Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 10 A 12/03/18

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Sindicato denuncia que apenas cinco ambulâncias do Samu rodaram no domingo, em Goiânia
Após mortes de pacientes, visitas estão suspensas na Vila São Cottolengo, em Trindade
Usuários reclamam de demora no atendimento do Hospital de Urgências de Trindade
Família denuncia que mulher morreu à espera de UTI em Trindade
Cartilha orienta médicos a agir em situações de emergência durante voos
Goiás tem R$ 1,33 bi a receber da União
Hospitais negam vagas de UTI
De 23 ambulâncias, apenas 9 estão rodando
Mulheres são vítimas de modelo ideal feminino
As mortes pela "seleção" de UTIs
Secretária municipal da Saúde admite que hospitais recusam pacientes para leitos de UTI
Hora de se mexer
Fátima Mrué começa a dar sinais de que não se sustentará no cargo
Condutores de ambulância denunciam assédio moral pela gestão Iris
Residente ameaçado busca ajuda psiquiátrica antes de decidir se assumirá vaga em hospital
Portas da medicina serão fechadas


TV ANHANGUERA/GOIÁS

Sindicato denuncia que apenas cinco ambulâncias do Samu rodaram no domingo, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/sindicato-denuncia-que-apenas-cinco-ambulancias-do-samu-rodaram-no-domingo-em-goiania/6571060/

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Após mortes de pacientes, visitas estão suspensas na Vila São Cottolengo, em Trindade
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/apos-mortes-de-pacientes-visitas-estao-suspensas-na-vila-sao-cottolengo-em-trindade/6571041/

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Usuários reclamam de demora no atendimento do Hospital de Urgências de Trindade
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/usuarios-reclamam-de-demora-no-atendimento-do-hospital-de-urgencias-de-trindade/6569432/

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Família denuncia que mulher morreu à espera de UTI em Trindade
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/familia-denuncia-que-mulher-morreu-a-espera-de-uti-em-trindade/6570846/
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ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cartilha orienta médicos a agir em situações de emergência durante voos

Quando uma pessoa passa mal em um voo, a tripulação pergunta aos passageiros se existe algum médico a bordo. É obrigação ética do médico se apresentar para ajudar no atendimento do passageiro. Para dar essas orientações aos médicos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) lança hoje (12) a cartilha Medicina aeroespacial: orientações gerais para médicos a bordo.
A publicação será disponibilizada para pacientes, médicos e companhias de aviação e traz informações sobre como agir nessas situações, especialmente pelo fato de estarem em um ambiente estranho, onde as condições de temperatura e pressão são diferentes e o espaço físico é limitado. Mesmo que os tripulantes recebam treinamento para situações de emergência, a ajuda de passageiro médico a bordo pode ser solicitada em casos mais graves.
O coordenador da Câmara Técnica de Medicina Aeroespacial do CFM, Emmanuel Fortes, diz que os temas relacionados à altitude e à adaptação do corpo a essas condições não são tratados com profundidade nas faculdades de medicina. "Hoje as estatísticas mostram que quase 3 bilhões utilizam o transporte aéreo anualmente. Metade da população está voando, então temos que ter cuidado mesmo", diz Fortes.
Entre os problemas de saúde mais frequentes em voos estão desmaios, sintomas respiratórios e cardíacos, convulsões, náuseas, vômitos e reações alérgicas. Segundo a CFM, as ocorrências médicas a bordo são decorrentes de estresses fisiológicos relacionados à altitude, e podem agravar-se com doenças preexistentes dos passageiros.
A legislação brasileira obriga as empresas aéreas a disponibilizarem, em aviões comercias, o chamado Conjunto Médico de Emergência, que contém medicamentos como analgésicos, antialérgicos, além de adrenalina, seringas, agulhas e equipamentos como desfibrilador e estetoscópio.
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O POPULAR

Goiás tem R$ 1,33 bi a receber da União

TESOURO Valor diz respeito a restos a pagar para prefeituras empenhados ainda no exercício do ano I passado e que ficaram para 2018; segundo a FGM, obras de escolas e unidades de saúde estão paradas
Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que os municípios goianos têm um pouco mais de R$ 1,33 bilhão para receber da União. O valor diz respeito a restos a pagar de 2017 que foram empenhados ainda no exercício do ano passado, mas não foram quitados até 31 de dezembro e deixadas, portanto, para 2018.
De acordo com os dados, houve ainda crescimento dos restos a pagar globais do governo federal. Na passagem do ano de 2016 para 2017, o total de recursos inscritos e reinscritos somou R$ 148,2 bilhões; já os restos de 2017 somaram, no total, R$ 115 bilhões. O número representa um aumento de R$ 6,8 bilhões, ou 4,6%.
Deste valor, R$ 37 bilhões são referentes aos municípios e grande parte dos recursos é referente á obras, incluindo programas criados pelo próprio governo federal no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Estado com a maior quantia a receber é São Paulo, cujos créditos com o Tesouro ultrapassam os R$ 4 bilhões; em seguida aparecem a Bahia, com R$ 2,813 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 2,8 bilhões. Os restos a pagar para Ceará, Pará e Rio de Janeiro também superam a casa dos R$ 2 bilhões para cada.
Por outro lado, quem tem menos a receber são os Estados de Mato Grosso do Sul, Acre e Amapá, que, ainda assim, têm a receber, respectivamente, R$ 538 milhões, R$ 353 milhões e R$339 milhões.
Em termos de áreas, a maior parte dos restos a pagar são dos Ministérios da Saúde, da Educação e de Cidades. Juntos, eles concentram R$ 71,8% da dívida com os municípios.
Questionado, o Tesouro Nacional informou que apenas repassa valores financeiros que envolvem não só os restos a pagar, mas também outras despesas, aos ministérios setoriais. "A definição de quanto deverá ser gasto com cada uma dessas rubricas cabe ao ministério setorial, informou a assessoria.
Segundo o presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), o prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves (MDB), a questão dos restos a pagar é uma demanda urgente dos municípios. "É uma grande reclamação de vários prefeitos, porque o governo federal cria programas com várias creches, unidades de saúde e escolas. E, agora, estão várias delas praticamente paradas. "
"Algumas são de gestões anteriores, outras de agora. O governo faz o programa e depois não tem dinheiro para terminar. Não tem município em Goiás sem obra paralisada ou inacabada", destaca.
A situação é ainda mais grave, segundo ele, porque os restos a pagar não são, em alguns casos, referentes apenas a 2017 e há o risco, inclusive, de que valores anteriores ao ano passado sequer cheguem a ser repassados. "Tem prefeitura com obra que começou lá em 2013. Aí, por problema técnico, de engenharia, como o município não tem dinheiro para corrigir, fica defasada", explica.
ESCOLAS
Além do problema no repasse dos valores devidos, o presidente da FGM aponta outro gargalo dos programas de investimentodo governo federal: a falta de dinheiro para a manutenção das escolas e unidades de saúde. "Os governos criam o programa, o prefeito adere no afã de ajudar a comunidade, mas depois tem outro problema, que é o valor de custeio, que é altíssimo", reclama.
"Temos conversado com os ministros, com a Controladoria-Geral da União (CGU), com o Tribunal de Contas da União (TCU) para tentar a liberação desses recursos", contou. "Estivemos com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para falar sobre as Unidades Básicas de Saúde (UBAs) e ele prometeu destravar algumas delas. "
Os restos a pagar devem ser, aliás, uma das pautas da Marcha a Brasília, promovida atualmente pela CNM. Em maio, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e outros parlamentares devem apresentar as reivindicações dos municípios ao governo federal.
Haroldo, que toma posse em maio como um dos vice-presidentes da CNM, afirmou que um dos maiores desafios das entidades representativas vai ser mudar o entendimento de uma portaria interministerial de 2016 que vetaria a liberação de recursos para cidades com obras inacabadas.
"Queremos mudar o entendimento dessa portaria, porque essas obras atrasam por vários elementos. Por atraso dos recursos, atrasos na medição da obra, burocracia etc. Aí, querem forçar o prefeito a terminar a obra, mas como ele vai fazer isso? O governo federal não cumpre o cronograma ou por falta de dinheiro ou por burocracia. A empreiteira abandona a obra e você tem que romper o contrato com ela. Fazer outro processo licitatório. São várias questões", diz Haroldo.
"Não defendemos que a obra seja feita com irregularidades, mas às vezes são detalhes burocráticos que travam a obra por causa de R$ 5 mil e você perde o recurso de R$ 5 milhões. Precisamos debater com os ministros, com a CGU e com o TCU."
As novas licitações para essas novas obras, aliás, são outro imbróglio, já que, em muitos casos, o projeto foi feito há cinco, dez anos e os valores estão desatualizados. "A gente faz o processo e não aparece ninguém interessado, porque o preço está abaixo da realidade atual. "
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Hospitais negam vagas de UTI

SAÚDE Secretária afirma que 81 solicitações foram negadas pelos hospitais credenciados nos primeiros dois meses do ano. Associação afirma que gestores não recusam paciente se houver vaga

Em janeiro e fevereiro deste ano, os hospitais que prestam serviço à Prefeitura de Goiânia negaram 81 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sem justificativa plausível. O levantamento foi repassado pela secretária de Saúde da capital, Fátima Mrue, que garante que irá rever os planos de trabalho que constam no contrato de cada uma das instituições. "Eles não têm direito de negar", disse. A informação foi dita pela gestora durante depoimento na Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades da Saúde em Goiânia.
Os dados foram levados pela gestora ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) na última terça-feira, em reunião com a presença dos hospitais conveniados. Questionada se os contratos seriam rescindidos, uma vez que o serviço não foi prestado, a secretária disse acreditar que não. "Faremos uma readequação. Talvez eles (os hospitais) nesse momento não estejam conseguindo entregar aquele serviço que estava no plano de trabalho anterior, então é a oportunidade de rever e trabalhar com harmonia o gestor e o prestador", disse.
Vice-tesoureiro da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), Álvaro Soares disse que desconhece os dados repassados por Fátima. "Como é que eu estou com leito vago e vou negar paciente? Leito vago é prejuízo", disse. Soares frisou que quem sabe dos leitos vagos é a regulação, e o médico regulador é quem faz o encaminhamento. De acordo com ele, os hospitais lançam no sistema de forma correta todas as vagas que ficam disponíveis.
Na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia repassou aos vereadores da CEI uma lista com a relação de leitos ocupados e desocupados diariamente entre agosto de 2016 e agosto de 2017. Conforme dados compilados pela equipe do vereador Elias Vaz (PSB), relator da CEI, em 2016 havia, em média, 89 leitos desocupados de UTI adulto e 172 leitos ocupados. Em 2017, de janeiro a agosto, a média era de 128 leitos desocupados e 169 ocupados.
Álvaro Soares voltou a frisar que os hospitais não deixam leitos de UTIs vagos. "O custo do leito é muito alto para ele ficar vago. A gente nunca deixa de receber um paciente se tem leito vago", disse. Questionado sobre a ocupação de leitos por pacientes de planos de saúde, o vice-tesoureiro da Aheg disse que se houver leito vago, os hospitais recebem. "Se eu tenho 10 leitos credenciados para o SUS (Sistema Único de Saúde), não fica o tempo todos disponíveis para o SUS", disse. Isso porque, de acordo com ele, caso o leito esteja vago e chegue um paciente de plano de saúde, o leito é ocupado.
Em matéria divulgada em outubro do ano passado, O POPULAR mostrou que números oficiais apontaram que em 2016 somente 36,4% da capacidade dos leitos de UTI em Goiânia foi usada. A recomendação do Ministério da Saúde é de 90% de ocupação. Dentre os motivos apontados estava o fato de que há vagas que não existem mais e ainda ficam registradas no Ministério da Saúde, outras que não podem ser usadas por estarem interditadas e até casos em que o lugar é ocupado por pacientes de planos de saúde privado.
Sobre as 81 recusas de vaga, conforme dados da secretária, o presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), José Silvério Peixoto Guimarães, disse achar difícil que o hospital ofereça a vaga e depois retire. "A não ser que tenha recebido um paciente urgente que ficou com a vaga do SUS", disse.
Ao final dos depoimentos, a CEI da Saúde aprovou requerimento do relator, Elias Vaz, cobrando da Prefeitura a documentação completa dos pacientes que foram rejeitados pelos hospitais conveniados e o nome das unidades de saúde que recusaram o atendimento.
RELATÓRIOS
Na última segunda-feira, vereadores da CEI da Saúde denunciaram na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) pacientes que morreram na fila por uma vaga de UTI enquanto havia leitos ociosos.
Eles usaram como base o relatório de leitos desocupados repassado pela SMS, assim como relatório da Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Goiás de 2016.0 documento fala de seleção de vagas, sendo que um dos trechos diz que prestadores de serviço dos hospitais relataram que estavam liberando vagas de internação para a Central de Regulação somente após avaliarem as condições e o quadro clínico do paciente.
Conforme consta no relatório, o conhecimento prévio do caso clínico pelo médico que irá receber o paciente é necessário para validar que a unidade possui estrutura para atender e para que a equipe se organize para agilizar o atendimento, "mas jamais gerar um processo de seleção dos pacientes com menor gravidade, a fim de selecionar os que irão gerar menor custo e/ou maior lucro".
A secretária disse em entrevista na semana passada que tem feito uma auditoria constante para averiguar como tem sido as ocupações de leitos de UTI. De acordo com ela, equipes visitam diariamente os 486 leitos que existem na capital.
"Por que acha que estamos hostilizando a senhora?"
Na Comissão Especial de Inquérito (CEl) que apura irregularidades na Saúde da capital, na Câmara de Goiânia, os vereadores não pouparam críticas não à secretária de Saúde, Fátima Mrue, indo além das avaliações da gestão. Em um momento, o vereador Felisberto Tavares (PR) questionou: "Porque acha que estamos hostilizando a senhora?"
Fátima respondeu dizendo não saber porquê os vereadores não gostam de sua presença no cargo. "Apenas lamento. Em nenhum momento revidei nada da hostilidade ou fui agressiva com vocês, apesar de ter sido recebida dessa forma", afirmou.
Em seguida, o presidente da CEl, Clécio Alves (MDB), justificou no sentido de pontuar que o tratamento é recíproco. "O que os vereadores são quando vão à secretaria? A secretária trata vereador igual cachorro. A secretária não atende vereador, não conversa com vereador, acha que está acima do bem e do mal. Estou no meu quinto mandato eu nunca fui tão maltratado por uma gestão", disse.

Como é que eu estou com leito vago e vou negar paciente? Leito vago é prejuízo"
Álvaro Soares, Vice-tesoureiro da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg)
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De 23 ambulâncias, apenas 9 estão rodando

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia possui 23 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em sua frota, mas somente nove estão rodando. A quantidade mínima que deveria estar em funcionamento é 17. De acordo com o superintendente do Samu na capital, André Luiz Braga, o restante da frota está em manutenção.
Da frota existente, 10 carros são de 2010 e já poderíam ter sido trocados há três anos, conforme informações repassadas pelo diretor-geral do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, João Salame Neto. As ambulâncias com mais de cinco anos de uso são substituídas pelo governo federal mediante solicitação do município.
Braga afirmou que um fluxo administrativo precisa ser seguido para que a frota seja renovada. "É importante que a população saiba que o Ministério da Saúde não troca frota de forma fácil. Tem que sanar as pendências administrativas, que vamos fazer nos próximos dias", disse. As pendências, segundo ele, são veículos do município que ainda estão no nome do Ministério. Assim que resolvido, a Prefeitura buscará a mudança.
A secretária de Saúde Fátima Mrue afirmou que paralelamente à busca de nova frota junto ao governo federal, a Prefeitura está buscando comprar ambulâncias, o que pode acontecer durante o processo de renovação do Ministério.
PROBLEMAS
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Saúde da capital apontou um superfaturamen-to na manutenção da frota da secretaria em um contrato que foi mantido de 2012 a 2016. No período, a Prefeitura pagou R$ 14 milhões na manutenção de toda a frota de 369 veículos, entre carros populares, caminhonetes, vans e ambulâncias.
O veículo encontrado pelos vereadores com maior quantidade de manutenção foi uma ambulância em que os reparos em um ano e meio somaram quase R$ 90 mil. Em visita à oficina, os vereadores encontraram a ambulância parada. O mecânico teria informado aos parlamentares que o veículo está no local desde agosto.
Depois que o contrato com a empresa que fazia o serviço de manutenção dos veículos venceu, no final do primeiro semestre do ano passado, o serviço foi prestado sem contrato pela Mecânica Inovar. A ex-gerente de Transportes da SMS Maxilânia Clemente foi à CEI nesta semana e um áudio, que seria dela e do diretor de Administração e Logística da Secretaria Municipal de Saúde(SMS) LuizTeófilo, foi apresentado. Nele, Teófilo teria dito, em janeiro deste ano, que a ex-gerente deveria escolher a empresa Inovar para prestar o serviço de manutenção.
Ele justificou à CEI que a orientação era para somente encaminhar os veículos que já possuíam garantia junto à mecânica, uma vez que a manutenção foi realizada no local no segundo semestre do ano passado. Além disso, disse que o encaminhamento deveria ser mediante cotação de preço, como sempre é feito.
Ontem, André Braga afirmou também que Luiz Teófilo o apresentou para a Mecânica Inovar, para que prestassem o serviço mediante posterior indenização. O serviço permaneceu desta forma, sem contrato, durante seis meses, no ano passado. Braga disse que não podería deixar de ter o serviço. "Não poderiamos ficar sem a manutenção dos nossos carros, porque seria risco ao usuário", disse.
A secretária Fátima Mrue afirmou que existe previsão legal para pagamentos por indenização. De acordo com ela, isso foi feito quando observado que o hiato entre um contrato e outro iria demorar muito. "Nós tomamos essa medida para proteger os pacientes e permitir que fossem feitos os reparos dentro do que é recomendado", disse. Conforme secretária, houve um rito legal, com orçamentos e cotação de preço com outras empresas.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Mulheres são vítimas de modelo ideal feminino

Devido a busca incessante pela perfeição em todas as relações, o público feminino tem sofrido até três vezes mais com transtornos psiquiátricos
No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, muito se falou sobre a saúde orgânica feminina e o papel social da mulher na atualidade. Porém, tão atual como qualquer luta igualitária de gênero, é a realidade vigente dos transtornos psiquiátricos que acometem saúde mental do público feminino.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, OMS, hoje as mulheres são as que mais sofrem com os chamados transtornos psiquiátricos e, entre esses, os que mais as acometem são os transtornos de exposições: como ansiedade e depressão. Isso porque a mulher vive, quase sempre, uma rotina extenuante e tendo que se desdobrar entre os filhos, a casa e o trabalho sendo muito exigida em todos as frentes.
Podemos dizer que os transtornos de exposição são o grande adoecedor da mente e do emocional femininos. No caso da ansiedade, chega a se registrar três vezes mais mulheres com ansiedade do que os homens; quanto à depressão a proporção é de dois por um. E, a partir desses quadros os sintomas clássicos de cada condição, como a sensação persistente de tristeza ou perda de interesse podendo levar variedade de sintomas físicos e comportamentais. Estes podem incluir, ainda, alterações no sono, apetite, nível de energia, concentração, comportamento diário ou autoestima. A depressão também pode ser associada a pensamentos suicidas. Os transtornos de ansiedade podem também incorrer em desdobramentos da condição, como a síndrome do pânico, por exemplo.
De acordo com o médico psiquiatra Murilo Leite, estudos apontam que as mulheres são as principais vítimas desse tipo de mal também pelo fator orgânico. As alterações hormonais importantes, principalmente dos hormônios sexuais femininos, como a progesterona, verificadas nos ciclos menstruais, gravidez e menopausa, com picos e vales de concentração no organismo, acabam por deixar a mulher mais suscetível aos transtornos. Em situações como a gravidez, privação do sono e a dificuldade de adaptação à nova condição também são fatores desencadeantes.
Porém, o médico adianta: ainda que haja a questão hormonal, é o estresse diário um dos grandes motivadores dos transtornos psiquiátricos femininos. Jornadas duplas e triplas que incluem a responsabilidade pela educação dos filhos, manutenção da casa e gerenciamento de crises familiares são fortes motivadores do adoecer feminino verificados na atualidade.
O mundo moderno criou a figura da chamada mulher do novo século, que "deve" ser independente, moderna em suas posições, multiprofissional, trafegar bem entre profissão, família e ainda tem tempo de ser uma amante atenciosa e disposta no final dia. Perfeição estética também tem sido um fator extenuante junto ao público feminino. "Ninguém consegue atingir tal modelo sem perdas, se é que ele pode ser atingido" afirma o psiquiatra. Porém, ao insistir nessa busca, elas acabam adoecendo emocional e psicologicamente. Porém, ainda que claramente utópico, as mulheres tentam, cada vez mais, atingir tal ideal se sacrificando em todos os segmentos e sofrendo com a autocobrança e autoaceitação da própria condição. "O preço do mundo moderno tem sido muito alto para a maioria das mulheres, sentencia o médico"
A boa notícia, segundo Murilo Leite, é que os transtornos psiquiátricos têm tratamento e podem ser prevenidos. Na prevenção, excetuando-se a questão hormonal, mais específicas, a mulher deve, assim que começar a identificar oscilações em seu próprio humor, rever situações práticas que estejam desencadeando a condição e tentar revertê-las.
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As mortes pela "seleção" de UTIs

Um grupo de vereadores de Goiânia entregou ao titular da Delegacia de Homicídios, Thiago Damasceno, uma grave, gravíssima denúncia de seleção de pacientes para leitos de UTI credenciados ao SUS, que, de acordo com eles, 'em muitos casos, resulta em mortes". O delegado explicou a visita e a denúncia dos edis de Goiânia: "O que os vereadores trouxeram aqui hoje são fatos graves que envolvem a saúde pública e que serão apurados. Repassaremos o caso à Superintendência da Polícia Civil, que vai determinar qual delegacia deve realizar essa investigação", disse ele. A documentação foi entregue pelo relator da Comissão Especial de Inquérito que apura a situação, no caso, o vereador Elias Vaz (ele é do PSB).
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Secretária municipal da Saúde admite que hospitais recusam pacientes para leitos de UTI

Fátima Mrué, admitiu, em depoimento ontem à Comissão Especial de Inquérito, na Câmara Municipal, que, entre janeiro e fevereiro deste ano, 81 pacientes foram recusados por hospitais da rede credenciada "sem justificativas aceitáveis". A informação foi repassada depois de questionamento do relator da CEI, vereador Elias Vaz (PSB), sobre a seleção de pacientes para vagas de "Esse dado é gravíssimo. Comprova que os hospitais estão escolhendo quem será atendido, quem vai ter acesso a um leito de UTI. Muitos acabam morrendo enquanto há leitos ociosos. É homicídio", afirmou o vereador. "É muito grave, inaceitável e por isso levamos a situação aos promotores", disse a secretária. Fátima Mrué afirmou que os dados foram encaminhados ao Ministério Público Estadual e Federal e que o Município recebeu prazo de um mês para revisar os contratos com os hospitais.
"Queremos que informem qual exatamente a quantidade de pacientes que podem atender", explicou. Elias Vaz cobra medidas mais efetivas e ágeis. "O Município precisa aplicar as medidas administrativas necessárias, como multa ou até descredenciamento. Há unidades interessadas em atender, o que não pode continuar é essa situação, em que pacientes morrem por falta de atendimento. Além dessa questão administrativa, os casos precisam ser tratados como o que realmente são, ou seja, crime de homicídio".A Comissão já aprovou requerimento do relator cobrando da prefeitura a documentação completa desses pacientes e quais foram os hospitais que recusaram atendimento. No início da semana, os vereadores denunciaram à polícia os casos de morte por falta de UTI enquanto relatórios da própria prefeitura apontam que há vagas. Segundo o relatório, a média de leitos ociosos é de 41 %. O Ministério da Saúde recomenda que a ocupação seja de cerca de 90%.
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Hora de se mexer

Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo alerta para importância de exercícios, Infarto, hipertensão e diabetes são provocados em quem não se exercita

Você se exercita? Com qual frequência? Faz exames regularmente para saber se a sua saúde está boa ou se índices e taxas, como nível de gordura no sangue, estão dentro dos patamares aceitáveis? Essas preocupações, infelizmente, não fazem parte do cotidiano de milhões de brasileiros, que ainda não se movem, literalmente, em busca de uma vida mais saudável.
Para alertar pessoas, organizações e governos sobre esse problema, ontem (10) foi comemorado o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo. A data foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para colocar em pauta a importância de práticas saudáveis, como atividades físicas e alimentação adequada.
O sedentarismo está associado a doenças crônicas como o infarto, a hipertensão e a diabetes. Ele tem como resultado direto o aumento do sobrepeso e da obesidade, hoje problemas crescentes no país.
Segundo o último levantamento, por telefone, do Ministério da Saúde, o Vigitel, realizado em 2016, a obesidade era uma condição para 18,9% da população, quase 10 pontos percentuais acima do índice registrado dez anos antes (11%). O sobrepeso atingia 53,8% dos entrevistados. No mesmo período, de 2006 a 2016, o diagnóstico de diabetes passou de 5,5% para 8,9% e o de hipertensão foi de 22,5% pai a 25,7%.
ALTO ÍNDICE
O levantamento do Ministério da Saúde também revelou que 62% dos entrevistados não praticavam esportes. Apenas 37,6% das pessoas estavam envolvidas com alguma modalidade. Entre esses, a ocorrência era maior em homens (46,6%) do que em mulheres (29,9%). O sedentarismo também aparecia mais entre os mais jovens: em moças e rapazes de 18 a 24 anos o índice subia para 52,2%, enquanto entre aqueles com 65 anos ou mais ele caía para 22,3%.
Quando consideradas outras formas de atividade física (como durante o deslocamento para o trabalho ou a outros locais), o índice de pessoas realizando essas práticas subia, chegando a 55%. Ainda nesse caso, a diferença de idade seguia sendo um fator determinante, com a taxa ficando em 65,7% na faixa de 18 a 24 anos e em 28,8% na de pessoas com mais 65 anos ou mais.
Outro levantamento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio de 2017, tomando como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, chegou a índices semelhantes. O estudo também investigou os motivos da recusa em praticar esportes. Entre os mais jovens entrevistados a maioria alegou falta de interesse, enquanto entre os mais velhos a justificativa mais comum foi o pouco tempo disponível.
CULTURA. E EDUCAÇAO
0 presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Jorge Steinhilber, acredita que apesar do Brasil propiciai- condições para a prática de esportes durante todo o ano (não tendo impedimento por conta de neve, por exemplo), não há uma cultura entre a população de envolvimento com atividades físicas.
Uma das razões para isso, de acordo com ele, é o fato de não haver uma valorização da educação física no período escolar. "Sem isso, você deixa de alfabetizar a criança em termos de movimento, de cultura de atividade física e de levar a ela a importância do significado da atividade física para o futuro. Acaba sendo um círculo vicioso nosso. Se desde a criança eu não levo isso, vai ter muito mais dificuldade no futuro da pessoa entender a prática da atividade física" disse.
O presidente do Confef destaca como uma das iniciativas para qualificar a educação física na rede de ensino a aprovação do Projeto de Lei 3047/2015, que obriga a presença de professores formados em educação física nessa disciplina. A matéria foi aprovada pelo Senado e ainda tramita em comissões na Câmara dos Deputados.
BENEFÍCIOS
De acordo com a médica e integrante do conselho federal da categoria (CFM) Rosylane Rocha, a prática de atividade física traz diversos benefícios à saúde; favorece a normalização dos níveis de colesterol, triglicerídeos e glicemia;
previne doenças cardiovasculares e mitiga a evolução da osteoporose. Além disso, também libera endorfinas e faz com que o indivíduo se sinta com mais energia para as atividades diárias e de trabalho, bem como melhora a qualidade do sono e o próprio humor.
Mas para quem está sedentário e quer começar a praticar alguma atividade física, a conselheira orienta a procurar assistência especializada. "Quem quer começar deve procurar um médico para ver o padrão cardio-respiratório e depois um profissional de educação física que possa orientai* as atividades de acordo com as condições físicas, se tem questão cardíaca, problema de articulação ou alguma limitação" recomenda.
A médica lembra também que um cuidado fundamental é realizar a atividade com regularidade. "Há quem queira fazer atividade muito desgastante sem regularidade. Isso pode causar lesão em vez de trazer benefício"," alerta.
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JORNAL OPÇÃO

Fátima Mrué começa a dar sinais de que não se sustentará no cargo

Após dura oitiva na CEI da Saúde, secretária reclamou muito de vereadores e se reuniu com prefeito para avaliar atual situação

A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, começa a dar sinais de que não se sustentará no cargo por muito tempo.
Após dura reunião na Comissão Especial de Inquérito que investiga o caos na rede pública de Goiânia, a auxiliar reclamou (e muito) ao prefeito Iris Rezende (MDB) do tratamento dado pelos integrantes da CEI.
Mrué chegou por volta das 13h30 bastante abatida na frente de serviço da prefeitura, no Setor Criméia Leste, e contou a alguns aliados que se surpreendeu, pois até Felisberto Tavares (PR), que é ex-secretário e da base irista, a criticou duramente.
O parlamentar chegou a pedir para que ela “voltasse à realidade” e a desafiou a visitar unidades de Saúde para comprovar as supostas “melhorias” que tanto alega ter promovido.
De fato, a oitiva da manhã desta sexta-feira (9/3) foi, sem dúvidas, a mais pesada desde a instalação da CEI. O presidente, Clécio Alves (MDB), foi contundente nas colocações, denúncias e cobranças. Dra. Cristina (PSDB), Jorge Kajuru (PRP) e Elias Vaz (PSB) também não deram trégua.
Desmontaram todas as explicações dadas pela secretária e a colocaram em diversas saias-justas. Acuada, Fátima Mrué se viu obrigada a bancar a vítima.
“Acho que de alguma forma incomodo a vocês, de alguma forma vocês não gostam da minha presença na secretaria, não sei o motivo e lamento muito que isso seja dessa forma. Para mim, vocês são um grupo importante. Em nenhum momento revidei a hostilidade, fui agressiva, apesar de ter sido recebida dessa forma”, disse.
Fontes revelaram ao Jornal Opção que Iris ainda tinha agenda de atendimentos no período da tarde durante a frente de serviços, mas cancelou todos e foi embora junto à secretária da Saúde para discutir a situação.
Nos bastidores, a queda de Fátima Mrué começa a ser vista como inevitável — antes era tida como remota. Não porque o prefeito queira, longe disso, mas não parece haver maneira de contornar o flanco de guerra instalado entre vereadores e a Secretaria da Saúde.
Desafiada tanto por Clécio, quanto por Felisberto, a auxiliar negou que deixaria a pasta. “Não pretendo renunciar, tenho compromisso e nós temos o mesmo objetivo. Está muito longe de estar tudo bem, é verdade […] Mas não pretendo disputar desafios, vou manter meu compromisso com o povo que precisa de alguém para defendê-los”, disse à CEI.
Um aliado de primeira hora do Paço reconheceu que a situação está insustentável. “Se Iris não tomar uma providência, mais cedo ou mais tarde, e digo que está bem próximo, a população começará a culpá-lo pelo desastre na Saúde”, alertou.
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Condutores de ambulância denunciam assédio moral pela gestão Iris

Por Marcelo Gouveia

Denúncia veio à tona durante reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a situação da Saúde de Goiânia, na manhã desta sexta-feira (9)
Veio à tona durante reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a situação da Saúde de Goiânia denúncia do Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado de Goiás contra a gestão do prefeito Iris Rezende (MDB).
Em comunicado, lido pelo vereador Jorge Kajuru (PRP) durante reunião na manhã desta sexta-feira (9/3), a entidade afirma que a categoria tem sofrido assédio moral por parte da chefia de transporte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para continuar trabalhando, mesmo sem as mínimas condições de trabalho e diante do sucateamento dos veículos.
Conforme a entidade, os condutores têm realizado o serviço até mesmo sob risco de contaminação biológica, enquanto são ameçados “de transferência de lotação ou devolução aos Recursos Humanos da prefeitura para outra lotação”.
O comunicado ainda denuncia que tem sido feito o transporte de pacientes sem qualquer acompanhamento e até transporte múltiplo de pacientes.
Além disso, os condutores passaram a ser obrigados a transportar sangue e materiais biológicos sob suspeita, representando risco biológico não apenas aos trabalhadores, mas também aos pacientes.
A falta de veículos também é outro problema. Conforme aponta o sindicado, a frota foi reduzida vertiginosamente ao longo dos anos, chegando a apenas seis veículos em funcionamente para atender toda a capital.
Em resposta, o chefe do Samu, André Braga, disse que tem ciência das denúncias apresentadas durante a reuniões e que tem tentado resolver o problema.
Afirmou que já adotou protocolo para impedir o uso dos veículos por mais de um usuário e que está em fase final um processo para aquisição de novas ambulâncias.
  
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O GLOBO

Residente ameaçado busca ajuda psiquiátrica antes de decidir se assumirá vaga em hospital

Pablo Costa, de 27 anos, tem até segunda-feira para tomar posse
RIO – O residente Pablo Costa, de 27 anos, que afirma ter sido pressionado pelo ex-chefe do setor de Cirurgia Plástica do Hospital Federal dos Servidores do Rio a desistir da vaga na unidade , tem até segunda-feira para tomar posse. Nesta sexta-feira, ele pediu ajuda de um psiquiatra em busca de orientações.
– Quero tomar uma decisão bem esclarecida, não no meio desse turbilhão de acontecimentos e sensações, por isso estou procurando assistência médica.
Nesta quinta, ele recebeu a carta de apresentação na chamada de reclassificação do processo seletivo. Quando seu nome foi anunciado pela banca, amigos e colegas de profissão o aplaudiram. Ainda muito abalado, porém, Costa não esboçou reação.
– Não estou feliz, estou angustiado. Não estou conseguindo desfrutar de uma aprovação que foi tão almejada. Quando eles me aplaudiram, não reagi. Apenas senti que estava próximo de buscar um direito meu.
O chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Federal dos Servidores do Rio, Domingos Quintella de Paola, foi afastado do cargo nesta quinta-feira, após ser acusado de ter ameaçado o candidato. Conforme antecipou o jornalista Ancelmo Gois em sua coluna, ele teria pressionado um jovem médico, aprovado no concurso do hospital, a não aceitar a vaga para beneficiar o próprio filho. As ameaças teriam sido feitas através de mensagens de um aplicativo de celular.
Na segunda-feira, há o registro de uma mensagem do telefone de Quintella para Pablo Costa, aprovado em nono lugar no exame do Ministério da Saúde para residência no setor de Cirurgia Plástica do Hospital dos Servidores. Um dos trechos é o seguinte: "Esta é a semana da reclassificação, em três dias, e espero que você esteja bem na Uerj pois, sinceramente, sua vinda para cá significaria o lugar do meu filho e o ambiente não seria bom para você e muito menos para a sua formação".
Os advogados do residente vão à Justiça com ação de danos morais. O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e o Ministério Público Federal já atuam para esclarecer o que de fato aconteceu. Além disso, também foi aberta uma sindicância interna no Hospital dos Servidores.
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CORREIO BRAZILIENSE

Portas da medicina serão fechadas
Apesar de a situação nos hospitais públicos do país ser temerária, o Ministério da Educação quer congelar por cinco anos a formação de novos médicos. Além disso, profissionais formados no exterior encontram dificuldades para validar o diploma

Enquanto milhares de pacientes sofrem com a falta de atendimento médico nas unidades de saúde, principalmente nas cidades do interior do país, o Ministério da Educação (MEC) prepara o congelamento, por cinco anos, da abertura de cursos de medicina. A medida está pronta e deve ser publicada, em forma de decreto, pelo presidente Michel Temer nas próximas semanas. Ao mesmo tempo, médicos brasileiros que estudaram no exterior relatam dificuldades para revalidar o diploma – requisito para atuar no Brasil. Em um único processo, 200 médicos pedem na Justiça que sejam realizadas mudanças na prova do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida). O acesso restrito na rede pública e o valor elevado da mensalidade na rede particular levam brasileiros a procurar opções em outros países.
Atualmente, de acordo com dados do MEC, o Brasil tem 460 mil médicos, 1 para cada 434 habitantes. O número está dentro da quantidade de profissionais recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1 médico para cada mil. E, com base nesses índices, o ministério analisa a suspensão da abertura de graduações. O conselheiro Lúcio Flávio Gonzaga, do Conselho Federal de Medicina, destaca que o congelamento de novos cursos é uma das reivindicações da entidade para garantir a qualidade dos cursos. "Essa moratória que o governo pretende fazer, de cinco anos, atende a uma luta do conselho e das entidades médicas. Não faltam médicos no Brasil. O que ocorre é a má distribuição dos profissionais no país. A falta de investimento nas regiões do interior afasta candidatos", afirma.
A aposentada Nair Nogueira dos Santos, 57 anos, já viveu os transtornos da falta de médicos nos hospitais. Com suspeita de câncer, ela procurou, no início de fevereiro, atendimento em um hospital público do Jardim Ingá, no Entorno do Distrito Federal. Durante semanas, ela tentou acesso a um médico, mas não conseguiu e, quando teve, a unidade de saúde não estava preparada para o tipo de atendimento. Encaminhada ao Instituto Hospital de Base, outra frustração. Nair precisou de dias para ser atendida por um oncologista. "Estou muito doente e nem consigo chegar até o hospital. Estou sentindo várias dores e não consigo atendimento para saber qual é o meu real problema. Só queria saber qual a doença que tenho para ficar melhor e voltar para a minha casa", desabafa Nair.
Questionada sobre a situação de Nair, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informa que a paciente passou por avaliação dos profissionais da unidade. "O Instituto Hospital de Base informa que a paciente foi atendida na unidade de Proctologia, avaliada pelos médicos da unidade que solicitaram exames de imagem, retorno para biópsia e ofereceram orientação dietética. Não foi solicitada internação da paciente", diz a nota. Criado em 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) está entre os maiores programas de atendimento público de saúde do mundo, com o desafio de atender cerca de 160 milhões de brasileiros. Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 69,7% dos brasileiros não têm plano de saúde privado e dependem do serviço público de saúde.
Prejuízos
A Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) afirma que a decisão do governo pode causar prejuízo à sociedade. O diretor executivo da entidade, Sólon Caldas, rebate as alegações de que a suspensão de novos cursos de medicinaocorre para garantir a qualidade das graduações. "Quantidade em nada tem a ver com qualidade. Existe um processo rigoroso para avaliar os cursos de medicina. O próprio MEC fiscaliza e pode punir quem não fizer os investimentos necessários. Não se pode privar a sociedade de um direito humano, que é a saúde", afirma.
De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil tem, atualmente, 298 escolas de medicina, que possuem 28 mil vagas. O grande entrave na reposição de médicos é a quantidade de tempo que se leva para terminar o curso. Um estudante de medicina precisa de oito anos a mais de uma década para chegar ao mercado de trabalho, a partir do ingresso na faculdade. A professora Carla Pintas Marques, doutoranda em saúde coletiva pela Universidade de Brasília, afirma que mudanças nas regras dos cursos de medicina poderiam amenizar o problema. "O estudante de medicina deveria ingressar na universidade pública com a condição de que atuasse por dois anos em uma unidade de saúde do SUS após formado. Esse poderia ser o tempo de residência, em que ele auxiliaria na atividades dos hospitais, mediante remuneração, é claro", afirma.
Revalida
Para atuar no Brasil, os médicos que se formam no exterior precisam fazer o Revalida, mesmo que sejam brasileiros. Na última edição do certame, em setembro do ano passado, 8 mil profissionais de saúde realizaram as provas. A maioria se graduou em países como Bolívia, Cuba e Estados Unidos. O alto valor da mensalidade nas universidades privadas no Brasil, que variam de R$ 3,6 mil a R$ 15,2 mil, e o acesso restrito às instituições públicas, leva muitos estudantes a deixarem o país. A atratividade é o salário depois de formado, que varia entre R$ 5,2 mil e R$ 30 mil. No entanto, pelo menos 200 médicos que fizeram o Revalida na última edição reclamam de problemas na prova – 10% das questões foram anuladas após recursos.
Os candidatos ingressaram com uma ação coletiva na Justiça alegando que o conteúdo estaria defasado, ausência de bibliografia adequada e supostos erros nas questões. Diego Brito, 26, é um deles. O clínico geral formado na Bolívia, que atua em um hospital público de Planaltina de Goiás, não passou no Revalida e só atua por causa do programa Mais Médicos. "Na Bolívia, tem mais acesso à universidade. A formação é praticamente a mesma. Quando cheguei aqui, só nos postos de saúde, faltavam 12 médicos. Esse problema é comum, e tem profissionais querendo trabalhar e não conseguem por conta de uma prova mal elaborada", afirma.
O MEC informa que o Brasil é referência na formação de médicos e que a suspensão de novos cursos ocorre para preservar essa característica. "A medida visa a sustentabilidade da política de formação médica, preservando a qualidade do ensino. A medida não afetará os editais de abertura de cursos em andamento, assim como instituições credenciadas e cursos autorizados. A atual gestão, quando assumiu, em maio de 2016, retomou e deu agilidade aos processos que estavam morosos e até parados."
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação