Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 25/04/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
 

O POPULAR
Saúde
O drama do pequeno Henrique
Descoberta de bateria no nariz do garoto só ocorreu depois de dois meses e quatro consultas médicas
Patrícia Drummond

Quatro médicos, quatro diagnósticos diferentes – nenhum deles, o real motivo do problema – e, no fim, sequelas que deverão marcar, para sempre, a vida de uma criança de 2 anos de idade. Tudo isso, mediante o pagamento de uma mensalidade de 405 reais pelo plano de saúde. Foram dois meses entre os primeiros diagnósticos, de dengue e virose, no serviço de atendimento de urgências (SAU), até a descoberta de uma bateria – semelhante a de relógio – no nariz, que, mesmo retirada em procedimento cirúrgico com um otorrinolaringologista, resultou na necrose do septo nasal de Henrique. Dor e indignação tomam conta da família do garoto, o caçula entre outros dois irmãos, de 6 e 8 anos.
“É absurdo o tratamento que dispensaram a meu filho. Por causa da imperícia e negligência de médicos de um plano de saúde que pagamos com dificuldade, ele terá sequelas pelo resto da vida”, desabafa o pai de Henrique, o empresário Dihosley Silva Santos, de 28. “Mas não cruzaremos os braços. Vamos entrar com ação contra a Unimed, e não é por questões financeiras, já que trata-se de um dano irreparável, mas é para que não ocorra com outros pacientes, para que entendam que estão lidando com vidas”, acrescenta.
A história de Henrique teve início, segundo o pai, em fevereiro, quando a criança apresentou febre de 39 graus e coriza. Até então, a família não tinha ideia de que uma bateria estivesse dentro do nariz do menino – e todos desconhecem como o objeto foi parar no local. “Ele nunca reclamou de dor. A babá chegou a vê-lo desmontando um dos brinquedos do irmão, mas nunca saberemos, de fato, como aconteceu”, argumenta Dihosley Santos.
Diante dos sintomas manifestados pelo filho, o empresário e a mulher, Dayanne Pereira Silva Santos, titular, há dois anos, do plano de saúde, recorreram ao Serviço de Atendimento de Urgências (SAU) da Unimed Goiânia, no Setor Oeste. Lá, conta o casal, o pediatra de plantão não teria examinado nem o nariz nem os ouvidos da criança, e, depois de apertar-lhe a barriga e examinar-lhe a garganta, considerou o quadro como dengue. De volta ao pronto-socorro dias depois, com mais febre, outro médico plantonista recomendou tratamento contra virose, prescrevendo antibióticos.
DECOMPOSIÇÃO
Nada de melhora. Na primeira quinzena de março, de acordo com o empresário Dihosley Santos, o caçula retornou novamente ao SAU da Unimed. De novo por meio de exame apenas apalpando a barriga e verificando a garganta, a médica plantonista da vez diagnosticou sinusite. A receita: mais antibiótico, por dez dias. Com a medicação, a febre cedeu, mas a criança continuava respirando muito pela boca.
“É incrível que, em nenhum momento, tenham pedido ao menos uma radiografia”, indigna-se Santos. Três dias depois, de volta ao local, outro diagnóstico: infecção e anemia, constatada após exame de sangue. “Esse plantonista, então, pediu que procurássemos um especialista para identificar a causa da anemia de Henrique, e, novamente, meu filho foi tratado por dez dias com antibiótico”, relata o pai.
Sem mudanças consideráveis no quadro, já no fim de março, a criança brincava em um pula-pula e caiu com a face sobre a lona. No dia seguinte, no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) onde estuda, as professoras verificaram a bateria no septo nasal de Henrique, que foi levado, pela quinta-vez, ao SAU da Unimed. Foi quando houve o encaminhamento a um especialista em Otorrinolaringologia. “A essa altura, a pilha já estava em decomposição, soltava um líquido forte, que cheirava a ferro”, diz Santos.
O menino, enfim, passou por uma cirurgia de urgência no dia 2, quando o objeto foi retirado. Na ocasião, o médico especialista responsável pela cirurgia teria alertado a família sobre as grandes chances de Henrique ter tido o septo nasal perfurado, já que a mucosa apresentava mau cheiro e danos. Foram prescritos mais antibióticos e limpeza diária do local. Na segunda-feira, em consulta com o especialista, foram verificados, segundo o pai, “pedaços de carne morta” no nariz e uma nova limpeza no centro cirúrgico foi agendada para esta semana.
“Antes que essa cirurgia pudesse acontecer, veio a tristeza maior: na terça-feira, na lavagem do nariz do meu filho, em casa, o septo dele, podre e escuro, saiu. Ele está com um buraco que cabe um dedo no meio do nariz”, conta Dihosley Santos. No hospital, ontem, a família foi informada de que há necrose também nas laterais das narinas de Henrique.
Unimed diz que raios X só em casos extremos
Coordenador da Ouvidoria da Unimed Goiânia, o médico José Garcia informa que a cooperativa já está em contato com os familiares de Henrique e que o tratamento do garoto está sendo realizado de forma adequada e integral. De acordo com ele, todo o caso está em análise, e, “caso seja verificado algum detalhe que comprometa o atendimento prestado, a Unimed irá arcar com as suas responsabilidades”, o que inclui despesas financeiras.
Garcia argumenta que a presença de corpo estranho em pacientes não é de fácil diagnóstico, principalmente se não houver nenhum relato acerca dessa possibilidade, durante o exame clínico. “Com certeza, se os médicos tivessem tido conhecimento, provavelmente teriam pedido raios X”, diz.
“Como a radiação está relacionada a tumores futuros, os pediatras são muito cuidadosos, para evitar a exposição das crianças. Só são pedidas radiografias em última necessidade”, completa. Nesse caso específico, frisa o ouvidor, houve atraso no diagnóstico pela falta do relato sobre a ingestão da pilha.
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Imas
Médicos voltam a atender
Os médicos ligados ao Comitê de Integração das Entidades de Representação dos Médicos e dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (CIER-Saúde) e à Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG) voltaram a atender os usuários do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). A decisão foi tomada em reunião realizada na noite de terça-feira, que contou com a presença de representantes do Cier-Saúde, do AHEG e do próprio Imas. O atendimento voltou a ser realizado na quarta-feira. Os usuários que tiveram seus atendimentos cancelados deverão remarcar os procedimentos.
No dia 8 deste mês prestadores de serviço ligados ao convênio – como hospitais, médicos e odontólogos, entre outros – informaram a suspensão dos trabalhos. Eles disseram temer o não cumprimento de acordo firmado em fevereiro, com a Prefeitura, sobre o pagamento atrasado do mês de dezembro, em seis parcelas – a dívida é de R$ 5,3 milhões.
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Artigo – Demandas de saúde à Justiça

Fato recorrente é a demanda judicial por antecipação de tutela para fornecimento de fármacos não disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os de alto custo ou mesmo os que não constam da Lista de Medicamentos de Referência da Anvisa. Também essa recorrência se faz por usuário de planos de saúde ou seguro saúde pleiteando tratamento clínico, fornecimento de órteses, próteses, quando da negativa do convênio.
Mas, o que fazer o magistrado, uma vez que a lei não o impede de decidir uma questão em que não detém conhecimentos científicos para sentenciar? Na dúvida, não tendo a quem recorrer, e na observância ao ser humano constitucionalmente protegido, a decisão na grande maioria das vezes recai a favor do usuário. Entretanto, não entrando em absoluto no mérito da questão social e constitucional, a decisão humanística observada unicamente sob a ótica do paciente cria, em última análise, uma disparidade na relação contratual, pelo desrespeito aos contratos e, por extensão, prejudica as prestadoras que não consideraram aquele procedimento em sua planilha ao definir o valor da parcela da prestação.
Ocorre que toda e qualquer incumbência financeira imposta pelo Judiciário à prestadora de serviços de planos ou seguros de saúde serão repassadas de alguma forma ao usuário.
Diante dessa situação, em março de 2010 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a Recomendação 31 aos tribunais, para a adoção de medidas visando melhor subsidiar os magistrados e demais operadores do direito a fim de assegurar maior eficiência na solução das demandas judiciais envolvendo a assistência à saúde.
A Recomendação tem como objetivo cristalino garantir aos magistrados e ao universo de operadores do direito apoio técnico, eficiência na solução das demandas judiciais referentes à assistência à saúde a respeito de exames, fármacos, questões clínicas, entre outros. O magistrado, ao contar com essa valiosa contribuição, estaria sentenciando de forma mais segura, o que desoneraria uma série de obrigações, uma vez que as decisões pilatianas não mais encontrariam guarida.
Porém, a Recomendação 31 do CNJ não caracteriza obrigação dos tribunais – o termo de cooperação envolve outros poderes. Ademais, passados praticamente quatro anos, foram firmados alguns poucos convênios. Essa morosidade na intenção e a pouca adesão à iniciativa de firmar convênios necessários devem-se, quem sabe, ao fato de que os envolvidos na matéria ainda não atinaram que o custo do assessoramento ao magistrado é infinitamente menor do que a decisão humanística constitucional.
Enquanto isso, o magistrado se vê compelido a sentenciar muitas vezes sem o devido conhecimento da causa.
João Bosco Araújo Ribeiro é advogado, especialista em Direito Médico e Hospitalar pela Escola Paulista de Direito – adv.jbar@gmail.com
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DIÁRIO DA MANHÃ
 

Infarto fulminante
Cardiologista explica, em detalhes, a doença que ataca silenciosamente e sem dar chances à vítima
MARCELO MENDES
Baseado em dados fornecidos pela Campanha “Coração Alerta”, cerca de 80 mil pessoas morrem no Brasil vítimas de infarto fulminante a cada ano, sendo uma vítima fatal a cada cinco minutos. No mundo, esse número sobe para assustadores 17 milhões de mortes provenientes de infarto fulminante. Fumantes, obesos, hipertensos, estressados, sedentários, negros, brancos, pardos, homens, mulheres, pobres e ricos, todos estão sujeitos a esse mal.
Conhecido como infarto agudo do miocárdio, também conhecido no meio popular como parada cardíaca e também por ataque cardíaco. O infarto é a segunda maior causadora de mortes em nosso País.
O que acontece em grande parte dos casos que são resultados de morte súbita, é que são julgados e classificados popularmente como infarto fulminante. Com o propósito de esclarecer este tema, que entrou em discussão devido às recentes mortes de José Wilker, de 69 anos, Luciano do Valle, 66, e Gustavo Castanheira, 17 anos (irmão do cantor MC Gui), a reportagem do Diário da Manhã entrou em contato com o médico cardiologista, Anis Rassi Júnior, que é diretor clínico do Centro de Diagnóstico Cardiovascular do Anis Rassi Hospital.
Diário da Manhã – José Wilker, Luciano do Valle e Gustavo Castanheira (irmão do MC Gui) foram vítimas de infarto fulminante?
Anis Rassi Júnior – Fazem muita confusão ao classificar morte súbita como infarto fulminante. O infarto fulminante é apenas uma das causas que podem provocar uma morte súbita. Certamente esse garoto de 17 anos foi vítima de morte súbita, e com certeza não foi de infarto fulminante. Um jovem de 17 anos sofrer de entupimento da artéria do coração é muito raro. Já o caso do José Wilker, ele era fumante e morreu dormindo, foi vítima de morte súbita, para caracterizar é necessária à análise, pois não dá para decretar que foi infarto fulminante. Já o Luciano do Valle teve dor antes do voo, ele tinha sobrepeso também, então foi vítima de morte súbita, outro caso que é necessário estudo da autópsia pra definir a causa real da morte.
DM – O que é infarto?
Anis Rassi Júnior – Infarto é caracterizado quando se tem uma artéria do coração que entope, onde não passa mais sangue. Quando tem a interrupção de fluxo sanguíneo pela artéria do coração. Geralmente ela fecha por conta de uma placa de gordura, que rompe formando um coágulo de sangue, o que entope a artéria. Normalmente, o coração está funcionando normalmente, aí de repende fecha-se a artéria, a partir daí o coração treme, que é chamado de fibrilação ventricular. Alguns pacientes podem sofrer arritmia neste momento. Em que o coração bate a cerca de 800 vezes por minuto, porém não consegue bombear sangue para o corpo, e principalmente para a cabeça, este estado pode levar o paciente a óbito em até quatro minutos.
DM – Qual a principal diferença entre infarto e infarto fulminante?
Anis Rassi Júnior – O infarto fulminante é quando não há tempo hábil para atender o paciente e ele vem a óbito. Pode caracterizar por infarto fulminante, a vítima que faleceu até no máximo de uma hora após o início dos sintomas. Cerca de 20% dos casos de infarto são do tipo fulminante. Vale lembrar, que nem toda morte súbita é proveniente de infarto fulminante, e sim apenas uma das causas que podem acometer o paciente. Casos de morte quando dorme, em casa, ou durante alguma atividade são classificadas como morte súbita. Porém tem de se examinar o corpo para saber se a morte súbita foi ocasionada por infarto ou outra enfermidade.
DM – Quais as principais causas de morte súbita?
Anis Rassi Júnior – A embolia pulmonar, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a dissecção da aorta também são causadores de morte súbita. E não apenas o infarto fulminante como muitos pensam. Já a doença de Chagas é a que mais gera morte súbita no Brasil.
DM – Quais os sintomas no organismo?
Anis Rassi Júnior – Primeiro uma dor muito forte no peito, na região reto external, às vezes irradia para o braço esquerdo. Essa dor não cede com analgésico, vem acompanhada de náusea, sudorese, além de um desconforto muito grande na vítima. Esses sintomas não irão cessar com comprimidos sublinguais (Sustrate, Isordil). O recomendado é que ao início desses sintomas o paciente seja imediatamente encaminhado para o hospital. E muitas vezes ele terá uma arritmia que não dará tempo para ser atendido no hospital, o que ocorre em média de 20% dos casos de infarto, que são do caracterizado como do tipo fulminante.
DM – Qual a orientação para o paciente que vier a ter esse tipo de sintoma?
Anis Rassi Júnior – O que a gente recomenda, se o indivíduo tiver esses sintomas de infarto é o seguinte. Deve-se tomar três comprimidos de AAS infantil acompanhado de um comprimido de nitrato, que é um vasodilatador coronariano. A aspirina e o nitrato podem ajudar no momento inicial dos primeiros sintomas. Mas tem que ir imediatamente ao hospital, essa medicação serve apenas para auxílio no ganho de tempo. Pois o paciente deverá ser submetido a um procedimento de abertura da artéria entupida, o que esses medicamentos não fazem.
DM – Como evitar e prevenir o infarto?
Anis Rassi Júnior – Existem os fatores de risco de infarto. Os quatro mais importantes são: diabetes (se o indivíduo for diabético, o risco dele é três vezes maior do que de um não diabético) tabagismo (o risco é duas vezes maior do que o de um não fumante); hipertensão e colesterol alto. O paciente que possui as quatro principais características tem uma probabilidade de quase 100% de ter um infarto nos próximos dez anos. Então o indivíduo a partir dos 20 anos de idade tem que dosar a glicose, aferir a pressão com regularidade, acompanhar as taxas de colesterol e não pode fumar de forma alguma. Existem outros fatores que predispõem ao infarto que é a obesidade, sedentarismo e dieta inadequada, que também são fatores de risco.
DM – A genética pode influenciar a predisposição ao infarto?
Anis Rassi Júnior – Sim, a carga genética influencia. Se alguém na sua família faleceu de infarto aos 40 ou 50 anos de idade, provavelmente seu risco é bem maior em relação a uma pessoa que não tenha antecedentes hereditários.
DM – Quais os principais exercícios que podem ser utilizados como mecanismo de prevenção?
Anis Rassi Júnior – Exercícios aeróbicos. Caminhada é o melhor exercício que existe. Se o indivíduo fizer caminhada pelo menos cinco vezes por semana com duração de no mínimo de 40 minutos por dia, isso é o ideal. Natação, hidroginástica e bicicleta, são exercícios que auxiliam muito também. Agora para as pessoas acima de 40 anos é de fundamental importância o exame médico para a avaliação física para ver como está o organismo antes de iniciar qualquer atividade física.
DM – A prática exagerada de exercícios físicos e a hipertrofia muscular pode ocasionar o infarto?
Anis Rassi Júnior – Não, mas pode dar arritmia no indivíduo. O entupimento da coronária, que é o infarto, não acontece nesse caso. Mas pode dar outros problemas como a arritmia. Porém, se usar anabolizante ou alguma substância proibida, nesses casos podem ocasionar a morte súbita por arritmia e não por infarto fulminante.
DM – O uso de drogas pode causar o infarto?
Anis Rassi Júnior – O uso de cocaína, pois ela faz espasmos na artéria, o que pode acarretar em um infarto.
DM – Bebidas energéticas combinadas com o álcool podem causar o infarto?
Anis Rassi Júnior – O infarto não. Mas pode dar problema no fígado, como a cirrose, mas relação direta com o infarto não. É muito mais o cigarro do que o álcool. O álcool em excesso dá hipertensão e problema hepático. A bebida energética pode dar arritmia, pois elas aceleram o metabolismo. Efedrina e Cafeína são substâncias que aceleram o metabolismo e podem acarretar na arritmia, mas nada em relação direta ao infarto.
DM – Quais os principais alimentos que podem ajudar na saúde do coração?
Anis Rassi Júnior – O principal é evitar gorduras, frituras, carnes gordas, tudo que aumenta o colesterol é ruim. Gorduras de origem animal são os principais problemas. Os alimentos que são bons para o coração são frutas e verduras. Principalmente frutas, se você comer frutas pelo menos duas vezes ao dia, todos os dias da semana, seria o ideal. A redução de ingestão de sal na alimentação também é fundamental. Pois o sal em excesso ocasiona o aumento de pressão, que é um fator de risco ao infarto.
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SAÚDE WEB

Plano é obrigado a substituir descredenciados
 

Objetivo é evitar descredenciamentos súbitos e imotivados tanto de profissionais como de clínicas, hospitais e laboratórios
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quarta-feira (23/04) o Projeto de Lei 6964/10, do Senado, que determina a substituição, pelo plano de saúde, do profissional que deixou de atender pelo convênio por outro equivalente, e estabelece a comunicação da mudança aos consumidores com 30 dias de antecedência.
O objetivo é evitar os descredenciamentos súbitos e imotivados tanto de profissionais como de clínicas, hospitais e laboratórios. A proposta torna obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras de planos de saúde e seus prestadores de serviço (pessoas físicas e jurídicas).
Como o projeto já foi aprovado pelo Senado, e tramita em caráter conclusivo, deve ser encaminhado para a sanção da presidente da República, a menos que haja requerimento para que ele seja votado em Plenário.
O relator da proposta, deputado Fábio Trad (PMDB-MS), entendeu que os contratos darão maior segurança e estabilidade aos serviços prestados, e recomendou a aprovação do texto do Senado, para que a mudança entre em vigor imediatamente. Com isso, as emendas das comissões de Defesa do Consumidor, e de Seguridade Social e Família da Câmara foram desconsideradas.
Pelo texto aprovado, ficam dispensados dessa exigência os membros das cooperativas que operam planos de saúde, os estabelecimentos próprios das operadoras e os profissionais diretamente empregados pelos planos.
A aprovação do projeto foi comemorada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Para o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Geraldo Ferreira, com a aprovação do projeto haverá estabilidade e segurança jurídica, dando garantia aos pacientes e aos médicos de que não terão os seus direitos desrespeitados por falta de regulamentação normativa.
Procedimentos
O projeto também define que o contrato entre médicos e operadoras deverá ter cláusulas sobre o reajuste anual dos procedimentos. Se o reajuste não for definido até o final de março, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá estabelecer o valor.
A FENAM pleiteia que o reajuste adequado siga os valores das consultas e procedimentos estabelecidos na Classificação Brasileira de Honorários e Procedimentos Médicos (CBHPM).
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Artigo – Devemos tornar transparente os preços dos serviços de saúde?
 

Esta é uma questão que pouco se tem discutido no Brasil. O interessante é que atualmente quase 80% dos planos vendidos são para pessoas jurídicas, e com certeza a transparências de preços passa ser estratégica para que as empresas não sejam surpreendidas com o reajuste no final da vigência do contrato.
Para ter ideia do que está acontecendo nos Estados Unidos, um grupo de trabalho composto por planos de saúde, prestadores de serviços, consumidores, grupos de empresas, grupos de médicos e outros foram convocados por uma associação especializada em gerenciamento financeiro em saúde, a HFMA: http://www.hfma.org/, para discutir a questão da transparência dos preços na saúde. A HFMA disponibilizou, há alguns dias, os princípios orientadores e recomendações para melhoria desta transparência naquele país. É uma determinação de que todos os americanos, independente se têm ou não seguro-saúde, devem receber informações precisas sobre estimativas de preços a respeito da saúde de uma fonte confiável. Esta transparência deverá ajudar as pessoas a fazerem comparações dos preços antes mesmo do serviço ser prestado. Estas informações devem ser acompanhadas de outras relevantes tais como: qualidade, segurança ou resultados na saúde. O racional por trás disso tudo está em ajudar os consumidores a avaliar o valor de um serviço de saúde.
As principais recomendações deste grupo de trabalho são as seguintes:
Os Planos de Saúde são os que estão em melhor posição de informar os seus membros a respeito do preço total estimado do serviço. Eles devem ajudar seus beneficiários a estimar os custos que terão de desembolsar.
Os Hospitais podem servir de fonte de informações de preços para as pessoas sem plano de saúde, inclusive pontuando questões de assistência financeira que possam disponibilizar aos seus pacientes segurados ou não. Da mesma forma é fundamental que informem, de forma clara, quais os serviços que estão ou não incluídos nas estimativas divulgadas. A disseminação de seus indicadores de qualidade, principalmente relativos à segurança, deve também ser priorizada.
Os consumidores devem receber as informações de forma clara. Para tal, a associação elaborou um “Guia do Consumidor”. Este guia está disponível no seguinte endereço: http://www.hfma.org/Content.aspx?id=22274.
Por outro lado os empregadores também têm uma função importante encorajando seus colaboradores a estarem engajados nas suas decisões de saúde.
A transparência “empodera” os consumidores e, da mesma forma, imprime no setor uma cultura de que a qualidade e os preços impactarão diretamente na escolha que estes consumidores deverão fazer com relação ao serviço de saúde que receberão.
Nossa realidade é um pouco diferente, pois ainda estamos bastante primários em coletar e, principalmente, divulgar informações de saúde. Sem contar alguns impedimentos éticos que poderemos ter por parte dos Conselhos de Medicina, os quais podem questionar a divulgação de preços por parte dos prestadores de serviços médicos.
Temos que ter a consciência de que nós consumidores somos responsáveis pela nossa saúde e que nossas escolhas podem levar a um aumento de custo para nós mesmos ou para o sistema. Podem ter certeza que o “sistema” não acará com este prejuízo, este, de alguma forma, sairá do nosso bolso.

Cesar Abicalaffe é médico, possui mestrado em Economia da Saúde pela Universidade de York, MBA em Estratégia e Gestão Empresarial pela UFPR. Sócio diretor da Impacto Tecnologias Gerenciais em Saúde, com projetos de consultoria para Operadoras de Planos de Saúde e Hospitais no País. Autor do modelo P4P© para a implantação de programas de pagamento por performance para planos de saúde, hospitais e SUS. Foi Diretor Superintendente do Departamento de Assistência à Saúde do Governo do Estado do Paraná entre 2002 e 2005. Foi presidente fundador da SOMAP e do CONIASSP. E é membro da ISPOR
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação

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