Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 18 A 20/07/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Mercado – Idec encontra distorções nos dados da ANS sobre planos individuais
• Família visitou paciente já morta
• Dois anos de erros e acertos
• Coluna Arthur Rezende – Dose dupla

SAÚDE BUSINESS

Mercado – Idec encontra distorções nos dados da ANS sobre planos individuais

É sabido que 80% dos planos de saúde comercializados no Brasil são coletivos ou empresariais, sendo o restante de planos individuais e familiares. Recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) constatou graves indicadores em relação a esse mercado, cada vez mais escasso e inacessível ao consumidor. A situação é bastante preocupante, tendo em vista o crescente envelhecimento da população, o que ameaça a sustentabilidade do setor.
A constatação foi de que apenas metade dos planos listados no site da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) são vendidos pelas operadoras. Outro aspecto revelado é de que a oferta de planos com cobertura nacional, que são mais caros, é bem maior do que os de cobertura estadual.
A pesquisa considerou planos de saúde de cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia) de abrangência nacional ou estadual oferecidos pelas dez maiores operadoras de cada estado em todas as capitais brasileiras.
Para a advogada do Idec, Joana Cruz, as informações fornecidas pela Agência não condizem com a situação de extrema escassez de oferta de planos individuais.
Das 27 capitais brasileiras, em cinco (18%) não há qualquer opção de plano individual dentro das características pesquisadas: Belo Horizonte (MG), Bahia (BA), Macapá (AP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Em outras 11 capitais (48%), somente uma operadora – do grupo Unimed – comercializa o tipo de plano de saúde em questão, o que, segundo o Idec, é caracterizado monopólio nessas localidades.
Para o Instituto, “a falta de interesse em oferecer planos individuais ou familiares está relacionada com a maior arbitrariedade que as operadoras têm nos planos coletivos para propor reajustes anuais e/ou cancelar o contrato quando ele não é mais atrativo”.
Os dados da pesquisa também mostram que a mensalidade inicial média de um plano com abrangência nacional para um usuário na faixa dos 30 anos compromete 40% de sua renda média. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média do brasileiro dessa faixa etária é R$ 1.231,76; e o custo médio dos planos nacionais apurados no levantamento, R$ 494,55. Entre os planos estaduais, o custo médio da mensalidade (R$ 328,90) morde 26,7% da renda desse consumidor. Considerando-se os planos com ambas as categorias pesquisadas, que têm preço médio de R$ 426,14, o comprometimento de renda chega a 34,5%.
Dos planos individuais listados pela ANS:
– 50% dos planos informados no Guia da ANS estão de fato em comercialização
– 35% não são vendidos
– Em 11% foi impossível confirmar a efetiva comercialização (informações das operadoras eram confusas ou foi impossível contato com as operadoras)
– 4% planos efetivamente ofertados tinham abrangência geográfica diferente da pesquisada pelo Idec e informadas no site da ANS
– Em 18% das capitais, não há opção de plano individual/familiar de cobertura completa e abrangência nacional ou estadual entre as 10 maiores operadoras
– 48% é a parcela das capitais em que somente uma operadora, do grupo Unimed, é a única opção para quem busca um plano de saúde individual/familiar
– 81% é a concentração de mercado de planos individuais nas mãos das 10 maiores operadoras
– os preços dos planos individuais/familiares pesquisados nacionais representam 40% da renda do consumidor; os dos planos estaduais 26,7%; e o de ambas as categorias 34,5%
O que o consumidor deve fazer?
Diante dos resultados pouco animadores, o consumidor tem poucas alternativas práticas para buscar um plano individual, restando, segundo orientação do Idec, o poder público para recorrer, exigindo seus direitos e denunciados abusos.
Metodologia
Entre os dias 18 de maio e 2 de junho foram levantadas informações sobre os planos individuais/familiares com cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia) de abrangência nacional ou estadual, oferecidos pelas dez maiores operadoras de cada estado nas 27 capitais. Os dados foram consultados no Guia ANS de Planos de Saúde, disponível no site da agência (www.ans.gov.br/guiadeplanos). Posteriormente, esses dados foram confrontados com as informações fornecidas pelo atendimento via telefone dessas operadoras. Em relação aos preços, foram cotados os valores para um consumidor de 30 anos de idade. Fonte: Com informações do Idec 18/07/15
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O POPULAR

Família visitou paciente já morta
Exame que constatou morte foi feito 12h39 de sábado, mas informação foi repassada apenas à noite
Davi, de 1 ano, e Ruan Pablo, de 5, vão crescer e terão uma vida inteira pela frente, porém sem a mãe ao lado. De lembrança, restaram apenas fotografias mostrando o sorriso aberto da dona de casa Patrícia Costa França Ferreira, de 25. Ela morreu na tarde de sábado, no Hospital de Urgências de Goiânia, depois de passar por uma peregrinação de 10 dias em quatro unidades de saúde.
A dor e a indignação dos familiares aumentaram ainda mais após saberem que quando a visitaram na tarde de sábado, na UTI, ela já estava morta, como confirma documento ao qual O POPULAR teve acesso com exclusividade. Também causou espanto a informação recebida por eles de que a jovem teria sofrido um aborto espontâneo dentro da unidade de terapia intensiva (UTI)(veja matéria nesta página).
Patrícia morreu às 12h39 de sábado, segundo confirma documento da Central de Óbitos e Controle de Sepultamentos da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) da Prefeitura de Goiânia. O horário diverge do passado pelo hospital à família. Nota divulgada ao POPULAR, inicialmente, também afirmava que a jovem havia morrido na noite de sábado. “Na certidão de óbito consta o horário de 12h39, mas às 16h30 a visitamos achando que estava viva. Eles brincaram com nosso sentimento”, disse o marido de Patrícia, o coordenador técnico industrial Douglas Martins, de 25 anos.
A assessoria do Hugo esclareceu que divergência do horário se deu por conta do protocolo de morte cerebral. Patrícia foi submetida a exames que compõem o procedimento, conforme determinação do Ministério da Saúde (MS). O processo conta com dois exames clínicos, realizados com intervalo mínimo de seis horas e feitos por médicos diferentes. Além desses, um exame complementar tem de ser realizado para avaliar se existe atividade cerebral.
O último exame, um eletroencefalograma, foi feito às 12h39 de sábado e, por isso, deve ser considerado o horário do óbito. O resultado definitivo não é emitido imediatamente, pois necessita da avaliação criteriosa de um especialista. Segundo o Hugo, o resultado da análise foi informado à equipe da UTI no início da noite, quando o fato foi comunicado à família.
A advogada Ana Lúcia Amorim Boaventura, especialista em direito médico e direito da saúde, confirma que o cumprimento do protocolo para a verificação da morte encefálica demora algumas horas. “Os médicos costumam ter boas condutas, mas pecam no quesito comunicação com o paciente e seus familiares, o que gera perda de confiança na relação médico-paciente”, ressaltou.

Jovem que morreu após peregrinação estava grávida
Vítima sofreu aborto espontâneo dentro da UTI do Hugo
Será sepultado às 10 horas desta segunda-feira (20), no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia,  o corpo da dona de casa Patrícia Costa França Ferreira, de 25 anos, que morreu no sábado, no Hospital de Urgências de Goiânia, depois de peregrinar durante 10 dias por unidades de saúde de Goiânia.
Patrícia, que foi vítima de um aneurisma cerebral, estava grávida e sofreu um aborto espontâneo dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hugo, segundo informou o hospital.
A informação surpreendeu a família, que não sabia da gravidez. Os parentes também ficaram chocados com a notícia de que a jovem morreu às 12h39 do sábado. É que eles só foram informados do óbito na noite daquele dia, e chegaram a visitar Patrícia na UTI, quando ela já estava com morte cerebral.
O corpo da dona de casa está sendo velado na manhã desta segunda-feira, na Igreja Presbiteriana do Jardim Cristal, também em Aparecida de Goiânia.

“Ela gritava de dor”, contou a tia de Patrícia

Amigos, vizinhos e familiares da dona de casa Patrícia Costa França Ferreira, de 25 anos, participaram do velório da jovem, na Igreja Presbiteriana do Jardim Cristal, em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital, onde mora a família dela. O sepultamento será hoje pela manhã, no Cemitério Jardim da Paz.
O clima entre os presentes era de incredulidade. Inconsolável, a mãe, Gerusa de França Rocha, não quis dar entrevistas. O marido, Douglas Martins, segue revoltado, por acreditar que a mulher, não teve atendimento adequado. “Agora querem me dizer que foi uma fatalidade. Então, estamos mentindo?”, questionou.
Sogra de Patrícia, a dona de casa Inacir Martins Ferreira, de 43 anos, lembra que a nora era uma mulher quieta, vaidosa e uma mãe cuidadosa. “Desde quando casou, há seis anos, ela morava comigo. Era como se fosse minha filha. Agora, só ficou a saudade”, lamentou.
Foi para a sogra que Patrícia ligou quando começou a passar mal, na noite do dia 6. Por ter ficado tomando conta dos netos, a sogra lamenta por não visitado Patrícia no hospital.
Tia da jovem, Antonina França Rocha, de 53, que levou Patrícia ao hospital, relembra os momentos difíceis da sobrinha. “Ela gritava de dor.”

Caso deve ir parar no Judiciário

Parentes de Patrícia Costa França Ferreira, de 25 anos, que morreu sábado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), receberam da unidade de saúde a informação de que a jovem teve um aborto espontâneo dentro da unidade de terapia intensiva (UTI). Segundo o marido, o coordenador técnico industrial Douglas Martins, de 25 anos, a família e a paciente desconheciam a gravidez.
Prima de Patrícia, a vendedora Kelly Ferreira reclama do fato dos médicos não terem falado sobre a gravidez antes. “Em nenhum momento o hospital falou sobre isso antes”, relata.
Antes de ir para o Hugo, Patrícia chegou a fazer exame em um hospital da rede privada em Aparecida de Goiânia, por meio do qual foi constatado que ela tinha um aneurisma e deveria passar por cirurgia. Mas a direção da unidade alega que ela teve, na verdade, dois acidentes vasculares cerebrais (AVC) e que o caso dela, em momento algum, tinha indicativo cirúrgico.
Diante das divergências e alegando que a jovem foi recusada em duas das quatro vezes que esteve no Hugo, a família dela diz que vai recorrer ao Judiciário a fim de responsabilizar os possíveis culpados pela morte. “Vamos até o fim para que isso não se repita em outras famílias”, disse a vendedora Kelly Ferreira, prima de Patrícia.
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) se disponibilizou para garantir assistência judiciária gratuita aos familiares. A DPE-GO orienta que, caso haja interesse dos familiares de Patrícia, poderá orientá-los e até mesmo atuar em busca de todos os documentos médicos e provas necessárias para ajuizar a ação.

Parentes recorrem à polícia para pedir exame no IML

Se já não bastasse a peregrinação pela qual passaram com Patrícia em busca de atendimento, familiares dela contam que ainda tiveram de enfrentar uma nova via-crúcis para que o corpo fosse submetido a exame cadavérico no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia. “A gente falou que queria o corpo fosse enviado ao IML para saber a real causa da morte, mas o hospital resistiu”, relatou a vendedora Kelly Ferreira, prima de Patrícia. O Hugo, de acordo com ela, queria enviar o corpo diretamente para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), sem passar pelo IML.
Desesperada, a família recebeu orientação da funerária para registrar ocorrência na polícia. Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, parentes de Patrícia tiveram de correr do Hugo para o 8º Distrito Policial de Goiânia para conseguir que o delegado exigisse a realização do exame no IML. Ela conta que, depois, de volta à unidade de saúde, o médico plantonista teria se recusado a receber a solicitação da delegacia. Mas os parentes insistiram e, depois de algumas horas, conseguiram a liberação para o exame no IML, no fim da manhã de ontem.
O hospital não se pronunciou sobre a recusa inicial de encaminhar o corpo antes ao IML. Em nota, a direção do Hugo lamentou a morte de Patrícia e informou que “será aberta sindicância para apurar as condutas dos envolvidos na assistência à paciente.”
De acordo com o Instituto Médico Legal, o hospital só envia um corpo para o IML quando se trata de vítima de morte violenta. Nos demais casos, de morte natural, o corpo é enviado para o SVO. Mas qualquer família que desejar um exame cadavérico pode ir a uma delegacia, explicar o motivo e pedir ao delegado uma requisição do laudo, mediante boletim de ocorrência. (20/07/15)
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Dois anos de erros e acertos
Embora estabelecidos na comunidade, médicos encontram estruturas deficientes

Vandré Abreu

"Quando comecei era lotado, porque todo mundo veio ser atendido já que tinha uma médica após sete meses sem profissional.” Wanessa do Carmo Ferreira, Médica que atende em Aparecida de Goiânia

Já estou entrosado com a equipe local, além de ter vontade mesmo de trabalhar com saúde básica. ” Antonios Kasiaras, médico grego que está há dois anos no programa do governo federal

No último bairro de Aparecida de Goiânia, o Jardim dos Ipês, há uma avenida cheia de buracos. Ao final dela, vira-se à direita em uma rua de terra batida e há um muro amarelo e nada mais que matagal depois. Nesse local pequeno, com uma recepção, um banheiro e seis salas trabalha um médico europeu. O grego Antonios Kasiaras chegou lá em 2013, desde que se cadastrou no programa Mais Médicos do governo federal e foi lotado para atuar em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que não recebia médicos há três meses.
Dois anos depois, Antonios conta que o índice de acerto nos diagnósticos está próximo a 100%. Ou seja, aquela comunidade consegue ter seus problemas mais simples resolvidos na região onde mora e, em casos complexos, há destinação correta dos pacientes. Mas problemas existem e começam, especialmente, a partir daí, quando é necessário realizar exames, cirurgias, internações ou receber medicamentos.
Nesses casos, os pacientes são encaminhados a unidades de saúde mais completas e passam pelos antigos problemas: falta de profissionais, de insumos, dificuldades para conseguir leitos e fazer exames. O que ocorre no Jardim dos Ipês se repete em outras unidades, segundo apurou O POPULAR junto a pacientes em Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e em Goiânia, e também é o retrato do balanço do programa Mais Médicos depois de dois anos de instituído.
O médico Pablo Jaime está no programa desde março, em Senador Canedo, e relata problemas como medicações em falta e dificuldade para conseguir serviços de internação e cirurgias. “A gente pede para o paciente fazer um exame e há demora de mais de um mês para conseguir. Aí, quando volta, já é um caso agravado”, conta. Já Denise Silva Cardoso, que atua na UBS Bandeirantes, em Aparecida de Goiânia, afirma que sua unidade é bem equipada, mas se trata de um privilégio, pois não é realidade da maioria.
Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (MS), Heider Pinto explica que a atenção básica da saúde é capaz de resolver até 80% dos casos se a equipe estiver bem preparada. Assim, o índice de encaminhamentos a outras unidades e a especialistas seria os outros 20%. “O fortalecimento da saúde básica diminui outros procedimentos e, olhando para esses 20%, é possível pensar em um programa de mais especialidades”, argumenta.
Vínculo
O Mais Médicos chegou a uma nova fase neste ano, em que apenas reposições de profissionais serão feitas. Neste período, diversas comunidades puderam realizar tratamentos periódicos com um mesmo profissional, o que não acontecia até então. Antonios Kasiaras conta que desde setembro de 2013, no Jardim dos Ipês, a estrutura de trabalho melhorou muito em razão da manutenção de uma equipe no local. A médica Wanessa do Carmo Ferreira também atua há quase dois anos no Parque das Nações, em Aparecida, e conta que, no começo, os pacientes perguntavam se ela continuaria ali. “Quando comecei era lotado, hoje em dia é mais tranquilo”, relata. A certeza de que o profissional vai ficar deu ao usuário a confiança no médico.
Denise acredita que um passo importante para a continuidade do Mais Médicos é que ocorra o investimento na estrutura das unidades e, especialmente, nos serviços necessários para a continuidade do tratamento.

Cremego ainda não fiscaliza atuação

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Aldair Novato, ainda não sabe dizer como está a atuação dos profissionais que atuam pelo Mais Médicos, já que eles não podem ser fiscalizados pela entidade. Pelo edital, o médico é credenciado junto ao Ministério da Saúde (MS) e apenas seu supervisor precisa ter cadastro no Conselho. Mas, mesmo após dois anos, o Cremego afirma não ter a lista desses profissionais. “Não temos conhecimento de melhoria na saúde pública. O que acompanhamos é a falta de estrutura e de profissionais nas unidades de saúde do Estado. De fora, o que vemos são médicos que entraram e estão se afastando”, conta Novato.
Segundo ele, o programa é desfavorável ao médico por não dar qualquer certeza ao profissional após os três anos de contrato. “Queremos que se crie a carreira de médico do Sistema Único de Saúde, para que ele possa se fixar de fato em um local e ter um plano de cargos e salários”, explica.
A médica Wanessa do Carmo concorda que o plano de carreira é o ideal, mas afirma que o Mais Médicos se tornou uma boa oportunidade, especialmente para os recém-formados. Ela conta que quando se inscreveu, no início do programa, teve receio de que se tratasse de um projeto eleitoreiro, mas hoje há segurança suficiente para indicar a outros colegas. No último ciclo do Mais Médicos, em maio deste ano, pela primeira vez todas as vagas foram preenchidas por médicos brasileiros.

Prefeituras cobram mais oferta de profissionais
Os mais de 18 mil médicos contratados pelo governo federal no Mais Médicos representam a meta estabelecida pelo programa em seu início, passando agora a uma nova fase. Isso, porém, não é o suficiente para atender a demanda dos municípios goianos. Diretora de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), Mirlene Guedes Lima, afirma que existiriam melhores resultados com mais oferta.
No último edital lançado pelo Ministério da Saúde (MS), Goiânia pediu mais quatro profissionais para as equipes de saúde da família. Segundo Mirlene, a estratégia da atenção básica se consolida a cada dia, reforçando a porta de entrada das pessoas no sistema de saúde pública. O pedido por mais vagas é reiterado pela coordenadora da Estratégia Saúde Família (ESF) em Aparecida, Érika Lopes Rocha. O município tem três equipes sem médico atualmente e pediu seis profissionais neste mês.
Érika Rocha explica que ainda não há indicadores sobre a atuação dos médicos em Aparecida, mas que, de maneira geral, há mais consultas e visitas aos pacientes. Em dois anos o número de equipes foi de 53 para 63. “Depois de dois anos, muitos médicos querem saber se vão ter o contrato renovado”, diz. Coordenador do Mais Médicos em Goiás pelo MS, Robson Braga destaca que esta é uma decisão do governo federal, que só deve ser tomada no próximo ano. Braga afirma ainda que o MS trabalha para que 100% das equipes de saúde em família estejam completas.

Ministério avalia prorrogação
Contratos de primeiros inscritos acabam em um ano e médicos não sabem se vão continuar

Há cerca de um ano do fim dos primeiros contratos celebrados no programa Mais Médicos, com vínculo de três anos, os médicos interessados em continuar nas unidades de saúde ainda não sabem se terão os acordos prorrogados. O Ministério da Saúde (MS) pode prorrogar os contratos por mais três anos, mas não há posição sobre o caso, em que será avaliada a situação de cada município e unidade de saúde.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Heider Pinto, explica que a prorrogação é uma questão importante porque permite o vínculo do médico com a comunidade. “Este vínculo é um fator reconhecido em todo o mundo como responsável por aumentar os indicadores de saúde. Um médico fazer o diagnóstico em uma criança que acompanha desde o pré-natal da mãe é muito mais seguro”, afirma.
Entrosamento
O médico Antonios Kasiaras, que atua no Jardim dos Ipês, em Aparecida de Goiânia, relata interesse na prorrogação de seu contrato e em continuar na mesma unidade básica de saúde. “Já estou entrosado com a equipe local, além de ter vontade mesmo de trabalhar com saúde básica. O que me interessa é esse tipo de atendimento”, conta.
Heider Pinto explica que o MS vai levar em consideração a questão do vínculo dos médicos com os locais, mas haverá uma avaliação a partir de cada área, percebendo a situação das unidades de saúde.
“Nos grandes centros há a tendência de não precisar, já que há interesse de médicos recém-formados se estabelecerem nos locais, até pela maior estrutura e as residências médicas”, diz.
Em áreas com difícil acesso existe a tendência de ocorrer as renovações. “A necessidade da população é o que vai decidir. Não será uma decisão única para todo o Brasil, vamos avaliar cada especificidade”, alega.

Brasileiros preenchem vagas no último ciclo

Entre julho e setembro de 2013, o primeiro ciclo do programa Mais Médicos, em um primeiro momento, era citado como um fracasso devido à baixa adesão de profissionais.
A intenção era buscar médicos formados no Brasil, com brasileiros formados no exterior como segunda opção e estrangeiros como terceira.
Até 2014, apenas 15% das vagas do Mais Médicos eram de brasileiros. Dois anos depois de instituído, o último ciclo do programa contou com apenas profissionais nascidos no Brasil.
Resistência
Naquele primeiro momento, o governo federal teve de realizar um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o governo de Cuba para que médicos daquele País se vinculassem ao programa da União. Esse fato fez com que as críticas ao programa Mais Médicos fossem ainda maiores.
Para o Ministério da Saúde, ter, neste último ciclo, 93% dos médicos formados no Brasil e 7% de brasileiros formados no exterior é uma mostra de que a resistência foi quebrada.

Formação para atenção básica
O secretário Heider Pinto lembra que o Mais Médicos prevê a expansão da formação do médico, que será feita com a mudança no currículo das faculdades de medicina. Os currículos ficarão mais próximos da atenção básica à saúde. “Estamos fazendo isso de maneira atrasada. Na Inglaterra foi feito em 1950, em Cuba em 1960. Faremos agora. Vamos implantar a medicina geral de família e comunidade,”
A intenção é que o médico, por formação, seja mais próximo da atenção básica e isso se faça em conjunto com a residência. Ou seja, mesmo que se faça residência em dermatologia haverá atuação na medicina de comunidade. Pinto explica que isto será feito em conjunto com a implantação de novas faculdades de medicina, pretendendo chegar, em 2026, à relação de 2,7 médicos por mil habitantes. O índice atual é de 1,8 profissional por brasileiro. (19/07/15)
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Coluna Arthur Rezende – Dose dupla
■ O cardiologista José Silvério Peixoto Guimarães foi reeleito na presidência do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Goiás (Sindhoesg). Posse será em 8 de agosto.
■ Outro reeleito: o radiologista Carlos Alberto Ximenes, na presidência da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Goiás. A posse está marcada para o dia 5 de setembro. (19/07/15)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação

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