Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 08/02/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Inconstitucionalidades e custeio do piso da enfermagem

Bolsa Família exigirá atestado de vacinação de crianças, afirma Lula

Segunda etapa da ampliação do Hetrin é entregue em Trindade

Covid-19: Goiás registra 1.125 casos e 9 mortes nas últimas 24 horas

ONU: supermicróbios podem causar 10 milhões de mortes ao ano até 2050

Gatilhos emocionais podem desencadear diabetes, como no filho de Marília Mendonça

Saúde convoca população para vacinar contra Covid-19 antes do Carnaval

Secretário anuncia reforço do Mais Médicos na crise Ianomâmi e afirma: ‘Muita gente vai ser presa’

Estudo apresenta descobertas inesperadas sobre a ligação entre álcool e demência

Filas de cirurgias precisam ser monitoradas pelo SUS

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Inconstitucionalidades e custeio do piso da enfermagem

É necessário que haja garantias efetivas de custeio não só para o setor público, mas também para o privado

A questão do piso nacional da enfermagem, que aflige o setor de saúde como uma bomba-relógio, continua sem solução razoável. As medidas legislativas adotadas para retirar os entraves constitucionais à aplicação da Lei 14.434/2022 não sanaram os seus principais problemas.

E a prestidigitação orçamentária que se seguiu, visando superar os problemas de custeio que deram causa à suspensão liminar da lei pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), não afastou o temor de que faltarão recursos para cobrir um aumento de custos com salários estimados em R$ 16 bilhões anuais.

O receio – compartilhado por estados, municípios, Santas Casas e
instituições privadas da saúde, com ou sem fins lucrativos – é de que a adoção do piso leve a uma explosão dos orçamentos públicos, a dispensas em massa e ao fechamento de estabelecimentos de saúde.

A recém-promulgada Emenda Constitucional 127/22 não desatou o nó do custeio ao direcionar para tal fim recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social do Pré-Sal. Conforme expressou em nota pública a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os superávits dos fundos são incertos, enquanto o pagamento do piso deverá ser feito com ou sem superávit.

Além disso, como nenhum recurso novo foi efetivamente criado pela emenda,
qualquer eventual uso de saldos desses fundos amplia automaticamente os gastos públicos em um orçamento que sabidamente não tem espaço para gastos adicionais nem previsão de pagamentos de aumentos salariais nos valores exigidos pela lei do piso.

A existência desses saldos é meramente contábil e seu uso precisa estar
autorizado por um orçamento super apertado. Não à toa os recursos de muitos desses fundos vêm se acumulando e foram recentemente usados apenas como forma de abater dívida pública.

O governo recentemente criou um grupo de trabalho para pensar em uma possível regulamentação, mas os milhares de prestadores de serviços que hoje atendem o SUS, como hospitais filantrópicos e clínicas privadas de diálise, e que eventualmente se beneficiariam desses recursos, ainda não foram chamados para a discussão.

Entre as instituições privadas, os temores em relação ao impacto financeiro do piso também não foram dissipados. Em que pese haver na PEC a previsão de repasse de parte desses recursos para entidades privadas filantrópicas, não há hoje mecanismos que assegurem esse repasse de forma institucional. Sua efetivação dependerá da ação discricionária de gestores públicos que precisam desses recursos para atender a outras demandas prementes da saúde.

Além disso, a solução proposta pela EC 127/22 alcança apenas o SUS e os estabelecimentos que direcionam, no mínimo, 60% de sua atividade
ao SUS.

Não há, até agora, a indicação de fontes de recursos ou compensações para os
mais de 250 mil estabelecimentos de saúde privada com fins lucrativos, em sua maioria de pequeno ou médio porte, que arcarão com um aumento nos custos anuais de, pelo menos, R$ 5,2 bilhões. Vale lembrar que boa parte desse custo será pago pelos mais de 50 milhões de beneficiários de planos de saúde através do aumento de suas mensalidades, com alguns tendo que voltar ao sistema público, onerando o SUS.

Diante desse quadro, entidades representativas do setor privado de saúde reivindicam que, caso a lei prevaleça, apesar de suas inconstitucionalidades, é necessário que haja garantias efetivas de custeio não só para o setor público, mas também para o privado, de forma que se possa viabilizar o pagamento do piso nacional da enfermagem sem mergulhar o setor em uma aguda crise financeira e operacional.

Seria ilusão acreditar que, com as medidas adotadas até aqui, será possível ao setor de saúde fazer frente ao aumento bilionário de custos do piso nacional da enfermagem, sem ajuste dramático no quadro de pessoas empregadas e na qualidade dos serviços.

É fundamental, portanto, que se avance na busca de alternativas realistas que
viabilizem a merecida valorização da categoria dos enfermeiros, sem atropelar a
Constituição e sem colocar em risco a saúde dos estabelecimentos e a sustentabilidade dos sistemas público e privado.

MARCOS VINICIUS OTTONI – Diretor jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde)

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AGÊNCIA ESTADO

Bolsa Família exigirá atestado de vacinação de crianças, afirma Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, na segunda-feira (6/2), que para receber o Bolsa Família, as famílias beneficiárias deverão demonstrar o atestado de vacinação das crianças em dia. Em evento no Rio de Janeiro na segunda-feira, Lula criticou o antecessor, Jair Bolsonaro, por ter promovido desinformação sobre as vacinas e pediu que os responsáveis levem as crianças para serem imunizadas.

Segundo Lula, o programa passará a contar com três pré-requisitos: as crianças estarem matriculadas na escola, a carteira de vacinação delas em dia e o acompanhamento pré-natal completo das mães que estiverem grávidas. O Bolsa Família passará a ter o valor permanente de R$ 600, com um adicional de R$ 150 por criança abaixo dos seis anos de idade.

O Ministério da Saúde anunciou o lançamento de uma campanha nacional de vacinação. Segundo a ministra Nísia Trindade, ainda não foi possível estimar o impacto da campanha negacionista contra os imunizantes promovido pelo governo Bolsonaro nos índices. Lula cobrou os pais para que levem as crianças e criticou a postura do ex-presidente. “Nós tivemos nos últimos tempos a maior campanha que já vi alguém fazer do negacionismo de uma vacina. Nunca imaginei um presidente mentindo tão descaradamente sobre os benefícios de uma vacina”, afirmou Lula, ao falar sobre a vacinação contra a covid-19.

“Pelo amor de Deus, a gente não pode ser ignorante ao ponto de achar que não tem que tomar vacina. Uma mãe que não leva um filho para tomar a vacina contra a paralisia infantil, eu fico me perguntando que amor é esse. Hoje, além da propaganda, é preciso convencer as pessoas. É preciso convencer o pai e a mãe que uma criança tem que tomar vacina para o bem da criança e para o bem da família”, disse o presidente.

No evento da segunda-feira, Lula esteve ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) e do governador fluminense, Cláudio Castro (PL) para a inauguração do Super Centro Carioca de Saúde. Com o equipamento, a Prefeitura do Rio promete zerar até julho a fila de pacientes da oftalmologia, hoje de 136 mil pessoas.

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A REDAÇÃO

Segunda etapa da ampliação do Hetrin é entregue em Trindade

O governador Ronaldo Caiado inaugurou, nesta terça-feira (7/2), a segunda etapa da ampliação do Hospital Estadual de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), na região Metropolitana de Goiânia. Com a entrega da nova recepção, pacientes passam a ser recebidos em um espaço amplo, confortável e humanizado, com capacidade para 100 pessoas sentadas, fraldário e banheiros com acessibilidade. Já o novo Serviço de Apoio Diagnóstico (SADT) possibilita mais conforto e agilidade na realização de exames. 

Ao lado do secretário da Saúde, Sérgio Vêncio, Caiado conheceu a estrutura e conversou com a população, que continua sendo atendida durante a fase de obras. Ele destacou que a unidade está renovada, bonita e, principalmente, bem equipada. “Nós já trouxemos o tomógrafo, o raio-x digital e agora uma nova recepção. Já podemos atender as pessoas em condição de dignidade, ninguém vai ficar amontoado”, afirmou o chefe do Executivo.

A primeira etapa da obra foi entregue em maio do ano passado com cinco consultórios para atendimento ambulatorial. O tomógrafo, em funcionamento desde junho, representa um aporte de R$ 1,6 milhão. “Isso mostra a condição que nós teremos para absorver o atendimento de saúde com padrão de excelência”, ressaltou o governador. Durante o evento foram entregues 40 autorizações de exames.

A próxima fase da ampliação será o pronto-socorro, que deve ficar pronto em três meses, e a maternidade, cuja previsão de conclusão é para agosto. Ao final dos serviços, o Hetrin terá 149 leitos, entre eles 20 de enfermaria para clínica cirúrgica e 20 de UTI; quatro salas cirúrgicas; cinco quartos de isolamento e três para parto normal. “Uma obra que vai triplicar a capacidade do hospital”, assinalou o secretário Sérgio Vêncio. “Serão quase 800 cirurgias por mês, fazendo com que Trindade possa atender todos os seus pacientes e, eventualmente, até de cidades vizinhas”, acrescentou.

O projeto de ampliação da estrutura física e tecnológica, orçado em R$ 50 milhões, foi integrado com a humanização do ambiente para favorecer o processo terapêutico. “Foi feito um estudo para criar uma ambiência terapêutica no Hetrin. Temos um ambiente muito humanizado”, ressaltou a diretora do Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), Maria Caroline Lazarini Dias. A organização social é responsável pela gestão do hospital desde 2019.

O investimento foi comemorado por autoridades locais, como o prefeito Marden Júnior, que destacou a preocupação do Estado com os serviços de saúde no interior. “Regionalização da saúde é respeito ao usuário, é respeito às pessoas”, disse. Também acompanharam a solenidade de inauguração os deputados estaduais George Morais e Cristiano Galnido e a deputada federal Flávia Morais, que destinaram emendas parlamentares para a construção e compra de equipamentos para o Hetrin.

Na ocasião, o governador confirmou a destinação de R$ 60 milhões em recursos estaduais, já previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), para redução das filas de espera por cirurgias eletivas em Goiás e mais R$ 20 milhões advindos de recursos federais. “Vamos trabalhar dobrado para que a população tenha certeza de que o dinheiro existe e, quando é bem aplicado, os resultados são esses”, completou o governador.

OVG Perto de Você

Do lado de fora do hospital, o programa OVG Perto de Você destinou à população 150 enxovais de bebê e 149 unidades do Mix do Bem, alimento de alto valor nutricional desenvolvido pelo Governo de Goiás para distribuição a famílias em situação de vulnerabilidade social. 

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Covid-19: Goiás registra 1.125 casos e 9 mortes nas últimas 24 horas

O território goiano registrou 1.125 novos casos de covid-19 e 9 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. Os dados constam no boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) desta terça-feira (7/2). Com as atualizações, o Estado já soma 1.880.302  infecções pelo novo coronavírus e 27.978 óbitos confirmados. 

Além disso, a pasta investiga outros 902.749 casos e 60 mortes para saber se há alguma ligação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus é de 1,49%. 

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AGÊNCIA BRASIL

ONU: supermicróbios podem causar 10 milhões de mortes ao ano até 2050


Até 2050, cerca de 10 milhões de mortes ao ano podem ser registradas no mundo em razão do surgimento e da propagação de supermicróbios – cepas de bactérias que se tornam resistentes a antibióticos conhecidos.

O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que defende reduzir a poluição gerada pelos setores farmacêutico, agrícola e de saúde como estratégia essencial para combater a chamada resistência antimicrobiana.

De acordo com o relatório Preparando-se para os supermicróbios: fortalecendo a ação ambiental na resposta à resistência antimicrobiana pela abordagem de saúde única, divulgado hoje (7) pela entidade, o custo econômico da resistência antimicrobiana poderia resultar em uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) global de pelo menos US$ 3,4 trilhões de dólares até 2030, empurrando 24 milhões de pessoas para a extrema pobreza.

O documento destaca que os supermicróbios já causam sério impacto na saúde humana, de animais e de plantas e defende uma resposta multisetorial de saúde. “Devemos permanecer focados em reverter a maré nesta crise, aumentando a conscientização e colocando este assunto de importância global na agenda das nações”, destacou a presidente do Grupo de Lideranças Globais sobre Resistência Antimicrobiana, Mia Amor Mottley.
Entenda

De acordo com o Pnuma, o desenvolvimento e a propagação dos supermicróbios acontece quando medicamentos antimicrobianos usados para prevenir e tratar infecções em humanos, animais e plantas perdem sua eficácia e a medicina moderna, consequentemente, perde sua capacidade de tratar até mesmo infecções leves.

A resistência antimicrobiana aparece na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez principais ameaças globais à saúde. Em 2019, 1,27 milhões de mortes foram atribuídas diretamente a infecções resistentes a medicamentos em todo o mundo, enquanto 4,95 milhões foram associadas à resistência antimicrobiana.

“A tripla crise planetária implica em temperaturas mais altas e padrões climáticos extremos, mudanças no uso do solo que alteram sua diversidade microbiana, assim como poluição biológica e química. Tudo isso contribui para o desenvolvimento e a disseminação da resistência antimicrobiana”, destacou o Pnuma.

“A poluição do ar, do solo e dos cursos d’água mina o direito humano a um ambiente limpo e saudável. Os mesmos fatores que causam a degradação do meio ambiente estão agravando o problema da resistência antimicrobiana. E os impactos da resistência antimicrobiana podem destruir nossa saúde e nossos sistemas alimentares”, avaliou a diretora-executiva da entidade, Inger Andersen.
Ações

Dentre o conjunto de medidas sugeridas pelo relatório para o enfrentamento dos supermicróbios estão:

Multiplicar os esforços globais para melhorar a gestão integrada dos recursos hídricos, como promover o abastecimento de água, o saneamento e a higiene;

estimular que países integrem um enfoque ambiental aos planos de ação em nível nacional relacionados com o meio ambiente, como programas nacionais de gestão de resíduos e poluição por químicos e planos de ação em matéria de biodiversidade nacional e planejamento frente à mudança climática;

estabelecer padrões internacionais relativos a indicadores microbiológicos adequados de resistência antimicrobiana a partir de amostras ambientais;

explorar opções para redirecionar investimentos, estabelecer incentivos e esquemas financeiros inovadores, bem como justificar o investimento no sentido de garantir financiamento sustentável, incluindo a alocação de recursos internos suficientes para enfrentar os supermicróbios;

reforçar o monitoramento e a vigilância ambiental, bem como priorizar a pesquisa para fornecer mais dados e evidências que fundamentem melhores intervenções.

“A resistência antimicrobiana requer uma resposta de saúde única que reconheça que a saúde das pessoas, dos animais, das plantas e do meio ambiente estão intimamente ligados e são interdependentes. A prevenção está no centro da ação necessária para deter o surgimento da resistência antimicrobiana e o meio ambiente é uma parte fundamental da solução”, concluiu o relatório.

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Gatilhos emocionais podem desencadear diabetes, como no filho de Marília Mendonça

Leo, filho de Marília Mendonça, desenvolveu diabetes tipo 1 após morte da mãe Reprodução/Instagram

A mãe da cantora Marília Mendonça, Ruth Dias, revelou recentemente que seu neto, Leo, desenvolveu diabetes tipo 1 após a morte da mãe. De acordo com ela, a causa do quadro teria sido de origem emocional, devido à saudade sentida pela criança.

Segundo o endocrinologista Luiz Turatti, do Hospital Moriah, embora o emocional possa estar associado ao surgimento do quadro, a questão não seria a verdadeira causa do diabetes.

“Diabetes emocional é um termo errôneo. O diabetes tipo 1, como o do filho da Marília Mendonça, é uma doença autoimune, que tem seu surgimento associado a condições genéticas. Mas, assim como com infecções, episódios emocionais podem acelerar o processo de desencadeamento da doença e de seu diagnóstico”, afirma.

Porém, o endocrinologista explica que o fator emocional pode, sim, influenciar no controle de glicemias. Isso porque episódios de situações que demandam emoções extremas ativam a excreção de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que podem aumentar ou diminuir a glicemia do paciente.

O endocrinologista Marcelo Miranda, do Vera Cruz Hospital, explica ainda que o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que ocorre um erro de programação do sistema imunológico, atacando e destruindo as células produtoras de insulina no pâncreas, incapacitando a fabricação do hormônio.

Entre os fatores que predeterminam o surgimento da doença estão a genética e a hereditariedade, embora o segundo seja menos comum quando comparado ao tipo 2.

O diabetes tipo 1 é comumente desenvolvido entre a infância e a adolescência. A endocrinologista Livia Guedes explica que, entre os sintomas que podem ser identificados no quadro, estão o grande volume de urina; aumento do apetite, podendo ser definido como “fome insaciável”; excesso de sede; perda de peso, podendo ou não acompanhar um quadro de cetoacidose; demora na cicatrização; formigamento em mãos e pés; e boca seca. Nesse tipo, o controle é feito mediante ao uso de insulinas.

No diabetes tipo 2, diferente do tipo 1, ainda existe a produção de insulina, mas seu funcionamento no organismo é prejudicado, necessitando de remédios via oral para ajudar no controle glicêmico.

Embora esteja associado à idades acima dos 45 anos, cada vez mais crianças e adolescentes estão sendo diagnosticados com a doença devido a hábitos alimentares, sobrepeso e ao sedentarismo, conforme afirma Miranda.

O diabetes gestacional se caracteriza pelo desenvolvimento na gravidez devido a uma produção limitada de insulina, combinada à resistencia da substância por parte hormônios produzidos pela placenta. Esse quadro costuma cessar após o parto.

Turatti afirma que, muitas vezes, a descoberta do quadro na infância acaba chocando mais os familiares do que a própria criança.

“Diante dessa nova realidade, existe todo um processo educativo e de aceitação de todos. É preciso adequar a realidade na alimentação, monitorização glicêmica e de insulina e atividades físicas, assim como a escola tem papel fundamental nesse momento em auxiliar. É importante que todos entendam que o diabetes não é um quadro limitador e que apenas exige cuidados adicionais”, afirma o endocrinologista do Hospital Moriah.

O acompanhamento deve ser multidisciplinar, contando, além do endocrinologista, com nutricionistas, educadores físicos e psicólogos, auxiliando o quadro de maneira global.

O psicólogo André Carneiro, formado pelo Centro Universitário Farias Brito – FB UNI, completa que o impacto dessa nova rotina pode trazer crises de ansiedade, sensação de frustação, tendência a redução da interação social.

Assim, é esperado que algumas crianças fiquem mais reclusas ou até mesmo resistentes ao tratamento – seja médico ou psicológico.

Ele ressalta que o acompanhamento psicológico se faz fundamental para que a criança possa lidar da melhor forma possível com o novo estilo de vida, que demandará de ajustes alimentares, principalmente.

Dia Mundial do Diabetes: como reduzir o risco de Covid grave

Quem tem diabetes vai desenvolver covid-19 na forma grave, necessariamente? Não necessariamente, segundo o endocrinologista Pedro Saddi, diretor da ADJ Diabetes Brasil. Ela afirma que a maior parte das pessoas com diabetes terão a forma leve da doença. ‘No entanto, é impossível prever quem terá uma forma grave da doença, por isso, é fundamental prevenir a exposição ao vírus’, ressalta

Por que o risco de agravamento da covid-19 é maior em quem tem diabetes? O risco é o mesmo no diabetes tipo 1 e 2? A endocrinologista Tarissa Petry, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, explica que diabéticos têm a imunidade comprometida. Se a doença está descompensada, além da imunidade comprometida, há um aumento de substâncias inflamatórias, levando a um aumento da replicação viral. ‘Teoricamente o risco é igual nos dois tipos de diabetes se a doença não estiver sob controle. Porém, o diabetes tipo 2 tem duas agravantes: geralmente ocorre em pessoas com idade mais avançada e está associado ao aumento da gordura abdominal, o que também está associado a maior chance da forma grave’, afirma

Quem tem diabetes deve ter algum cuidado a mais em relação à prevenção da covid-19, por exemplo, ter a doença controlada? Pedro Saddi ressalta que o diabético deve ter os mesmos cuidados que a população geral. ‘Além disso, é possível que um melhor controle da glicemia minimize o risco de covid-19 grave, então esse é mais um motivo para atingir um controle adequado da glicemia’, afirma. Caso contraia a doença, a recomendação, segundo ele, é fazer refeições menores e mais frequentes e manter a hidratação. ‘Pode ser necessário monitorar a glicemia com mais frequência e ajustar a dose das medicações. Nunca interrompa as medicações por conta própria’, frisa

Ao longo da pandemia, qual foi a maior descoberta na relação entre diabetes e covid-19? Para Tarissa, foi a relação entre o diabetes e suas complicações. ‘Além disso, a covid-19 também está relacionada à piora do controle glicêmico. Portanto parece ter uma relação bidirecional’, afirma. Já para Saddi chamou a atenção o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas com diabetes. ‘Elas estão mais propensas a aumentar os níveis de ansiedade e de depressão neste momento e, assim, elevar a glicemia. Outra questão relevante foi a dificuldade de se manter o fornecimento adequado de medicamentos e insumos para pessoas com diabetes. Existe também a hipótese de que o SARS-CoV-2 possa desencadear diabetes em pessoas previamente sãs, mas isso ainda carece de mais estudos’, diz

Quais são os principais cuidados que o diabético deve ter para ter qualidade de vida na pandemia? Ter uma saúde mental equilibrada, fazer o controle da glicemia corretamente e atividade física de forma segura, além de manter uma alimentação adequada, segundo as palavras do endocrinologista. Tarissa destaca ainda a importância de não ter abusos alimentares, principalmente em quantidades, e evitar bebidas alcoólicas

O diabetes tipo 2 é reversível? Como prevenir esse tipo de diabetes? Não é reversível, conforme explica a endocrinologista Mariana Carvalho. ‘A diabetes tipo 2 ainda não tem cura, mas é possível obter controle das glicemias para níveis considerados normais por meio de tratamento adequado, que envolve uso correto e regular de medicamentos e melhora no estilo de vida, com alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, controle do peso e de fatores emocionais’, afirma. Para prevenir, ela indica o controle de peso, alimentação balanceada e prática de atividades físicas

Quais são os principais sinais do diabetes e como é feito o diagnóstico? O diabetes é uma doença assintomática, por isso metade das pessoas que têm a doença não sabe, aponta Tarissa. Ela explica que os sintomas só vão aparecer quando as glicemias estiverem muito altas, que são aumento de sede, fome, aumento da frequência de urinar e emagrecimento. Outros sintomas, de acordo com Saddi, são boca seca, falta de energia, cansaço físico e mental, cicatrização lenta dos machucados, visão embaçada, sonolência, câimbras, formigamentos e infecções recorrentes. Tarissa orienta que, caso tenha fatores de risco, como histórico familiar, aumento de peso, principalmente de gordura abdominal, procure um médico para fazer exames de glicemia.

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O HOJE

Saúde convoca população para vacinar contra Covid-19 antes do Carnaval

Doses em atraso podem comprometer o esquema vacinal e contribuir para o aumento de casos graves no período de festa

Doses em atraso podem comprometer o esquema vacinal e contribuir para o aumento de casos graves no período de festa. | Foto: Reprodução

Após dois anos sem Carnaval de rua devido à pandemia de Covid-19, o Governo de Goiás reforça a importância da atualização das vacinas no prazo adequado para que os imunizantes façam efeito antes do feriado prolongado, a fim de prevenir os casos graves da doença e garantir a segurança dos foliões. Em geral, a proteção começa duas semanas após a segunda dose.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) destaca que todos devem procurar uma unidade de saúde para conferir quais imunizantes estão em atraso para que seja feita a atualização do cartão de vacinas, principalmente em relação às vacinas contra a Covid-19.

De acordo com a Superintendência de Vigilância Sanitária, mais de 2 milhões de goianos que estão aptos a receber a dose de reforço (terceira dose) ainda não o fizeram.

“O imunizante que protege contra a Covid-19 tem prazos muito específicos devido à mutação do vírus. É muito importante seguir as recomendações dos intervalos entre as doses para garantir a eficácia da proteção”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.

Quem pode vacinar

Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação de até cinco doses da vacina contra a Covid-19 a depender da idade e condições de saúde de cada pessoa. Em Goiás, as doses estão liberadas para uma ampla faixa etária que vai desde os seis meses de idade até acima de 80 anos.

A primeira dose é recomendada para todos a partir dos seis meses. As crianças contam com doses infantis específicas. Na semana passada, o Estado recebeu 250 mil doses da Pfizer Baby e Pediátrica. Esses imunizantes são destinados para crianças de até 11 anos de idade. Pessoas acima de 12 anos já podem receber a vacina destinada aos adultos.

A segunda dose da vacina está disponível nas unidades de saúde para todos que tomaram a primeira dose há, pelo menos, um mês.

“Quem recebeu a CoronaVac como primeira dose tem de esperar um mês, quem foi vacinado com a Pfizer ou AstraZeneca tem de esperar dois meses para receber a segunda dose”, explica Flúvia. Quem tomou a dose da Janssen precisa do reforço após dois meses.

Para quem precisa tomar a terceira dose, a dica é procurar o cartão de vacinas para conferir a data da última aplicação já que o intervalo aumenta. O tempo de espera entre a segunda e terceira dose é de quatro meses para quem recebeu a CoronaVac, Pfizer ou AstraZeneca.

Mais uma dose

Em Goiás, a quarta dose está liberada apenas para pessoas acima de 30 anos, trabalhadores da saúde e imunossuprimidos acima de 12 anos que tomaram a terceira dose, de qualquer fabricante, há quatro meses.

“A decisão de vacinar pessoas acima de 30 anos foi tomada após ampla discussão entre os gestores de saúde em Goiás. Essa faixa etária já está abaixo do proposto pelo Ministério da Saúde que é de vacinar com a quarta dose apenas a população acima de 40 anos” reforça Flúvia.

A quinta dose da vacina para a Covid-19 está liberada apenas para os imunossuprimidos com mais de 30 anos. Esse público diz respeito às pessoas com baixa imunidade que apresentam enfraquecimento do sistema imunológico, seja por algumas doenças, por uso de medicamentos ou pela realização de procedimentos médicos.

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O GLOBO

Secretário anuncia reforço do Mais Médicos na crise Ianomâmi e afirma: ‘Muita gente vai ser presa’

As unidades de saúde dentro da terra indígena Yanomami e de Boa Vista, em Roraima, deverão receber novos profissionais do programa Mais Médicos nas próximas semanas, anunciou o secretário de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, nesta terça-feira. Segundo o titular, as inscrições da seleção foram encerradas na última semana.

Criticado por má gestão e falta de assistência nos últimos anos, o Distrito Sanitário Yanomami (Dsei-Y) também terá novos rostos. E não só ele: os coordenadores de todos os 34 distritos indígenas, indicados por Jair Bolsonaro, serão substituídos. Questionado sobre intervenção política na gestão de saúde da terra Yanomami, Tapeba limitou-se a dizer que já há investigação da Polícia Federal em curso.

– Tenho certeza que muita gente vai ser presa – afirmou.

Ainda nesta terça, o Ministério da Saúde divulgou um relatório com todos os dados coletados durante a missão de emergência em Roraima até o momento, o plano de ação, fragilidades e diagnóstico de cenário. Com pouco mais de 100 páginas, o panorama aponta três medidas imediatas: restaurar a Casa de Apoio ao Indígena (Casai), na capital roraimense, desde a estrutura até o estoque de medicamentos; garantir a segurança alimentar dos Yanomamis; e regularizar os contratos de transporte aéreo.

As ações devem ser viabilizadas com o auxílio de recursos extras garantidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a crise na região, citou o secretário. “Realizaremos as melhorias para além do orçamento que a Sesai tem. Há uma decisão da presidência de conseguir recursos orçamentários para resolver a situação.”

Reformar as unidades básicas em todos os territórios indígenas também está nos planos da pasta. São 68, e três estão fechadas. Uma delas foi tomada por garimpeiros ilegais e é usada como depósito.

Relatório Yanomami

Um documento elaborado após vistoria entre 15 e 25 de janeiro no Dsei Yanomami registra a precariedade dos serviços de saúde prestados ao povo da etnia. Redes sujas, portas quebradas e fezes no chão são algumas das cenas na Casai narradas pelo relatório. Segundo o relatório, costuma faltar remédios básicos, como dipirona, e a ala de isolamento não é utilizada.

Já a unidade básica do polo de Surucucu tem capacidade para receber 60 indígenas e atende 23 comunidades, incluindo três ao redor de Surucucu sem equipe médica nas próprias unidades. Faltam profissionais, medicamentos e equipamentos básicos no local. A seringa para medicamentos orais são lavadas apenas com água e reutilizadas. O texto também denuncia roubo de frutas e verduras, em falta na UBS de Surucucu desde julho de 2022. Foi relatada escassez de copos, pratos, panelas e falta de botijão de gás.

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ISTOÉ

Estudo apresenta descobertas inesperadas sobre a ligação entre álcool e demência

Manter o consumo de álcool em um ou dois drinques por dia diminuiu as chances de desenvolver demência, de acordo com um estudo de quase 4 milhões de sul-coreanos. No entanto, beber mais de dois drinques por dia aumenta esse risco, de acordo com o estudo publicado na segunda-feira na revista JAMA Network Open.

Descobrimos que manter o consumo de álcool leve a moderado, bem como reduzir o consumo de álcool de um nível pesado para moderado, estava associado a uma diminuição do risco de demência, disse o primeiro autor, Dr. Keun Hye Jeon, professor assistente do CHA Gumi Medical Center, CHA University em Gumi, Coréia do Sul.

Mas não corra para a loja de bebidas, dizem os especialistas. Este estudo foi bem feito e é extremamente robusto com 4 milhões de indivíduos, mas devemos ser cautelosos para não interpretar demais os resultados, disse o pesquisador de Alzheimer, Dr. Richard Isaacson, neurologista preventivo do Instituto de Doenças Neurodegenerativas da Flórida. Ele não estava envolvido no novo estudo.

O uso de álcool pode ser um fator de risco para câncer de mama e outros, e consumir muito pode contribuir para problemas digestivos, doenças cardíacas e hepáticas, hipertensão, derrame e um sistema imunológico fraco ao longo do tempo, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. .

Existem bandeiras vermelhas para a doença de Alzheimer também. Por exemplo, se uma pessoa tem uma ou duas cópias da variante do gene APOE4, que aumenta o risco de desenvolver a doença mental, beber não é uma boa escolha, disse Isaacson.

O álcool demonstrou ser prejudicial para os resultados cerebrais em pessoas com esse gene de risco e cerca de 25% da população dos EUA carrega uma cópia do APOE4, disse ele.

Dimensionar o consumo de álcool

O novo estudo examinou os registros médicos de pessoas cobertas pelo Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia (NHIS), que oferece um exame de saúde gratuito duas vezes por ano para segurados sul-coreanos com 40 anos ou mais. Além de fazer vários testes, os examinadores perguntaram sobre os hábitos de beber, fumar e praticar exercícios de cada pessoa.

O estudo analisou os dados coletados em 2009 e 2011 e categorizou as pessoas por seus níveis de consumo relatados. Se uma pessoa disse que bebeu menos de 15 gramas (aproximadamente 0,5 onças) de álcool por dia, ela foi considerada bebedora leve.

Nos Estados Unidos, uma bebida padrão contém 14 gramas de álcool, que é aproximadamente o mesmo que 12 onças de cerveja normal, 5 onças de vinho ou 1,5 onças de destilados.

Se os participantes do estudo dissessem aos médicos que bebiam de 15 a 29,9 gramas por dia o equivalente a duas bebidas padrão nos EUA os pesquisadores os categorizavam como bebedores moderados. E se as pessoas dissessem que bebiam mais de 30 gramas, ou três ou mais drinques por dia, os pesquisadores os consideravam bebedores pesados.

Os pesquisadores também analisaram se as pessoas mantiveram ou mudaram a quantidade que bebiam entre 2009 e 2011, disse Jeon.

Ao medir o consumo de álcool em dois momentos, pudemos estudar a relação entre reduzir, cessar, manter e aumentar o consumo de álcool e a incidência de demência, disse ele.

A equipe então comparou esses dados com registros médicos em 2018 sete ou oito anos depois para ver se alguém estudado havia sido diagnosticado com demência.

Depois de ajustar para idade, sexo, tabagismo, nível de exercício e outros fatores demográficos, os pesquisadores descobriram que as pessoas que disseram beber em um nível leve ao longo do tempo cerca de uma bebida por dia tinham 21% menos probabilidade de desenvolver demência do que as pessoas que nunca beberam.

As pessoas que disseram que continuaram a beber em nível moderado, ou cerca de dois drinques por dia, tiveram 17% menos chances de desenvolver demência, segundo o estudo.

É preciso ser cauteloso ao interpretar estudos usando registros médicos. Eles podem estar repletos de desafios em como as doenças são codificadas e estudadas, disse Isaacson. Sempre que você pede às pessoas que recordem seus comportamentos, como beber, isso deixa espaço para erros de memória.

Perigos de aumentar o consumo ao longo do tempo

O padrão positivo não continuou à medida que o consumo aumentava. As pessoas que bebiam muito três ou mais drinques por dia tinham 8% mais chances de serem diagnosticadas com demência, segundo o estudo.

Se os bebedores pesados ​​reduziram o consumo de álcool ao longo do tempo para um nível moderado, o risco de serem diagnosticados com Alzheimer caiu 12% e o risco de demência por todas as causas caiu 8%.

No entanto, as pessoas não são muito boas em julgar quanto álcool estão bebendo, disse Isaacson.

As pessoas realmente não monitoram suas doses de vinho, por exemplo, disse Isaacson. Eles podem pensar que estão bebendo uma taça de vinho de tamanho padrão, mas na verdade é uma taça e meia de cada vez. Beba duas dessas doses e eles terão três taças de vinho. Isso não é mais um consumo leve ou moderado.

Além disso, muitas pessoas que pensam que bebem moderadamente bebem apenas nos fins de semana. O consumo excessivo de álcool está aumentando em todo o mundo, mesmo entre adultos , mostram estudos .

Se alguém bebe cinco drinques no sábado e no domingo, são 10 drinques por semana, o que se qualificaria como uma ingestão moderada de álcool, disse Isaacson. Para mim, isso não é o mesmo que tomar uma taça de vinho cinco dias por semana com uma refeição, o que retarda o consumo.

O novo estudo também descobriu que começar a beber em um nível leve foi associado a uma diminuição do risco de demência e Alzheimer, que, até onde sabemos, nunca foi relatado em estudos anteriores, escreveram os autores.

No entanto, nenhuma das diretrizes de saúde existentes recomenda começar a beber álcool, disse Jeon, acrescentando que, como o estudo foi observacional, nenhuma causa e efeito pode ser determinado.

Nossas descobertas sobre o início do consumo moderado de álcool não podem ser traduzidas diretamente em recomendações clínicas, garantindo assim estudos adicionais para confirmar essas associações, disse Jeon.

Um estudo publicado em março de 2022 descobriu que apenas um litro de cerveja ou uma taça de vinho por dia pode diminuir o volume geral do cérebro, com o dano aumentando à medida que aumenta o número de bebidas diárias.

Em média, as pessoas entre 40 e 69 anos que bebiam um litro de cerveja ou um copo de 6 onças de vinho por dia durante um mês tinham cérebros que pareciam dois anos mais velhos do que aqueles que bebiam apenas metade de uma cerveja, de acordo com o estudo anterior.

Eu nunca sugeri pessoalmente a alguém que começasse a beber quantidades moderadas de álcool se fosse abstinente, disse Isaacson. Mas realmente não existe uma abordagem única para aconselhar um paciente sobre o consumo de álcool.

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MEDICINA S/A

Filas de cirurgias precisam ser monitoradas pelo SUS

Uma informação importante sobre a situação atual das filas de cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS) é, na verdade, a ausência de um dado: não se sabe quantas pessoas esperam hoje pelos procedimentos em cada canto do país. A vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Marília Louvison, descreve que o diagnóstico, quando existe, encontra-se apenas em nível municipal, e precisa ser consolidado em nível estadual e federal. Professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), ela defende que o trabalho que o SUS terá pela frente para vencer o represamento de cirurgias passa, primeiro, por dimensioná-lo.

O maior problema hoje para o novo ministério é a falta de informação. Você não sabe exatamente quantas pessoas estão na fila da cirurgia de vesícula, por exemplo. Quais têm riscos e precisam operar logo, quais são menos graves e podem esperar. As esperas e as filas precisam ser melhor monitoradas pelo SUS como um todo, afirma.

Reduzir a espera de pacientes do SUS está entre as prioridades do Ministério da Saúde, que lançou o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Um montante de R$ 600 milhões em recursos foi garantido para a iniciativa pela PEC da Transição, e a primeira remessa, cerca de R$ 200 milhões, será destinada a cirurgias eletivas.

O secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Helvécio Magalhães, reconheceu que, para produzir mudanças estruturantes, será preciso conhecer a fila. Esse levantamento permitirá criar uma lista nacional dos pacientes que aguardam por procedimentos médicos, consolidar um banco de informações, regular a oferta de serviços com apoio de ferramentas, como o telessaúde, e os protocolos de acesso à atenção especializada. A promessa é dar um tratamento diferenciado à Região Norte, em razão da difícil fixação de profissionais de saúde, principalmente especialistas.

Caberá aos estados, em um primeiro momento, encaminhar ao Ministério da Saúde os planos de trabalho para homologação e transferência do dinheiro. Marília Louvison explica que, nesses planos, os estados poderão reunir as informações de seus municípios e passá-las adiante.

Aí, a gente teria uma possibilidade de monitorá-los, porque os estados vão dizer qual é a necessidade, qual é a sua possibilidade de oferta, quantas pessoas têm que contratar para fazer isso. Assim será possível saber em qual território e em qual procedimento a cirurgia está demorando muito, e poder apoiar, enviar recursos, remanejar profissionais e serviços, para reduzir as desigualdades.

Ao mesmo tempo em que o Estado precisa conhecer a real situação das filas para reduzi-las, os pacientes também precisam ter acesso transparente ao tempo que vão esperar, sua posição na fila e como está a espera em outras partes do país. Marília argumenta que esse ponto é importante inclusive para tranquilizar aqueles que aguardam atendimento.

“Sempre serão filas, mas devem ser filas somente para organizar quem vai primeiro e todos ficarem tranquilos que daqui a pouco chega a sua vez. E não com a sensação de que, ao entrar na fila, nunca mais você vai resolver o problema. O sistema precisa ter transparência para criar confiança nas pessoas”, defende. A fila não é um lugar de cuidado. Você saiu de um lugar e ainda não chegou no outro, e tem que gerenciar sozinho a sua angústia em saber se você pode continuar esperando ou não. O SUS precisa garantir a gestão dessa fila”.

Represamento

Apesar de não haver a informação exata de quantas pessoas esperam cirurgias, a vice-presidente da Abrasco explica que o represamento desses procedimentos é uma realidade conhecida, e está relacionado a fatores como falta de recursos, escassez de especialistas em algumas partes do país e dificuldades de regulação dos atendimentos. Isso faz com que as pessoas nas filas sejam apenas uma parte das afetadas pelo problema, porque há ainda as que aguardam por um diagnóstico para entrar nas filas.

A situação se agravou com a pandemia de covid-19, lembra ela, quando procedimentos precisaram ser suspensos e recursos hospitalares foram concentrados no tratamento do grande número de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Na maioria do país, os hospitais estão com muita dificuldade de recursos e equipes para retomar os processos, reorganizar seus serviços cirúrgicos e recompor as possibilidades de avaliação das filas, para poder realizar os procedimentos e resolver a vida de muitas pessoas que estão aguardando.

A demora na realização de cirurgias contribui, em alguns casos, para o agravamento do quadro clínico dos pacientes, fazendo com que, em algum momento, precisem ser operados com urgência. No caso de pacientes oncológicos, a demora pode reduzir as possibilidades de cura. Já para pacientes ortopédicos, ou que aguardam com casos de hérnia ou catarata, há perda considerável na qualidade de vida e até na autonomia, exemplifica.

“Acaba havendo uma urgencialização dos eletivos. Aquilo que podia esperar, chega em uma hora em que não pode mais, e você tem uma complicação, uma infecção e, de repente, tem que fazer uma cirurgia de urgência com muito mais risco. Você acaba indo frequentemente no pronto-socorro, convive com dor.

Municípios

O presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde, Wilames Freire, considera importante que o programa tenha um funcionamento desburocratizado para atender às necessidades de cada região. Ele lembra que nem todas as cidades possuem estrutura para a realização de cirurgias eletivas, e que será preciso reforçar as unidades de referência de cada região de saúde com recursos, equipes maiores e horas extras, de modo a ter mais espaço nas agendas.

“O que estamos provocando é que também sejam mobilizadas unidades privadas, que possam ser contratadas por secretarias municipais e estaduais e entrem como complemento da rede pública. Com isso, vamos agilizar a realização de cirurgias e aumentar o quantitativo de profissionais disponíveis”, complementou.

Freire explica que as grande filas não significam que o sistema parou de realizar cirurgias. O que tem acontecido, na avaliação dele, é uma natural priorização das cirurgias de urgência e um represamento crescente dos procedimentos eletivos desde a pandemia de covid-19. “Não é que os serviços não estão operando, eles estão operando em um ritmo normal, mas a carga de pacientes e procedimentos tem aumentado significativamente. Então, é preciso ampliar o acesso a esses serviços”.

Para o gestor, é impossível prever em quanto tempo a situação poderá ser normalizada. Ele pede, entretanto, que haja recursos garantidos para manter um sistema organizado para a realização de cirurgias eletivas no longo prazo.

“O que estamos solicitando ao governo federal é que, durante os quatro anos, sejam disponibilizados R$ 3,5 bilhões. Assim, teríamos condição de não só zerar a fila, mas dar sequência ao projeto. Queremos uma política perene, permanente, para fixar o profissional no serviço, e para que a unidade gestora tenha tranquilidade para manter um funcionamento. Tudo isso vai ser estudado, mas o importante é nós iniciarmos.” (Com informações da Agência Brasil)

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