Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 17/05/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

‘Pretendo sancionar’, diz Bolsonaro sobre piso da enfermagem

Hapvida tem prejuízo líquido de R$ 182 mi no 1º trimestre

ANS inclui opções de quimioterapia oral em seu rol de procedimentos

Receita dobra, mas custos da fusão pesam e Hapvida (HAPV3) tem prejuízo no 1º trimestre

Dengue dispara no país, e reagente de testes se esgota

Goiás já registra mais mortes por dengue em 2022 do que em todo ano passado

Covid-19: Goiás registra 1,8 mil novos casos e 6 mortes em 24 horas

Morte de bebê de oito meses após injeção acende alerta para procedimentos em crianças; médicos explicam condutas

Mesmo com pandemia, SUS fica estagnado

Após regulamentação, telessaúde busca avanços em implantação

O TEMPO

‘Pretendo sancionar’, diz Bolsonaro sobre piso da enfermagem

Projeto já foi aprovado pelo Congresso, mas parlamentares ainda não definiram uma fonte de custeio

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (15) que deve sancionar o piso salarial nacional da enfermagem, aprovado pelo Congresso Nacional no início de maio e pronto para a sanção.

“Pretendo sancionar. Estou no aguardo da definição sobre qual será a fonte de recursos”, disse.

Porém, ainda não há previsão de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), envie o texto para o Poder Executivo. Ele aguarda que seja resolvido o impasse sobre o custeio para a implementação do piso

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ISTOÉ

Hapvida tem prejuízo líquido de R$ 182 mi no 1º trimestre

A Hapvida, operadora de planos de saúde, registrou prejuízo líquido de R$ 182 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo lucro líquido de um ano antes, quando alcançou R$ 151,8 milhões. Já o lucro líquido ajustado acumulou R$ 78,1 milhões de janeiro a março, queda de 69,9% sobre um ano antes.

Segundo a companhia, em release divulgado junto aos resultados, os números já trazem o consolidado da combinação de negócios com Notre Dame Intermédica (GNDI), contabilizando fevereiro e março da companhia junto aos dados trimestrais da Hapvida.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 284,4 milhões, recuo de 39,1% na comparação com o mesmo intervalo de 2021. Já o Ebitda ajustado (ou Ebitda Ex-ILP/SOP) teve queda de 11,3%, saindo de R$ 466,8 milhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 414 milhões no mesmo período de 2022.

Por outro lado, a receita líquida da Hapvida atingiu R$ 4,8 bilhões no intervalo entre janeiro e março, alta anual de 108,4%. A sinistralidade caixa consolidada do trimestre foi de 72,9%.

Ao excluir custos relacionados à Covid-19, despesas médico-hospitalares das operadoras recém-adquiridas com patamares mais elevados de sinistralidade e impacto do reajuste dos planos individuais, a sinistralidade caixa teria sido de 67,1%, “em linha com o histórico da companhia”.

“Permanecemos eficientes na adequada gestão das despesas com vendas atingindo um índice de 6,8% e das despesas administrativas com índice de 9,7% no trimestre”, diz a Hapvida. O que, segundo a empresa, justifica o Ebitda ajustado do período.

No trimestre consolidado com as duas companhias, foram adicionados de forma líquida 111 mil beneficiários de saúde e perdidos 37 mil beneficiários de odonto.

O resultado financeiro líquido no primeiro trimestre totalizou uma despesa líquida de R$ 171,5 milhões em comparação a uma despesa líquida de R$ 29,8 milhões um ano antes.

Ao fim do trimestre, a companhia apresentou saldo de empréstimos, financiamentos e debêntures de R$ 10,8 bilhões, incluindo o saldo de outras contas a pagar de empresas adquiridas, ativos indenizatórios e os saldos de instrumentos financeiros derivativos. A dívida bruta totalizou R$ 11,8 bilhões. Já o índice de Dívida financeira líquida/Ebitda no foi de 2,8x enquanto no quarto trimestre de 2021, o índice ficou em -0,8x.

“O aumento desse indicador em relação aos trimestres anteriores refere-se ao pagamento da parcela caixa para acionista GNDI no valor de R$ 3,2 bilhões, dividendo extraordinário do GNDI no valor de R$ 1 bilhão, dívida proveniente do balanço de abertura do GNDI e Ebitda LTM ainda penalizado pela pandemia”, explica a companhia em release.

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ANS inclui opções de quimioterapia oral em seu rol de procedimentos

Opções de tratamento trazem benefícios de sobrevida aos pacientes

A inclusão de três opções de quimioterapia oral no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) traz benefícios em termos de sobrevida aos pacientes e permite a prescrição, pelo médico, para aqueles pacientes que têm seguro saúde, avaliou hoje (16) a oncologista Andreia Melo, do Grupo Oncoclínicas, também chefe da Divisão de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Publicada no último dia 6, no Diário Oficial da União, a decisão contemplou as substâncias trifluridina + cloridrato de tipiracila, para câncer colorretal e gástrico metastático; Brigatinibe, para câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) localmente avançado ou metastático, positivo para quinase de linfoma anaplásico (ALK); e Venetoclax, combinado com obinutuzumabe, para pacientes adultos com leucemia linfocítica crônica (LLC) em primeira linha de tratamento.

Segundo o Inca, a estimativa é que em cada ano do triênio 2020-2022, o Brasil tenha em torno de 41 mil novos casos de câncer colorretal, 21 mil casos de câncer gástrico e 30 mil de câncer de pulmão, além de 11 mil casos novos de leucemia, dos quais a leucemia linfoide crônica responderá por cerca de um quarto. No total, o Inca estima o aparecimento de 650 mil casos novos de câncer no país a cada ano do triênio.

Por isso, na avaliação da oncologista, é grande o significado que as incorporações de tratamento podem trazer aos pacientes.

“Elas trazem novas opções terapêuticas. São novas linhas de tratamento para pacientes com essas neoplasias (colorretal e gástrico) no cenário metastático. No caso do câncer de pulmão, você tem a seleção por um biomarcador e tem uma resposta objetiva muito boa com o uso do tratamento e ganho de sobrevida”.

A cobertura obrigatória dessas três novas opções de quimioterapia oral pelos planos de saúde é fundamental para que o oncologista faça, na sua prática clínica, o que há de melhor na literatura, em termos de padrão de tratamento.

“Priorizar essas opções de tratamento oral na cobertura dos pacientes com essas neoplasias é fundamental. É isso que acontece com o Rol da ANS”, indicou a oncologista.

Cânceres

Câncer colorretal é o nome dado ao tipo de tumor que atinge a região do intestino grosso (cólon), reto (final do intestino, antes do ânus) e o ânus. Apenas em 2019, a doença provocou mais de 20 mil mortes no país. Esse é, segundo o Inca, o terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil, com um risco estimado de cerca de 19 casos novos a cada 100 mil pessoas. O câncer colorretal metastático é o estágio avançado da doença. O tratamento deve ser contínuo, visando prolongar a sobrevida, diminuir sintomas relacionados ao tumor, postergar a progressão da doença e manter a qualidade de vida. Mesmo considerando que a doença esteja em um estágio mais avançado, os pacientes ainda podem receber tratamento.

O Inca adverte que quase 30% de todos os cânceres colorretais poderiam ser evitados mediante uma dieta saudável, prática de atividades físicas e redução do consumo de bebidas alcoólicas. O instituto, vinculado ao Ministério da Saúde, estima que, em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com pacientes que desenvolverão esse tipo de câncer, em função da exposição a fatores de risco evitáveis, vai ser 88% maior do que o valor gasto registrado em 2018, que alcançou R$ 545 milhões.

Andreia Melo advertiu que o custo da assistência em oncologia tem subido a cada ano, não só pelo aumento do número de casos. “É uma doença que tem ficado mais incidente e tem aumentado a sua mortalidade também. É claro que, junto disso, você caminha com o desenvolvimento de novas opções terapêuticas, novas tecnologias, novas intervenções que, habitualmente, apresentam alto custo”.

Já o câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre mulheres, com um risco estimado de 12,81 casos a cada 100 mil homens e 7,34 para cada 100 mil mulheres. No mundo, foram estimados 684 mil casos novos em homens, sendo o quarto mais frequente entre todos os cânceres. O tipo mais frequente é o adenocarcinoma, responsável por 95% dos casos, sendo a infecção pela bactéria Helicobacter Pylori o principal fator de risco.

Já a leucemia linfocítica crônica (LLC) se caracteriza por um aumento do número de linfócitos, que são um dos principais tipos celulares dos leucócitos, ou glóbulos brancos. Trata-se de uma doença que se desenvolve de forma lenta e afeta, em sua maioria, pessoas com mais de 55 anos. A idade média no momento do diagnóstico é em torno de 70 anos. Extremamente rara em crianças, o risco de uma pessoa desenvolver LLC é de 0,57%, sendo um pouco maior em homens do que em mulheres.

De acordo com o Inca, o câncer de pulmão é o segundo mais comum no Brasil e o primeiro em todo o mundo, tanto em incidência quanto em mortalidade. É responsável por cerca de 13% de todos os novos casos de câncer, com incidência mundial de 1,8 milhão de casos novos. Esse tipo de câncer é considerado hoje uma das principais causas de morte evitáveis, porque, em cerca de 85% dos casos, seu aparecimento está diretamente ligado ao consumo de derivados do tabaco. O cigarro constitui o mais importante fator de risco.

Na mesma decisão, a ANS aprovou a incorporação no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da substância Risanquizumabe, para tratamento da psoríase moderada a grave.

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TRADEMAP

Receita dobra, mas custos da fusão pesam e Hapvida (HAPV3) tem prejuízo no 1º trimestre

A Hapvida (HAPV3) registrou prejuízo líquido de R$ 182 milhões no primeiro trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 151,8 anotado no mesmo período do ano passado.

No resultado ajustado, que exclui efeitos do incentivo de longo prazo e amortização da combinação de negócios, o lucro líquido caiu 69,9% no período na base anual, para R$ 78,1 milhões.

Segundo a companhia, o principal fator por trás da queda no resultado foi a amortização do valor justo proveniente da combinação de negócios com a NotreDame Intermédica, além de gastos com incentivos de longo prazo e remuneração baseada em ações (SOP).

A receita líquida alcançou R$ 4,841 bilhões no trimestre, 108,4% maior que o visto no mesmo período do ano anterior, impulsionada pela combinação de negócios com a GNDI, além de um aumento orgânico no número de beneficiários, da receita proveniente de empresas adquiridas e do crescimento na receita de prestação de serviços para terceiros.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por outro lado, teve queda de 39,1% no período, para R$ 284,4 milhões na base anual. Com ajuste, excluindo os efeitos do incentivo de longo prazo e a amortização da combinação de negócios, o lucro operacional somou R$ 414 milhões no trimestre, uma queda de 11,3% ante o mesmo intervalo de 2021.

A redução no Ebitda, segundo a Hapvida, é explicada principalmente pelos impactos da pandemia, uma vez que os custos assistenciais relativos à Covid-19 somaram R$ 121,2 milhões no trimestre.

A carteira de beneficiários de saúde e odonto era de 15,272 milhões ao final do primeiro trimestre, uma alta de 122,9% ante igual intervalo de 2021. Do total, 8,774 milhões representavam plano saúde e 6,498 milhões, odonto, uma alta de 133,3% e 110,3%, respectivamente.

O ticket médio caiu 4,2% no período na base anual e totalizou R$ 217,91. A queda, de acordo com a companhia, deve-se principalmente ao reajuste negativo de 9,19% divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 2021.

O custo assistencial total foi de R$ 3,72 bilhões no primeiro trimestre do ano, uma elevação de 144,5% ante o mesmo intervalo do ano anterior.

A sinistralidade total da companhia alcançou 76,9% ao final do primeiro trimestre, uma alta de 11,3 pontos percentuais (pp) na comparação anual.

A rede própria de atendimento da Hapvida era de 749 unidades entre hospitais, clínicas, diagnóstico e prontos atendimentos, aumento de 63,9% em comparação ao mesmo trimestre de 2021.

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FOLHA DE S.PAULO

Dengue dispara no país, e reagente de testes se esgota.

Entrega de novos kits para o diagnóstico da doença está prevista para junho

Danielle Castro

ribeirão preto O número de casos de dengue disparou no Brasil, e o reagente usado para fazer o exame que confirma a doença está esgotado na rede pública e privada.

Ao todo, em quatro meses, o Brasil superou os 544 mil casos de dengue registrados em todo o ano passado. De janeiro a abril, houve 654,8 mil notificações da doença.

O Ministério da Saúde não especificou a situação de cada região, mas confirmou que a reposição nacional só deve ser restabelecida em junho e que, no momento, está sem a entrega de novos kits moleculares para 0 diagnóstico da dengue, chikungunya e zika.

De acordo com o Ministério da Saúde, os insumos para tratamento têm sido enviados.

Segundo o último boletim epidemiológico federal (semana 18, publicado na última sexta-feira), as notificações prováveis triplicaram em relação ao mesmo período do ano passado (alta de 146,5%, passando de 307.133 para 757.068 casos).

Os casos notificados à União pelos municípios e estados subiram 56,7% (de 542.970 para 850.657 pacientes) e os confirmados aumentaram 65,7% (de 254.836 para 422.342).

A recomendação da Saúde é que os casos de dengue sejam “confirmados por critério laboratorial ou por critério clínico-epidemiológico”.

Para locais onde não for possível fazer exames laboratoriais, “a recomendação é seguir os protocolos de diagnóstico por critério clínico, notificando o caso suspeito com o diagnóstico por critério clínico epidemiológico”.

A nota diz que na “impossibilidade de realização de confirmação laboratorial específica ou para casos com resultados laboratoriais inconclusivos, deve-se considerar a confirmação por vínculo epidemiológico com um caso confirmado laboratorialmente”.

São Paulo está sem reagente. Piauí e Paraná estão com estoques baixos e têm orientado as equipes de saúde a priorizar o uso da testagem com os kits remanescentes em pacientes graves e grávidas.

Bahia e Mato Grosso do Sul estão sem reagentes e abriram processos emergenciais para compra pelos próprios estados. Segundo a TV Globo, há carência do material em Minas Gerais e Santa Catarina.

Em São Paulo, o número de confirmações de dengue manteve-se estável, mas os óbitos subiram de 41 para 77 (aumento de 87,8%). O estado registrou em 2022, até 2 de maio, 1074 mil casos de dengue contra 104 mil casos no mesmo período do ano anterior.

A Secretaria de Estado da Saúde paulista disse que “en caminhou ofícios para o órgão federal para envio de novos testes, mas não houve sinalização de nova entrega” e que a “aquisição e distribuição dos testes para detecção da dengue são de responsabilidade do Ministério da Saúde”, cabendo ao governo estadual “apenas redistribui o item”.

É essencial para o sistema de vigilância epidemiológica confirmar os casos […] para ter certeza do tipo de vírus que está circulando

Amaury Lelis Dal Fabbro, médico

Ainda segundo o órgão, a falta do exame não impede o diagnóstico dínico nem o tratamento do paciente pelos municípios e que a “suspensão de coleta de sorologia para os casos não graves já é prevista nas diretrizes para prevenção e controle das arboviroses urbanas no estado”.

O CVE (Centro de Vigilân cia Epidemiológica) do estado põe em ranking as cidades com casos acima do esperado para seu histórico sazonal.

Essa lista é usada para definir onde a coleta de amostras para confirmação do diagnostico por sorologia será suspensa, mesmo quando há o reagente disponível.

O ranking não é divulgado, segundo o estado, por ser um quadro de atualizações muito dinâmico – é preciso estar há quatro semanas consecutivas com alta de casos acima do esperado, e a entrada e saída de cidades é constante.

É o caso Barretos, município no interior, a 233 km da capital paulista, que nesta semana foi declarado com epidemia de dengue pelo estado.

Com a alta de de casos suspeitos, os testes deixaram de ser realizados na cidade. O secretário municipal da Saúde da cidade, Kleber Rosa, disse que agora os pacientes que procurarem a rede pública de saúde apresentando três sintomas ou mais da doença receberão o tratamento direto.

“Mesmo sem o teste específico para dengue iremos continuar fazendo os hemogramas para o controle das plaquetas dos pacientes”, afirmou Rosa.

Em Ribeirão Preto, que manteve índices baixos nos últimos dois anos, o total de pacientes com sintomas de dengue também disparou.

No pronto atendimento do plano de saúde privado Unimed Ribeirão, a procura diária por testagem para a doença cresceu sete vezes em relação ao mesmo período do ano passado e pelo menos desde segunda a rede está sem reagentes.

Em nota, a rede disse que “o não abastecimento dos insumos laboratoriais específicos para o teste NSi é momentâneo”, “generalizado em função da alta demanda dos casos de dengue na região nos últimos dias” e que houve “atraso na entrega dos fornecedores deste insumo para todos os laboratórios”.

Os pacientes com sintomas de dengue estão sendo sub metidos aos testes capazes de confirmar o diagnóstico e de orientar os tratamentos, tais como hemograma e testes de anticorpos, que seriam “suficientes para orientar a conduta clínica, sendo o exame NSi de natureza apenas complementar (confirmação diagnostica).”

Para o médico Amaury Lelis Dal Fabbro, professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Pau Io (USP), ainda que seja possível o diagnóstico, a falta de reagentes pode afetar o sistema de vigilância epidemiológica da dengue.

Segundo ele, exames virológicos e sorológicos de dengue ajudam a lidar com uma sintomatologia “razoavelmente inespecífica”, que pode eventualmente ser confundida com outras viroses.

“É essencial para o sistema de vigilância epidemiológica confirmar os casos, ou pelo menos um certo número de casos, para ter certeza do tipo de vírus que está circulando na população”, disse Fabbro.

Os dois tipos básicos de exames de sangue específicos são o sorológico, que identifica os anticorpos contra a dengue e confirma o diagnóstico, e o virológico, que mostra qual vírus da dengue infectou o paciente e está circulando naquele momento – é este que está em falta no país.

“Esta informação [de sorologia] é fundamental para virologia, porque cada sorotipo tem comportamento diferente na população e é fundamental que haja disponibilidade de exames”, afirmou o médico.

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A REDAÇÃO

Goiás já registra mais mortes por dengue em 2022 do que em todo ano passado

Goiânia – A quantidade de mortes por dengue em Goiás neste ano  já supera o quantitativo total registrado ao longo de 2021. Após pouco mais de cinco meses de 2022, o Estado notificou 36 óbitos pela doença, enquanto foram confirmados 33 em todo o ano passado. Há ainda 127 mortes suspeitas de ter alguma relação com a dengue, todas registradas entre janeiro e maio. Os dados constam na plataforma de monitoramento disponibilizada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e foram checados nesta segunda-feira (16/5).

De acordo com os números contabilizados pela pasta, a quantidade de casos de dengue triplicou se compararmos as semanas 1 e 18 do último ano e do ano atual. Em 2021, no respectivo período, foram notificadas 36.462 infecções; enquanto neste ano, já são mais de 145 mil infectados pela doença no Estado. Mais de 110 municípios goianos possuem grau de risco considerado alto, de acordo com o Mapa de Incidência da dengue disponibilizado pela SES-GO.

Desde o início do ano, como tem mostrado A Redação, o Estado de Goiás lidera ou ocupa as primeiras posições do País em transmissão e mortes por dengue. O último boletim de monitoramento dos casos de arboviroses até a semana 18, divulgado nesta segunda-feira (16/5) pelo Ministério da Saúde, aponta Goiânia como a cidade com maior registro de casos da doença por 100 mil habitantes e Aparecida de Goiânia na quinta posição.

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Covid-19: Goiás registra 1,8 mil novos casos e 6 mortes em 24 horas

Goiânia – Goiás registrou 1.835 novos casos da covid-19 e seis mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO)  divulgado na tarde desta segunda-feira (16/5). Com as atualizações, o Estado chega a 1.348.553 casos e 26.563 óbitos ligados à covid-19 desde o início da pandemia. 

Ainda de acordo com a SES-GO, outros 769.571 casos e 319 óbitos são investigados para saber se há ligação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,97%.

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PORTAL G1

Morte de bebê de oito meses após injeção acende alerta para procedimentos em crianças; médicos explicam condutas

A morte de um bebê de oito meses minutos após receber uma injeção em um centro clínico em Guarujá, no litoral de São Paulo, acende um alerta: quais procedimentos médicos devem ser adotados em crianças? O g1 ouviu dois pediatras para explicar e orientar sobre o tema.

Os profissionais não avaliaram o caso do menino Valentim Viegas Mazagão dos Santos, a vítima citada acima. No entanto, apontaram como reagiriam em situação semelhante.

O intensivista pediátrico Lourival Ferreira de Assis, que atende em Santos, disse que é raro haver necessidade de aplicar injeção em crianças, salvo as vacinas. Entretanto, aponta que a droga injetável pode ser opção quando é preciso ter uma resposta rápida ao medicamento, como para baixar a temperatura: “não é o protocolo [a aplicação]”, disse o médico.

Uma pediatra que conversou com a reportagem e preferiu não se identificar concorda com o colega que injeções podem ser uma saída, a depender da urgência do caso.

Ao citar novamente o caso de Valentim que, segundo a família, recebeu uma injeção de corticoide antes de realizar o exame de raios X solicitado, o intensivista pediátrico diz que aguardaria o resultado do procedimento. “Não é a conduta normal fazer a medicação injetável sem ter um diagnóstico de certeza”, ressaltou Lourival, que contou apenas como procederia em caso semelhante.

Sobre o tipo de medicamento aplicado, ele disse que “o corticoide baixa a imunidade da criança, e pode complicar”. “Se for uma infecção, uma broncopneumonia, por exemplo, você vai agravar violentamente o quadro. Outra coisa, às vezes a criança está com uma miocardite [processo inflamatório no coração] e, se fizer uma medicação injetável na veia, pode sobrecarregar mais ainda o coração e a criança ter uma parada cardíaca por isso”, argumenta.

Em contrapartida, a pediatra comenta que, em alguns cenários, é necessário medicar os pequenos sem antes fazer exames específicos. “Se ela [criança] chega em urgência, você tem que fazer a medicação para depois fazer a imagem”, afirma.

Intolerância à corticoide é baixa

Lourival comenta, no entanto, que a probabilidade de o paciente ter apresentado algum tipo de intolerância ao medicamento [corticoide] é baixa, já que “ele é o antialérgico mais potente que existe”. Para o médico, portanto, caso o bebê tivesse alguma manifestação contrária ao medicamento, a família dele provavelmente também teria, e saberia da condição.

A pediatra ouvida pelo g1 defende o mesmo ponto. Segundo ela, a chance da causa da morte ter sido por alguma reação ao corticoide é baixa.

Relembre o caso

O pequeno Valentim Viegas Mazagão dos Santos, de oito meses, morreu na sexta-feira (13) após receber uma injeção em Centro Clínico particular em Guarujá. A família o levou para a unidade de saúde por volta das 15h porque ele apresentava sintomas de gripe. Lá ele foi medicado na veia e, quando a família se preparava para ir embora, ele desmaiou. A equipe médica do Centro Clínico Frei Galvão da Notredame Intermédica tentou reanimá-lo, mas não conseguiu. O bebê morreu perto das 17h.

A família afirma que a médica pediatra que atendeu o bebê solicitou um exame de raios X e indicou a medicação com corticoide. Ao mesmo tempo, a família foi informada de que a unidade de Guarujá não dispõe de equipamento de raios X, apenas o centro clínico em Santos, cidade vizinha.

Segundo a família, a médica insistiu para que a medicação fosse aplicada em Guarujá e que o exame fosse realizado posteriormente. Após a morte do pequeno Valentim, a médica pediatra teria informado à família que a morte de Valentim aconteceu porque ele broncoaspirou catarro.

“Isso não pode ficar impune. Sei que não trará o neném de volta, mas não podemos permitir que outras famílias passem por essa dor”, desabafou Madalena Mazagão, tia do bebê. O caso foi registrado como morte suspeita, súbita e sem causa determinante aparente na Delegacia de Polícia (DP) Sede de Guarujá.

Estiveram no DP para prestar depoimento a família de Valentim e os profissionais da saúde envolvidos no atendimento. A médica pediatra que atendeu o paciente, prescreveu a medicação e auxiliou no processo de reanimação dele esteve presente na elaboração do documento, mas preferiu não comentar o caso antes de se consultar com um advogado.

Notredame Intermédica responde. Confira a íntegra:

“Paciente entrou na unidade com sintomas gripais, e com desconforto respiratório, para tratamento foi aplicado hidrocortisona, após medicação paciente saiu do local para realizar RX [exame de raios X]. A família retornou após 15 minutos com a criança com rebaixamento de consciência. Nesse momento a criança foi levada a sala de emergência, outra médica foi acionada para suporte, todos os procedimentos e protocolos necessários foram feitos, sem sucesso.”

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O ESTADO DE S.PAULO

Mesmo com pandemia, SUS fica estagnado

Apesar de aporte bilionário, dados mostram que rede básica mantém estrutura pré-covid

A covid-19 expôs como nunca a dependência do brasileiro ao Sistema Único de Saúde. Aproximadamente 75% da população, ou 150 milhões de pessoas, é atendida, hoje, exclusivamente pelo SUS. Em 2020, a aprovação no Congresso do “orçamento de guerra” possibilitou incremento inédito de R$ 38 bilhões ao sistema, acompanhado de um esforço financeiro de Estados e municípios. Mas, passados mais de dois anos desse gasto recorde, o SUS permanece praticamente do mesmo tamanho. Os desafios e as demandas, porém, só crescem.

Com a redução do número de mortos e infectados pelo coronavírus, a pressão sobre a rede pública não tem sido observada mais na porta de hospitais, mas na atenção primária, cuja estrutura, com raras exceções, ficou estagnada nos últimos dois anos. Resultado, segundo analistas, da opção de se investir em uma rede provisória, como observado nos hospitais de campanha e na compra de leitos privados, conjugada com a falta de coordenação federal no repasse de verbas.

As filas para consultas com especialistas, exames de prevenção e marcação de cirurgias eletivas, que já representavam um dos gargalos do sistema, se somam agora às novas exigências de tratamento relacionadas à chamada covid longa, como a demanda por serviços de saúde mental. E também nesta área houve estagnação ? o número de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) até cresceu entre 2019 e 2021, mas apenas 4,8%, segundo o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES).

As estatísticas da rede municipal de saúde de São Paulo mostram o tamanho do desafio e da desigualdade no atendimento. Na média, enquanto moradores do Limão, bairro na zona norte da capital, ou de Perdizes, na zona oeste, aguardam de sete a 14 dias para conseguir consulta com um psiquiatra, os cidadãos que vivem nos extremos levam quase um ano. É o caso, por exemplo, de quem vive em São Domingos, na região noroeste. No distrito localizado entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes, a espera é de até 343 dias, segundo o Mapa da Desigualdade publicado todos os anos pela Rede Nossa São Paulo.

Responsável por tabular os dados relativos ao tamanho do SUS, a professora Ligia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que também postos de saúde, laboratórios e serviços de telemedicina mantiveram a estrutura pré-pandemia. E o quadro se agrava porque o Programa Saúde da Família (PSF), que cobre 63% da população, foi reduzido em um movimento já anterior à crise sanitária, com mudanças nas regras de pagamento das equipes.

“O que se percebe é que a pandemia no Brasil não funcionou como um vetor capaz de alterar o ritmo de expansão do sistema público, como ocorreu em outros países. O SUS já era muito esquálido, insuficiente para as necessidades de saúde, e perdeu-se a chance de aumentá-lo”, afirmou Ligia, em referência a resultados obtidos, por exemplo, no Chile, na Colômbia, no Reino Unido, em Portugal e na Alemanha.

LEGADO.

Segundo relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil foi um dos países onde a covid não deixa como legado um incremento dos serviços públicos de saúde, especialmente na rede básica, em que planejamento e prevenção fazem a diferença. “E isso com um aporte de recursos substancial, que nunca tinha acontecido antes. O que é triste é que houve dinheiro, mas ele não foi canalizado para expandir a rede estruturante necessária para atender melhor a população”, disse Ligia.

Para a professora da UFRJ, o quadro comprova a falta de coordenação do Ministério da Saúde na crise sanitária. “O que o governo federal fez foi repassar recursos para Estados e municípios, que, por sua vez, repassaram para terceiros. O dinheiro foi escoado.

Não estou dizendo que foi pelo ralo, porque temos algum resultado positivo, mas certamente não era o esperado.”

PLANEJAMENTO.

Presidente do Instituto Todos pela Saúde, Jorge Kalil destacou que, para cumprir seu papel, o SUS precisa não só atender, mas planejar os atendimentos. “Assim como o zika, a pandemia nos deixará casos crônicos. Sabemos que há muitas questões neuropsiquiátricas que vão trazer sequelas a longo prazo. Outras dizem respeito a complicações respiratórias e ainda cardiológicas, como aumento de enfartes”, disse o imunologista, em referência à covid longa.

Essas novas demandas se juntam a outras que ficaram suspensas durante a pandemia em muitas cidades cujas redes de saúde não foram suficientes para atender a urgência da covid-19 e, ao mesmo tempo, as necessidade de procedimentos eletivos, como cirurgias não emergenciais ou consultas com médicos especialistas.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que “em nenhum momento, mesmo durante a pandemia”, as cirurgias eletivas foram suspensas. Em 2020, foram realizadas 10.810 e, em 2021, 19.170 cirurgias, além de procedimentos cirúrgicos de pequeno porte. O total de procedimentos, no entanto, não conseguiu fazer a fila cair substancialmente. Em janeiro de 2019 havia 153 mil pacientes à espera. Hoje, são pelo menos 112 mil.

“Desde o início da pandemia, o sistema de saúde passou por diversas ampliações para o atendimento à população, o que fortaleceu a rede de forma permanente. De lá para cá, dez novos hospitais municipais foram entregues ? com 1.649 leitos ?, mais de 31,1 milhões de vacinas, aplicadas e a implementação da telemedicina na rede pública de saúde”, ressaltou a pasta, em nota.

LEITOS.

A análise dos dados estruturais do SUS entre 2019 e 2021 mostra que o principal resultado proporcionado por causa da pandemia se deu na rede de leitos de UTI. Ao fim do ano passado, o total de leitos públicos de terapia intensiva era cerca de duas vezes maior do que o registrado em 2019.

“Tal aumento repercutiu sobre a composição público-privada que, em 2019, estava configurada pela participação pública de 37% do total e, em 2021, passou para 44%. Em Estados como São Paulo e Rio, nos quais predominavam os leitos privados, a parcela pública cresceu de 30% para 37% e de 40% para 46%, respectivamente, no intervalo de dois anos. Aumentamos, é fato, mas não demos a virada necessária”, afirmou Ligia.

O desafio, agora, é manter os leitos abertos, com equipamentos e equipes suficientes para administrá-los. “Sem dúvida que quando fazemos as coisas de afogadilho, sem nenhum tipo de planejamento, e simplesmente gerenciamos a crise, não temos a qualidade de gestão esperada. Agora, não tenha dúvida de que esse aumento nos deixou com outra capacidade de atendimento em UTIs”, disse Kalil.

A ampliação de leitos de tratamento intensivo não foi acompanhada, no entanto, de uma alta no número de profissionais capazes de operá-los.

O levantamento da UFRJ aponta que caiu a proporção de médicos intensivistas no SUS durante a pandemia. Em 2019, 54,61% atuavam em hospitais públicos. Hoje, essa fatia diminuiu para 51,8%. A disputa entre o público e o privado atingiu ainda especialidades como infectologistas (61,72% atuavam no SUS antes de pandemia; agora, são 57,65%) e pneumologistas (taxa caiu de 40,94% para 36,79%).

Para o pesquisador na área de políticas e sistemas de saúde Mário Scheffer, os dados ilustram a desigualdade de acesso aos serviços. “Os brasileiros não têm chances iguais de adoecer e receber tratamento. O SUS dá certo onde ele é mais abrangente e universal.

Para atingirmos isso, o caminho tem de ser o da universalidade. É preciso desfragmentar o sistema, reduzindo os gastos com saúde privada”, afirmou Scheffer, que é professor da Faculdade de Medicina da USP.

No Brasil, diferentemente de países onde os governos financiam a maioria dos gastos em saúde, a pirâmide é inversa: o setor público assume cerca de 44%, enquanto a saúde suplementar e particular, os outros 56%. No Reino Unido, por exemplo, que tem uma espécie de SUS em menor escala, essa relação é de 75% (público) e 25% (privado).

O Ministério da Saúde não respondeu aos contatos para comentar os dados.

“O SUS dá certo onde ele é mais abrangente e universal. É preciso desfragmentar o sistema, reduzindo os gastos com saúde privada.”

Mário Scheffer

Professor da Faculdade de Medicina da USP

“A pandemia no Brasil não funcionou como um vetor capaz de alterar o ritmo de expansão do sistema público (…) Perdeu-se a chance de aumentá-lo.”

Ligia Bahia

Professora da UFRJ

Cenário

Com o arrefecimento da crise sanitária, pressão sobre a rede pública de saúde migrou dos hospitais para a atenção primária.

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MEDICINA S/A

Após regulamentação, telessaúde busca avanços em implantação

Na última quinta-feira (12), uma edição especial do Anahp Ao Vivo reuniu especialistas para discutir as consequências da aprovação do PL 1998/2020, pela Câmara dos Deputados, e da Resolução nº 2.314/2022, do CFM, que definiram e regulamentaram a telemedicina no Brasil. Com a presença do relator da norma no órgão, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Giamberardino, os convidados classificaram os documentos como um salto de 20 anos.

Para Chao Lung Wen, professor associado e chefe da disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), agora o Brasil tem uma regulamentação compatível com os melhores exemplos internacionais. Antônio Carlos Endrigo, presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB), relatou o nível de satisfação elevado na entidade e suas regionais. E Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, reconheceu a façanha política do relator por chegar a um resultado que agradou a todos.

Do seu lado, Giamberardino considerou a resolução como um entendimento possível no momento, favorecido pela mudança de percepção dos médicos em relação à telemedicina nos últimos dois anos. E acrescentou que o documento realmente foi bem-sucedido no seu objetivo principal de agregar segurança ao ato médico e ao paciente, mas que ainda é um trabalho em evolução e que vai demandar ajustes e incrementos com o tempo.

Agora, temos que avançar na implantação, afirmou Carlos Pedrotti, coordenador do GT de Saúde Digital da Anahp e gerente médico do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, destacando que a regulamentação vai oferecer segurança jurídica para investimentos fundamentais na área. Com isso, aumenta a prática, dissemina a qualidade, estimula o aprendizado e multiplica o acesso, explicou.

Wen sugeriu já tornar a telemedicina uma disciplina obrigatória na graduação. Os alunos precisam compreender que a ferramenta faz parte dos métodos à disposição do médico, dominar a ética digital e a propedêutica na teleconsulta, detalhou. Nesse sentido, Endrigo questionou Temos professores suficientes para isso?. Felipe Cabral, coordenador do GT de Tecnologia e Inovação da Anahp e gerente médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento, acrescentou que a educação vai além da universidade. Temos que capacitar os médicos que se formaram antes da telemedicina, lembrou.

De acordo com Chao, as sociedades médicas têm que desenvolver manuais de boas práticas e detalhar os procedimentos, porque eles são diferentes em cada especialidade, para orientar os profissionais e as residências. E Cabral completou que também chegou a hora de construir jornadas híbridas para o paciente com a segurança oferecida pela regulamentação, principalmente para o SUS.

Outro ponto de destaque foi a responsabilidade pela segurança das informações, atribuída ao médico na nova norma. Giamberardino confirmou que não se espera que o profissional garanta inviolabilidade total dos dados no ambiente digital, mas que fique claro que ele se empenhou para utilizar o método mais seguro possível. O vice-presidente do CFM acrescentou que também é necessário desenvolver uma linha de compliance nesse sentido.

Endrigo destacou a importância de a regulamentação esclarecer que a telemedicina é um ato complementar, que nunca vai substituir a assistência presencial. E Giamberardino disse que um dos objetivos principais foi evitar a conclusão de que agora tudo pode ser feito à distância, sem a necessidade de contratar médicos, sobretudo nas cidades pequenas.

Por fim, o diretor-executivo da Anahp afirmou que somos todos vencedores dessa etapa que estamos encerrando. Agora vamos para as novas experiências, que vão trazer novos desafios.

Confira alguns dos destaques da nova Resolução da Telemedicina:

Consulta presencial: o médico tem autonomia para decidir se a primeira consulta poderá ser, ou não, presencial. Reitera-se que o padrão ouro de referência para as consultas médicas é o encontro em pessoa, sendo a telemedicina um ato complementar. Os serviços médicos à distância não poderão, jamais, substituir o compromisso constitucional de garantir assistência presencial segundo os princípios do SUS de integralidade, equidade, universalidade a todos os pacientes.

Acompanhamento clínico: no atendimento de doenças crônicas ou doenças que requeiram assistência por longo tempo, deve ser realizada consulta presencial, com o médico assistente do paciente, em intervalos não superiores a 180 dias.

Segurança e sigilo: os dados e imagens dos pacientes, constantes no registro do prontuário devem ser preservados, obedecendo as normas legais e do CFM pertinentes à guarda, ao manuseio, à integridade, à veracidade, à confidencialidade, à privacidade, à irrefutabilidade e à garantia do sigilo profissional das informações.

Termo de consentimento: o paciente ou seu representante legal deve autorizar expressamente o atendimento por telemedicina e a transmissão das suas imagens e dados.

Honorários médicos: a prestação de serviço de telemedicina, como um método assistencial médico, em qualquer modalidade, deverá seguir os padrões normativos e éticos usuais do atendimento presencial, inclusive em relação à contraprestação financeira pelo serviço prestado.

Territorialidade: as empresas prestadoras de serviços em telemedicina, plataformas de comunicação e arquivamento de dados deverão ter sede estabelecida em território brasileiro e estarem inscritas no CRM do estado onde estão sediadas, com a respectiva responsabilidade técnica de médico regularmente inscrito no mesmo Conselho.

Fiscalização: os CRMs manterão vigilância, fiscalização e avaliação das atividades de telemedicina, em seus territórios, no que concerne à qualidade da atenção, relação médico-paciente e preservação do sigilo profissional.

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