hospital do Coração e Hospital Santa Mônica. Outros dois hospitais têm dialogado para integrarem com o G500.

O cenário que se desenha

Haikal Helou, presidente da Ahpaceg, afirma que o sucesso das operações pós-venda depende, em última instância, da compreensão dos grupos sobre a instituição que adquiriram. “Não se trata apenas de um prédio. Hospitais lidam com a vida das pessoas e, no caso do Hospital Neurológico, são 50 anos de história com um corpo clínico excelente – um patrimônio local. O grupo de Vitória entenderá isso e absorverá parte da cultura local?”

Sobre o panorama dos hospitais privados, Haikal Helou afirma que este momento pode ser um ponto de virada para a credibilidade das instituições: “Aqui em Goiás, sempre foi muito comum a busca de pessoas com condições por tratamento em clínicas privadas de São Paulo. Isso ainda acontece. Temos em Goiânia uma unidade do Hospital Israelita Albert Einstein, mas ainda ouvimos dos familiares do paciente ‘temos de tentar de tudo para salvá-lo’, o que significa contratar uma UTI aérea e ir para São Paulo. Temos excelentes profissionais e hospitais aqui, mas este é um fator cultural que só pode ser transformado com a confiança, que é imaterial.”

Para Haikal Helou, a nova cultura trazida pelos grupos que chegam agora pode ser o elemento que faltava para a consolidação dessa confiança. “Hospitais aceitavam condições ruins das operadoras de planos de saúde porque não tinham fôlego para sobreviver sem elas. Com essas grandes redes, é diferente: há assoalho para negociações. Veremos planos diferenciados, competição por qualidade, preços mais atraentes”.

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Assessoria de Comunicação

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