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DESTAQUES
Comissão aponta hospitais com leitos de UTI ociosos, em Goiânia
Hospital funciona sem desfibriladores e aparelhos de raio-X, diz MPE
Ação questiona falta materiais para centro cirúrgico do Hospital de Arraias
Hospitais contestam dados de vagas em UTIs
Editorial – Gestão de UTIs no SUS (Editorial)
Em Goiás, SUS oferece dez das 29 práticas integrativas de saúde
Terapias alternativas chegam ao SUS
Anemia falciforme afeta emocional
Saúde dentro do smartphone
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Comissão aponta hospitais com leitos de UTI ociosos, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/comissao-aponta-hospitais-com-leitos-de-uti-ociosos-em-goiania/6586019/
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G1/TOCANTINS
Hospital funciona sem desfibriladores e aparelhos de raio-X, diz MPE
Situação é no Hospital de Referência de Arraias, no sul do Tocantins. Em alguns consultórios faltam termômetros e estetoscópios.
O Hospital de Referência de Arraias, no sul do Tocantins, está funcionando sem desfibriladores e aparelhos de Raio-X. A informação é do Ministério Público Estadual, que fez uma visita à unidade e contatou a falta de 65 itens. O caso foi parar na Justiça e a promotoria quer que o estado seja obrigado a resolver o problema.
No centro cirúrgico, faltam bisturis, dosímetros e martelos para exames neurológicos. Já no consultório do clínico geral não há nem estetoscópios ou termômetros. Nos quartos e na enfermaria não foram encontradas luvas, lençóis suficientes ou lenços de papel. Até mesmo a anestesia que deveria ser usada em cirurgias não está disponível no estoque.
A unidade é referência para a região sul do estado e atende pacientes de outros municípios, como Taipas, Pindorama e Paranã. Os itens que não estão disponíveis são obrigatórios, pelas resoluções do Conselho Regional de Medicina.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que ainda não foi notificada da ação do MPE, mas negou a falta dos aparelhos e equipamentos na unidade. Disse que o hospital dispões de desfibrilador e de Raio-X e que não há falta de enxovais. Ainda de acordo com a Sesau, o Hospital Regional de Arraias recebeu melhorias recentes, como uma reforma no centro cirúrgico.
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JORNAL DO TOCANTINS
Ação questiona falta materiais para centro cirúrgico do Hospital de Arraias
MPE ajuíza ação visando corrigir irregularidades na unidade de saúde; Sesau diz que situação está regularizada
Uma vistoria feita pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) no Hospital de Referência de Arraias contatou a falta de diversos itens necessários para o atendimento dos pacientes. Essas inconformidades geraram um relatório e o Ministério Público do Estado (MPE-TO), nesta quinta-feira, 15, ajuizaram Ação Civil Pública , requerendo que a administração da unidade seja obrigada a corrigir uma série de irregularidades referentes à insuficiência de equipamentos, precariedade da estrutura física e condições de higiene.
Conforme o MPE-TO, 65 inconformidades foram encontradas no hospital, como a falta de itens básicos como luvas descartáveis, toalhas de papel, maca acolchoada simples, lençóis para macas, estetoscópio e termômetro, até a falta de equipamentos específicos para os consultórios especializados e para o centro cirúrgico, como desfibrilador, raio-x com contraste, bisturi elétrico, oftalmoscópio, negatoscópio, dosímetro e martelo para exames neurológicos. Além disso, a unidade não possui um anestesista no centro cirúrgico.
O órgão destaca, ainda, que os item listados são considerados obrigatórios conforme resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), e a ação pede que seja concedida liminar determinando a correção urgente das irregularidades.
Sesau
Questionada sobre a situação da unidade, a Secretaria de Estado da Saúde, (Sesau), informou que ainda não foi notificada da ação . Porém destacou que destacando que atualmente as unidades hospitalares do Estado contam com mais de 80% do abastecimento de medicamentos e insumos.
A pasta esclareceu ainda que já entregou relatório ao CRM acerca dos apontamentos feitos, ressaltando que a unidade possui todos os equipamentos necessários à assistência da população citados acima, em perfeito funcionamento, e que não há falta de enxoval.
Sobre a falta de anestesista, informou que mantém contrato com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Tocantins, a quem cabe disponibilizar profissionais para todas as unidades hospitalares do Estado, inclusive o Hospital de Arraias.
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O POPULAR
Hospitais contestam dados de vagas em UTIs
O relatório da Secretaria Municipal de Saúde com a relação de unidades de terapia intensiva (UTIs) ocupadas e desocupadas em Goiânia entre o início de agosto de 2016 e final de agosto de 2018 possui dados errados, segundo hospitais estaduais administrados pelas organizações sociais (OSs) que estão na lista. O levantamento foi base de um estudo dos vereadores Elias Vaz (PSB) e Jorge Kajuru (PRP), que calcularam a taxa de ocupação de cada hospital por dia, conforme mostrado pelo POPULAR na edição de ontem. O documento foi apresentado na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde na manhã de ontem.
O Hospital Estadual de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT), no entanto, esclarece que o número de leitos das UTIs divulgados "não condiz com a realidade, uma vez que a unidade possui 9 leitos de UTI adulto e 4 leitos de UTI pediátrica, e não 10 e 7, respectivamente". Essa diferença, portanto, "afeta diretamente no cálculo da porcentagem de ocupação dos leitos". Além disso, o HDT informa que no mesmo período analisado pela SMS, a taxa de ocupação da UTI Pediátrica é de 79,03%, enquanto a da UTI Adulta é de 88,14%.
Para se ter uma ideia, o relatório apresentado pelos vereadores apontam que a taxa de desocupação para UTI Pediátrica era que chegaria nesse patamar, com 75,4%, o que mostraria justamente um resultado contrário. Para o HDT, as taxas de ocupação citadas pela assessoria do hospital "estão dentro do esperado para a unidade". Outro ponto observado é que a unidade é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, dermatológicas e acidentes com animais peçonhentos, em que se necessita de atendimentos específicos e "por isso a ocupação dos leitos é impactada pela sazonalidade de algumas doenças, gerando assim picos de internação".
Também a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir), que administra o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação (Crer) e o Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (Hugol), contesta o relatório. No Crer, a unidade com 20 leitos de UTI adulto e "teve comprovadamente, no período agosto de 2016 a agosto de 2017, 84% de taxa de ocupação de leitos. Já o Hugol, com 29 leitos de UTI adulto e 10 leitos de UTI pediátrica, "teve comprovadamente no referido período 93% de taxa de ocupação leitos adulto e 79% de taxa de ocupação leitos pediátrica".
Na edição de ontem, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG) já haviam contestado o relatório apresentado, assim como a Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), em nome das unidades particulares. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também aponta irregularidades no levantamento. O maior problema é que a SMS, gestora dos leitos ofertados até mesmo nos hospitais estaduais, "não informa com veracidade ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde a verdadeira realidade dos leitos existentes em Goiás".
Em novembro do ano passado, a SES pediu que a SMS fizesse a atualização do cadastro e, segundo aponta, nada foi feito até então. A pasta estadual informa ainda que apresentou à CEI, em outubro passado, um relatório identificando os erros nos cadastros. No entanto, na manhã de ontem, a CEI decidiu convocar os diretores dos hospitais com maior número de leitos de UTI vagos, além de visitar duas vezes por semana a Central de Regulação de Vagas da secretaria municipal de Saúde.
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Editorial – Gestão de UTIs no SUS (Editorial)
Relatório da Secretaria Municipal de Saúde divulgado na edição de ontem traz informações que ensejam atenção profunda das autoridades públicas em Goiânia. Segundo o documento, entregue pelo Paço a vereadores integrantes da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde em curso na Câmara Municipal, 60% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) ficaram desocupados entre o in ício de agosto de 2016 e final de agosto de 2017. Num cenário onde há constante fila à espera de uma internação, com pacientes em estado de saúde que inspira cuidado detido sob pena de risco de morte, o número salta aos olhos. Provoca espanto.
Por sua vez, convidada a se manifestar sobre o caso, a Associação dos Hospitais do Estado de Goiás reiterou que a distribuição dos leitos da rede particular conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) cabe à Central de Regulação – coordenada pela mesma secretaria que fez a denúncia. Fica em aberto a possibilidade de os hospitais estarem fazendo seleção de pacientes, o que deve ser apurado com rigor, por todos os envolvidos.
Só uma resposta concreta sobre os números levantados devolverá segurança ao contribuinte carente de cuidados intensivos e seus familiares.
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Em Goiás, SUS oferece dez das 29 práticas integrativas de saúde
Tratamentos utilizam recursos terapêuticos para prevenir diversas doenças, como depressão e hipertensão, por exemplo. Classe médica é contrária
Além do acompanhamento médico tradicional, desde a última semana os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo beneficiados com dez novas Práticas integrativas e Complementares (P1CS). Com as novas atividades, ao todo, são oferecidos 29 procedimentos à população. Em Goiás, pelo menos dez técnicas já estão disponíveis no Centro de Referência em Medicina integrativa Complementar (Cremic), o antigo hospital de Medicina Alternativa.
Esse tipo de atendimento começou a ser oferecido na rede pública em 2006, com cinco procedimentos. Outras 14 terapias passaram a integrar a lista no ano passado e na última segunda-feira (12) o ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou a inclusão de mais dez práticas. Segundo o ministro, o Brasil lidera a oferta de modalidades integrativas na saúdepública, com 5 milhões de usuários em 9.350 estabelecimentos de 3.173 municípios. Em Goiás, dez mil pessoas são atendidas por mês no Cremic.
Da lista de 29 terapias oferecidas no Centro de Referência, dez estão na relação do Ministério da Saúde, mas a oferta em Goiás é ampliada com tratamentos complementares. Dentro da acupuntura, por exemplo, o paciente pode ter acesso à ventosaterapia (vácuo com ventosas), auriculoterapia (aplicação de pontos na pele da orelha), por exemplo. Também é ofertada a magnetoterapia (uso de imãs), que tem como complemento a eletroestimulação e a 5"nsa (acu
puntura craniana).
Diretor do Cremic, Heyler Luiz Leão explica que das dez terapias que foram incluídas, três já fazem parte da rotina da unidade e a expectativa é ampliar o atendimento. Uma das técnicas já realizadas pela enfermeira Tânia Magalhães, por exemplo, é a imposição de mãos, que por meio de toque ou aproximação estimula mecanismos naturais de recuperação da saúde. "Serve para equilibrar o estado psi- cossomático dos pacientes e tem uma grande resposta", diz a especialista.
A auxiliar de enfermagem Solange Fernandes dos Santos, de 50 anos, faz acompanhamento contra fibromialgia, além de dores constantes na coluna e cabeça. Ela diz perceber melhora considerável no seu estado de saúde desde que passou a associar o tratamento convencional ao recebido no Cremic. "Faço sessões de ynsa e a melhora de dor é imediata. Também realizo sessões de cromoterapia e com ventosas para dores na coluna".
Atendimentos serão descentralizados
Diretor do Cremic, Heyler Luiz Leão vê a inclusão de novas práticas como algo positivo. "É uma opção mais barata e que é baseada no conhecimento tradicional, mas que também tem comprovação científica, como no caso da acupuntura e da fitoterapia", ressalta. Ele acrescenta que entende que a cultura tem mudado e, além de buscar o médico e a alopatia, as terapias podem diminuir o sofrimento e melhorar condições de saúde de pacientes de todas as idades, inclusive crianças.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que pretende ampliar a oferta dessas técnicas para mais municípios. Em Goiás, a gestão do Cremic se organiza para descentralizar os atendimentos que, por enquanto, são ofertados apenas na uni dade de Goiânia, localizada no Bairro Santo Antônio. "Queremos parceria com os municípios para que possamos treinar pessoal para que essas práticas possam alcançar mais pessoas", destaca Heyler Luiz Leão.
Em agosto o primeiro treinamento deverá ser realizado com curso básico de ayurveda, que é a ciência que estuda as influências de elementos na natureza e no ser humano. Para o segundo semestre também está prevista a realização de um curso de capacitação em medicação.
PESQUISA
A coordenadora de ensino e pesquisa do Cremic, a farmacêutica Renata Nascente Carneiro, adianta que em maio será realizado um estudo, em parceria com um instituto, para avaliar o bem estar de pacientes com câncer. A intenção é, ao final de seis meses, analisar a condição de dois grupos diferentes, um que passou por tratamento convencional associado às práticas integrativas e outro que se submeteu apenas ao tratamento alopático, tradicional.
Renata destaca que o estudo será publicado e se houver a confirmação de resultados positivos, a intenção é que ele sirva como base científica para levar a técnica para mais cidades. "O Cremic é referência internacional e queremos expandir o atendimento para o maior número possível de pacientes", frisa, ao ressaltar que implantar esse tipo de serviço no interior será um desafio, mas ela acredita que a comprovação dos resul ta- dos dará um respaldo maior.
Classe médica é contrária à destinação de recurso para área
Presidente da Associação Módica de Goiás (AMG), José Umberto Vaz de Siqueira entende que a medida adotada pelo Ministério da Saúde (MS) de ampliar a oferta de procedimentos terapêuticos complementares em todo Brasil tem cunho mais voltado para a política do que para a atenção à saúde. "Dispensar recursos para práticas sem comprovação de eficácia e que só atende um grupo ou outro não é interessante", avalia o presidente. A Associação Módica do Brasil (AMB) emitiu nota em que diz que "é ultrajante que os recursos do SUS sejam direcionados a tais práticas, enquanto a cada ano se investe menos em saúde. Vemos o uso do orçamento da união, ou seja, o dinheiro da população, que deveria estar sendo aplicado em áreas da saúdenegligenciadas, sendo gastos em "terapias" com a total falta de reconhecimento científico". A AMB afirma que muitas técnicas dessa lista, como a homeopatia e a acupuntura, iá são consideradas especialidades módicas, com atuação claramente definidas e reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades, a Homeopatia (desde 1980) e a Acupuntura desde (1995). Presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Leonardo Mariano Reis diz que, assim como o Conselho Federal de Medicina, entende que tais técnicas não apresentam resultados e eficácia comprovados cientificamente e que isso influencia negativamente na destinação de recursos para áreas que necessitam investimentos. "Não concordamos em dedicar um recurso a uma área que não apresenta eficácia comprovada e deixar uma área. como combate ao diabetes, campanhas de vacinação, por exemplo, com menos recursos, já que são áreas que temos resultados positivos e confirmados", destaca.
Paciente precisa buscar unidade básica para vaga
Para conseguir uma consulta com médicos do Centro de Referência em Medicina Integrativa e Complementar (Cremic) o paciente deve procurar uma unidade básica de saúde, como um Cais ou Gams, e informar sua intenção. Esse paciente tem seus dados cadastrados e as informações são encaminhadas para a base do Cremic, que agenda a consulta com um médico que vai avaliar quais as práticas são indicadas para cada pessoa, de maneira personalizada.
Diretor do Cremic, Heyler Luiz Leão explica que todos os atendimentos iniciais são realizados por médicos que possuem especialização nesse tipo de técnica. Os atendimentos, no entanto, podem ser realizados por enfermeiros, como Pedro Alcântara. que realiza sessões de cromoterapia e ynsa com pacientes do antigo Hospital de Medicina Alternativa. "São terapias que não substituem o tratamento convencional, mas são complementos muito interessantes. Os pacientes relatam melhora significativa", diz.
A cromoterapia, por exemplo, é realizada com um equipamento parecido com uma caneta, com a ponta de cristal. Esse equipamento emite luzes que são direcionadas a regiões específicas, de acordo com o que se deseja tratar. No caso da ynsa. que é a acupuntura na região craniana. Pedro Alcântara detalha que as dores são cessadas quase automaticamente. "As opções são diversas e serão indicadas de acordo com a necessidade do paciente. Muitos resultados podem ser instantâneos".
Outroprocedimento realizado por Pedro Alcântara é a terapia com florais, que começou a ser oferecida recentemente. "Existem muitas essências que tem como objetivo o equilíbrio das emoções. E uma terapia com compostos energéticos que influenciam questões como incerteza, insegurança, a raiva, depressão, entre outros", lista.
Os florais e o reiki. que é oferecido pelo Cremic, também auxiliam no tratamento de doenças, como a hipertensão.
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O HOJE
Terapias alternativas chegam ao SUS
Criada em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares já conta com 29 tratamentos
O Ministério da Saúde incluiu na última semana dez novas terapias alternativas no Sistema Único de Saúde (SUS). Os novos tratamentos são baseados na cultura popular e voltados para, principalmente, a prevenção de doenças, como a depressão e a hipertensão. O Conselho Federal de Medicina (CFM) condenou a ação e afirmou que os médicos não podem prescrever tais terapias.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, lembrou o crescimento deste tipo de tratamento no país após 2006. "Com isso, somos o país líder na oferta dessa modalidade na atenção básica. Essas práticas são investimento em prevenção à saúde para evitar que as pessoas fiquem doentes. Precisamos continuar caminhando em direção à promoção da saúde em vez de cuidar apenas de quem fica doente", contou.
Anunciada durante a abertura do 1o Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública no Rio de Janeiro, a lista de novos tratamentos aceitos pelo SUS conta com a Bioenergia, a constelação familiar, a cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, a imposição de mãos e a ozoniotera- pia. De todos os tratamentos alternativos disponibilizados, somente dois são reconhecidos pelo CFM, a acupuntura e a homeopatia.
De acordo com o presidente do CFM, Carlos Vital, as práticas não fazem parte dos tratamentos indicados por médicos. "Entendemos que as práticas alternativas não têm base, na medicina, em evidências e, portanto, oneram o sistema. Os médicossó podem atuar na medicina com procedimentos terapêuticos que tenham reconhecimento científico. Há uma especialidade médica, a acupuntura, que é feita de maneira completamente diferente do que está colocado no SUS como Prática Integrativa. Ela é feita com base em evidência científica e atinge alto grau de complexidade", afirmou.
O Governo Federal afirma que as práticas baseadas em medicina tradicional são oferecidas por estruturas públicas de saúdeem mais de 3,1 mil municípios do país. No último ano foram registrados 1,4 milhão de atendimentos que fizeram uso dessas práticas, sendo a grande maioria (88% delas) oferecida em unidades de atenção básica (UBS).
Política Nacional
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares foi criada em 2006 com a intenção de disponibilizar no sistema de saúde pública tratamentos que são de cunho histórico-cultural. No primeiro ano cinco formas alternativas de tratamento foram instituidas, a acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e termalismo. No ano passado 14 novas terapias foram incluídas no programa, a ayurveda, arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e o yoga.
Ainda em 2006, foi criada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterâpicos, que busca garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterâpicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.
O programa conta com 12 medicamentos disponíveis pelo SUS: Alcachofra, Aroeira, Babosa, Cáscara Sagrada, Hortelã, Garra do Diabo, Guaco, Espinheira-Santa, Plantago, Salgueiro, Soja e Unha de Gato. E seguem sendo estudados mais insumos para diversificar o atendimento.
O Ministério da Saúde informou que foram investido mais de R$ 35 milhões em 93 projetos de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS desde 2012. Os projetos têm o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva dos insumos, especialmente a oferta de fitoterâpicos aos usuários do SUS.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Anemia falciforme afeta emocional
Doença é causada pela presença, no organismo, de hemoglobina mutante, cuja principal função é o transporte de oxigênio. Pesquisa tenta revelar perfil do paciente
Pesquisa da enfermeira Marcela Ganzella Sisdelli na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP buscou entender e analisar as dificuldades enfrentadas no dia a dia dos portadores de anemia falciforme, tanto práticas como emocionais. Doença crônica, genética, hereditária e grave, ela acomete, em sua maioria, negros e pardos, e interfere bastante no cotidiano dessas pessoas.
De acordo com Marcela, doenças como câncer, diabete, hipertensão e Aids são as enfermidades crônicas mais difundidas e noticiadas, enquanto a anemia falciforme não recebe a devida atenção. "A doença é negligenciada e este estudo pode agregar conhecimento não só para a equipe de saúde, que lida diretamente com as complicações e situações ligadas à enfermidade, mas também em pesquisas futuras relacionadas, uma vez que essa é uma área pouco explorada", aponta a enfermeira.
Para realizar o estudo, Marcela acompanhou 11 portadores da doença que relataram, por meio de entrevistas, todas as experiências da vivência diária com a anemia falciforme. A doença é causada pela presença, no organismo, de uma hemoglobina mutante – proteína cuja principal função é o transporte de oxigênio – chamada de S, o que leva à alteração genética. A anemia falciforme pode causar inúmeras complicações, como úlceras de perna ou crises álgicas (dor ocasionada pela obstrução do fluxo sanguíneo) e até acidentes vasculares cerebrais (AVCs). "Essas complicações se agravam nas mulheres gestantes", alerta Marcela. "Dependendo da gravidade da úlcera de perna ou do AVC, a movimentação física pode se tornar mais difícil, o que faz com que as atividades profissionais também sejam prejudicadas, uma vez que, frequentemente, os pacientes precisam se ausentar do trabalho."
A enfermeira diz que o mesmo ocorre com aqueles que vão à escola, e esses fatos abalam a autoimagem dos doentes e causam desesperança quanto ao futuro. "Exercer alguma atividade laboral, doméstica ou remunerada, cria situação de estabilidade, significa a retomada do papel de pessoa socialmente responsável. Na sua impossibilidade, imposta pelas complicações, limitações físicas e continuidade do tratamento, o papel de provedor da família é alterado."
Segundo a pesquisadora, por falta de informações, a população não relaciona essa anemia a fatores como as crises dolorosas, infecções, vaso-oclusões, dores, isquemias e complicações pulmonares, responsáveis pela morte de 20% a 30% de pacientes adultos portadores da doença.
Populares não conhecem tratamento
Outro fator apontado como preocupante por Marcela é que as pessoas não conhecem o tratamento, que é focado na prevenção das complicações, e a transfusão de sangue é o principal deles, muito menos a dificuldade do paciente para manutenção da terapia.
"Alguns entrevistados relataram aderir à cultura do silêncio como forma de autoproteção e, em muitos casos, não houve procura por tratamento, seja por vergonha ou medo de ser vítima de preconceito. Cada fase da vida, adolescente e adulta, tem um motivo para não tratar. Inclusive, podem ausentar-se das aulas ou do trabalho e calam-se sobre a sua condição para manter as relações, o que afeta seu tratamento", alerta.
Há ainda, as dificuldades relacionadas à gestação e à maternidade. A enfermeira esclarece que, durante a gestação, a mulher com anemia falciforme fica mais propensa a contrair infecções bacterianas, abortar, ter um parto prematuro e hemorragias, além das crises dolorosas serem mais intensas e frequentes. No entanto, em alguns casos, o sonho de ser mãe leva ao enfrentamento das complicações, talvez pela falta de informações.
"Algumas mulheres que participaram do estudo tinham filhos e narram suas dificuldades durante a gestação e, portanto, o medo de engravidar novamente. No entanto, aquelas que ainda não tinham filhos sonhavam ser mães, mas tinham medo das complicações."
Marcela lembra que é fundamental para a mulher que deseja engravidar receber todas as informações sobre as condições de uma possível gestação. "A mulher com anemia falciforme pode engravidar, mas ela deve ter conhecimento dos riscos para optar pela maternidade e, caso decida engravidar, deve ser acompanhada por uma equipe de saúde especializada."
Marcela alerta ainda que os profissionais de saúde da rede básica "não são capacitados para trabalhar com as complicações ocasionadas por esta doença, como, por exemplo, cuidar de uma úlcera de perna ou uma crise álgica".
Marcela explica que "se o paciente tiver acesso aos medicamentos (fornecidos pelo SUS), às consultas médicas com hematologista e à transfusão de sangue quando necessária, provavelmente conseguirá trabalhar e contribuir com a sociedade e, assim, sentir-se mais útil". Ela ainda sugere "a elaboração de programas sociais nos quais as pessoas com anemia falciforme possam assumir atividades laborais compatíveis com a doença, como uma oportunidade de manutenção do emprego e do aumento da renda".
Apesar das adversidades, o sorriso no rosto e a fé dos participantes da pesquisa impressionaram a pesquisadora. "O que me marcou foi conhecer as dificuldades dessas pessoas no dia a dia, seja pelo tratamento, pela incerteza de uma complicação, ou pelo receio do futuro, além das dificuldades financeiras. Mesmo assim, expressam uma enorme vontade de viver. São pessoas muito simples que me receberam muito felizes em suas casas. Me agradeceram pelo simples fato de estarem sendo ouvidas."
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Saúde dentro do smartphone
Prontuários eletrônicos irão melhorar marcação de consultas no SUS, diz ministro. Digitalização permitirá ao cidadão obter informações no celular
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu a importância da implantação dos prontuários eletrônicos no SUS (Sistema Único de Saúde) e disse que o atraso para que os sistemas comecem a funcionar se deve a problemas licitatórios. Segundo ele, com a digitalização, cada cidadão poderá ter todas as suas informações de saúde no próprio celular, agendar consultas ou confirmar presença e ainda avaliar cada serviço que recebe.
"Pelo menos 20% das pessoas que têm consulta agendada no SUS não comparecem. Com esse sistema podemos chamar para cobrir uma consulta de alguém que desiste na véspera. Por meio do prontuário eletrônico será possível também que o médicotenha acesso a todo o tratamento, exames, medicamentos. Isso garantirá mais qualidade no atendimento e uma economia de R$ 20 bilhões por ano para o sistema", disse o ministro após participar da abertura do Seminário Novas Tecnologias em Saúde.
Barros explicou ainda que o atraso para implantar os prontuários eletrônicos ocorre em razão de uma licitação que está suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "O lobby para evitar a informatização é muito grande porque todos os que vivem de desvios do SUS por desinformação vão perder. Muita gente fatura hoje por esse descontrole. Mas todas as outras licitações estão feitas, o cadastramento das empresas e as provas de conceito também. Logo os municípios poderão escolher as empresas que farão a implantação do sistema", afirmou.
Febre amarela
O ministro destacou também que já foi atingida mais da metade da meta de vacinação da febre amarela nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. No decorrer da campanha, até o dia 13 de março, 17,8 milhões de pessoas foram imunizadas nesses três estados, o que corresponde 78,6% do público-alvo. Foram vacinadas 8,8 milhões de pessoas em São Paulo (94,9%), 6,9 milhões no Rio de Janeiro (68,5%) e 1,8 milhão na Bahia (54,3%)
"Queremos acreditar que os estados manterão a campanha de vacinação até atingir uma cobertura razoável na faixa de 90%. Esta é a recomendação do ministério, mas é decisão de cada secretaria estadual manter a campanha".
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação