Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 19 A 21/01/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR

Coluna Spot – Os riscos do botox
O uso indiscriminado de botox pode acarretar sérios problemas na visão. Quem alerta é o oftalmologista João J. Nassarala Júnior. O médico mora em Goiânia há 17 anos e criou na capital a residência médica em oftalmologia do Instituto de Olhos de Goiânia. Doutor em oftalmologia pela UFMG e em ciências da saúde pela UnB, onde também leciona, Nassarala é também autor de um estudo importante sobre tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênicos. Nesta entrevista ao POPULAR, ele falou sobre os riscos do botox, doenças da visão, entre outros temas. Confira.

Como uma pessoa pode se precaver quando decidir aplicar botox na região dos olhos e evitar risco de deformidades?
A toxina botulínica é uma droga altamente venenosa que, injetada em grande quantidade, pode levar à morte. A indicação e aplicação deste remédio deve sempre ser realizada por um médico experiente, que faz aplicações milessimais da droga, de acordo com cada caso. Na oftalmologia temos casos de blefaroespasmo e estrabismo, quando essa droga pode ser indicada.

Como podem ser evitados problemas mesmo quando o botox tem uso terapêutico?
Muitas vezes podemos ter uma resposta hipercorrigindo o quadro inicial, o que trará um novo problema ao paciente (algumas vezes mais grave do que o primeiro). Por exemplo, o uso cosmético, que serve para minimizar as rugas de expressão, pode levar a uma exposição exagerada do globo ocular, criando dificuldade na lubrificação e nutrição das camadas anteriores dele. Casos extremos podem levar à perda do olho.

O botox pode prevenir rugas de expressão no rosto e os chamados “pés de galinha” como tem sido vastamente propagado?
O botox não previne, mas cria uma espasticidade do músculo onde é aplicado, criando assim um aspecto mais firme e jovem da pele. O surgimento dos “pés-de-galinha” é natural, porém com a proteção contra os raios solares, uso de creme hidratantes e o esforço de evitar expressões faciais que levam ao franzimento da pele (incluindo-se aquele famoso esforço visual com auxílio do fechamento forçado das pálpebras) podemos retardar a aparência envelhecida de nossa expressão facial.

Como oftalmologista, o que o senhor indica para prevenção de doenças na visão?
A melhor maneira de prevenir doenças visuais é o exame de rotina com o oftalmologista (crianças de seis em seis meses e após os 21 anos com consultas anuais). Evitar a automedicação é outro cuidado, como o uso dos equipamentos recomendados a cada ocasião: óculos de grau, óculos escuros ou de proteção. Outro cuidado é o controle das doenças sistêmicas, que podem causar alterações visuais (diabetes, hipertensão, etc.). Alimentação saudável e higiene dos olhos também sempre são bons conselhos.

Em linhas gerais, em que consiste o tratamento quimioterápico antiangiogênico? Quando essa injeção no olho é indicada?
Antiangiogênicos são drogas usados na prevenção de neovascularização danosa ao corpo. Alguns casos de diabetes, principalmente os mais avançados, são beneficiados pela injeção dos antiangiogênicos. Como também alguns casos de degeneração macular relacionada à idade e à obstrução de veias retinianas, entre outras doenças. Claro que a indicação deve ser precisa e feita por um especialista.

Após um ano de regulamentação, o fornecimento via planos de saúde do tratamento desse tratamento realmente o tornou mais acessível?
Esta regulamentação agilizou e beneficiou muitos usuários de planos de saúde, pois é uma droga de alta tecnologia e portanto dispendiosa. Com isto facilita o uso do remédio e aumenta a aderência do paciente ao tratamento (que muitas vezes é contínuo). 21/01/13

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Cartas dos Leitores – Idosos do Brasil

No dia 13, o programa Fantástico, da Rede Globo, apresentou uma reportagem especial sobre o tratamento dado a mais de 70% dos idosos no Brasil. Não poderia deixar de mencionar a frieza e a insensatez de nossos governantes, enfim, das autoridades do País e do meu Estado.
Venho lutando, há muito tempo, pela criação de delegacias e juizados para defesa do direito do idoso. Na gestão do ministro Cesar Peluso, na presidência do Conselho Nacional de Justiça, apresentei um proposta com pedido de instalação obrigatória em todo País de juizados especiais, em defesa dos direitos dos idosos, o qual foi arquivado sem nenhuma resposta.
Em Goiás, também não é diferente, pois temos assistido diariamente nas redes televisivas os descasos que vêm vitimizando os idosos, a começar pelos Cais e hospitais públicos de Goiânia. Aqui os idosos estão morrendo por falta de leitos de UTI, como é o caso da morte de Nivaldo Moreira da Silva, de 75 anos, após peregrinar pelo Cais do Bairro Goiá, onde havia apenas dois pediatras de plantão.
Nivaldo sofria de problemas cardíacos. No início da semana, sua família o levara para o referido Cais, mas não havia clínico geral no local. Depois foram com ele para o Cais do Setor Novo Horizonte, onde a situação estava pior, pois haviam 180 pessoas na fila, e a senha dele seria a 181. Mesmo apresentando um estado gravíssimo, resolveram então levá-lo para Santa Casa de Misericórdia, onde foi constatado que precisaria de um procedimento que dependia do SUS, ou seja, passar por uma unidade pública para depois receber o encaminhamento.
A espera de Nivaldo e sua peregrinação não acabou, pois ao surgir uma vaga na UTI do Hospital do Jardim América, a primeira ambulância chegou às 12 horas e não era adequada para fazer o transporte. Já havia decorrido mais de 30 horas de espera pela UTI. Mesmo assim, para ser transportado com urgência e segurança teria de ser transportado numa UTI móvel, que ficaria em torno de 500 reais para pagar a ambulância privada. Sem condições financeiras, na noite dessa trágica quarta-feira Nivaldo veio a óbito.
Finalizo não acreditando que os poderes constituídos vão continuar nesse silêncio inexplicável. Como sabem que vão se aposentar com uma boa e rendosa aposentadoria, não vão necessitar da saúde pública. Já o idoso pobre, que ganha salário mínimo, vai continuar morrendo nos corredores dos Cais e hospitais públicos de Goiânia e todo o País.
MAURÍLIO ALVES BATISTA JÚNIOR – Setor Sul – Goiânia

Dengue

Há quatro anos, minha mãe contraiu a dengue. Fiquei muito assustada com o desenvolver da doença e a forma com que ela ataca o ser humano. Mamãe mora no interior e, devido à idade, achamos melhor trazê-la para Goiânia. Para nosso espanto, naquele ano havia uma epidemia e os hospitais não tinham vaga.
Um enfermeiro vinha em casa colocar soro nela e isso durou por volta de uma semana. Foi o primeiro caso que vi. No ano seguinte, minha cunhada e seu marido ficaram algumas semanas se recuperando da mesma doença. Fico perplexa com a sujeira das ruas e casas e o descaso, ou mesmo ignorância, da população com relação à proliferação do Aedes Aegypti.
Como moro em apartamento, não há muito o que fazer para combater dentro deste ambiente, mesmo assim, não deixo lixeiras sem tampa, água parada nos vasos, além de utilizar receitas caseiras, como colocar areia ou pó de café nos vasos e o famoso limão com cravo. Com relação à sujeira nas ruas, tento mostrar a população por meio de abordagem direta com conversas.
Uma outra forma de luta é mostrar, através da imprensa, os pontos fracos da cidade e pedir às autoridades que atuem para minimizá-los. Se todos fizéssemos algo, com certeza teríamos muito menos problema.
MARINA GONÇALVES – Centro – Goiânia

Atendimento médico

Discordo do pensamento do leitor Otaviano de Moraes, manifestado em carta publicada sábado, em resposta à carta de Pedro Alves Mario, de Formosa. Talvez o autor devesse ler um pouco sobre a história da Faculdade de Medicina da UFG, na qual seus alunos prestavam serviços gratuitos para a comunidade após sua formatura.
É verdade que os recursos usados na educação são do contribuinte. Isso mesmo, todos pagaram, mas nem todos têm acesso ao ensino superior em uma universidade pública. Parece-me hipócrita o juramento de Hipócrates.
JOSÉ AFONSO – Setor Coimbra – Goiânia (21/01/13)
Conselho de Saúde

A Coluna Giro de quarta-feira publicou a informação de que a superintendente da Secretaria Estadual de Saúde, Maria Cecília Brito, foi eleita vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde e que o regimento interno do Conselho veta representantes da pasta.
No dia seguinte, a SES divulgou uma resposta na mesma coluna informando que Maria Cecília, na eleição do Conselho, estava representando a Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa e assim poderia assumir o cargo. Chamo atenção de todos e, principalmente, do Ministério Publico.
A própria SES assume em sua resposta que Maria Cecília usou o Juarez Barbosa apenas para burlar o regimento interno do Conselho e que continua investida no cargo de superintendente de Gerenciamento das Unidades Assistenciais de Saúde – Sunas e, portanto, nesta condição representa o Secretário.
É um absurdo no sistema democrático em que vivemos ver o poder público, que devia estimular a independência dos órgãos de controle social, usar deste tipo de subterfúgio para engessar ar o Conselho.
LÚCIA OLIVEIRA MARTINS – Parque Veiga Jardim – Goiânia (20/01/13)
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Editorial – Mal de saúde

Ao rol de tantas outras deficiências do sistema de atendimento à saúde em Goiás se junta a comprovada escassez de especialistas. É um problema que se agrava porque a oferta de vagas de residência médica para a especialização é cada vez mais insuficiente. Com poucos médicos especialistas em diversas áreas, o atendimento que necessita de um atendimento mais específico vai ficando cada vez mais comprometido.
É por meio da residência médica que, ao concluir os seis anos de formação nas escolas de medicina, os formandos, então generalistas, buscam a especialidade. A oferta insuficiente de vagas para esse fim é um gargalo que precisa ser removido com urgência, diante do quadro que se verifica no sistema público de saúde, cada vez mais deficitário.
A falta de especialistas afeta principalmente a rede hospitalar pública, para a qual são conduzidos os pacientes de menor renda, que já encontram dificuldades em ser atendidos nos serviços mais básicos da rede. E esses cidadãos ficam desassistidos, pois a grande maioria não tem como pagar atendimento particular.
Por outro lado, comete-se injustiça também com os médicos que vão se formando e ficam obrigados a trabalhar como generalistas, com a sonegação de seu direito a uma especialização. Hospitais e o sistema de ensino médico devem portanto procurar um diálogo para o início de um entendimento que resulte na ampliação da oferta de vagas para a especialização. (21/01/13)
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Dengue
Homeopatia como terapia alternativa
Especialistas irão apresentar em Goiânia em até 15 dias resultados obtidos em cidades onde medida já foi adotada, como Iporá
Malu Longo

A constatação de que em Goiás há um quadro de epidemia de dengue, levou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) a pensar em alternativas ao que vem sendo feito para impedir o avanço da doença. Dentro de 15 dias, representantes de cidades brasileiras que experimentaram a homeopatia como medida profilática e para combater os sintomas da dengue devem se reunir em Goiânia para apresentar os resultados obtidos. A ideia partiu do superintendente executivo da SES, Halim Girade. Ele procurou o diretor geral do Hospital de Medicina Alternativa, Nestor Carvalho Furtado para saber se a unidade teria condições de produzir um composto homeopático para fornecer aos municípios que decidirem adotá-lo. “Diante de uma epidemia temos de procurar alternativas. Há um novo vírus e a população está vulnerável. O objetivo é reduzir os sintomas. Foi o que ocorreu nas quatro experiências que identificamos. Nessas localidades, não só o número de casos de dengue diminuiu, quanto a gravidade da doença também. O que pretendemos é evitar óbitos”, disse Halim Girade ao POPULAR.
No grupo que virá a Goiânia está o médico, pesquisador e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), Renan Marino. Suas pesquisas desenvolvidas desde 2001 na prevenção e tratamento da dengue com homeopatia culminaram, em 2008, com a aprovação e autorização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do medicamento Proden. Antes, em 2006, o Ministério da Saúde de Cuba adotou oficialmente o modelo. Em São José do Rio Preto, o composto de Marino passou a ser distribuído no início de 2007, mas a medida foi duramente criticada pela pasta estadual de Saúde e pela Vigilância Sanitária sob a alegação de que não havia comprovação científica de sua eficácia. No início de 2011, após o registro do Proden, o medicamento deixou de ser aplicado.
A prefeitura de Macaé (RJ) que em 2007 vivia uma epidemia de dengue, optou pelo composto homeopático de Renan Marino não só no tratamento de suspeitos, como também na profilaxia. Em 2008, a queda de número de casos foi de 60%. O município goiano de Iporá aderiu à homeopatia como estratégia de combate à dengue em 2009 e no ano seguinte, mais de 70% da população receberam o composto. Desde então, as notificações cairam.
Nestor Carvalho e o médico e pesquisador do Hospital de Medicina Alternativa, Danilo Carneiro, querem reunir em Goiânia as pessoas que estiveram à frente dessas experiências. Para o encontro também serão convidados o Conselho Regional de Medicina (Cremego), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC). Halim Girade, superintendente executivo da SES, lembra que homeopatia é uma ciência reconhecida, não é charlatanismo. O objetivo dessa reunião é fazer um grande debate para que todos tirem uma conclusão. “Não vamos impor nada. Queremos apresentar alternativas às ações tradicionais de combate à doença”. Se houver interesse por parte dos municípios, o Hospital de Medicina Alternativa tem condições de oferecer o medicamento.
Nestor Carvalho explica que para quem não tem sintomas da doença são ministradas apenas duas gotas profiláticas apenas uma vez. “Não é uma vacina”, ressalta. Já para aqueles que têm suspeita de dengue, são indicadas cinco gotas.

Para secretário, uso pode ser opção razoável

Titular da Secretária Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, o médico intensivista Fernando Machado acredita que a adoção da homeopatia no combate à dengue pode ser uma opção “razoável”. A capital já registrou em 2013, 1.945 casos da doença. “Tenho pesquisado sobre o assunto e vou conversar esta semana com um técnico da área. Se for mais uma terapia de combate à dengue, não tenho nenhum problema em adotá-la”, afirmou.
FUMACÊ
A SMS intensificou o “fumacê” com caminhões em bairros com alta infestação do mosquito Aedes aegypti, como o Jardim América, Setor Santa Genoveva, Setor Jaó, e Parque Atheneu.
A partir desta semana, os locais de nebulização poderão ser pesquisados no sitio www.saude.goiania.go.gov.br. A SMS sugere que portas e janelas sejam abertas para ampliação do resultado. (21/01/13)
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Coluna Giro – OS NO INTERIOR

A Secretaria da Saúde quer expandir neste ano os contratos com organizações sociais pelo interior do Estado. A meta principal é garantir realização de exames e algumas cirurgias.

MAS…
Isto só acontecerá se o Estado conseguir derrubar a liminar que o impede de contratar novas OSs. Aliás, problema que impede a terceirização dos hospitais em Aparecida, Uruaçu e Quirinópolis. (20/01/13)
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Residência médica
Baixa quantidade de vagas se reflete na falta de especialistas
Déficit na rede básica de Saúde de Goiânia atualmente é de 66 especialistas. Crescimento dos cursos pode agravar quadro
Deire Assis

Goiás oferece hoje praticamente a metade de vagas de residência médica necessárias à formação de especialistas, considerando a quantidade de vagas oferecidas pelas faculdades de medicina existentes hoje: 420 vagas em instituições de ensino superior e 226 para residência médica em hospitais do Estado. O reflexo dessa equação é o déficit de especialistas nas redes pública e privada, condição que deve se agravar segundo estudos já realizados. Nas unidades básicas de saúde da capital, esse déficit é atualmente de 66 especialistas. Ao todo, 15 mil médicos se formam no Brasil a cada ano, onde são oferecidas apenas 2,6 mil vagas de residência médica.
O número de vagas é tão baixo que a concorrência em alguns serviços se assemelha a um vestibular. No Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), 540 médicos disputam o processo seletivo atualmente em curso para o preenchimento das 88 vagas de residência oferecidas pela instituição. A situação em Goiás, especialmente, tende a piorar tendo em vista que apenas a UFG e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) já formam turmas anuais. No final deste ano, entretanto, será formada a primeira turma da Faculdade de Medicina do Centro Universitário de Anápolis (UniEvangélica), que realiza dois vestibulares por ano com 55 vagas cada. Aprovado este ano, o curso de Medicina da Universidade de Rio Verde também lançará no mercado 120 médicos por ano.
De acordo com o médico anestesiologista coordenador da Comissão de Residência Médica do HC-UFG,Onofre Alves Neto, as principais dificuldades em se ampliar o número de vagas de residência estão relacionadas com a organização dos serviços de saúde, com a disponibilidade de médicos professores, com a falta de estrutura e organização dos hospitais e com a burocracia existente atualmente em relação à residência médica. Soma-se a isso, destaca, a dificuldade de pagamento das bolsas de residência médica, atualmente em torno de R$ 2.400,00 por cada residente/mês.
“Toda Faculdade de Medicina deveria oferecer, no mínimo, o mesmo número de vagas de seus formandos/ano. A Faculdade de Medicina da UFG está perto disto: forma 110 alunos/ano e em 2013 está oferecendo 88 vagas para a residência médica. Mas existem faculdades que formam um sem número de alunos e não oferece nenhuma vaga de residência médica”, critica o coordenador.
É por meio da residência médica que o profissional que concluiu seus seis anos de curso deixa de ser generalista e passa a atuar em determinada especialidade. Determinada unidade só pode oferecer residência médica, após ser avaliada e credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica, órgão do Ministério da Educação. Para tanto, é preciso que o hospital preencha vários requisitos, como número de atendimentos, número de cirurgias, números de professores/orientadores, abrangência do serviço, e local de estudo/ensino para os residentes, entre outros.
“Existem faculdades que formam um sem número de alunos e não oferece nenhuma vaga de Residência Médica.”

Onofre Alves Neto, médico anestesiologista e coordenador da Comissão de Residência Médica do HC-UFG.

Faculdades querem ampliar acesso

Os acadêmicos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás participam de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade na Unidade Escola Saúde da Família da Vila Mutirão, por meio de um convênio entre a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e a PUC Goiás. Os alunos participam ainda dos concursos de residência médica da Santa Casa para 12 especialidades. Ao todo, são 59 vagas de Residência Médica oferecidas aos médicos formados na PUC Goiás.

Segundo o professor Paulo Luiz Carvalho Francescantonio, diretor do departamento de Medicina da PUC Goiás, não há falta de vagas de residência na instituição. Entretanto, informa que está em estudo um programa de especialização, com uma carga horária semelhante à da Residência Médica. A tendência, de acordo com o diretor, é que haja aumento gradual do número de vagas.

O professor coordenador da Comissão de Residência Médica da Faculdade de Medicina da UniEvangélica, em Anápolis, diz que a instituição tem aprovados no Ministério da Educação nove programas de Residência Médica, nos quais oferece cerca de 22 vagas. Estas vagas são preenchidas em unidades de Saúde de Anápolis, já que a instituição não possui um Hospital-Escola. “Sabemos que a quantidade de vagas é pequena, sobretudo porque sabemos que candidatos de outras localidades vêm fazer suas provas aqui na cidade”, diz.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Universidade de Rio Verde, com a quantidade de vagas de Medicina oferecidas, em 2019 a instituição estará formando 120 médicos por ano. As vagas de residência, segundo a assessoria, serão oferecidas, em quantidade ainda não definida, em centros de saúde do município e no Hospital Municipal, segundo convênio com a prefeitura.

Expectativa

Atualmente em pleno processo seletivo para Residência Médica no Hospital de Urgências de Goiânia, Santa Casa de Misericórdia de Goiânia e à espera dos resultados dos concursos realizados em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF), o médico recém-formado Rogério do Carmo Moreira, de 25 anos, diz que ele e os demais colegas temem o futuro da profissão, devido à grande dificuldade em se ingressar em uma boa Residência Médica. “A concorrência, dependendo do serviço de saúde, chega a 70 por vaga”, cita Rogério.

Há, segundo diz, cursinhos especializados em preparar médicos para as provas de residência. “É mesmo outro vestibular”, acentua. “Se não passamos na prova de residência, ficaremos o ano todo trabalhando como generalista. E é claro que não é isso que desejamos quando escolhemos a profissão”, observa o médico que colou grau em novembro do ano passado e já cumpre plantões em unidades de Goiânia.

Faltam especialistas na rede pública de saúde

O reflexo direto da dificuldade em se formar novos especialistas é a falta de médicos de determinadas áreas para atender à população. Na rede básica de Saúde de Goiânia, que tem sido alvo de muitas reclamações por parte dos usuários, há um déficit atual de 66 médicos especialistas, isso sem contar os médicos de outras especialidades que hoje atuam como médicos de família e comunidade. “Precisaríamos ter 1,3 mil médicos desta especialidade e só temos 20”, informa Sandro Rodrigues Batista, diretor de Atenção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.
Mas faltam na rede, também, endocrinologistas e geriatras (em maior número); cardiologias; gastropediatras; neurologistas; neuropediatras; angiologistas e cirurgiões-vasculares; dermatologistas; oftalmologistas; alergistas pediátricos; ortopedistas e psiquiatras. Sandro cita recente estudo realizado pelo Ministério da Saúde que mapeou as especialidades médicas com maior carência no País. Pediatras (32,1% de déficit), anestesiologistas (30,5%¨) e psiquiatras (28,8%) são as três áreas que apresentaram maior carência entre as demais.
Em 2020
Outro estudo, realizado pela Universidade Espanhola, demonstra que, não havendo ampliação significativa do número de vagas de Residência Médica, em 2020 o Brasil apresentará déficit gigantesco em áreas como medicina de família e comunidade, otorrinolaringologia, endocrinologia, dermatologia e neurologia.
Para o diretor, é necessário alterar o modelo de financiamento das vagas de Residência Médica no Brasil. Quem banca as bolsas de Residência Médica no País é o Ministério da Educação. “E quem determina a quantidade de bolsas para determinadas áreas de residência é o mercado e não o governo. Defende-se, portanto, a regulação pública destas vagas, assim como ocorre em países da Europa”, afirma. (20/01/13)
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Dengue
Campanha começa com menos agentes que o necessário
“Goiânia Unida Contra a Dengue” será lançada hoje no Parque Atheneu com déficit oficial de 161 agentes
Cleomar Almeida e Malu Longo

O mosquito Aedes aegypti sai com vantagem na guerra que começa hoje contra a dengue. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia lança, às 9 horas, no Parque Atheneu, uma campanha para tentar vencer a epidemia da doença – que já tem 3.490 casos registrados nas duas primeiras semanas do ano na capital – com déficit de agentes. No quadro atual, cada profissional tem de atender, em média, a 1.366 domicílios, enquanto a proporção recomendada pelo Ministério da Saúde (MS) é de um para mil. Isso representa uma falta de 161 agentes, segundo a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim. Mas o diretor da Vigilância Ambiental da pasta, Luiz Elias Camargo, admite um déficit ainda maior. O sorotipo 4 da dengue, novo no Estado, aumenta ainda mais o risco de contaminação (leia reportagem nesta página).
A campanha Goiânia Unida Contra a Dengue terá início em frente ao Ginásio de Esportes do Parque Atheneu, um dos que mais preocupam. A capital já atingiu índice de infestação de 3,7%, sendo que o preconizado pelo MS é de apenas 1%. Segundo tal índice, de cada 100 imóveis da capital, 3,7 têm focos do mosquito. O desafio de combate ao mosquito não se restringe à Goiânia. Em todo o Estado, o número de casos nas duas primeiras semanas de 2013 aumentou 245,33% em relação ao mesmo período do ano passado. Cinco pessoas morreram com suspeita da doença, mas ainda sem confirmação. Essa situação crítica faz Camargo reconhecer que faltam 261 profissionais. Ele considera que a cidade deveria contar com 700 agentes, já que algumas regiões exigem mais atenção das equipes.
Só para ter uma ideia da guerra imposta pelo mosquito, Goiânia registrou 387 casos de dengue na última semana de 2012. Já na segunda semana de 2013, por exemplo, o número subiu para 1.945. Apesar desses índices alarmantes, nenhum dos 311 agentes de combate às endemias aprovados no último concurso começou a trabalhar, efetivamente, apesar de o resultado final do certame ter sido homologado em 6 de julho do ano passado, conforme o Diário Oficial do Município n° 5.383. De lá para cá, a Prefeitura teve de resolver um imbróglio, já que conseguiu, somente nesta semana, com aprovação pela Câmara, alterar a contratação na forma de regime celetista para estatutário.
Mas a Associação dos Concursados do Município rebate essa alegação, ressaltando que a Secretaria Municipal de Saúde deveria ter pelo menos informado aos aprovados para eles agilizarem a documentação necessária para a posse. Até agora, só foram convocados 71 agentes do último concurso, que tem até 7 de fevereiro para se apresentarem, de acordo com o diretor de Vigilância em Saúde. “Acredito que todos os aprovados, inclusive os 240 restantes, serão chamados nos próximos 15 dias”, afirma, pontuando que, inicialmente, todos terão um curso de capacitação de apenas quatro horas, com orientações sobre procedimento de combate ao mosquito e uso dos venenos.
IRRESPONSABILIDADE
Presidente da Associação dos Concursados do Município, o funcionário público municipal Felipe Medeiros de Oliveira critica a “irresponsabilidade do município”. “O preocupante é que lançam uma campanha de combate a endemias sem o principal fato, o agente”, pontua, para criticar a morosidade da Prefeitura em chamar os aprovados, apesar da epidemia da dengue. Ele cobra que o treinamento seja garantido a todos os agentes aprovados. “Não podem oferecer um curso de só quatro horas para uma pessoa que vai entrar em um monte de domicílios. O agente nem vai conhecer direito o veneno que carrega para combater o mosquito”, critica.
O curso oferecido aos agentes tem duração de 30 dias, normalmente, com parte teórica e prática, confirma a diretora de Vigilância em Saúde. Ela diz, todavia, que a redução da carga horária dos agentes, neste momento, não compromete o trabalho em campo. “Havia uma parte teórica muito grande. Devido à emergência da situação, fizemos uma redução na carga horária do curso”, explica, antecipando que os novos agentes terão sempre um supervisor por perto para lhes orientar.
Camargo promete que os agentes terão uma formação completa assim que passar esse período crítico. Apesar de também reconhecer a importância da capacitação, Flúvia acredita, por sua vez, que a quantidade de profissionais não interfere, diretamente, no aumento do número de casos de dengue. Para ela, é preciso que, antes de tudo, haja conscientização dos moradores. Todos devem acomodar o lixo de forma correta e não deixá-lo acumular nos seus imóveis, orienta.
Ela também diz que o combate ao mosquito contará com 10 carros de fumacê, cada um pulveriza cem quarteirões por dia. “Hoje essa quantidade é suficiente para a capital. Nosso foco é matar a fêmea adulta do mosquito, que transmite a dengue”, afirma. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) deve fornecer mais três máquinas ao município, a partir da próxima semana. Mas o presidente da Associação dos Concursados denuncia que alguns veículos estão estragados em distritos sanitários na cidade. As secretarias negam.
Segundo Flúvia, a SMS vai divulgar, em sua página na internet (www.saude.goiania.go.gov.br) a relação dos bairros que receberão o fumacê, com dias e horários de atuação, para que as pessoas abram janelas e portas, ação importante para o bom resultado da operação. “Os grandes criadouros estão no interior das casas e em canteiros de obras”, comenta.
A diretora de Vigilância em Saúde acentua que a SMS tem trabalhado para conter uma epidemia provocada principalmente pela disseminação do sorotipo 4 do vírus da dengue. “Ele foi introduzido em Goiás em novembro de 2011 e teve o ano inteiro de 2012 para dispersar. Com a chegada das chuvas, houve um aumento exacerbado do número de casos, acima do que a gente esperava”, alerta. A SMS não divulgou um cronograma para atender aos demais bairros na cidade.

Tipo 4 isolado em 9 de 40 municípios goianos
(M.L.)
Grande preocupação das autoridades públicas de Saúde neste momento, o sorotipo 4 da dengue já foi isolado em pelo menos nove dos 40 municípios goianos apontados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) como sendo de risco alto e médio de uma epidemia da doença. Como o vírus é novo em território goiano, a grande totalidade da população é vulnerável a ele. Preocupado com os índices crescentes, o secretário estadual de Saúde, Antônio Faleiros, chamou ontem a Goiânia os representantes do municípios com maior risco da doença.
“Cada um tem de fazer a sua parte. É preciso o engajamento de todos”, disse ele. Para o titular da pasta estadual de Saúde, o aumento substancial de casos de dengue está vinculado a pelo menos três fatores: a mudança de gestores municipais que provocou o acúmulo de lixo nas ruas e a demissão de agentes de saúde; a introdução do vírus tipo 4 ao qual toda a população está vulnerável; e a falta de cuidado da população de não acondicionar adequadamente o lixo que produz.
Antônio Faleiros pediu aos representantes municipais que fortaleçam as campanhas de conscientização e preparem as unidades de saúde para atender imediatamente os casos registrados. Segundo ele, em 2012, em 32% dos 36 óbitos por dengue registrados em Goiás, o atendimento foi inadequado. A orientação é que, em caso de sintomas, como febre alta, a hidratação comece a ser feita ainda em casa, com muita ingestão de líquidos. Em Goiânia, conforme Flúvia Amorim, diretora de Vigilância em Saúde, além dos Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais) e dos Centros Integrados de Assistência Médica e Sanitária (Cais), pessoas com sintomas de dengue podem procurar também Postos de Saúde da Família (PSF) para fazer hidratação por soro. “Estamos reforçando esses locais com soro, capacitação e cadeiras”.
De 30 de dezembro de 2012 até 12 de janeiro deste ano, foram registrados em Goiás, 5.408 casos da doença, 3.490 deles em Goiânia. Em números absolutos, os outros municípios que apresentaram maior número de casos no período são Aparecida de Goiânia (418), Itumbiara (173), Porangatu (164), Barro Alto (130), Goiatuba (67), Anápolis (65), Rio Verde (62), Cachoeira Dourada (58) e Quirinópolis (41).
O município de Baliza, na fronteira com o Mato Grosso, ocupa hoje o em quinto lugar em número de incidência de casos de dengue e já isolou o vírus 4 da doença. Com uma população estimada em 4 mil pessoas já registrou em 2013, até o dia 12, 29 casos. Como Baliza é separada de Torixoréu (MT) apenas por uma ponte sobre o Rio Araguaia, o secretário de Saúde, André Luis, precisa executar as ações em parceria com o município matogrossense para obter resultados efetivos. De acordo com Célia Barros, diretora regional de Saúde, desde agosto do ano passado os dois municípios têm atuado conjuntamente para romper a cadeia de transmissão da dengue. (19/01/13)
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UFG
Heitor Rosa recebe título de professor emérito

O professor Heitor Rosa recebeu ontem o título de Professor Emérito, outorgado pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Goiás (UFG). A cerimônia de entrega do título foi realizada no Teatro Asklepiós, da Faculdade de Medicina da UFG, no Setor Universitário, em Goiânia. . (19/01/13)
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Meningite
Prefeitura descarta surto da doença

Após dois casos registrados de meningite no Recanto das Minas Gerais, em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou ontem uma nota informando que os casos não têm relação entre si e que não existe a possibilidade de surto da doença na região.
Os casos, um com o início dos sintomas em 30 de dezembro do ano passado e o outro com início no último dia 13, são de origem diferentes. O primeiro caso, em uma jovem de 17 anos, é meningite viral e o outro, em um rapaz de 16 anos, é de meningite bacteriana por Streptococcus pneumoniae. A nota ressalta que “ em ambos os casos não é recomendado o uso de antibiótico pelas as pessoas que entraram em contato com o paciente. Esta conduta é indicada apenas para os contatos íntimos de casos de doença meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae.”
Segundo a chefe de Divisão de Doenças Transmissíveis da SMS, Laura Branquinho, os dois pacientes tiveram alta, sendo que o rapaz foi liberado na quinta-feira. Ao fim da nota, é solicitado que todos os pacientes que apresentarem febre, dor de cabeça, tosse e/ou dor de garganta, procurem imediatamente o médico e não utilizem medicamentos por conta própria. . (19/01/13)
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Investigação
MPF apura falta de médicos nas unidades
Deire Assis

Com base em reportagens publicadas recentemente pelo POPULAR denunciando a falta de médicos, de insumos e a longa espera por atendimento na rede pública de Saúde de Goiânia, o Ministério Público Federal em Goiás instaurou inquérito civil público para apurar a situação. O caso está a cargo do procurador Aílton Benedito, da Procuradoria-Regional dos Direitos do Cidadão. Dentre as denúncias que serão apuradas estão a insuficiência de vagas na rede pública e fraudes em folhas de ponto de médicos plantonistas.
Como uma das primeiras providências adotadas pelo procurador, foi solicitado à Secretaria Municipal de Saúde que informe, num prazo de cinco dias, as providências adotadas para sanar tais denúncias.
O secretário municipal de Saúde, Fernando Machado, disse ao POPULAR que considera natural a medida adotada pelo MPF. “Esta é a atribuição do órgão e nós apoiamos esta ação”, afirma. Segundo o secretário, o órgão levantou que, das 1.187 posições de plantões existentes, 85 estavam descobertas. Para estas, a Prefeitura de Goiânia está providenciando a contratação de novos médicos. . (19/01/13)
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Ministério da Saúde
Protocolo visa coibir profissionais faltosos

Brasília – O Ministério da Saúde lançou na quinta-feira um protocolo para orientar as secretarias de saúde de Estados e municípios brasileiros a controlar a aperfeiçoar o controle de presença dos médicos em emergências e maternidades. O documento tem por objetivo ajudar os gestores locais a organizar o serviço médico, apurar a presença no trabalho e eventualmente punir ausências injustificadas dos profissionais nos estabelecimentos de saúde.

O documento traça recomendações aos responsáveis pelo setor na forma de lidar com as mais diversas situações. Nos casos de falta por afastamentos amparados em lei, como férias e licença médica, sem que o profissional seja substituído, o gestor local vai apurar as responsabilidades administrativa, ética e criminal da direção da respectiva unidade de saúde.

Sem justificativa

No caso das ausências sem justificativa, será o próprio diretor quem vai avaliar se houve irregularidades do médico nas três esferas. Caso uma auditoria constate que não foi realizada a devida apuração do caso, a análise será repassada para os gestores locais de saúde, como secretários estaduais e municipais. . (19/01/13)
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Artigo – O papel de cada um

Quando lemos as últimas manchetes denunciando o caos na saúde pública, os médicos sempre nos revoltamos com a maneira como a imprensa coloca as coisas, por considerarmos uma abordagem maniqueísta e leviana. E é mesmo. Mas, pensando bem, não teria como ser diferente. Porque o ser humano é essencialmente maniqueísta e leviano. Superficial, preguiçoso e apressado em seus julgamentos. Serão assim portanto os jornalistas, os leitores e, claro, nós também, os médicos.
Se é verdade que as denúncias, tal como realizadas, se equivalem a culpar os soldados-rasos que estão no front pela guerra perdida, também é verdade que os civis dessa guerra tendem a fazer o mesmo, independente de haver quem faça a denúncia. Assim como será verdade que nós, médicos, quando a guerra é outra (greve de professores e “caos na educação pública”, por exemplo), tenderemos à leviandade em nosso julgamento dos professores e suas motivações, acompanhando a massa, imprensa incluída. Exceto os professores, que saberão porque estão “prejudicando os alunos”.
Aqui os jornalistas poderão protestar, com alguma razão. Dirão: “Nosso papel é denunciar, não temos como fazer mais do que isso.” De fato, tal é o papel estrito (e restrito) do jornalista. Assim como o papel estrito do médico será o de diagnosticar e tratar corretamente um problema específico. Mas do bom médico espera-se mais. Espera-se que seja um cuidador comprometido global e integralmente com o paciente, capaz de identificar os que necessitam de mais atenção. É óbvio que pra isso ser possível é preciso tempo. Cinquenta pacientes numa manhã é algo incompatível com atenção global e personalizada.
Mas e ele, o paciente? Tem culpa? Tem sim. Não é apenas vítima, como imprensa e leitores, em suas cartas, costumam colocar. São as pessoas que lotam postos de saúde e hospitais públicos que elegem prefeitos, governadores e presidentes, vereadores e deputados, muitos, absolutamente imprestáveis, mais preocupados em distribuir privilégios para si e os seus.
Então as vítimas são os médicos? Evidente que não. Além de serem eles próprios eleitores de canalhas, aceitam ser cúmplices do sistema. Somos culpados, máximos culpados, sem dúvida. Embora com uma ressalva. Não é nada fácil deixar de ser cúmplice do sistema. Para ficar só com um exemplo, há o caso recente de um grupo de médicos de uma cidade no interior de Pernambuco que decidiu pedir demissão de seus cargos na prefeitura, por causa das péssimas condições de trabalho. E o que o Ministério Público fez? Exigiu que voltassem e proibiu sua demissão.
A imprensa acredita estar sendo útil à sociedade, exercendo seu papel de denunciar. Não está. Como não estão os médicos cúmplices do sistema. Bom seria se todos decidissem fazer mais do que seu papel.

Flávio R. L. Paranhos é médico e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás . (19/01/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ

Anseio por perfeição
Homens e mulheres procuram cada vez mais cedo consultórios médicos para realizar uma cirurgia

A busca por cirurgias plásticas aumentou consideravelmente nos últimos tempos. Com isso, a presença de crianças e adolescentes ficou mais constante nos consultórios médicos, sendo necessária maior atenção às suas motivações, problemas e as consequências das plásticas nessa fase.
Em adultos, o período entre consulta e cirurgia é muito curto. O paciente já chega bem mais esclarecido e sabendo o que quer, o que torna o processo mais fácil e rápido. No adolescente, porém, a atenção deve ser redobrada, não podendo existir pressa para a realização da cirurgia. “Sabemos que o adolescente está em constante mudança e que a sua vontade por uma plástica hoje pode não ser a mesma amanhã. Logo, os resultados podem ou não serem aceitos e seu aspecto psicológico deve ser bem analisado para que haja indicação cirúrgica”, diz o cirurgião plástico Sérgio Aidar.
Segundo ele, uma das cirurgias indicadas para os baixinhos é a orelha em abano, que pode ser realizada a partir dos 6 anos. É muito comum também a do nariz, que pode ser feita a partir dos 15 ou 16 anos, dependendo do caso. “Avaliar os efeitos da plástica em um organismo em desenvolvimento não é muito fácil, mas hoje essas condutas estão mais padronizadas”, complementa o médico.
Para a psicóloga Carlota Maria Ximenes, com quase 30 anos de profissão, o adolescente que é insatisfeito com seu corpo compromete o desenvolvimento social. Para ela, o adolescente já tem por si só autoestima comprometida. Além disso, é muito exigente consigo mesmo. De acordo com Carlota Ximenes, a cirurgia plástica deveria ser indicada para adultos e apenas em extrema necessidade para adolescentes e crianças.
“Fazer reparação pode ajudar uma pessoa a ter uma vida melhor, mas quando a busca pelo corpo perfeito passa do limite e se torna um vício, é preciso fazer tratamentos com um profissional da psicologia, pois uma pessoa normal não acha muitos defeitos em seu corpo”, fala Carlota. Para as meninas que possuem as mamas bem avantajadas e sofrem com dores na coluna ou mesmo vergonha e baixa autoestima, a cirurgia de redução das mamas pode ser uma solução ao problema. No entanto, o cirurgião Sérgio Aidar não recomenda fazer a cirurgia estética com idade inferior a 15 anos.
Recomendações
“Em todos os casos de intervenção estética deve se perguntar como fazer e o porquê fazer”, comenta o cirurgião Sérgio Aidar. No período pré-operatório, o paciente deve respeitar as seguintes recomendações: fazer exames rotineiros, como de sangue, urina, coração. No caso da mama, deve fazer ultrassom; no nariz, uma tomografia regional nasal. “É bom lembrar que o cigarro é um dos maiores inimigos da cirurgia plástica. Ele provoca o entupimento da microcirculação da pele, diminuindo a irrigação (nutrição) na região operada. Isso pode levar a complicações no processo de cicatrização, provocadas pela necrose da pele e o consequente aparecimento de feridas”, explica o médico.
Segundo Sérgio, os pacientes fumantes precisam parar de fumar de 20 a 30 dias antes da cirurgia. Em torno de uma semana a dez dias antes do procedimento, e sob a orientação médica, eles devem iniciar o uso de medicação para melhorar a circulação na pele.
Qualidade de vida
A bancária Ariane Alcântara do Prado, que hoje tem 20 anos, fez uma intervenção cirúrgica aos 18 para redução de mama. Ariane diz que na época foi bem difícil, pois seu pai era contra, mas a mãe a incentivou. Apesar da pouca idade, ela não se arrepende de maneira nenhuma. Muito satisfeita, conta que a cirurgia melhorou sua vida. “Não tenho mais as antigas dores nas costas, durmo bem melhor. Além dos benefícios estéticos: não tenho mais rótulos, qualquer roupa fica boa, minha autoestima melhorou demais. Não tenho mais vergonha dos meus seios”, explica.
A bancária pretende fazer outras cirurgias para melhorar aspectos com os quais ela está insatisfeita. “Minha recuperação foi ótima, só trouxe benefícios. Por isso tenho planos de fazer outras cirurgias, quero melhorar algumas coisas”, brinca Ariane.
Homens e a cirurgia
Os homens também estão buscando maior espaço no mundo da estética. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha – de 2009 –, eles respondem por 41% das cirurgias reparadoras e 12% dos procedimentos estéticos realizados no País. Integra esse dado o publicitário Antônio Morais, de 39 anos, que fez duas correções há sete anos. “Fiz uma no nariz, devido a um osso. E uma lipoaspiração , para retirar gordurinhas do lado.”
Antônio Morais assegura que gostou do resultado e teve um pós-operatório tranquilo. “Após a cirurgia fiz drenagem e usei macaquinho que vai do ombro ao abdômen. Minha autoestima melhorou. Assim que tiver condições financeiras investirei em novas cirurgias para corrigir alguns detalhes”, garante o publicitário. . (19/01/13)
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O HOJE
Dengue mobiliza Estado e prefeituras
Governo quer que municípios ajudem a conscientizar população sobre risco de epidemia. Barro Alto lidera lista
ANGÉLICA QUEIROZ
O secretário estadual de Saúde, Antonio Faleiros, se reuniu ontem com prefeitos de 40 municípios com alto e médio risco de epidemia de dengue para definir estratégias de combate e controle da doença. Uma grande preocupação é com o fato de que grande parte desses municípios não está preparada para atender a uma possível epidemia de dengue. De acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) da Secretaria de Estado de Saúde (SES), 5.480 casos de dengue foram registrados entre os dias 30 de dezembro e 12 de janeiro. Desses, 3.490 só em Goiânia, onde a epidemia já foi confirmada e a situação já é considerada de emergência.
Segundo Antonio Faleiros, o objetivo da reunião com os prefeitos é que eles atuem para conscientizar a população de suas cidades para que colaborem para combater os criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. O secretário destacou que a situação é crítica, já que houve um aumento de mais de 200% em relação ao mesmo período do ano passado. Antonio Faleiros destaca que é preciso muita atenção quando o assunto é a qualidade do atendimento a essas vítimas. “Tivemos uma diminuição no número de casos nos anos anteriores, mas os óbitos não diminuíram, proporcionalmente. Isso é sinal de mau atendimento,” afirma.
Em 2012, o número de casos de dengue havia caído, em relação a 2011. Foram registrados 31.912 contra 44.009, uma queda de 27,47%. No entanto, desde dezembro, com a chegada do período chuvoso, o número de casos deu um salto. Preocupada, a SES aposta em ações de educação, controle de vetores, capacitação de profissionais de saúde e pulverizações especiais, os fumacês.
Barro Alto
Goiânia é a cidade com mais casos confirmados da doença, seguida de Aparecida de Goiânia, com 418 casos e Itumbiara, com 173. No entanto, proporcionalmente ao número de habitantes, a cidade que mais preocupa é Barro Alto, que já registrou 304 casos apenas este ano, o que representa 3,5% da população da cidade.
Outro fator que preocupa as autoridades de saúde e as prefeituras é a circulação do vírus tipo 4, já que pouca gente é imune a esse tipo, ainda novo em Goiás. Exames de identificação do tipo de vírus circulante feitos pela SMS mostram que, em Goiânia, 71% das amostras coletadas são do tipo 4, e 29%, do tipo 1. Esse tipo de vírus foi isolado em 9 cidades: além da capital, Aparecida de Goiânia, Niquelândia, Uruaçu, Baliza, Campos Verdes, Jataí, Porangatu e Trindade. . (19/01/13)
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SAÚDE BUSINESS WEB
CFM vai avaliar posição da ANS sobre cobrança de honorário para acompanhar parto

O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que vai avaliar parecer da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A agência reguladora emitiu ontem (16) posição sobre documento, do próprio conselho, que libera o médico a cobrar honorário para acompanhar parto de gestantes usuárias de planos de saúde.
Em novembro de 2012, o CFM divulgou documento que permite aos obstetras estipular valor específico para acompanhar o trabalho de parto das gestantes. Conforme o conselho, os planos de saúde não asseguram que o parto seja feito pelo mesmo profissional que acompanhou a grávida durante o pré-natal. Com a decisão, a gestante interessada em ser acompanhada pelo médico que fez o pré-natal deverá pagar diretamente a ele um honorário específico. O médico e a paciente devem assinar um acordo.
Segundo o conselho, os contratos firmados entre as operadoras e os profissionais não tratam do acompanhamento presencial do trabalho de parto e o médico que fez o pré-natal não é obrigado a fazer o parto, por isso a cobrança não vai contra a ética profissional. Em nota, o conselho explicou que, firmado o acordo entre o médico e a paciente, o profissional deverá ficar disponível desde as contrações da gestante até a retirada do bebê.
De acordo com a gerente de Regulação Assistencial da ANS, Martha Oliveira,  para o médico cobrar o tal honorário, o profissional terá de alterar o contrato com a operadora. “Hoje, com os contratos em vigor, do jeito que eles estão escritos, redigidos e configurados na saúde suplementar, a aplicação do parecer do CFM na saúde suplementar não pode se dar”, frisou. As regras atuais, continuou a gerente, preveem que os planos de saúde devem oferecer cobertura do pré-natal, do acompanhamento do parto e do parto.
“Os contratos devem ser cumpridos, caso haja descumprimento de contrato cabe punição,” acrescentou. A gerente esclareceu que se os contratos entre os planos de saúde e os profissionais forem alterados, as usuárias terão de ser informadas sobre o serviço para qual o profissional foi contratado: para fazer apenas pré-natal ou parto e pré-natal. (19/01/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação 

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