Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 24/08/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Covid-19: Brasil tem menor média móvel de mortes desde janeiro

Artigo – Rafael Robba – Alívio para maquiar o verdadeiro problema

Estudo indica 3º dose para vacinados com Coronavac acima de 55 anos

Bolsonaro força a retirada da máscara

A saúde sob financeirização: o caso das operadoras de planos de saúde no Brasil

Diretor da OMS pede adiamento da 3ª dose e auxílio a nações com baixa taxa de imunização

Goiás ultrapassa 800 mil casos confirmados de covid-19

Médico residente é encontrado morto no banheiro do Hugo, em Goiânia

AGÊNCIA BRASIL

Covid-19: Brasil tem menor média móvel de mortes desde janeiro

O Brasil registrou a menor média móvel de mortes pela covid-19 em 225 dias nesta segunda-feira (23). Foram 806 óbitos, a última vez que isso ocorreu foi no dia 9 de janeiro, quando a média móvel ficou em 845 mortes, de acordo com o balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde. Conforme a pasta, a média móvel de casos também apresentou o menor índice em 39 semanas.

‘Precisamos pôr fim à pandemia. Só faremos isso com a vacinação. O Brasil realiza uma das maiores campanhas de imunização contra covid-19 do mundo. A resposta nós já mostramos todos os dias, aplicando milhões de vacinas, imunizando milhões de brasileiros’, destacou o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por meio de nota.

Nesta segunda-feira o ministério divulgou também que já distribuiu mais de 215 milhões de doses de vacina de covid-19. Desse total, 178 milhões já foram aplicadas, sendo 123,2 milhões correspondentes à primeira dose, o que corresponde a 77% da população adulta. Além disso, 55,2 milhões de brasileiros completaram o esquema vacinal com a segunda dose ou dose única da vacina, o que corresponde a 35% da população que deverá ser vacinada (cerca de 160 milhões de pessoas).

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FOLHA DE S.PAULO

Artigo – Rafael Robba – Alívio para maquiar o verdadeiro problema

Redução na mensalidade dos convênios beneficia apenas uma pequena parcela

Rafael Robba Advogado especialista em direito à saúde

Em decisão inédita, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou reajuste de -8, 19% para os planos de saúde individuais e familiares. Na prática, a mensalidade dos convênios dessa modalidade será reduzida.

Desde 2000, quando a ANS passou a regulamentar o índice máximo de reajuste aplicado aos planos individuais e familiares, nunca houve a fixação de um percentual negativo. Ao contrário, os percentuais divulgados pela agência sempre foram alvo de críticas e questionamentos judiciais por serem índices muito acima da inflação geral e sem a devida transparência. Tanto que, em dezembro de 2018, após sofrer uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), e ser alvo de uma ação civil pública, a ANS decidiu rever o método de cálculo para apuração dos índices de reajustes dos planos individuais e familiares, adotando critérios mais transparentes.

Embora seja uma boa notícia, a decisão da ANS beneficia uma pequena parcela dos consumidores de planos de saúde.

Atualmente, pouco mais de 48 milhões de brasileiros estão vinculados a planos de assistência médica e hospitalar. Desse total, aproximadamente 81, 2% dos consumidores de planos de saúde pertencem a contratos coletivos, enquanto apenas20%, gue estão vinculados a contratos individuais ou familiares, terão o alívio na mensalidade com essa deliberação da ANS.

A fixação de um índice negativo se deve, em grande parte, a medidas tomadas durante a pandemia para evitar a contaminação dos beneficiários pela Covid-19, como suspensão de cirurgias eletivas e agendamento de consultas, e que geraram uma forte redução das despesas (a chamada sinistralidade) para as operadoras e, consequentemente, aumento dos lucros.

Esse cenário favorável às operadoras de planos de saúde não provocará, no entanto, redução de custos aos consumidores de planos de saúde coletivos, pois não há qualquer ingerência da ANS na fixação dos índices dos reajustes sofridos por esses beneficiários.

A frágil atividade regulatória da ANS, com relação aos planos coletivos, permite que os reajustes sejam fixados exclusivamente pelas operadoras de planos de saúde, sem que haja o controle ou a necessidade de autorização prévia da agência.

Essa liberdade para reajustar as mensalidades fez com que os planos coletivos se tornassem prioridade das operadoras, tanto que boa parte dessas empresas, há muito, já não comercializam mais planos individuais e familiares.

Ao fechar os olhos para os reajustes dos planos coletivos, a ANS parece desconsiderar que esses contratos são compostos por consumidores e que a defesa do consumidor, além de ser uma garantia fundamental, é um dos princípios da ordem econômica do nosso país, previsto na Constituição Federal.

Proteger e defender o consumidor é uma das finalidades institucionais da ANS. Suas omissões, no entanto, fizeram com que o Poder Judiciário se tornasse, aos olhos dos consumidores, a instituição capaz de combater abusos praticados pelas operadoras de planos de saúde.

Os planos coletivos não devem ficar imunes ao controle mais rigoroso do poder público. Sem esforços para sanar esse problema, o mercado suplementar permanecerá desequilibrado para grande parte dos consumidores.

[…]

“A fixação de um índice negativo se deve, em grande parte, a medidas tomadas durante a pandemia, como suspensão de cirurgias eletivas e agendamento de consultas, que geraram aumento dos lucros. (… ) Esse cenário favorável não provocará, no entanto, redução de custos aos consumidores de planos de saúde coletivos”

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Estudo indica 3º dose para vacinados com Coronavac acima de 55 anos

Butantan diz que resposta de qualquer vacina cai com idade e defende reforço com o imunizante

Ana Botallo

A imunogenicidade – a capacidade do organismo gerar resposta imune- é menor em homens e em pessoas com mais de 55 anos que receberam as duas doses da vacina Coronavacem comparação com recuperados da Covid-19, revela uma pesquisa conjunta do InCor (Instituto do Coração) e da USP

O estudo, que tem entre os autores o médico imunologista Jorge Kalil (do InCor), foi divulgado na forma de pré-print (sem avaliação de pares), indica ainda que 95% dos participantes vacinados com o imunizante produziram algum tipo de resposta imune contra o coronaviírus Sars-CoV-2, frente a 99% dos chamados convalescentes (ou recuperados).

Foi encontrada resposta protetora completa, formada tanto goranticorfpos como por células de defesa, em 7 de 10 dos recuperados, mas em apenas 59% dos vacinados.

Participaram do estudo também pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, do Instituto Israelita Albert Einstein de Ensino e Pesquisa, da Plataforma Científica Pasteur USP, da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto de Investigação em Imunologia (iii/INCT).

Para avaliar os anticorpos específicos contra o SarsCoV-2, os cientistas testaram a presença de anticorpos anti-Sars-CoV-2 no soro sanguíneo de vacinados (101 amostras), recuperados (72 amostras) e compararam a um grupo controle (não vacinados e nem infectados; 36 amostras).

A taxa de anticorpos antispike (proteína S ou espículado vírus, usada para entrar nas células) no sangue dos convalescentes era de 1, 5a 2 vezes maior do que a encontrada nas amostras dos vacinados. Essa diferença aumentava em pessoas vacinadas com mais de 55 anos -nestes foi seis vezes menor que a observada após uma infecção natural para o mesmo grupo. Já a taxa de anticorpos anti-RBD (região de domínio de ligação, também usada pelo vírus para invadir as células) era maior nos vacinados. Não houve diferença em relação aos anticorpos anti-NP (nucleocapsídeo, a proteína que envolve o material genético do vírus). A quantidade de células de defesa do tipo linfócitos T, por outro lado, foi maior nos recuperados. Comparando os dois grupos de idade, abaixo de 55

anos e com 55 anos ou mais, foram observadas diferenças também entre os gêneros. Enquanto as mulheres com mais de 55 anos apresentaram resposta humoral (de anticorpos) e celular em 60% das amostras analisadas, esse número caía para 28% no caso dos homens.

Homens também apresentaram menor resposta humoral sozinha, com apenas 31% das amostras com anticorpos anti-Sars-CoV-2. A resposta celular na ausência de anticorpos na mesma faixa etária foi maior para homens (17%), e observada em apenas 3% das mulheres.

E importante destacar, porém, que a amostra é pequena (101 vacinados, dos quais

42 têm mais de 55 anos) e que, mesmo com uma resposta imune comparativamente mais baixa nos indivíduos mais velhos do que a observada pós-infecção natural, a maioria dos participantes manifestou algum tipo de defesa pós-vacina (94% para as mulheres e 83% nos homens com 55 anos ou mais).

Para Kalil, é possível que as pessoas nesta faixa etária que já receberam as duas doses da Coronavac no início do ano estejam correndo hoje um risco maior de ter doença grave, especialmente frente a novas variantes, como a delta.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida, no Brasil, pelo Instituto Butantan,

é formulada a partir de vírus inativado. Ela foi a principal estratégia de imunização no país nos primeiros meses da campanha nacional de vacinação. Assim, a maioria dos profissionais da linha de frente e dos indivíduos com mais de 65 anos no país recebeu a Coronavac.

O imunologista destaca que as respostas imunológicas dos vacinados com Coronavac foram menores que as dos convalescentes, mas também menores que a dos indivíduos mais jovens que receberam o mesmo fármaco.

Procurado, o Instituto Butantan respondeu ao estudo afirmando que é sabido que ‘a resposta imune de defesa no organismo diminui com o avanço da idade, sendo observado que qualquer vacina gera uma resposta imune menor em pessoas mais idosas’.

Segundo a nota do instituto, ‘isso não quer dizer que os mais velhos não estejam protegidos contra a doença, mas sim, que o organismo responde menos a uma antígeno novo, uma característica que não se relaciona à vacina em si, mas aos processos naturais do sistema imunológico’.

Outras vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas até agora tiveram em geral uma resposta celular elevada, como ocorreu com as vacinas de nRNA (Pfizer/BioNTeche Moderna), e taxas de anticorpos neutralizantes semelhantes em pessoas abaixo e acima de 55 anos (AstraZeneca).

Os autores concluem que uma dose de reforço heteróloga, isto é, de outro fabricante, pode beneficiar aquelas pessoas com 55anos ou mais que receberam as duas doses da Coronavac, aumentando a resposta imune.

O estudo é o primeiro a calcular a imunogenicidade conferida pela Coronavac em pessoas dessa faixa etária. Durante a pesquisa de fase 3 da vacina conduzida no Brasil, apenas 5%dos 12. 396 voluntários tinham 60 anos ou mais e metade deles recebeu placebo.

Quando concedeu autorização de uso emergencial ao imunizante, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou ao Butantan dados adicionais de imunogenicidade nesse grupo, fixando um prazo de 30 dias (até 28 de fevereiro). O instituto, porém, solicitou extensão do prazo até 30 de abril, quando entregou os dados. A última reunião entre Butantan e Anvisa para discutir os dados de imunogenicidade foi em 27 de julho e não há data definida para a apresentação dos resultados.

Na última semana, a Sinovac divulgou dois estudos que mostram queda da taxa de anticorpos após seis meses tanto em pessoas tanto abaixo de 60 anos quanto acima. Os estudos avaliaram a segurança e imunogenicidade uma terceira dose da Coronavac, o que aumenta em até sete vezes a quantidade de anticorpos no sangue.

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CORREIO BRAZILIENSE

Bolsonaro força a retirada da máscara

País não conseguiu controlar a pandemia, vacinação avança lentamente, mas, mesmo assim, presidente quer acabar com a obrigatoriedade do uso da proteção. Ministro da Saúde, porém, diz que utilização compulsória só cairá quando houver condições sanitárias seguras

INGRID SOARES » MARIA EDUARDA CARDIM

Apesar de o país ainda não ter conseguido controlar a pandemia de covid-19 e de o Rio de Janeiro ter-se tornado o epicentro da variante Delta do novo coronavírus, Jair Bolsonaro voltou a pressionar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para a derrubada da obrigatoriedade do uso de máscaras. Segundo o presidente da República, o assunto seria resolvido ainda ontem, mas, ao ser questionado, Queiroga afirmou que a medida só será tomada quando houver ‘condições sanitárias seguras’ para tal, sem indicar nenhuma data. O ministro foi duramente criticado, na semana passada, quando se colocou contra a obrigatoriedade da proteção em entrevista a um canal bolsonarista na internet.

Questionado por jornalistas durante agenda em São Paulo, Queiroga disse que a retirada da obrigatoriedade cairá ‘quando nós tivermos as condições sanitárias seguras para isso’. Além disso, o ministro disse que se reunirá hoje com Bolsonaro para apresentar os primeiros resultados de um estudo sobre uma possível desobrigação do uso da proteção, encomendado pelo presidente da República ao Ministério da Saúde no início de junho.

‘O presidente Bolsonaro tem apoiado todas as ações do Ministério da Saúde, sobretudo a campanha de vacinação, e a consequência disso é o fim da pandemia da covid-19, que esperamos que aconteça em breve. AÍ poderemos ser livres para ficar sem máscaras e voltar à nossa vida como era antes. Claro que todos nós queremos fazer isso o mais rápido possível, e eu vou conversar com o presidente amanhã (hoje) para apresentar para ele um esboço dos estudos que o Ministério da Saúde realizou desde quando o presidente fez essa demanda’, explicou Queiroga.

A afirmação do ministro veio depois de Bolsonaro indicar, em entrevista à Rádio Nova Regional, do Vale do Ribeira (SP), que pretendia definir uma data, em conjunto com o Ministério da Saúde, para sugerir a desobrigação do uso de máscaras.

‘Alguns países do mundo já adotaram (a desobrigação da máscara), liberou geral. Eu pedi um estudo para o Ministério da Saúde. Hoje (ontem), vamos reunir com o ministro (Marcelo) Queiroga para darmos uma solução para esse caso. A ideia é a seguinte: pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que já contraiu o vírus. Quem já contraiu o vírus, obviamente, está imunizado também, como é o meu caso. Nós tornamos facultativo, orientamos que o uso da máscara não precisa ser mais obrigatório. Essa é a nossa ideia, que talvez tenha uma data, a partir de hoje (ontem), para essa recomendação do Ministério da Saúde’, apontou.

Falácia

A afirmação de Bolsonaro não é confirmada por pesquisa científica pois quem contraiu o novo coronavírus não é considerado imunizado e corre risco de desenvolver formas graves – e até morrer – se pegar covid-19 pela segunda vez. Um estudo, com participação de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado na revista científica Cell, indicou que a variante Delta, já detectada no Brasil, pode aumentar o risco de reinfecções.

Com o esquema vacinal completo contra a covid-19, o risco de infecção, internação e morte pela doença cai, mas, ainda assim, diante da nova cepa – mais transmissível -, os especialistas ressaltam a necessidade da continuidade de adesão das medidas não farmacológicas. Alguns países até precisaram voltar atrás ao desobrigar o uso de máscaras – como os Estados Unidos, que retomaram a recomendação para uso da proteção em ambientes fechados.

Bolsonaro também voltou a dizer que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou seus poderes para agir durante a pandemia. Desde que a Corte decidiu, no ano passado, que estados e municípios tinham autonomia para implementar políticas de enfrentamento à crise sanitária, em conjunto com o governo federal, ele tem atribuído toda a culpa da crise sanitária aos governadores.

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CARTA CAPITAL

A saúde sob financeirização: o caso das operadoras de planos de saúde no Brasil

Para além da austeridade fiscal, a crescente financeirização produz conflitos que impedem que alcancemos uma saúde pública para todos

A pandemia nos mostrou quão fundamentais são os sistemas públicos de saúde. Para além da austeridade fiscal, a crescente financeirização produz conflitos que impedem que alcancemos uma saúde pública para todos, entendida enquanto um direito social de cidadania.

De fato, o SUS nunca chegou a fornecer acesso universal e atenção integral à população, uma vez que, desde sua criação, ele enfrentou dificuldades de financiamento. Mesmo quando o governo brasileiro aumentou os gastos públicos com saúde, como nos anos 2000, também foram adotadas políticas que acabaram fomentando a acumulação do setor privado de saúde.

A decisão do Estado de ampliar o patrocínio da acumulação capitalista no setor só pode ser entendida no contexto da crescente influência dos atores financeiros, instituições e mercados nas políticas sociais e fiscais. Essa influência não apenas molda a forma como os governos agem, mas também altera a maneira como as corporações modernas se comportam.

As operadoras empreenderam uma longa jornada, acumulando lucros e fazendo fusões e aquisições, para atingir o tamanho necessário para acessar os mercados de capitais no Brasil

É a interação entre duas dimensões que caracteriza a financeirização: o Estado abre caminho para as empresas privadas, que se alinham às necessidades dos mercados e atores financeiros e, como resultado, há um amálgama de interesses econômicos para proporcionar novas oportunidades de acumulação de capital.

Com esse pano de fundo, exploramos, em um artigo recente, como a financeirização tem afetado a organização e o comportamento das operadoras de planos de saúde privados no Brasil, tendo como foco o período de 2007 a 2019.

A primeira tarefa é compreender como a financeirização afeta essas firmas. A literatura destaca alguns fatos estilizados: há um aumento no peso dos ativos financeiros nos portfólios, assim como na participação das receitas financeiras sobre as receitas totais; o endividamento se expande; e ocorre uma redefinição da governança corporativa para favorecer os acionistas, com a adoção de práticas como a recompra de ações.

Será que podemos observar essas tendências no comportamento das operadoras no Brasil? Dedicamos nossa atenção às empresas que são líderes na oferta de planos de saúde. Conceitualmente, essas empresas são aquelas que podem influenciar a configuração e dinâmica do mercado, buscando lucros extraordinários e ditando os padrões organizacionais e operacionais a serem seguidos.

Oito firmas líderes foram selecionadas: Amil, Bradesco Saúde, Hapvida, Notre Dame Intermédica, Qualicorp, Sulamérica, Unimed-BH e Unimed Central Nacional. Juntas, elas fornecem 34,4% dos planos de saúde no Brasil – 19,2 milhões de usuários – e representam 43% do total de ativos das empresas do segmento. Reunimos informações sobre as demonstrações financeiras dessas empresas de 2007 a 2019 na base de dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e desenvolvemos indicadores sobre: (i) o peso dos ativos e receitas financeiros no total de ativos e receitas; (ii) o peso do endividamento e da alavancagem sobre o total das obrigações; e (iii) abertura de capital e recompra de ações.

Nossa análise apontou que houve um aumento na participação dos ativos financeiros nas carteiras dessas empresas ao longo de mais de uma década, em parte motivadas por exigências regulatórias, mas com um peso muito restrito das receitas financeiras sobre as receitas totais. No que diz respeito ao endividamento, verificamos um processo de desalavancagem, na contramão do que a literatura aponta como uma subordinação aos credores. Nesse contexto, houve uma diminuição na financeirização dessas empresas?

Argumentamos que não é esse o caso. Há claramente uma crescente dependência dos mercados de ações e a reorientação de suas práticas de governança corporativa. As operadoras líderes empreenderam uma longa jornada, acumulando lucros e fazendo fusões e aquisições, para atingir o tamanho necessário para acessarem os mercados de capitais no Brasil.

Muitas delas abriram capital na bolsa de valores brasileira durante esse período e fizeram ajustes profundos nos padrões de governança corporativa para práticas orientadas para a criação de valor para o acionista. O anúncio de programas de recompra de ações pela Notre Dame e Hapvida em 2020 durante a pandemia, enquanto faziam lobby contra despesas com testes perante a ANS, é uma evidência anedótica desse processo.

Quando o governo brasileiro favoreceu a expansão do mercado de planos de saúde, essas firmas líderes se tornaram plataformas para o acúmulo de riqueza por parte dos investidores financeiros. Nossos resultados são uma primeira aproximação, mas acreditamos que iluminam questões relevantes para pesquisas futuras sobre a financeirização, em particular a da saúde.

Em primeiro lugar, acreditamos que devemos concentrar esforços na compreensão do processo de concentração de capital, bem como no papel fundamental que tem sido desempenhado pelo capital financeiro na mercantilização do SUS e na reorganização do setor privado de saúde.

Em segundo lugar, precisamos continuar a acompanhar os indicadores para verificar se essas empresas irão se engajar em novas estratégias de gestão de balanço no futuro, reproduzindo os fatos estilizados registrados na literatura.

Por fim, é preciso questionar se as firmas do Sul Global adotam padrões de financeirização diferentes daqueles do Norte Global. Replicar e refinar nossa metodologia para outros grupos de empresas e setores pode ser um campo frutífero para outras pesquisas.

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JORNAL OPÇÃO

Diretor da OMS pede adiamento da 3ª dose e auxílio a nações com baixa taxa de imunização

Por Aline Oliveira Carlêto

Tedros orientou doação de vacinas para evitar surgimento de novas variantes do coronavírus. Reforço não deve ser prioridade

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus orientou, nesta segunda-feira (23), que os países devem dar prioridade para o aumento de imunização em nações onde as taxas de vacinação estão baixas. Segundo o representante da entidade, a terceira dose pode esperar.

Tedros argumentou que se as taxas de vacinação não forem aumentadas em escala global, novas variantes, mais forte, do coronavírus podem surgir. Por isso, as vacinas que serão usadas para terceira dose deveriam ser doadas para países onde apenas 1% ou 2% da população foi imunizada.

Além disso, o diretor alegou que não há consenso sobre a eficácia do terceiro reforço. A prioridade dos países de alta renda deveria ser atingir alto número de imunização global.

Na última semana, os Estados Unidos anunciaram que planejam disponibilizar as vacinas de terceira dose para população. A motivação foi o aumento de casos da variante Delta no país.

A Hungria já começou a distribuir o reforço para qualquer pessoa elegível quatro meses depois de receber a 2ª dose. Israel informou que a terceira dose da Pfizer melhorou significativamente a proteção contra infecções e doenças graves entre pessoas com 60 anos ou mais.

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A REDAÇÃO

Goiás ultrapassa 800 mil casos confirmados de covid-19

Goiás ultrapassou na manhã desta terça-feira (24/8) a marca de 800 mil casos confirmados de covid-19. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), são 800.721 infecções identificadas desde o início da pandemia nas cidades goianas. As pessoas que apresentaram sintomas suspeitos da doença chegaram a 584.904.

Há ainda os casos confirmados de síndromes respiratórias agudas graves não especificadas, que podem ou não ser de covid-19, mas que ficaram sem identificação da SRAG que a pessoa teve. Goiás registrou 15.496 infecções que ficaram sem definição da doença desde que a pandemia da covid-19 atingiu Goiás, em março de 2020.

Outros 340.760 infeções ocorreram por síndromes gripais não especificadas. Os casos descartados chegaram a 310.049. Os pacientes recuperados da covid-19 em Goiás totalizam 766.380, segundo a SES-GO. Vale lembrar que se recuperar da doença não significa estar automaticamente livre de possíveis sequelas, alertam infectologistas e epidemiologistas.

A incidência da covid-19 no Estado chegou a 11.408 casos confirmados a cada 100 mil habitantes. Os goianos que estão com a doença ou que tiveram contato com o coronavírus se dividem em 426.095 mulheres e 374.625 homens, o que significa que 53,21% dos infectados em Goiás são do sexo feminino 46,79% masculino.

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Médico residente é encontrado morto no banheiro do Hugo, em Goiânia

Um médico residente do setor de Ortopedia do Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) foi encontrado morto no banheiro da unidade de saúde na noite desta segunda-feira (23/8), em Goiânia.

Segundo uma profissional que atua no hospital, a vítima, do sexo masculino, teria sofrido uma overdose acidental causada pelo medicamento analgésico Fentanil. Esta suspeita não foi confirmada oficialmente pelo hospital.

O jornal A Redação entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hugo, que confirmou a morte do profissional no interior do hospital. Por meio de nota, foi informado que o médico foi encontrado morto no banheiro do ambulatório, onde a plantonista atestou o óbito por parada cardiorrespiratória.

Veja a nota na íntegra:

NOTA OFICIAL

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) informa oficialmente o seguinte:

– Na tarde dessa segunda-feira, 23, as equipes de segurança interna foram informadas do desaparecimento do médico residente T. F. P. e imediatamente foram empreendidas buscas;

– O registro indica que às 18h04 foi arrombada a porta do banheiro do ambulatório onde ele deveria estar e constatado sua presença caído no chão do banheiro;

– Médica de plantão no ambulatório no momento atestou o óbito por parada cardiorrespiratória;

– Os colegas do HUGO lamentam profundamente o ocorrido e rogam a Deus por consolo para os familiares e o justo descanso ao profissional vitimado.

A DIREÇÃO

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Assessoria de Comunicação

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