Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 05/12/12

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
 

O POPULAR
Ipasgo
Plano de saúde é reajustado neste mês

 

Vandré Abreu
O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) divulgou no Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira o reajuste de 7,93% aos valores das mensalidades pagas pelos usuários titulares e dependentes. O valor é feito com base no cálculo atuarial e é o mesmo percentual máximo permitido pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para este ano. O reajuste já será cobrado neste mês. O aumento no plano de saúde foi bem aceito pelos sindicatos dos servidores públicos estaduais.
A única ressalva se deu por parte do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico). Presidente da entidade, Thiago Vilar conta que Francisco Taveira Neto, presidente do Ipasgo, se reuniu com os sindicatos no início da última semana para falar sobre o reajuste. Na ocasião, o Sindipúblico pediu que o aumento aos valores das mensalidades fosse condicionado à melhoria dos serviços, especialmente nas cidades do interior do Estado. De acordo com Vilar, muitos servidores estaduais lotados no interior não possuem uma rede de médicos suficiente para atendê-los em todas as especialidades.
A assessoria do Ipasgo argumenta que o índice de reajuste aplicado é o definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS) como teto para os planos de saúde em 2012. O reajuste vai afetar os contribuintes que recebem acima de R$ 4.770 e a tabela de referência para agregados e ex-servidores.
Ainda segundo o Ipasgo, um recadastramento será concluído no início do ano para que o Ipasgo possa buscar prestadores para atender as demandas, principalmente as do interior.
O aumento de 7,93% atinge especialmente os usuários dependentes e agregados, já que os servidores (titulares) pagam apenas o mínimo (6,81% do salário) ou o máximo (12,48%). No entanto, a maior parte dos funcionários estaduais também são responsáveis por pagar o plano de saúde de familiares postos como dependentes ou agregados. A mensalidade varia de acordo com a idade do usuário.

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Repúdio à internação
 

Os participantes da Oficina Nacional sobre Saúde Mental e Sistema Prisional, realizada pelo Ministério da Saúde na semana passada, aprovaram moção de repúdio à internação compulsória de usuários de drogas e moradores de rua, medida que vem sendo adotada em locais como Rio de Janeiro e São Paulo. O argumento é de que a iniciativa afronta a Constituição, os direitos humanos e a política nacional de saúde mental. O promotor de justiça Haroldo Caetano, que participou do evento, diz que essa é uma proposta que, travestida de proteção, busca, na verdade, “limpar as ruas”. “Aconteceu na Copa da África do Sul e repete-se agora essa política de tentar ocultar a miséria”, avalia o promotor.
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Chuvas
Muro de hospital cai no setor marista

 

O muro lateral do Instituto do Rim, no Setor Marista, desabou parcialmente ontem à tarde, provocando a queda de parte da cobertura sobre um carro e uma moto. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas ninguém se feriu. O coordenador interino da Defesa Civil Municipal, Edno Clésio Costa, explicou que o incidente foi provocado por instabilidade no solo, causada pelas chuvas. Ao lado do local há uma obra. A área permanecerá isolada até que a construtora, que se responsabilizou por eventuais danos, construa a cortina de concreto, para evitar novos deslizamentos.
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Desenvolvimento Social
No mesmo patamar que em 2000

Levantamento feito pela FGV mostra Goiás em 9º lugar no ranking. Goiânia caiu uma posição
Pedro Palazzo

O Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM) goianos ficou estagnado durante uma década. O índice, medido por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que Goiânia retroagiu entre 2000 e 2010 (veja quadro). O Estado permanece em 9ª lugar entre as unidades federativas e a capital caiu da 7ª para a 8ª posição no ranking do estudo, elaborado com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos ministérios da Saúde e da Educação.
O indicador é composto por cinco quesitos: Habitação, Saúde /Segurança, Renda, Trabalho e Educação. Cada um deles é composto por diversos subitens que somam, ao todo, 28 indicadores. Somados, os 246 municípios do Estado apresentaram melhora em Renda, Trabalho e Educação e pioraram nos conjuntos de indicadores que compõem Habitação e Saúde e Segurança, cujo único indicador é taxa de homicídios.
Apesar de não apresentarem melhora, os números dos municípios goianos e da capital estão acima da maior parte e da média do País. A média geral considerada no estudo é 5. Ao cruzarem os dados dos ministérios e do IBGE, os pesquisadores descobriram que, tanto em 2000 quanto em 2010, 40% dos 5.565 municípios do País obtiveram valor próximo a 4.
Melhoria
No quesito Trabalho os municípios goianos avançaram da 19ª posição, em 2000, entre as 27 unidades federativas, para 11º lugar em 2010. Foi também a maior variação na nota concedida pela soma dos indicadores: 3,6. Para chegarem à média os pesquisadores consideraram Taxa de Ocupação e Taxa de Formalização dos trabalhadores além da Taxa de Trabalho Infantil.
A Renda do cidadão goiano também melhorou – 0,1 ponto. O Estado ocupa a 6ª posição no País. O quesito é composto pelos indicadores Extrema Pobreza (derivado do Bolsa Família, com famílias cuja renda é R$ 70 per capita) e Pobreza (igual ou inferior a R$ 140 per capita). No sumário executivo do estudo, os pesquisadores escrevem que um terço dos municípios goianos “apresentaram desempenho acima da média do Brasil em 2010”.
A capital também mereceu destaque: “A cidade de Goiânia teve um desempenho superior às médias estadual e nacional, tanto no ISDM, quanto em todas as dimensões que o compõem, merecendo destaque o desempenho da cidade nas variáveis referentes às dimensões Educação e Renda”.
Em 2010, 3,3% da população goianiense estavam abaixo da linha da extrema pobreza, enquanto 9,3% da população brasileira encontravam-se nesta situação, revela o estudo. A porcentagem da população abaixo da linha da pobreza foi de 5,7% em contrapartida a 17,6% no Brasil.
 

Crescimento social não acompanha alta da economia
O professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, Aristides Moysés, afirma que, com base nos dados do Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM), “em uma década a sociedade goiana e goianiense ficaram estagnadas”. “Não avançamos naquilo que mais interessa ao ser humano: o seu desenvolvimento social.”
Aristides Moysés afirma que “existe uma onda de grande otimismo no que se refere ao desempenho da economia goiana, conforme mostra a variação do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado recentemente indicando que a economia goiana ‘cresceu 4,4%, no segundo trimestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado, voltando a superar a média nacional no período que ficou em 0,5%’”.
Os quesitos de Renda e Trabalho, nos quais os municípios goianos tiveram pequena melhora de desempenho no ISDM, influenciam diretamente no cálculo do Produto Interno Bruno (PIB). “Vale lembrar que o PIB é um indicador que manipula variáveis apenas econômicas e não releva o fato desta riqueza estar ou não concentrada”, afirma Aristides Moysés.
O pesquisador afirma que o ISDM expressa melhor o desempenho de uma sociedade. “Os números indicam que as variações positivas no quesito renda, trabalho e educação são insignificantes para o Estado de Goiás, e, para Goiânia, os indicadores de renda, habitação, trabalho e educação são piores ainda.”
Reflexos
O professor e pesquisador diz que nem sempre a pujança econômica expressa a existência de uma sociedade mais saudável. “Arriscaria dizer que esta estagnação do ponto de vista social está sendo refletida no aumento crescente do tráfico de drogas e, consequentemente, no aumento da criminalidade que tem se revestido de grande crueldade.”
Ele avalia que a divulgação do indicador “chega num momento importante para desnudar o discurso político que não resiste à realidade”.

 

Cavalcante tem o pior indicador de todo o Estado
Cavalcante, município com 9.429 habitantes, localizado 510 quilômetros ao norte de Goiânia, tem o pior Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM) do Estado: 3.10. A cidade está quase dois pontos abaixo da média do País, 5.
A comunidade é a última colocada, entre os 246 municípios goianos, nos quesitos Habitação e Educação e ocupa a 3ª pior posição quando o assunto é a renda dos moradores. “Este município ficou entre os 16% dos municípios brasileiros com mais baixo desempenho no ISDM”, escrevem os pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no sumário executivo do estudo. A população de Cavalcante está dividia ao meio entre urbana e rural. Em 2010, “nenhum habitante vivia em domicílio que possuía esgotamento sanitário integrado à rede geral ou do tipo pluvial”. Mais da metade da população brasileira tem acesso a este serviço sanitário básico.
Em contraponto à capital do Estado, Cavalcante tinha 29,6% de adultos analfabetos. O número é considerado pelos pesquisadores da FGV “substancialmente superior” em relação à média do País, de 10%. Por outro lado, no quesito Saúde/Segurança, em que Goiânia piorou 1,7 , a cidade do norte do Estado se sai bem: 5,44.
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SAÚDE BUSINESS WEB
Artigo – “Médicos a mercê da UnitedHealth”

Para a presidente do Cremej, a comoanhia formará uma rede superconcentrada de hospitais e, com certeza, o médico terá que lhes pedir licença para operar um paciente
Foi com surpresa que os médicos do Rio de Janeiro ouviram ou leram a notícia de que a Amil foi vendida para a UnitedHealth Group, uma empresa norte-americana.
Em 1998, já ocorrera uma tentativa de entrada de organização norte-americana na saúde suplementar brasileira, com o plano Total Care. Na época, o CREMERJ trouxe ao país médicos norte-americanos para falar sobre o sistema de saúde dos Estados Unidos, onde predomina o chamado “managed care”, cuja filosofia é o gerenciamento de custos. Na época, os médicos se mobilizaram e se negaram a prestar serviços para essa empresa. O Poder Judiciário, inclusive, sensibilizou-se, manifestando-se contra tal tipo de gerenciamento dos planos de saúde.
Está muito claro que a UnitedHealth, empresa com ações na bolsa, visa no Brasil lucrar com a saúde. E o lucro na saúde só é obtido pela restrição de acesso a exames, a procedimentos especializados e até a tratamentos que já são consagrados pela ciência médica. Várias tergiversações e armadilhas contratuais impedem que o paciente chegue a eles.
Além de serem perversas com os pacientes, as empresas que visam ao lucro na saúde exploram o médico de uma forma antiética, servindo-se, muitas vezes, de estímulos pecuniários para que o médico, com a sua autonomia, possa dificultar que o paciente realize os procedimentos necessários. O médico é, assim, usado como um porteiro, um mestre de obras, para que a definição de viver ou de morrer fique na sua mão, em vez de na mão da empresa, ao decidir se deve encaminhá-lo ou não a um especialista. Assim, a empresa fica livre de processos e de outros tipos de acusações.
A entrada da UnitedHealth no Brasil pode atrair outras empresas que, para seduzirem usuários a comprarem seus planos, vão trazer, certamente, vários atrativos tecnológicos. Com recursos, poderão formar uma rede superconcentrada de hospitais e, com certeza, o médico terá que lhes pedir licença para operar um paciente.
Isso cerceia o médico na sua liberdade, além do que a operadora poderá escolher qual o tipo de patologia que cada um dos seus hospitais vai atender.
Isso já está acontecendo na saúde suplementar do município do Rio de Janeiro, com as maternidades, que estão sendo fechadas, uma a uma, porque as empresas acham que maternidade não dá lucro.
O CREMERJ já entrou com representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para averiguação dessa compra da Amil, tendo em vista que a Constituição proíbe a participação de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde no país.
O Cade multou o Conselho, anteriormente, em quase R$ 200 mil por promover um movimento de reajuste nos planos, durante campanha do 0%, alegando ser formação de cartel. E essa empresa, ao concentrar um número imenso de médicos, de hospitais e de usuários, não merece ser punida pelo Cade?
Já sabemos que a Amil implantou, em algumas regiões, inclusive no Grande Rio, o que se chama de “consultório satélite”, em que o médico ganha pelo número de pacientes que atende por hora. Se atender quatro pessoas por hora, ele recebe R$ 100, mas receberá mais se atender mais pacientes. Na realidade, quanto menos tempo ele passar com cada paciente, maior será a sua remuneração. Trata-se de uma forma de aliciar médicos jovens, que não têm acesso à rede de credenciados. Além de ficar sob o controle da empresa, o médico ainda assume para si os custos de um consultório. Muitas vezes, no afã de começar sua vida profissional, o médico não atenta para esses problemas. É uma maneira cruel de utilização da mão de obra do médico.
O CREMERJ vem lutando, junto com a Somerj, as sociedades de especialidade, a Central Médica de Convênios e as associações médicas de bairro, por reajustes nos honorários dos médicos todos os anos. No futuro, no entanto, só conseguirão aumento aqueles que têm credenciamento antigo. Os mais novos, que recebem por hora, já não têm direito a esses reajustes.
O desfinanciamento proposital do SUS favorece a entrada dessas empresas estrangeiras, que consideram a medicina um negócio, cujo mercado ainda pode se expandir em 80%.
Mas o CREMERJ não vai esmorecer em sua luta pela valorização do médico. Afinal, o médico vale muito!
*Márcia Rosa de Araujo é presidente do Conselho Regtional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Por que eles não se cuidam?

Menor expectativa de vida e redução das chances de cura de enfermidades são resultados de uma procura tardia ao médico
Thamyris Fernandes
“Quem quer ficar doente vai ao médico e quem quer morrer, toma remédio”, essa é a filosofia de vida do administrador de empresas José Arantes. Aos 57 anos de idade, ele faz o autêntico perfil escorregadio dos homens quanto aos cuidados com a saúde. Em toda sua vida, José diz ter passado apenas três vezes por um consultório médico e enche a boca ao dizer que a última visita que fez a um desses “temidos” profissionais foi em 1983. “Só porque sofri um acidente de moto e quebrei o maxilar.”
Para o administrador, que também nunca fez um check-up, seu remédio diário é uma garrafa de vinho. “Sou perfeitamente saudável e não sinto dor ou mal-estar algum. Para mim, médicos até tem valia em alguns casos, por exemplo quando existe alguma fratura ou algo assim. Mas em outro, nem eles mesmos sabem o que os pacientes tem”, reclama.
Brincadeiras a parte, casos como esse não são raros no Brasil e representam uma preocupação a mais para a Saúde Pública. Dados recentes mostram que os homens vivem em média sete anos a menos que as mulheres, especialmente porque se cuidam muito menos. No País, em 2007, enquanto 16 milhões de mulheres se consultaram com um ginecologista, apenas 2 milhões de homens foram ao urologista.
As perspectivas negativas não param nesse ponto. Estatísticas nacionais mostram que a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Conforme a Superintendência de Política de Atenção Integral à Saúde – da Secretaria de Saúde de Goiás (SES/GO) –, somente em 2010 o Estado registrou 7.808 óbitos por residência com relação aos homens adultos, entre 20 e 59 anos.
De acordo com a sub-coordenadora da área técnica da Saúde do Homem – setor da Gerência de Programas Especiais da SES/GO – Maria Vitória Evangelista, a saúde masculina sofre as consequências de um problema cultural. Segundo ela, quando crianças, a menina recebe uma boneca para brincar e aprender a zelar; enquanto o menino ganha um carrinho ou uma bola. “Eles não aprenderam a se cuidar e a vigiar o corpo desde a infância. Isso faz com que adultos cresçam achando que ir ao médico é frescura, luxo ou sinal de fraqueza.”
Emergências
Outra boa desculpa entre eles é a falta de tempo. Para o gerente de produção Welington Paulino, de 32 anos, ir ao médico é um transtorno, uma vez que não se sente doente. Ele explica ser difícil encaixar uma bateria de exames na agenda, sempre lotada com o trabalho, em tempo integral; e a faculdade, à noite. “A última vez que fui ao médico foi há quase quatro anos, quando tive cólica de rins. Eu sentia umas dores muito fortes que não passavam. O especialista me aplicou uma injeção, que fez a dor passar, e disse para eu voltar para fazer exames”, conta.
O resultado é óbvio. Welington nunca mais voltou ao médico. Ele diz que quase um ano depois sofreu uma nova crise, mas como já sabia qual injeção o especialista aplicaria, resolveu comprar o remédio por conta própria. “A verdade é que eu não tenho medo. Sei que deveria cuidar melhor da minha saúde, mas acho que em algum momento isso vai acontecer naturalmente. É provável que eu precise de médicos no futuro”, diz o gerente de produção, ao revelar que existe um histórico de complicações renais na família.
Segundo Welington, a mãe e outros parentes próximos sofrem com cálculo – ou as chamadas pedras – nos rins. “Fora isso nunca tive problemas mais sérios. Então, acho que dá para prorrogar por mais algum tempo essa visita”, diz.
O urologista Nadim Chater – também coordenador de Saúde do Homem da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia – acrescenta que o grande problema do homem é que sua entrada no sistema de saúde se dá pela porta da emergência, como no caso da crise renal de Welington. “Normalmente a população masculina só procura um médico quando os sintomas são tão latentes que não conseguem mais conviver com a doença, ou seja, em último caso. Isso só onera o sistema, reduz as possibilidades de cura da enfermidade e, consequentemente, favorece para o aumento do número de mortes entre eles”, ressalta.
Prova disso, conforme o médico, é a população goianiense. Segundo ele, na Capital nascem muito mais homens que mulheres. No entanto, a partir dos 20 anos, o cenário muda completamente. “A situação se inverte e a população feminina supera a masculina, porque muito mais homens falecem dessa faixa etária em diante.”
Segundo a subcoordenadora Maria Vitória, a polêmica se resolveria se os homens adotassem a palavra ‘prevenção’ como um objetivo de vida. “Por se acharem tão fortes e invulneráveis, os homens acabaram se tornando exatamente o extrato frágil da sociedade. Por não se consultarem, adoecem mais e com maior facilidade”, pondera.
Campanha pretende mudar cenário
Pensando em descontinuar esse processo de procura tardia, o Estado de Goiás lança amanhã o programa de Atenção à Saúde do Homem. De acordo com os coordenadores da campanha, esse será um braço da política nacional com o mesmo viés que já vinha sendo implantada em todo o País desde 2008. Conforme Maria Vitória – uma das responsáveis pelo projeto no Estado –, o objetivo é desenvolver ações específicas para a população masculina de 20 aos 59 anos, faixa etária que representa 27% da população brasileira.
“Precisávamos fazer alguma coisa para cativar a população masculina. O governo sempre desenvolveu políticas de saúde voltadas para crianças, adolescentes, idosos e mulheres. No entanto, o homem adulto não estava encaixado em nenhum desses grupos, ficando marginalizado”, explica a subcoordenadora. Ela acrescenta que a intenção é fazer com que o homem busque primeiro um médico generalista para visitas periódicas, uma vez ao ano.
Além disso, o programa ainda deve buscar “compreender a realidade masculina nos seus contextos socioculturais e emocionais” para reduzir os índices de mortes e sequelas, aumentando também a expectativa de vida entre eles. Maria Vitória acrescenta que além das campanhas educativas, com ações voltadas à informação, o programa ainda conta com uma vertente prática e até estrutural.
“Várias ações estão sendo planejadas nesse momento, mas a primeira delas e que já está em andamento, é a capacitação de profissionais da saúde. Eles devem aprender enxergar o homem e o tratar de maneira diferenciada, já que ele não está acostumado a buscar o sistema de saúde. Outras ações devem, inclusive, mexer no espaço físico dos hospitais e centros de atendimentos, construindo salas de espera específicas para os pacientes do sexo masculino”, cita Maria Vitória.
Segundo a subcoordenadora, quando os homem despertarem para as consultas de rotina e os exames de prevenção, também estarão controlados os principais fatores que costumam levar a óbito essa parcela da sociedade. “Por ser uma política de adequação ao contexto masculino, o programa deve se atentar até mesmo às chamadas causas externas, relacionadas a violência por armas branca e de fogo, força física, acidentes de trânsito e homicídios”, diz ao destacar essas as maiores causas das mortes masculinas.
Segundo Maria Vitória, outros focos de atenção do programa serão as enfermidades que atualmente mais afetam o sexo masculino. “Câncer, doenças cardiovasculares, AVC, infarto, diabetes e hipertensão.” (T.F.)
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Pedófilo consegue liminar para cursar Medicina
Um aluno de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que ficou detido três anos em um hospital psiquiátrico após ser condenado por pedofilia, conseguiu liminar da Justiça Federal para voltar aos estudos. A instituição não concorda com seu retorno.  Diogo Nogueira Moreira Lima, 25, estava no oitavo semestre do curso quando foi internado, em 2009, após ser condenado por abusar sexualmente de 12 garotos, em 2005. Ele foi considerado semi-imputável pela Justiça – sem consciência plena para responder por seus atos.
Em setembro deste ano, Lima deixou o Hospital de Custódia e Tratamento de Salvador. Um laudo técnico apontou que ele poderia retomar o “convívio social”.
Por ter ficado mais de dois semestres sem se matricular em nenhuma disciplina, já havia sido afastado da UFBA.  A família alegou à Justiça que informou a universidade sobre a internação do estudante e solicitou o trancamento da matrícula, mas que não teve resposta.
A juíza federal Lílian da Costa Tourinho, da 16ª Vara Federal, determinou que a UFBA faça a matrícula do aluno para o primeiro semestre de 2013, para que o jovem não tenha “prejuízos irreparáveis”.
Incompatibilidade
“O problema é que ele tem um traço de personalidade que o torna incompatível para a Medicina”, afirma o pró-reitor de graduação da instituição, Ricardo Miranda.
Ele estuda “medidas administrativas e até legais” para impedir a volta de Lima. Miranda diz que não vê “condições” de o jovem participar do atendimento à população, “inclusive crianças”, sem oferecer riscos.
O colegiado do departamento de Medicina também diz que vai recorrer e já lançou movimento contra o retorno de Lima, chegando a falar em “desobediência civil”.
A tia dele, Erundina Moreira, discorda da universidade: “Não me conformo em alguém querer tirar a oportunidade do garoto querer aprender algo. Diogo já sofreu demais.”
O advogado de Lima, Luiz Augusto Coutinho, disse que o cliente não tem condições de dar entrevistas e é vítima de preconceito. “Mesmo solto, ele continua com acompanhamento psicológico e médico. Esqueçam Diogo, deixem ele ser feliz”, disse.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação


 

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