Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15 A 17/05/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Embaixada nos EUA avisou governo sobre carta da Pfizer em setembro

ÉPOCA, O GLOBO e Valor Econômico realizam fórum sobre a pandemia de Covid-19

Artigo – Revolução digital na saúde em 2021: segurança é a nova fronteira

‘Tempo não é dinheiro. É saúde, horas livres no dia’

Conselho Federal de Medicina estabelece novas normas para reprodução assistida
Especialistas defendem: benefícios superam riscos da imunização

Parecer da Saúde contraindica cloroquina, azitromicina e outra drogas a pacientes internados com Covid

Goiás soma 16.091 mortes por Covid e acompanha taxa nacional de letalidade da doença que é de 2,8%

Goiânia continua com vacina contra covid-19 e Influenza nesta segunda

PORTAL R7

Embaixada nos EUA avisou governo sobre carta da Pfizer em setembro

Telegrama mostra que Itamaraty foi comunicado oficialmente da oferta da farmacêutica de 70 milhões de doses em agosto de 2020 Demora para governo responder ofertas foi confirmada por executivo da Pfizer Carlos Ortega/EFE – 07.05.2021

A embaixada do Brasil nos EUA comunicou oficialmente o Itamaraty ainda em setembro de 2020 sobre a carta enviada pela Pfizer, no dia 12 daquele mês, pedindo por respostas do governo federal em relação à oferta da farmacêutica de 70 milhões de doses.

O telegrama, que está disponível em resposta a pedido ao Itamaraty por meio da Lei de Acesso à Informação, foi recebido pelo órgão no dia 15 daquele mês, três dias depois do envio da carta da Pfizer a autoridades da cúpula do governo federal.

O documento se soma às revelações do ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, e do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, na CPI da Covid. Os dois convocados afirmaram que o governo não respondeu às ofertas da farmacêutica, enviadas desde agosto de 2020.

Com a falta de retorno, a Pfizer então enviou a carta para o presidente Jair Bolsonaro no dia 12 de setembro, pedindo por pressa na definição do negócio. Wajngarten ainda afirmou que o governo demorou quase dois meses para responder à carta e iniciar as negociações, o que teria acontecido somente após iniciativa individual dele de avisar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Só então, ainda de acordo com Wajngarten, que as tratativas teriam começado entre o governo e a farmacêutica. O telegrama, porém, mostra que além de ter sido informado da carta, o governo federal já havia tido contato com representantes da Pfizer para falar da vacina.

“A empresa tem-se reunindo com representantes dos ministérios da Saúde e da Economia, bem como desta embaixada (vide tel 1618) para tratar da vacina. Disse que proposta de fornecimento da vacina foi compartilhada com o ministério da Saúde”, escreveu o ministro-conselheiro da Embaixada Brasileira nos EUA, Bernardo Paranhos Velloso, em telegrama recebido em 15 de setembro.

No resto do documento, Velloso pontua trechos da carta onde a Pfizer fala que a rapidez do governo para fechar o contrato seria “crucial” para garantir as doses ainda em 2020, devido à alta demanda de outros países que já negociavam com a farmacêutica.

Procurado pelo R7, o Itamaraty não respondeu se o então chanceler, Ernesto Araújo, e o presidente Jair Bolsonaro foram informados da carta. Araújo presta depoimento aos senadores nesta terça-feira (18), onde deve ser perguntado sobre as ações de sua gestão para obter vacinas contra a covid-19.

Na época em que a carta da Pfizer foi revelada, em janeiro de 2021, o governo federal justificou a demora para comprar as doses pela exigência da empresa de não ser responsabilizada por possíveis eventos adversos da vacina, entre outras “cláusulas abusivas”, como classificou o ministério da Saúde.

Um dispositivo para destravar os contratos com a Janssen e a Pfizer foi inserido em minuta da medida provisória 1026/2021, com respaldo da Saúde, mas acabou excluído da versão final, publicada em janeiro. O contrato com a Pfizer acabou sendo fechado em março, após o Congresso aprovar uma lei para permitir que a União assuma riscos e custos de qualquer efeito da vacina.

Brasil Ministério da Economia avisou Pfizer que não decidia sobre vacina Brasil Pfizer: ‘Cláusulas do contrato com Brasil eram iguais às de 110 países’ Brasil CPI: Pfizer ofereceu 70 milhões de doses ao Brasil em agosto Carta da Pfizer

Em seu depoimento a senadores na CPI que investiga possíveis omissões do governo federal no combate à pandemia de covid-19, Fabio Wajngarten confirmou a existência de uma carta da Pfizer ao governo federal cobrando por respostas à ofertas anteriores.

A carta, escrita pelo presidente da Pfizer, Albert Bourla, foi endereçada ao presidente Jair Bolsonaro, com cópia para o vice-presidente, Hamilton Mourão, o então ministro da Casa Civil, Braga Netto, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Foster.

Wajngarten porém, afirmou mais de uma vez no depoimento que o presidente Jair Bolsonaro não sabia da oferta. Ele ainda atribuiu a demora para fechar o negócio por “incompetência” e excesso de burocracia no ministério da Saúde, mas evitou culpar o ex-ministro Eduardo Pazuello pela falha.

Já o depoimento de Carlos Murillo aos senadores confirmou que integrantes do ministério da Saúde se reuniram com a Pfizer antes mesmos das primeiras ofertas, em agosto do ano passado, mas que as ofertas da farmacêutica não foram respondidas até a entrada de Wajngarten nas tratativas.

Cronologia de acordo com depoimentos na CPI e documentos oficiais

Maio e Junho de 2020 – Representantes da Pfizer e do governo Bolsonaro têm primeiros encontros

Agosto de 2020 – Pfizer faz as três primeiras ofertas oficiais, nos dias 14, 18 e 26 de agosto, que não foram respondidas

Setembro de 2020 – Pfizer envia carta à cúpula do governo federal pedindo por respostas das ofertas

Novembro de 2020 – Segundo Wajngarten, governo respondeu à oferta somente a partir de iniciativa dele, no dia 9.

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ÉPOCA

ÉPOCA, O GLOBO e Valor Econômico realizam fórum sobre a pandemia de Covid-19

Evento discute o impacto do coronavírus nos planos de saúde e no serviço dos segurados

A pandemia do novo coronavírus levou mais brasileiros a buscarem uma cobertura privada de saúde. Diante disso, a segunda rodada de debates do Fórum de Saúde Brasil, marcada para segunda-feira, dia 17, terá como tema central os planos de saúde. O evento é uma realização dos jornais O GLOBO e Valor Econômico e revista Época, com patrocínio da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

Os encontros tiveram início na última segunda-feira, com debates sobre a gestão de hospitais e a pesquisa clínica no contexto da pandemia. Na primeira mesa virtual desta segunda-feira, às 9h30m, a discussão se dará em torno de “O impacto do coronavírus nos planos de saúde e no serviço dos segurados”.

O debate contará com a participação do superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), José Cechin; do diretor-presidente substituto e diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rogério Scarabel Barbosa; e da diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente. A mediação será de Flávia Oliveira, colunista do GLOBO.

Apesar do crescimento do número de usuários de planos – 48 milhões em março deste ano, o maior volume desde agosto de 2016, segundo dados da ANS – , a pandemia teve um impacto financeiro no ramo. A questão dos gastos diante da Covid-19 e da retomada dos demais atendimentos é hoje um dos desafios do setor.

” O primeiro trimestre de 2021 deve ter o maior gasto com atendimento de beneficiários da história do sistema. Essa pressão decorre de dois fatores: o socorro aos pacientes com Covid e a retomada dos chamados procedimentos eletivos, como cirurgias de varizes, bariátricas ou de amígdalas”, afirma Vera Valente.

José Cechin destaca a alta dos custos: “É preciso considerar os reajustes de remédios, materiais e equipamentos usados no atendimento aos pacientes de Covid. A demanda e a oferta estão seguindo o ritmo dos picos da doença, e imagino que, nos últimos meses, os preços tenham voltado a subir. Mas, mesmo quando a situação se normalizar, eles não vão voltar aos valores praticados antes de março de 2020”.

O segundo bate-papo do dia, às 16h30m, abordará “Os gargalos na legislação do setor de planos de saúde”. Com mediação da jornalista do GLOBO Luciana Casemiro, o encontro reunirá a advogada Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa de Saúde do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec); o diretor substituto de Desenvolvimento Setorial da ANS, César Brenha Rocha Serra; o diretor-presidente da Bradesco Saúde, Manoel Peres; e o advogado Marcos Patullo, sócio do escritório Vilhena Silva Advogados.

Na avaliação de Patullo, os gargalos começaram muito antes da pandemia, mas se agravaram com a chegada do novo coronavírus ao Brasil:

“Quando houve a tentativa de reajuste, durante a pandemia, houve uma reação da sociedade, e a ANS barrou. Mas isso não acontece no dia a dia. Tanto que as operadoras deixaram de oferecer planos individuais, porque o controle deles, por lei, é muito mais rigoroso. E, nos planos coletivos, muitas vezes, os contratantes não têm a menor chance de negociar com as operadoras”.

Os debates do Fórum de Saúde Brasil têm transmissão por YouTube, Facebook, Linkedin e site dos jornais O GLOBO e Valor Econômico; e por Youtube e Facebook da revista Época.

No próximo dia 24, dois encontros encerram o evento. O primeiro será sobre “O papel da indústria farmacêutica na garantia de vacinas seguras contra a Covid-19” e o segundo abordará “A falta de insumos e a dependência externa para a produção de vacinas”.

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MEDICINA S/A

Artigo – Revolução digital na saúde em 2021: segurança é a nova fronteira

Já no início de 2020 a telemedicina foi oficializada pela Resolução 2.227 do CFM (Conselho Federal de Medicina). Uma das principais startups desse segmento, a Conexa , chegou a realizar 15.000 consultas virtuais por dia em agosto de 2020. Um ano antes, aconteciam 50 consultas de telemedicina ao dia. Nos primeiros seis meses de 2020, a empresa realizou 3,5 consultas a distância. A Amil , por outro lado, realizou 380 mil atendimentos remotos somente em março, abril e maio do ano passado.

Outra prova da tremenda expansão dos ambientes digitais da área de saúde diz respeito à disseminação de dispositivos IoT. Segundo pesquisa global da ResearchAndMarkets realizada em 2020, estima-se que o uso dessa tecnologia na vertical saúde deva crescer 39% até 2025. Da monitoração de uma UTI a aparelhos de medir pressão usados na casa do paciente, passando por tags que controlam toda a cadeia de valor que suporta o transporte e o armazenamento de vacinas contra a Covid-19 , infraestruturas IoT são cada vez mais críticas.

Todo esse quadro vai se acelerar ainda mais com a chegada da rede 5G ao Brasil. Do processamento e transmissão com baixa latência de pesadas imagens de exames ao monitoramento remoto de wearables de saúde que poderão, com a ajuda de IA, atuar sobre o corpo do paciente, novos horizontes se abrem. Pesquisa da Accenture de maio de 2020 indica que, para os hospitais, a expectativa é que a rede 5G contribua para reduzir os custos da instituição de saúde em 16% nos próximos 5 anos.

Juntamente com esses ganhos aumenta, também, a superfície de ataque em hospitais, clínicas e laboratórios.

O Relatório de Ameaças Cibernéticas da SonicWall – pesquisa divulgada em março de 2021 – indica que, em todo mundo, aumentou em 123% a incidência de ataques de ransomware nessa vertical. O objetivo dos criminosos digitais é sequestrar o acesso de médicos, enfermeiros e técnicos às aplicações essenciais para o atendimento dos pacientes. Foi o que aconteceu com o Hollywood Presbyterian Medical Center em Los Angeles, Califórnia, em 2019. Criminosos digitais bloquearam por duas semanas o acesso dos funcionários aos emails e outras formas de comunicação eletrônica. Sem saída, os administradores do hospital pagaram o resgate de US$ 17.000.

É importante refletir, também, sobre o uso de dispositivos IoT no ambiente de saúde. Os pesquisadores do SonicWall Capture Labs apontam o crescimento de 17% de ataques focados em IoT na América Latina. É comum o uso de bots para escravizar sensores com poucos recursos de segurança, que passam a ser controlados remotamente por criminosos digitais.

Uma das aplicações de IoT em saúde mais críticas é, justamente, a cadeia de logística – e de equipamentos refrigerados – que suporta o processo de vacinação contra a Covid-19. Em abril deste ano, a IBM divulgou um estudo sobre a crescente incidência de ataques contra essa cadeia de logística. Foi identificada uma campanha de phishing focada em 44 companhias globais responsáveis por equipamentos e softwares utilizados no transporte e preservação de doses das vacinas. O ataque foi replicado em 14 países, incluindo o Brasil.

O quadro ganha complexidade quando se compreende que outro alvo preferencial dos criminosos digitais são os sistemas que suportam os processos da vertical saúde. Trata-se de aplicações com ultra específicos formatos de dados, protocolos de comunicação e dispositivos médicos. Todas essas plataformas coexistem e trocam dados, o que aumenta o desafio do time de ICT Security.

Principais sistemas do setor de saúde:

HIS (Sistema de Informações Hospitalares) – dados essenciais para o funcionamento da organização

LIS (Sistema de Informações Laboratoriais) – dados laboratoriais

RIS (Sistema de Informações Radiológicas) – dados de radiologia

PACS (Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens) – imagens geradas por dispositivos como equipamentos radiográficos, de ressonância magnética, de ultrassonografia ou de videoendoscopia

A indisponibilidade desses sistemas pode inviabilizar as operações de uma empresa da área de saúde. O vazamento de dados sobre os pacientes, por outro lado, pode levar a empresa a ser alvo de multas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). A partir de agosto deste ano a lei começará a ser fiscalizada, exigindo que empresas de saúde atuem preventivamente para evitar vazamentos de dados críticos.

Como, então, proteger as fronteiras digitais do setor de saúde brasileiro?

Continuar investindo na maturidade digital da empresa de saúde: a digitalização é um caminho sem volta. Para preservar a segurança das novas superfícies de ataque, é essencial trabalhar em duas frentes. De um lado, atualizar constantemente as soluções de cyber segurança, compreendendo que novas ameaças exigem tecnologias baseadas em Inteligência Artificial e Machine Learning. Tão importante quanto isso é seguir promovendo treinamentos e ações de conscientização de usuários. Grande parte dos ataques começam quando um profissional é atraído por um e-mail de phishing para clicar em um link espúrio. Quanto maior for a maturidade digital da organização, maior a proteção do ambiente contra as gangues digitais.

Proteger os dispositivos que estão conectados à Internet. Para isso, é essencial reduzir ao máximo as portas de comunicação que estão abertas ao tráfego externo. Pesquisadores da SonicWall descobriram que o uso de padrões de portas mais vulneráveis aumenta em 37% as chances de sucesso de uma invasão. Na Dark Web, informações sobre portas vulneráveis na vertical saúde são alguns dos ativos mais valorizados e comercializados.

Trabalhar proativamente para evitar o roubo de credenciais. Nada facilita mais o acesso de um criminoso digital do que estar de posse das credenciais de usuários com plenos poderes de acesso a dados críticos. É necessário implementar uma política de senhas robustas, para evitar situações em que o usuário repete a mesma senha em diferentes sistemas ou segue usando senhas antigas. A imensa quantidade de dados vazados no Brasil nos primeiros meses de 2020 aumenta o peso desse ponto. De posse de credenciais vazadas, os criminosos digitais utilizam algoritmos e alto poder de processamento para simular invasões até encontrar a senha correta.

Implementar recursos de segurança no endpoint. Os PCs, notebooks e smartphones de médicos, enfermeiros, técnicos e profissionais administrativos têm de ser protegidos por soluções específicas. São recursos de software que garantem que acessos a todo tipo de aplicação ou recursos da empresa de saúde obedeçam à política de segurança. Essas plataformas são atualizadas 24×7 de modo a oferecer proteção contra novos tipos de ataques, incluindo ameaças Zero Day. Trata-se de um recurso importante quer o profissional de saúde trabalhe no ambiente da empresa, quer atue em Home Office.

A revolução digital que foi acelerada pela pandemia seguirá modificando os processos do setor de serviços de saúde. Em 2021, é fundamental adicionar, à expansão da infraestrutura, políticas e soluções de segurança que efetivamente protejam a integridade de um setor crítico para o Brasil.

*Arley Brogiato é Diretor da SonicWall América Latina e Caribe.

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O GLOBO

‘Tempo não é dinheiro. É saúde, horas livres no dia’

ENTREVISTA

Cláudio Domênico/ escritor e médico

Em novo livro, cardiologista reflete sobre escolhas e renúncias e sugere estratégias para se mudar a trajetória de vida em tempos de pandemia

Após anos de investigações sobre como se ter mais saúde, o médico Cláudio Domênico, mestre em Cardiologia pela UFRJ e coordenador do Encontros OGLOBO Saúde, chegou a conclusão direta: viver melhor depende de escolhas e renúncias. E com a pandemia da Covid-19 e as restrições da quarentena, o cardiologista teve ainda mais convicção da importância de filtrar comportamentos.

Nasceu daí seu terceiro livro, “Em suas mãos” (Intrínseca). Nele, Domênico trata da importância cada vez maior das escolhas individuais para manter a saúde do espírito e do corpo e as dificuldades da impessoalidade, efeito colateral da pandemia. “A medicina tem um componente high-tech, mas também um high-touch: o toque, o calor humano, são fundamentais na relação médico-paciente”.

O senhor escreve que para se ter uma boa saúde é preciso priorizar o que de fato importa…

E que a saúde da gente nada mais é do que resultado direto do estilo de vida que se leva. Você é livre para fazer suas escolhas, mas será prisioneiro das suas consequências, como já dizia Pablo Neruda. Ou seja, eu vou comer de sobremesa um crème brúlée, um pudim, ou vou escolher um abacaxi? Um é mais gostoso, outro é mais saudável. Uma escolha quase sempre implica em renúncia.

E como a pandemia afetou o conceito de vida saudável?

A pandemia acentuou essa reflexão pois tivemos de renunciar a muita coisa. Renunciar a abraços, agestos de afeto, a encontros. Há um ano que não posso ver minha filha, que mora em Londres. A pesquisadora Julianne Holt-Lunstad fala sobre desconexão social e faz uma comparação de que o isolamento social da pandemia pode ser tão danoso quanto fumar 15 cigarros por dia.

Por outro lado, o senhor acha que, por isso mesmo, vem aí uma visão mais coletiva do que é, afinal,’ter saúde’?

Os africanos dizem que se você quer ir rápido, que vá sozinho; se quer ir longe, vá em grupo. Eles também têm uma palavra, “Ubuntu”, que é a filosofia do “Nós por nós”. Não estou bem se você não está bem. A pandemia mostrou que a doença pode entrar na nossa casa pela porta da frente. Por outro lado, trouxe coisas boas, como a solidariedade. Mostrou a importância de se aproveitar cada momento com a família, amigos. Tem a história de que o Benjamin Franklin deu a dimensão de que “tempo é dinheiro”. Mas o tempo, na realidade, não é dinheiro. Tempo é saúde, horas livres nos dias.

Mesmo com informação, muitos ainda resistem em adotar comportamentos que garantam uma vida melhor…

Se só o conhecimento mudasse nossos hábitos, não teria médico obeso, fumante e nem sedentário. Existem várias estratégias para você mudar. Podemos começar com um exemplo do que o prêmio Nobel de economia Richard Thaler chamou de “Nudge”, que significa “dar uma cutucada”. Quando fui dar uma aula em uma grande companhia, o presidente me ligou para almoçar lá, e tinha uns chips de batata muito apetitosos, que eles adoravam comer antes do almoço. Era bom, mas muito calórico. Lembrei da cutucada e pedi para colocar um pouquinho do chip de batata pra trás e botar na frente pepino cortadinho, cenourinha, aipo, bem bonito no gelo, com hortelã enfeitando em cima, e disse “vamos escrever embaixo ‘cada porção, 20 calorias’ e, na batata, cada porção 100 calorias”.

Políticas públicas também podem atuar nesse sentido ?

Tão criticada no começo, a Lei Seca foi uma mudança de hábitos pra gente. Costuma-se dizer que o órgão mais sensível do corpo humano é o bolso. Hoje, a situação da obesidade no mundo é complicada. Países escandinavos já estão taxando alimentos não saudáveis para subsidiar os saudáveis. Mudar hábitos é um problema complexo que envolve a família, escola, governo, políticas públicas e uma conscientização em geral.

0 que a pandemia mudou em sua experiência como médico?

Uma das coisas mais difíceis na medicina é dar más notícias para os familiares. E sem poder estar na frente, isso ficou um pouco impessoal. Faço diariamente chamadas on-line e não é fácil dar uma notícia ruim sem estar junto, sem poder tocar. A medicina tem um componente high-tech, mas também um componente high-touch: o toque, o calor humano, são fundamentais na relação médico-paciente.

0 senhor escreve que medicina e religião podem caminhar lado a lado. Como?

E fácil quantificar colesterol, pressão, glicose, peso. Mas e sua espiritualidade? Você sabe perdoar? Guarda raiva? Expressa gratidão, tem esperança, compaixão? Esses são hábitos emocionais cada vez mais valorizados na atividade médica. Pessoas mais espiritualizadas costumam evoluir melhor em vários quadros. Na síndrome do coração partido, quando a pessoa tem um infarto após grave estresse emocional, vê-se que as coronárias, as artérias do coração, não tinham entupimento. Mas elas sofreram vasoconstrição, prova inequívoca de como as emoções nos afetam. Digo para meus pacientes que a fé é a menor e a mais forte palavra do dicionário.

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CFM

Conselho Federal de Medicina estabelece novas normas para reprodução assistida

Mudanças nas regras de reprodução assistida foram aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina – CFM. Entre os destaques está a permissão para a realização de procedimentos com material biológico criopreservado (conservado sob condições de baixíssimas temperaturas) após a morte e a possibilidade de mais pessoas se beneficiarem com as técnicas, independente do estado civil ou orientação sexual.

“Apesar de a antiga resolução ter representado grande avanço, o CFM sentiu a necessidade de se adaptar à evolução tecnológica e modificações de comportamento social”, defendeu o relator da medida, o conselheiro José Hiran Gallo.

A resolução 1.957/10 do CFM (v. abaixo), aprovada em sessão plenária de dezembro, ponderou que os médicos brasileiros não infringem o Código de Ética Médica ao realizar a reprodução assistida post mortem, desde que comprovada autorização prévia.

De acordo com o presidente do CFM, Roberto d’Avila, a aprovação da medida é um avanço porque “permite que a técnica seja desenvolvida em todas as pessoas, independentemente de estado civil ou orientação sexual. É uma demanda da sociedade moderna. A medicina não tem preconceitos e deve respeitar todos de maneira igual”.

Limite ético

A nova norma também define o número máximo de embriões a serem transferidos. A recomendação dependerá da idade da paciente, não podendo ser superior a quatro. O texto determina que mulheres de até 35 anos podem implantar até dois embriões; de 36 a 39 anos, até três; acima de 40, quatro.

“Queremos prevenir casos de gravidez múltipla, que provocam chances de prematuridade e aborto com o aumento da idade”, explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, Adelino Amaral, que ajudou a elaborar o documento.

Em caso de gravidez múltipla, o CFM manteve a proibição de utilização de procedimentos que visem a redução embrionária. “É igual a um aborto. A ética não permite”, defendeu Gallo.

Permanecem diretrizes éticas como a proibição de que as técnicas de reprodução sejam aplicadas com a intenção de selecionar sexo ou qualquer característica biológica do futuro filho. “O médico não pode interferir na questão biológica, definida pela natureza”, ressaltou o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Waldemar Amaral, também responsável pela atualização.

Confira abaixo a resolução 1.957/10 na íntegra.

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CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

RESOLUÇÃO Nº 1.957, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2010

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, alterada pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO a importância da infertilidade humana como um problema de saúde, com implicações médicas e psicológicas, e a legitimidade do anseio de superá-la;

CONSIDERANDO que o avanço do conhecimento científico permite solucionar vários dos casos de reprodução humana;

CONSIDERANDO que as técnicas de reprodução assistida têm possibilitado a procriação em diversas circunstâncias, o que não era possível pelos procedimentos tradicionais;

CONSIDERANDO a necessidade de harmonizar o uso dessas técnicas com os princípios da ética médica;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na sessão plenária do Conselho Federal de Medicina realizada em 15 de dezembro de 2010, resolve:

Art. 1º – Adotar as NORMAS ÉTICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA, anexas à presente resolução, como dispositivo deontológico a ser seguido pelos médicos.

Art. 2º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a Resolução CFM nº 1.358/92, publicada no DOU, Seção 1, de 19 de novembro de 1992, página 16053.

ROBERTO LUIZ D’AVILA

Presidente do Conselho

HENRIQUE BATISTA E SILVA

Secretário-Geral

ANEXO ÚNICO

NORMAS ÉTICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

I – PRINCÍPIOS GERAIS

1 – As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação quando outras terapêuticas tenham se revelado ineficazes ou consideradas inapropriadas.

2 – As técnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente.

3 – O consentimento informado será obrigatório a todos os pacientes submetidos às técnicas de reprodução assistida, inclusive aos doadores. Os aspectos médicos envolvendo as circunstâncias da aplicação de uma técnica de RA serão detalhadamente expostos, assim como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a técnica proposta. As informações devem também atingir dados de caráter biológico, jurídico, ético e econômico. O documento de consentimento informado será expresso em formulário especial e estará completo com a concordância, por escrito, das pessoas submetidas às técnicas de reprodução assistida.

4 – As técnicas de RA não devem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo (sexagem) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer.

5 – É proibida a fecundação de oócitos humanos com qualquer outra finalidade que não a procriação humana.

6 – O número máximo de oócitos e embriões a serem transferidos para a receptora não pode ser superior a quatro. Em relação ao número de embriões a serem transferidos, são feitas as seguintes determinações:

a) mulheres com até 35 anos: até dois embriões;

b) mulheres entre 36 e 39 anos: até três embriões;

c) mulheres com 40 anos ou mais: até quatro embriões.

7 – Em caso de gravidez múltipla, decorrente do uso de técnicas de RA, é proibida a utilização de procedimentos que visem à redução embrionária.

II – PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA

1 – Todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento e cuja indicação não se afaste dos limites desta resolução, podem ser receptoras das técnicas de RA desde que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo, de acordo com a legislação vigente.

III – REFERENTE ÀS CLÍNICAS, CENTROS OU SERVIÇOS QUE APLICAM TÉCNICAS DE RA

As clínicas, centros ou serviços que aplicam técnicas de RA são responsáveis pelo controle de doenças infectocontagiosas, coleta, manuseio, conservação, distribuição, transferência e descarte de material biológico humano para a paciente de técnicas de RA, devendo apresentar como requisitos mínimos:

1 – um diretor técnico responsável por todos os procedimentos médicos e laboratoriais executados, que será, obrigatoriamente, um médico registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição.

2 – um registro permanente (obtido por meio de informações observadas ou relatadas por fonte competente) das gestações, nascimentos e malformações de fetos ou recém-nascidos, provenientes das diferentes técnicas de RA aplicadas na unidade em apreço, bem como dos procedimentos laboratoriais na manipulação de gametas e embriões.

3 – um registro permanente das provas diagnósticas a que é submetido o material biológico humano que será transferido aos pacientes das técnicas de RA, com a finalidade precípua de evitar a transmissão de doenças.

IV – DOAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES

1 – A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial.

2 – Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa.

3 – Obrigatoriamente será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos receptores. Em situações especiais, as informações sobre doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a identidade civil do doador.

4 – As clínicas, centros ou serviços que empregam a doação devem manter, de forma permanente, um registro de dados clínicos de caráter geral, características fenotípicas e uma amostra de material celular dos doadores.

5 – Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um(a) doador(a) venha a produzir mais do que uma gestação de criança de sexo diferente numa área de um milhão de habitantes.

6 – A escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade. Dentro do possível deverá garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora.

7 – Não será permitido ao médico responsável pelas clínicas, unidades ou serviços, nem aos integrantes da equipe multidisciplinar que nelas trabalham participar como doador nos programas de RA.

V – CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES

1 – As clínicas, centros ou serviços podem criopreservar espermatozoides, óvulos e embriões.

2 – Do número total de embriões produzidos em laboratório, os excedentes, viáveis, serão criopreservados.

3 – No momento da criopreservação, os cônjuges ou companheiros devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao destino que será dado aos pré-embriões criopreservados em caso de divórcio, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam doá-los.

VI – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE EMBRIÕES

As técnicas de RA também podem ser utilizadas na preservação e tratamento de doenças genéticas ou hereditárias, quando perfeitamente indicadas e com suficientes garantias de diagnóstico e terapêutica

1 – Toda intervenção sobre embriões “in vitro”, com fins diagnósticos, não poderá ter outra finalidade que não a de avaliar sua viabilidade ou detectar doenças hereditárias, sendo obrigatório o consentimento informado do casal.

2 – Toda intervenção com fins terapêuticos sobre embriões “in vitro” não terá outra finalidade que não a de tratar uma doença ou impedir sua transmissão, com garantias reais de sucesso, sendo obrigatório o consentimento informado do casal.

3 – O tempo máximo de desenvolvimento de embriões “in vitro” será de 14 dias.

VII – SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO)

As clínicas, centros ou serviços de reprodução humana podem usar técnicas de RA para criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética.

1 – As doadoras temporárias do útero devem pertencer à família da doadora genética, num parentesco até o segundo grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina.

2 – A doação temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.

VIII – REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST MORTEM

Não constitui ilícito ético a reprodução assistida post mortem desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a legislação vigente.

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CORREIO BRAZILIENSE

Especialistas defendem: benefícios superam riscos da imunização

Reações adversas das vacinas contra a covid-19 desmotivam parte da população. Especialistas, contudo, refutam as críticas e lembram que os sintomas da doença são, muitas vezes, ainda piores do que os possíveis efeitos causados pela aplicação

Maria Eduarda Cardim

As vacinas ganharam atenção especial desde o início da pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 430 mil brasileiros. Apesar de grande parte da população, cerca de 84%, segundo a última pesquisa Datafolha, afirmar que pretende tomar o imunizante, uma parte da sociedade questiona pontos como as reações adversas das vacinas para elencar motivos que baseiam a decisão de não ir ao posto de saúde receber as doses. Especialistas refutam as críticas e lembram que os sintomas da doença são, muitas vezes, ainda piores do que os possíveis efeitos causados pela aplicação.

A insegurança se agravou em razão da morte de uma mulher grávida de 35 anos por acidente vascular cerebral hemorrágico após ter tomado a vacina da Oxford/AstraZeneca, no Rio de Janeiro. O caso está sob investigação e não há comprovação da relação entre a aplicação do imunizante e o episódio de trombose. Mas, por precaução, o Ministério da Saúde suspendeu temporariamente a aplicação das vacinas contra covid-19 em gestantes e puérperas (período que começa no parto e pode se estender por 45 dias ou mais) sem comorbidades. Segundo a pasta, a imunização de grávidas e puérperas com comorbidades só deve ser feita com a Pfizer ou com a CoronaVac.

‘O fato de o Ministério da Saúde ter suspendido a vacinação em grávidas sem comorbidades não significa que é para as pessoas pararem de se vacinar’, alerta Anna Christina Tojal, infectologista do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Pelo contrário, ‘é para as pessoas continuarem se vacinando conforme a orientação da pasta’. Segundo ela, o benefício da vacina é muito maior do que um efeito adverso, por evitar o adoecimento, agravamento ou morte em decorrência da doença.

Independentemente da vacina, os efeitos adversos de uma imunização são leves e moderados. Dor no local da aplicação, vermelhidão, dor no corpo, febre e dor de cabeça são efeitos que a maioria das vacinas têm. Eventos adversos graves são muito mais raros. ‘O risco de morrer pela covid-19 é maior do que por eventos adversos graves de uma vacina’, afirma Tojal. ‘Estamos sob um risco muito alto de ter a doença. Existem muitas variantes do vírus, que são mais transmissíveis, porque o número de pessoas infectadas é muito grande, e aquele efeito rebanho que pensámos que poderia existir, não existe’.

A especialista ressalta ainda que o evento adverso grave por causa da vacina contra covid-19 é muito menor do que os riscos de trombose, por exemplo, em mulheres que usam anticoncepcional ou fumantes.

Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista da Dasa, explica que todo e qualquer imunizante pode causar desconfortos. ‘Não existe vacina 100% segura, como não existe antibiótico 100% seguro. Qualquer cirurgia não é 100% segura. É difícil, às vezes, para a população, entender que a gente põe em uma balança os riscos e os benefícios. Então, sem dúvida alguma, os benefícios superam os riscos das vacinas’, afirma.

Sintomas mais comuns

É assim, também, com as vacinas mais comuns que fazem parte da vida dos brasileiros há anos. Como, por exemplo, o imunizante contra a febre amarela e a gripe, que podem causar efeitos colaterais, mas são extremamente úteis na hora de proteger a sociedade das respectivas doenças. Na vacina da febre amarela, mais de 10% dos pacientes imunizados chegam a apresentar dor de cabeça e dor no corpo. Outras reações comuns, que acontecem entre 1% e 10% dos pacientes, são enjoo, febre e dor local da aplicação.

Como resposta aos componentes da injeção, o corpo pode apresentar sintomas, como dor e inchaço no local da aplicação, dor de cabeça e até febre. Em casos raros, certos imunizantes podem desencadear eventos adversos mais graves. ‘O objetivo da vacina é justamente você receber uma vacina que combata um vírus ou uma bactéria ‘monstro’. Para desenvolver uma resposta, você recebe um vírus ou uma bactéria atenuados (sem capacidade de reproduzir a doença). Então, são sempre uma resposta e uma exposição menos arriscada do que a própria doença’, explica a especialista.

Márcia Carvalho, 61 anos, tomou a primeira dose da Oxford/AstraZeneca há 15 dias e sentiu reações ao imunizante. Dor de cabeça, febre e até enjoo foram as principais queixas da aposentada. O marido, que tomou no mesmo dia, observou sensações mais brandas, conta, como dor no braço vacinado e um pouco de dor no corpo. Segundo especialistas, a reatividade depende muito das características de cada metabolismo, logo, variam de pessoa para pessoa.

O objetivo dos estudos clínicos realizados antes da aprovação dos imunizantes é justamente expor as reações mais comuns relatadas pelos voluntários. A infectologista da Dasa também esclarece que não há relação alguma entre os eventuais efeitos colaterais de um imunizante e sua eficácia: ‘Você pode ter tanto uma vacina que é pouco eficaz e muito reatogênica (provoca mais reações), quanto vacinas muito eficazes e muito seguras’.

Segunda dose de esperança

Apesar de ter experimentado reações um pouco mais intensas com a aplicação da vacina da covid-19 se comparadas com os efeitos de outros imunizantes que toma normalmente, como o da gripe, a aposentada Márcia Carvalho se diz ansiosa para tomar a segunda dose e garante não temer qualquer efeito colateral. ‘Estou super na expectativa porque me aposentei recentemente e esperava viajar bastante, mas veio a pandemia. Vou tomar a segunda dose em julho e espero realmente ficar mais tranquila, mais protegida e poder sair com um pouco mais de tranquilidade’, diz.

Quem também aguarda a segunda dose para finalmente se declarar imunizada contra a covid-19 é a funcionária pública da saúde aposentada Maria Aparecida Alves, 63 anos. Cida, como é conhecida, trabalhou durante anos em salas de vacinação e sabe bem os efeitos que os imunizantes podem causar. Ao tomar a primeira dose da AstraZeneca, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil, ela apresentou dores no corpo. ‘Parecia que ia ficar gripada, mas, como trabalhei na área de saúde, já sabia de todas as reações vacinais’.

E ela reforça: ‘Isso é normal. A população não tem que escolher qual imunizante quer tomar. As pessoas têm que ir no posto e ter garantia que há uma vacina para tomar’. Cida se diz aliviada por estar ao menos 50% imunizada, já que falta a segunda dose para completar o esquema vacinal contra a covid-19.

A infectologista da Dasa Maria Isabel de Moraes Pinto concorda com a agente de saúde pública aposentada e faz um apelo. ‘Precisamos convencer as pessoas de que, sim, existe risco, mas isso não pode nos fazer abandonar tudo. Por exemplo, você pode tomar um antibiótico e ter uma alergia? Pode. Mas, se você não tomar o antibiótico e tiver uma infecção, essa infecção pode se generalizar e levar a problemas piores. Então, quando a pessoa se recusa a tomar uma uma vacina pensando no risco de um evento adverso, ela está se esquecendo de todos os outros riscos a que ela vai se expor, se tiver a doença’, alerta.

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FOLHA ONLINE

Parecer da Saúde contraindica cloroquina, azitromicina e outra drogas a pacientes internados com Covid

É a primeira vez que a Conitec analisa tratamentos para a Covid; até então, ministério tinha um documento com ‘orientações’ sobre uso de cloroquina

domingo, 16 de maio de 2021 – 08:00

Julia Chaib

Um documento elaborado pelo Ministério da Saúde após revisão de estudos e diretrizes com especialistas não recomenda o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros, como o remdesivir, para tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19.

O parecer abre espaço para uso de um grupo restrito de medicamentos, como corticoesteróides (caso da dexametasona) e anticoagulantes, mas em casos específicos e conforme orientações.

Chamado de “Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19”, o documento, obtido pela Folha, começou a ser avaliado na quinta-feira (13) na Conitec, comissão que analisa a inclusão de medicamentos e protocolos de tratamentos no SUS. A comissão atua como órgão consultivo da Saúde para essas decisões.

Agora, a previsão é que ele seja colocado em consulta pública na próxima semana por 10 dias. O uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina, é defendido publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro e tem sido alvo da CPI da Covida, no Senado.

O parecer foi feito por um grupo técnico formado na gestão do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e coordenado pelo professor Carlos Carvalho, da USP. No início deste mês, a coluna Painel revelou que o grupo já pretendia não recomendar os remédios em diretriz hospitalar.

Essa é a primeira vez que a Conitec analisa o uso de tratamentos para a Covid e indicações sobre a cloroquina, medicamento que virou alvo de disputa política nos últimos meses.

Até então, o Ministério da Saúde tinha um documento com “orientações” sobre uso de cloroquina e outros medicamentos, elaborado em meio a pressão do presidente Jair Bolsonaro. Esse primeiro documento, porém, não tinha passado pela comissão e era alvo de críticas após estudos apontarem ineficácia.

O parecer, porém, concentra-se apenas no uso hospitalar. Com isso, o Ministério da Saúde ainda não se manifesta sobre outros pontos, como o uso precoce -medida contestada por especialistas e em estudos. Ainda assim, já indica uma posição inicial sobre o remédio.

A partir das contribuições, a comissão do ministério vai emitir uma posição sobre a adoção ou não das diretrizes. Inicialmente, a Conitec deu parecer favorável, mas nova reunião será realizada após a consulta pública.

O documento diz que “não há evidência de benefício” da cloroquina “seja no seu uso de forma isolada ou em associação com outros medicamentos.” A recomendação vale independentemente da via de administração (oral, inalatória ou outras). Pacientes que já usavam cloroquina ou hidroxicloroquina devido a outras condições de saúde (como doenças reumatológicas e malária) devem manter o tratamento.

Além da não recomendação à cloroquina ou hidroxicloroquina a pacientes hospitalizados com Covid, o texto também contraindica o uso de azitromicina em conjunto ou separadamente desses remédios.

A exceção é para casos de presença ou suspeita de infecção bacteriana, quando deve ser usada de acordo com as diretrizes do hospital.

Para elaborar o parecer, o documento da Saúde diz que foram revisadas oito diretrizes nacionais e internacionais para tratamento da Covid-19, além de outros dados sobre a aplicação no contexto brasileiro. Além da cloroquina, a avaliação incluiu corticoesteroides, anticoagulantes, antimicrobianos, tocilizumabe, azitromicina, casirivimabe associada ao imdevimabe, remdesivir, plasma convalescente, ivermectina, colchicina e lopinavir/ritonavir.

Segundo o documento, poucas terapias farmacológicas mostraram-se eficazes na análise para tratamento da Covid-19.

“À exceção de corticoesteroides e do tocilizumabe, ambos em pacientes com uso de oxigênio suplementar, não há outras terapias que mostraram benefício na prevenção de desfechos clinicamente relevantes como mortalidade e evolução para ventilação mecânica”, diz o documento.

O parecer aponta que “algum benefício marginal” pode ser obtido com o uso de remdesivir, “contudo seu alto custo, baixa experiência de uso e incertezas em relação à efetividade não justificam seu uso de rotina”.

O remdesivir foi o primeiro tratamento aprovado pela Anvisa para uso contra Covid no país, mas o parecer inicial negativo na análise da Conitec -que neste caso entra como “sugestão” de que não haja uso- indica que há baixa chance de que ele seja oferecido no SUS.

“Da mesma forma, há incertezas sobre o benefício do uso de anticoagulação terapêutica, que, acrescidos do aumento definido no risco de sangramento, impedem que a mesma seja indicada de rotina, devendo ser utilizado em dose de profilaxia para tromboembolismo venoso”, aponta a diretriz.

Já antibióticos “devem ser utilizados somente na presença ou suspeita de infecção bacteriana associada, não devendo ser utilizado de rotina no paciente com Covid-19”, informa.

Na prática, o documento indica o uso de alguns remédios, como dexametasona e tocilizumabe, em casos específicos, como o de pacientes em uso de oxigênio e diante de orientações. Anticoagulantes também entram na recomendação em alguns casos.

O posicionamento da Saúde em relação à hidroxicloroquina e cloroquina era alvo de expectativa nos últimos dias em meio a CPI da Covid, que tem a insistência do governo no uso do medicamento como um dos focos de análise.

No último ano, dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, deixaram o cargo em meio a pressões de Bolsonaro para aumentar a oferta do medicamento.

Um documento que ampliava a indicação do remédio foi divulgado quando o general Eduardo Pazuello estava à frente da pasta. Ao longo dos últimos meses, diversos estudos mostraram que o medicamento era ineficaz para a Covid, mas a pasta manteve as orientações, que não tinham caráter de protocolo técnico.

Em uma das investidas pró-cloroquina, o Ministério da Saúde chegou a lançar um aplicativo chamado “TrateCOV” que indicava o remédio até mesmo para bebês. A plataforma foi retirada do ar após críticas de entidades.

Questionado na CPI, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou se posicionar sobre o medicamento, alegando que enviaria o protocolo à Conitec e que havia uma “divisão na classe médica”.

Queiroga, porém, não questionou a Conitec especificamente sobre o uso da cloroquina contra a enfermidade de forma geral e menos ainda a respeito do chamado “tratamento precoce”. A pergunta de senadores abrangia também o uso da cloroquina em casos de início da doença.

Embora o documento tenha como foco apenas o uso em pacientes hospitalizados, parte das evidências consultadas para elaboração das diretrizes e citadas no texto aponta ineficácia da cloroquina e hidroxicloroquina também para casos leves. Nenhuma indica o remédio para Covid.

Técnicos do órgão temem sofrer retaliação de integrantes do governo caso sejam instados a responder sobre o uso da cloroquina como tratamento precoce.

Além do trecho sobre medicamentos, as diretrizes para tratamento hospitalar de pacientes com Covid devem ter mais capítulos, entre eles um com orientações para médicos sobre como fazer intubação, por exemplo.

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JORNAL OPÇÃO

Goiás soma 16.091 mortes por Covid e acompanha taxa nacional de letalidade da doença que é de 2,8%

Dados da Secretária de Estado da Saúde apontam taxa de letalidade de 2,78%, bem próxima da nacional. Até agora foram aplicadas pouco mais de 1,1 milhão de doses e 573 mil pessoas foram totalmente imunizadas

O boletim divulgado na tarde deste domingo, 16, pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que há 579.485 casos de Covid-19 em Goiás. Deste número, 552.658 pessoas se recuperaram e 16.091 morreram, o que significa uma taxa de letalidade de 2,78%. De acordo com o Ministério da Saúde em todo o Brasil até agora são 434.715 mortes, com uma taxa de letalidade de 2,8%. Outros 303 óbitos suspeitos estão em investigação no Estado.


Doses aplicadas
Levantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose, foram aplicadas 1.149.467 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 573.609 pessoas. Esses dados são preliminares e coletados no site Localiza SUS do Ministério da Saúde.

Conforme pactuado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), as Secretarias Municipais de Saúde devem registrar, de forma obrigatória, as informações sobre as vacinas administradas no módulo Covid-19 do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI Covid-19).

Em relação às vacinas, o Estado de Goiás já recebeu 2.435.120 doses de imunizantes, sendo 1.351.530 da CoronaVac, 1.028.600 da AstraZeneca e 54.990 da Pfizer

Painel Covid-19
O boletim com as notificações da SES-GO foi informatizado e realiza o processamento dos dados a partir dos sistemas do Ministério da Saúde (e-SUS VE e Sivep Gripe). Eventuais diferenças são justificadas por ajustes nas fichas de notificação pelos municípios, como por exemplo, a atualização do local de residência da pessoa.

Para conferir os detalhes dos casos e óbitos confirmados, suspeitos e descartados, acesse o painel Covid-19 do Governo de Goiás por meio do link http://covid19.saude.go.gov.br/

Sobre os dados
Desde as primeiras confirmações de doença pela Covid-19, a SES-GO divulga boletins diários com atualizações sobre os casos confirmados e óbitos. Os números são dinâmicos e passíveis de mudanças após investigação mais detalhada de cada situação. Os boletins são elaborados a partir dos dados inseridos nos sistemas e-SUS VE e SIVEP Gripe, do Ministério da Saúde, pelas diversas instituições de saúde cadastradas no Estado, conforme endereço de residência informado pelos usuários.

Os dados podem ser alterados para mais ou para menos conforme investigação das Vigilâncias Epidemiológicas Municipais e atualização das fichas de notificações pelos municípios nos sistemas oficiais. Diante de eventuais inconsistências nos números, estes serão atualizados a partir das correções feitas pelas cidades nos sistemas de notificação.

O responsável pela notificação deve registrá-la e mantê-la devidamente atualizada nos sistemas oficiais de notificação, desta forma, se cada um fizer corretamente sua parte, a informação é democratizada e disponibilizada a todos em tempo oportuno.

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A REDAÇÃO

Goiânia continua com vacina contra covid-19 e Influenza nesta segunda

 
Goiânia – Com mais de 14 mil doses aplicadas no Dia D da Vacinação, a Prefeitura de Goiânia segue com a campanha contra a covid-19 e Influenza. Nesta segunda-feira (17/5), as equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atendem com a primeira dose pessoas com comorbidades e profissionais da saúde, além do reforço da Coronavac em idosos a partir de 62 anos para covid-19. Professores e idosos são atendidos para a Influenza.
 
 
Pessoas com comorbidades
 
Nesta segunda-feira, continua a campanha para pessoas com comorbidades em 13 unidades de saúde exclusivas para o grupo, além de seis escolas municipais. Enquadram-se nesta fase:
 
–  Pessoas com Síndrome de Down, de 18 anos a 59 anos;
 
–  Pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise), de 18 a 59 anos;
 
–  Gestantes e puérperas COM comorbidades a partir de 18 anos, desde que apresentando documentação que comprove a gestação. Ex: betaHCG, ultrassonografia etc, além de relatório médico comprovando a comorbidade. Necessário agendar em uma das 13 unidades que atendem pessoas com comorbidades.
 
– Pessoas com comorbidades, de 18 a 59 anos;
 
– Pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 18 a 59 anos.
 
 O grupo deve agendar o atendimento através do app Prefeitura 24 horas em um dos postos indicados no site. No site, também consta a documentação necessária para vacinar. A atualização com os locais é feita após às 17h. 
 
 Idosos de 62 e 63 anos
 
O reforço da Coronavac em pessoas de 62 e 63 anos é aplicado em seis escolas municipais e na Área I da PUC para pedestres. Não haverá atendimento na modalidade drive thru para este público, nem necessidade de agendamento. Os endereços e a documentação necessária também constam no site. A atualização com os locais é feita após às 17h. 
 
Influenza
 
A vacina contra o vírus Influenza é aplicada em 55 salas de vacinação destinadas à campanha, bem como Sesc Faiçalville e Área I da PUC, todos na modalidade pedestre. Dois postos drive thru – Passeio das Águas e Estádio Serra Dourada – também atenderão ao público. Veja detalhes sobre as salas de vacinação aqui . A atualização com os locais é feita após às 17h. 

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Assessoria de Comunicação

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Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás
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