Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17/01/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Lipoaspiração
Goiás teve mais de 10 mil cirurgias em 2013
Alfredo Mergulhão e Vandré Abreu
Entre 10 mil e 12 mil cirurgias de lipoaspiração foram feitas em Goiás em 2013, em uma estimativa da Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas – Regional Goiás (SBCP-GO). É o procedimento da especialidade cirurgia plástica mais realizado no Estado e mesmo no Brasil, já que ocorre, normalmente, em complemento a outras plásticas. E isto, para especialistas, explica a maior publicidade a casos em que o procedimento acarreta insatisfação do paciente ou mesmo ocorre complicações.
Membro da SBCP e ex-presidente da regional goiana da entidade, o cirurgião patek philippe replica watches plástico Nelson Fernandes explica que não há, nos últimos anos, um aumento no risco da cirurgia, mas sim no número de casos. “O risco continua o mesmo ou até menor, mas o número de cirurgias aumentou muito e, como o percentual permanece, em números absolutos, aparecem mais casos.” No entanto, Fernandes argumenta que esta quantidade é ainda menor que em procedimentos mais comuns, como de cirurgia cardíaca, mas a publicidade é maior por não se tratar de uma cirurgia urgente.
O médico afirma que os cirurgiões plásticos trabalham com uma estimativa de 5% de insatisfação do paciente, percentual considerado aceitável. Isto ocorre em casos nos quais a cirurgia precisa ser refeita ou um novo procedimento deve ser efetuado. Neste percentual também consta as complicações provenientes do próprio processo cirúrgico, mas, segundo Fernandes, o número é pequeno. “Dar errado é algo bem relativo, porque pode ser desde uma insatisfação pessoal a uma infecção.”
O mais grave, nestes casos, é a ocorrência de trombose venosa profunda, que chega a 1 a cada 10 mil cirurgias. Na última terça-feira (14), a advogada Ludmylla Franco, de 24 anos, morreu após passar por uma mamoplastia e uma lipoaspiração quando sofreu complicações cirúrgicas. A suspeita é de que a morte tenha sido causada por uma embolia pulmonar, em razão de uma trombose venosa. A jovem submeteu-se ao procedimento cirúrgico no Hospital Premium, na capital. Em nota, o hospital explicou que o procedimento cirúrgico foi realizado sem qualquer intercorrência.
Após a cirurgia, Ludmylla foi encaminhada para a unidade de recuperação pós-cirúrgica sem qualquer alteração, onde se recuperou normalmente. Ainda de acordo com a nota, no início da noite a paciente manifestou sintomas de falta de ar leve, sendo prontamente avaliada e, como não melhorou, Ludmylla foi transferida por volta das 22h30, por meio de UTI Móvel, para o Hospital Renaissence, onde veio a falecer na madrugada da quarta-feira (15). A família da vítima não quis dar entrevista.
O presidente SBCP-GO, Paulo Diniz, afirmou que não tem os dados completos a respeito do que aconteceu na sala de cirurgia. Embora não esteja confirmada a hipótese de embolia pulmonar, o médico informou que esta é uma das complicações mais recorrentes em cirurgias plásticas. Trata-se de um trombo (sangue coagulado) que encontra um vaso sanguíneo de calibre menor e entope a passagem de sangue.
Desde 2010, três outros casos tiveram repercussão em Goiânia
Em julho de 2012, a funcionária pública Raila Silva Leal Carvalho, de 32 anos, morreu após uma lipoaspiração realizada em um hospital particular de Jataí. Em 2010, outras duas pacientes morreram por complicações em cirurgias de lipoaspiração. A funcionária pública federal Kelma Macedo Ferreira Gomes, de 33 anos, morreu no Hospital São Francisco, em Ceilândia, no Distrito Federal (DF). Mas ela passou por cirurgia de lipoescultura em Goiânia, na véspera. Kelma era assessora direta do então ministro das Cidades, Márcio Fortes.
No mês de março de 2010, a dona de casa Lana Elisa Santos Gomes, de 35 anos, morreu na Clínica Hospitalar Matermaria, localizada no centro de Anápolis, depois de sofrer uma parada cardiorespiratória, ocorrida durante uma cirurgia de lipoaspiração. A suspeita era de que ela também tenha tido uma embolia pulmonar.
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Artigo – O SUS, a equidade e o grito das ruas
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi concebido para democratizar os cuidados de saúde oferecidos aos povos brasileiros, mas penso que também para criar espaços dignos de trabalho, sempre raros na praça do capital.
Quando a proposta de cuidado não é de mão única (um aplica uma técnica no outro), quando o trabalhador vive uma relação de cuidado que permite a sua própria transformação, temos grande chance desta vivência se tornar criativa e garantir a ele uma identidade de reconhecido valor social e grande contentamento subjetivo.
O SUS não nasceu com a força que tem hoje. Ele se desenvolveu como uma construção coletiva. Na área da saúde mental, por exemplo, foi o movimento da luta antimanicomial que conseguiu concretizar a Reforma Psiquiátrica (modelo psicossocial) que aponta hoje a direção dos nossos investimentos.
Mas mesmo dentro da Reforma Psiquiátrica a inclusão de alguns segmentos só se fez com muita reflexão, muito esforço de parte da militância. Lembro aqui o louco infrator (em Goiás, foi criado o PAILI, referência na área) e os toxicômanos, para citar duas situações complexas. Com os usuários de drogas, este atraso certamente favoreceu o retorno assustador das mais violentas práticas manicomiais com o apoio do Estado e dos meios de comunicação depois da “epidemia” do crack e a necessidade de higienizar as ruas para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Os problemas éticos, antropológicos e tecnológicos que nos colocam os cuidados com a saúde das populações quilombolas, indígenas, LGBT, ciganas e em situação de rua, dentre outras, ajudam o próprio SUS a se repensar e a avançar no seu ideário de democracia radical, como foi o caso paradigmático da relação entre as Reformas Sanitária e Psiquiátrica.
Como o Estatuto da Criança e do Adolescente, nosso futebol arte e a música popular brasileira, o Sistema Único de Saúde é uma das grandes criações do nosso povo. Ajudam-nos a vislumbrar um mundo mais justo e humano. Com este trabalho de inclusão das populações marginalizadas e promoção da equidade em saúde, o SUS chama para si uma responsabilidade que é de todos os brasileiros – o resgate de culturas menosprezadas e a sobrevivência de povos centrais para a nossa formação e construção do país.
Ele tem força para isto. E como paradigma libertário, pode estimular ou até orientar outras áreas a seguirem o mesmo caminho, como, a meu ver, fez o Consultório de Rua de Goiânia com sua defesa intransigente da saúde, liberdade, autonomia e cidadania dos povos das ruas, ajudando a motivar a área social a questionar e mudar suas práticas repressivo-assistenciais executadas até 2012 e toda a sociedade a compreender politicamente a história das ruas e seus moradores. Conseguiu mostrar à sociedade que é possível superar o descaso, a arbitrariedade e a violência que predominam nas políticas do Estado brasileiro para estes povos.
Podemos não conseguir integrar, por exemplo, indígenas e não indígenas mas se é verdade que temos um projeto de nação, essa fratura continuará corroendo a nossa alma, filhos que somos do falo português e mães negras e indígenas.
No ano passado, a voz rouca das ruas tomou o país inteiro. Estes dois últimos ciclos de governo no plano federal se exauriram por inanição, seus projetos conservadores não se consolidaram; a cooptação de intelectuais universitários, partidos políticos (agremiações), sindicatos e parte importante dos movimentos sociais desvalorizou as pequenas conquistas sociais. Essas alternativas de poder não se sustentaram e nenhuma outra se forjou.
Temos um vácuo pela frente. A desvalorização da ação política como possibilidade transformadora nos assusta, e eis que surge um movimento meio aloucado que grita o nosso sufoco. Imprevisto e plural, surge como uma nova esperança em uma forma desconhecida. O descaso das gestões públicas com a saúde sempre foi um dos pontos mais reclamados pela população. Agora retorna entre várias outros. Podemos querer chegar a qualquer lugar, mas temos que partir de onde estamos.
No plano conceitual, o SUS é um norte quase unânime. Na prática, tem avanços reconhecidos, mas também uma luta que às vezes parece inglória ante os interesses capitalistas. Vai ser ouvido agora, é uma das nossas melhores experiências sociais, um enorme patrimônio brasileiro. Precisa avançar na perspectiva socializante de seus primórdios e a equidade é um de seus pilares – reduzir as condições de desigualdade de acesso aos serviços de saúde de qualidade a que estão sujeitas as populações com maior vulnerabilidade sociocultural.
Com estes dois ciclos de governo, o SUS vem se terceirizando e se arruinando como projeto coletivo. O que restou do socialismo do século XX foram conquistas como o SUS. Pode ser a hora de ele se firmar como uma zona em que o capital interfira menos. Uma esperança que pode motivar nossas próximas ações técnicas e políticas. Uma esperança de humanização cozida na nossa tragédia social.
Lourival Belém Jr é médico do SUS e membro do Coletivo Liberdade
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SAÚDE BUSINESS WEB
Santa Celina reduz reinternações e eventos adversos com gestão de risco
Mesmo com um crescente aumento no número de atendimentos – de quase 60%, os índices de hospitalização caíram 2%

É fato que a população mundial vive cada vez mais. Com aumento da longevidade, o sistema de saúde precisa estar preparado para atender pacientes mais velhos – de maneira mais humanizada e com um gerenciameno de custos inteligente. Por isso mesmo, em todo mundo, o atendimento domiciliar tem ganhado espaço tanto por oferecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes como por reduzir gastos hospitalares.
Buscando melhorar práticas de atendimento, o Santa Celina sentiu a necessidade de investir no projeto Gestão Clínica. “O home care não tem benchmarking no mercado nacional e internacional para analisar, por exemplo, o que as empresas estão fazendo em gestão de risco ou na implantação de protocolos utilizados em hospitais”, diz a CEO do Grupo Hospitalar Santa Celina, Ana Elisa Alvares Corrêa de Siqueira.  “Resolvemos inovar e utilizar protocolos hospitalares e adaptá-los à realidade da atenção e internação domiciliar”. Eles são determinados de acordo com a condição de saúde do paciente e servem para que a equipe multidisciplinar saiba quais são os riscos que o doente sofre. Atualmente os profissionais do Santa Celina trabalham com protocolos de broncoaspiração, queda do leito, evento adverso, entre outros. “Adotamos a mesma metodologia das enfermarias dos hospitais para levar às casas dos pacientes, o que é algo muito mais complexo”, explica a executiva.     
Entre os principais objetivos do projeto estavam diminuir risco na atenção e internação domiciliar, padronizar protocolos de atendimento das equipes visitadoras e da central médica de regulação, além de aprimoramento de softwares específicos para o trabalho e para o canal de clientes. Foi preciso, por exemplo, adequar programas que pudessem transformar o maior número de dados em informação para facilitar tomadas de decisões, mesmo quando realizadas à distância. Com todas estas metas atingidas, buscava-se principalmente a otimização de recursos, o ganho de eficiência operacional e o aumento da satisfação do cliente.
Em pouco mais de 12 meses de implantação do programa, os resultados evidenciaram o sucesso da iniciativa. Mesmo com um crescente aumento no número de atendimentos – de quase 60%, os índices de hospitalização caíram 2%. A redução das reinternações dos pacientes em hospitais é a menor do Grupo Santa Celina em 15 anos. Dentro do home care, reinternação é um dos indicadores chaves. Mais pacientes reinternados podem sinalizar que assistência domiciliar não é eficiente. “Há ainda perda de faturamento para a empresa, já que o paciente vai para o hospital e deixa de usar a assistência na residência. E quando ele volta para casa, são novos custos para recapacitar a equipe de atendimento”, afirma Ana Elisa.
Houve também uma expressiva diminuição (68%) no número de eventos adversos. A nova gestão de risco, e a resultante eficiência operacional, garantiram ainda uma redução de 48% nos custos gerados por atendimentos pré-hospitalares. Do lado dos clientes, a satisfação aumentou. O acesso a canais específicos fez o tempo de espera cair em algumas interfaces do atendimento, as informações ficaram mais “claras” para o paciente, o que garantiu também a melhora do desempenho da central médica reguladora.
O que certamente exigiu maior trabalho para a implementação do projeto foi a automação dos protocolos desenvolvidos, que passaram a fazer parte dos prontuários eletrônicos dos pacientes. Atendimento informatizado aliado a um banco de dados de sintomatologia e queixas garantem à equipe de atendimento uma tomada de decisão mais assertiva e qualificada. Munidos de equipamentos conectados a um ambiente web próprio da empresa, 100% dos profissionais externos estão conectados em tempo real aos pacientes e à central de urgência e emergência.
Além do foco no aprimoramento interno, a empresa teve de investir no treinamento de colaboradores e cuidadores. Foi preciso capacitar as famílias dos pacientes para que tivessem entendimento das novas práticas. No caso de doentes, por exemplo, que têm apoio de enfermagem durante 12 horas, os familiares necessitam ter conhecimento do protocolo para que nas 12 horas seguintes não ocorram incidentes. “Se o paciente tem risco de broncoaspirar, ele não pode comer deitado e a família deve tomar esse cuidado”, exemplifica.
O projeto Gestão Clínica e seu impacto na Gestão de Custos e de Risco em Atenção Domiciliar conduzido pelo Santa Celina teve um custo aproximado de R$ 400 mil. “Todo processo de qualidade e gestão necessita de um investimento num primeiro momento, seja em softwares, treinamentos, contratação ou capacitação de equipe, mas sabemos que num prazo de 12 a 18 meses esse investimento é recuperado”, afirma a CEO do grupo.
Para monitorar a educação continuada dos protocolos dentro das residências foi criado um grupo, o Casa Segura. Ele é responsável por visitar os domicílios e auditar as informações. “Hoje a coleta de dados para gerar essas informações é muito mais segura devido ao investimento em tecnologia”. A CEO do Santa Celina calcula que após o investimento inicial do projeto, os gastos caíram cerca de 50%. “Restam somente os custos de manutenção de equipe e recapacitação por conta de turnover”.
O projeto da padronização de protocolos já foi implementado nas outras cidades atendidas pelo grupo – Rio de Janeiro, Brasília, Campinas e Santos.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Sua sala de espera está preparada para “o novo paciente”?
A transformação do paciente em uma tríade – e-paciente, cliente e consumidor – é o fenômeno mais impactante e relevante para a Medicina resultante da disseminação da Internet
MÁRCIA WIRTH
Há muitos estudiosos tentando precisar a dimensão dos impactos da Internet sobre as mais diversas áreas e atividades econômicas. Mas na área da Saúde, em particular, essa missão é impossível, pois o universo digital vem alterando tão profundamente a caracterização daquele que habitualmente denominávamos “paciente”, que consequentemente, estes impactos só poderiam ser medidos se também estudássemos a nova relação médico-paciente, que se estabelece a partir da transformação do paciente.
A transformação do paciente em uma tríade ou “novo paciente” –  e-paciente, cliente e consumidor  – é o fenômeno mais impactante e relevante para a Medicina resultante da disseminação da Internet. Philip Kotler observa que, nas últimas décadas, o consumidor já estava moldando o ambiente ao seu gosto e ansiava por meios que permitissem participar da construção desse novo mundo. A Internet, então, veio como uma resposta a essa necessidade e foi adotada em ampla escala, causando uma “nova revolução social”.
Manuel Castells chama a atenção para esse fato já há algum tempo, quando defende que a galáxia da Internet é o novo ambiente de comunicação. “Como a comunicação é a essência da atividade humana, todos os domínios da vida social estão sendo modificados pelos usos disseminados da Internet […]”.
Com a popularização da Internet, o consumidor passou a ditar as regras. É o que Kotler chama de empowerment do consumidor, que deixou de lado a passividade que imperou na década de 1980 e passou a exercer um nível de participação na comunicação existente no mercado sem precedentes. O consumidor é a diretriz primordial, ele sabe disso e faz uso desse seu poder. Ele é exigente, “quer colaborar com a empresa”, dando sua opinião, sendo participativo.
E nesse novo cenário, com a Internet a seu favor e portador de sua própria conexão 3G e de seu smartphone e/ou tablet, o paciente aprendeu a gostar de ser o e-paciente. Ele marca o exame, pesquisa o histórico profissional do médico (Ele é especialista? Tem RQE? Estudou mesmo no The Johns Hopkins Hospital?), checa com o Dr. Google as orientações que recebeu durante a consulta e compra seu medicamento… Tudo com um clique ou dois… O paciente aprendeu que ser cliente é muito bom e anseia por ser respeitado, conquistado, “encantado”, fidelizado e bem atendido. Ele percebeu que como consumidor, reclamar funciona e que a Internet é o canal dos sonhos para dar vazão às suas insatisfações.
Diante de tantas e tão rápidas mudanças é urgente que os médicos busquem auxílio e consultoria apropriada para compreender essa evolução comportamental do paciente, que provoca mudanças dentro do consultório que impactam diretamente os negócios.
Se o paciente mudou, não é mais possível atendê-lo da mesma maneira. O atendimento precisa mudar também. Gil Giardelli defende que não podemos usar velhos mapas para descobrir novas terras. Nós defendemos que não podemos continuar “atendendo assim”, como sempre fizemos, porque simplesmente, “sempre fizemos isso”…
Não tenho tempo a perder…
Nesses novos tempos, um comportamento que precisa ser revisto para melhor atender o paciente é o tempo de espera para ser atendido em consultório e clínicas médicas. O que mais irrita um paciente, antes de ser atendido é o atraso na consulta e a falta de um feedback apropriado por parte da recepcionista/secretária. (Sobre este tema, veja o post Ocorrências frequentes que geram conflitos e estresse na sala de espera).
Segundo uma pesquisa de 2010, o tempo médio de espera no consultório de um médico, nos Estados Unidos, para uma consulta clínica é de cerca de 20 minutos. E de acordo com outro estudo sobre o mesmo tema, publicado no Journal of General Internal Medicine, a maioria dos pacientes considera esse tempo de espera muito longo.
O fato é que as pessoas odeiam esperar. Seja nos Correios ou no consultório de um médico (a exceção são as filas de lançamento dos produtos da Apple), quanto maior a espera, menor a chance de que o cliente, neste caso, “o novo paciente” saia satisfeito, e menor a probabilidade de que ele vá retornar ao consultório, se ele se deparar com outra opção, no caso, um médico que saiba organizar a sua agenda de marcação de consultas de maneira mais eficiente.
Cientes dessa nova realidade e dessa nova exigência do consumidor, muitos médicos fazem o possível para aprimorar sua agenda diária, eliminando a espera prolongada e agilizando seu atendimento. Nesse sentido, capacitar a equipe para receber bem o paciente, enquanto ele espera, tem dado bons resultados. Uma equipe bem treinada torna-se mais sensível às necessidades do paciente na sala de espera, buscando oferecer conforto ao paciente que aguarda atendimento médico.
Especialistas que estudam o fenômeno de espera nas filas defendem que a percepção sobre a espera é mais importante do que o tempo de espera real. De acordo com pesquisa realizada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), os clientes consideram o tempo de espera uma oportunidade desperdiçada ou perdida. Portanto, para atingir níveis mais elevados de satisfação dos clientes, as empresas devem se concentrar em fazer com que os clientes sintam que não estão perdendo tanto tempo assim.
Em outras palavras, a solução não é apenas reduzir o tempo de espera de 20 para 15 minutos, mas fazer um trabalho melhor para “distrair os pacientes” durante o tempo de espera.
Lições de outros segmentos
econômicos
Tempo desocupado é percebido como tempo desperdiçado, mas o tempo ocupado é percebido como produtivo. “O pulo do gato” é fazer com que os pacientes se sintam produtivos enquanto esperam o atendimento. Com isso em mente, relacionamos algumas ideias sobre como melhorar a satisfação quando se trata de longas esperas:
l Cabeleireiros: oferecem aos clientes uma bebida quente
Como o profissional leva vários minutos para atender o cliente, ele serve chá, infusão ou café fresco, que entre preparo e ingestão toma cerca de 10 ou 15 minutos. Se estivéssemos no consultório, no momento em que o paciente fosse chamado para a sala do médico, ele provavelmente não teria terminado sua bebida. Isto o deixaria com a percepção de que ele não teve tempo suficiente para tomar a bebida, que o atendimento foi rápido. Tudo isso agrega valor ao serviço prestado.
l Painel de senhas: aguarde o seu número
De acordo com um artigo publicado na Harvard Business Review, as pessoas valorizam mais a transparência no atendimento do que um tempo de espera curto. Como num consultório médico, nem sempre é possível revelar os bastidores do atendimento para os clientes, devido ao sigilo médico-paciente, o painel com senhas eletrônicas cumpre o papel de deixar claro “as regras do jogo”.
l Autosserviço: faça assinaturas de jornais e revistas
Parece tão óbvio. Afinal das contas, a maioria dos consultórios médicos já está tomada por revistas, mas poucos têm uma assinatura de um jornal diário. As pessoas valorizam a informação atual mais do que informações desatualizadas. No fim das contas, é melhor contar com uma variedade de jornais e revistas para todos os gostos. Também é bom manter as revistas correntes e remover as que estão rasgadas ou com mais de dois meses de publicação.
l Restaurantes: desenhos para as crianças colorirem
Pediatras sabem como atender às crianças, mas outros médicos devem prestar atenção a este cliente também. O site da Crayola possui diversas páginas para colorir destinadas às crianças (incluindo vários desenhos que são educativos sobre o corpo humano). Além disso, é possível comprar giz de cera em qualquer papelaria e distribuí-los às crianças, como fazem diversos restaurantes. Esta é uma maneira barata e fácil de manter a criança entretida e tornar a espera menos frustrante.
l Cafés: Wi-Fi gratuito
A conexão Wi-Fi confiável é um bônus agradável para os clientes que desejam checar um e-mail ou apenas navegar enquanto esperam o atendimento médico. E os pacientes estão acostumados com esse “pequeno luxo” em qualquer café da esquina. Como o seu consultório e/ou a sua clínica não oferece algo semelhante? Assim, além das opções em papel, lembre-se que muitos pacientes preferem ler na sua própria tela, em seu laptop, tablet ou smartphone. É essencial ofertar uma senha para uso exclusivo dos pacientes com uma ótima conexão à Internet. Muitos consultórios e clínicas médicas ainda relutam em adotar essa prática, com medo de que seus funcionários se distraiam no trabalho e fiquem o dia todo navegando nas redes sociais… Uma preocupação completamente infundada, pois os funcionários já fazem isso, utilizando sua própria conexão 3G/4G de seus celulares particulares. Assim, não há mais motivos para não oferecer uma senha WI-FI aos pacientes.
l Bares: coloco uma TV ou não?
Já existem algumas evidências de que a instalação de um aparelho de televisão na sala de espera pode realmente sair pela culatra. Um estudo holandês, em 1994, descobriu que as pessoas que assistiam televisão na sala de espera de um consultório médico perceberam que o tempo de espera não era curto. Isto pode ser porque estamos profundamente conscientes de quanto tempo dura um programa de TV, então quando os intervalos comerciais começavam a se somar, os pacientes começaram a sentir que o tempo foi desperdiçado. Ainda assim, existe uma pequena percentagem de pessoas que prefere assistir TV ao invés de ler ou navegar pela Internet, de modo que esse tópico pode ser considerado relevante por alguns profissionais. Particularmente, não apreciamos e não recomendamos TV na sala de espera (já bastam os celulares estridentes provocando tumulto nas clínicas), pois a consideramos um foco de tensão e ruído a mais num ambiente que necessariamente precisa ser calmo e tranquilo.
Por fim, lembre-se que é a percepção da espera, não o próprio ato de esperar que faz a diferença. Dar ao “novo paciente” a sensação que ele está fazendo algo útil com seu tempo vai deixá-lo mais feliz. Este é um desafio, mas é uma meta possível de ser atingida!
(Márcia Wirth, jornalista, consultora especializada em Health Care, à frente da MW-Consultoria de Comunicação & Marketing em Saúde, e-mail: faleconosco@marciawirth.com.br , site: www.marciawirth.com.br)
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Advogada morre após cirurgia
ELPIDES CARVALHO
A advogada Ludmylla Franco, 24 anos, morre após fazer cirurgia de lipoaspiração e passar por mamoplastia. A intervenção cirúrgica ocorreu, na tarde da última terça-feira, no Hospital Premium, em Goiânia. A jovem fazia o que os cirurgiões plásticos chamam de lipoescultura, em que médicos retiram gorduras de várias partes do corpo. Em nota, a unidade de saúde explica que depois do procedimento, a paciente apresentou sintomas de falta de ar e, em seguida, o caso se agravou.
O hospital informou que a causa da morte foi decorrente de uma embolia pulmonar e que Ludmylla teria entrado para a sala de cirurgia em perfeitas condições de saúde. A nota disse ainda que, após procedimento médico, ela foi encaminhada para uma unidade de recuperação pós-cirúrgica. No entanto, no início da noite, a advogada manifestou sintomas de falta de ar leve, sendo prontamente avaliada pelo corpo clínico do hospital e pela equipe cirúrgica.
De acordo com a unidade de saúde, Ludmylla não apresentou sinais de melhora e teve que ser transferida para o Hospital Renaissence, por volta das 22h30, por meio de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel. Já que o Hospital Premium não possui esta estrutura. A nota ressalta ainda que não ocorreu nenhum problema durante a operação. Contudo, a jovem veio a óbito, às 5h de quarta-feira. A família da vítima muito abalada não quis se pronunciar sobre o caso.
Homenagem
Ludmylla também era responsável por um site especializado em dieta e saúde, o Foca na Dieta. O objetivo do projeto é reunir pessoas interessadas em levar uma vida saudável aliada às atividades físicas. A cada quilo perdido pelos participantes do programa é revertido em alimentos para doação. Por meio da rede social Instagram, amigos de trabalho homenagearam à jovem.
"Hoje o @belezasolidaria vem prestar homenagem a quem tornou um sonho realidade. Mais que uma fundadora, @ludfranco batalhou para que nosso projeto saísse do papel e tocasse os corações. Com muita dedicação, alegria, honestidade, respeito e acima de tudo muito amor. Ela é responsável por tudo o que nossos seguidores acompanhavam diariamente pelas redes sociais e fazia todo o trabalho com um sorriso contagiante, amor e muita luz. Nos resta somente agradecer a Deus por todos os momentos, alegrias e conquistas que essa princesa nos proporcionou. Te amamos e guardaremos para sempre esse sorriso", diz a publicação.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação

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