Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 26/03/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Vereadora é suspeita de intermediar pedidos de exames falsos pelo SUS, em Uruaçu

Juiz autoriza importação de vacinas sem doação para o SUS

CFM, um conselho nada científico

Linha de frente: os testemunhos de quem enfrenta na pele o ápice da pandemia

Anvisa flexibiliza regras para não faltar oxigênio

Caiado confirma reabertura de atividades econômicas a partir de quarta (31)

Goiânia será dividida em seis regiões para escalonamento do comércio

Covid-19: Goiás registra 4,9 mil casos e 200 mortes em um dia

MP-GO solicita ao Estado 13 leitos de UTI para pacientes de Inhumas

Butantan anuncia desenvolvimento de nova vacina feita no Brasil

Lista de espera por UTI está com 332 pessoas em Goiás

Com vacina à pronta-entrega, Fieg deve comprar 5 milhões de doses para o Estado de Goiás

Operação Falsas Intenções: PCGO cumpre buscas em gabinete de vereadora de Uruaçu suspeita de emissão de guias e de medicamentos fraudulentos

TV ANHANGUERA

Vereadora é suspeita de intermediar pedidos de exames falsos pelo SUS, em Uruaçu

https://globoplay.globo.com/v/9383762/?s=0s

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AGÊNCIA BRASIL

Juiz autoriza importação de vacinas sem doação para o SUS


Brasília – O juiz Rolando Valcir Spanholo, da 21ª Vara Federal de Brasília, autorizou três entidades a importar vacinas contra a covid-19. A decisão não é definitiva e ainda cabe recurso.

A liminar foi motivada por ações protocoladas pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Associação Brasiliense das Agências de Turismo Receptivo e o Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

Ao deferir nesta quinta-feira (25/3) a liminar pleiteada pelas entidades, o magistrado considerou inconstitucional o artigo 2º da Lei 14.125/21. Pelo dispositivo, pessoas jurídicas de direito privado podem comprar vacinas que tenham obtido liberação emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas obriga a doação de parte dos imunizantes para o Sistema Único de Saúde (SUS).

 “Perceba-se que não se trata de furar fila, de quebrar ordem de preferência na aplicação das vacinas adquiridas pelo Poder Público. Aqui estamos falando de permitir que a força, a competência, a agilidade e o poder de disputa da nossa sociedade civil chegue antes e garanta o máximo possível de doses adicionais da vacina contra a covid-19 para assegurar a saúde e a vida de mais brasileiros”, argumentou Spanholo.

No início do mês, o mesmo juiz também autorizou o Sindicato dos Motoristas Autônomos de Transportes Privado Individual por Aplicativos do Distrito Federal (Sindmaap) a adquirir vacinas. Em seguida, a decisão foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).  

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ÉPOCA

CFM, um conselho nada científico

Eram 9h10 de uma quinta-feira, 16 de abril do ano passado, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) se reuniu para votar o parecer que autorizou médicos a prescreverem a cloroquina e a hidroxicloroquina para pacientes com sintomas leves e moderados da Covid-19, além do uso em quadros críticos, que já vinha sendo adotado. A plenária, realizada com três conselheiros presentes e outros 24 por videoconferência, transcorreu dentro dos protocolos de urbanidade esperados, mas não sem dilemas importantes.

O conselheiro Jeancarlo Fernandes Cavalcante sugeriu incluir informação para afastar o artigo do Código de Ética Médica que veda uso de medicamentos cujo valor não esteja reconhecido cientificamente por órgão competente. A ideia foi acatada, apesar de o conselheiro Anastácio Kotzias ter expressado preocupação com a inserção do trecho. Para ele, seria melhor que a informação estivesse em um parecer jurídico à parte para, caso necessário, ‘embasar julgamentos’ no futuro, segundo registros da ata da reunião.

A conselheira Maria Teresa Renó sugeriu, entre outras questões, citar o estudo de Didier Raoult, mas foi advertida pelo colega Carlos Magno Dalapicola, também conselheiro, que apontou que a pesquisa do médico francês não apresenta evidências científicas. Defensor da hidroxicloroquina para tratar Covid-19, Raoult chegou a se retratar publicamente por erros em seus estudos. No ano passado, ele foi denunciado pela Sociedade de Patologia Infecciosa de Língua Francesa (SPILF), que o acusa de uma promoção indevida do medicamento.

Em outro momento, o conselheiro José Albertino Souza sugeriu trocar o termo ‘recomenda’ na parte principal do parecer, que dá a permissão para a prescrição das duas drogas. O presidente do CFM, Mauro Ribeiro, que foi o relator do documento, assentiu, alterando a redação para ‘considerar o uso’. Nada foi dito, segundo os registros em ata, sobre a posição contrária das três entidades de especialistas previamente consultadas: a Sociedade Brasileira de Infectologia, a de Terapia Intensiva e a de Pneumologia.

O parecer foi aprovado no mesmo dia em que o então ministro Luiz Henrique Mandetta, que havia solicitado a opinião do CFM porque não concordava com o uso dos remédios diante da falta de evidências, era demitido. O documento, porém, só se tornou público uma semana depois, após o CFM apresentá-lo primeiro ao presidente Jair Bolsonaro, principal incentivador do uso dos medicamentos no país, dentro do chamado ‘tratamento precoce’.

Tão logo foi apresentado, o documento passou a ser contestado por entidades de especialidades médicas. Para os críticos, a manutenção da posição, quase um ano depois, é também uma demonstração de alinhamento político da entidade mais importante da categoria no país, que reúne mais de meio milhão de médicos, com o presidente Bolsonaro.

As críticas são rechaçadas pelo presidente do CFM. Ribeiro defende o parecer, afirmando que a ciência ainda não fechou questão sobre o tema, havendo pesquisas ‘para um lado e para o outro’, embora reconheça que os estudos que indicam efeitos positivos das drogas ‘são observacionais, os de menor hierarquia dentro das ciências’. Um compêndio de experimentos e relatos, com 50 tópicos favoráveis ao uso de hidroxicloroquina e 50 contrários, atualizado até o início deste mês, é apresentado pelo CFM para embasar sua posição. O pilar do parecer, disse Ribeiro, é a autonomia do médico para receitar ou para não receitar.

O documento respaldou o governo. Menos de um mês depois, o Ministério da Saúde lançou orientação para ampliar o uso da cloroquina e hidroxicloroquina. A decisão levou o oncologista Nelson Teich, substituto de Mandetta como ministro da Saúde, a pedir demissão um mês depois de assumir, por não concordar com a diretriz da pasta endossando os remédios – que foi assinada pelo então ministro interino, o general Eduardo Pazuello, demitido na terça-feira 23. Amparado na própria orientação formal, o governo passou a gastar milhões na fabricação e distribuição dos remédios, usados na retórica de Bolsonaro como uma espécie de salvaguarda para a população se opor às diretrizes de distanciamento social ditadas por gestores locais diante do estrangulamento da rede de saúde.

Ficou claro o recado: se a ciência ainda não havia apresentado os efeitos benéficos da cloroquina, ele próprio e seus auxiliares, que adoeceram e tomaram o ‘elixir’, eram a prova viva dos resultados positivos. Em janeiro, o governo chegou a lançar um aplicativo, chamado TrateCOV, no qual médicos e enfermeiros podem inserir dados do paciente – como peso, altura e comorbidades – e sintomas. Esse foi um dos raros movimentos erráticos do governo a que o CFM se posicionou contrário. O algoritmo do programa, depois tirado do ar, chegava a receitar cloroquina para bebês. A recomendação do aplicativo do ministério para tratamentos de Covid-19 com esses medicamentos foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo. O lançamento ocorreu em meio à crise da falta de oxigênio em Manaus. E colocou Pazuello na fila da demissão.

O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Fernandes, disse que o parecer do CFM é ‘dúbio’ ao afirmar que não há comprovação científica, mas que médicos podem usar os medicamentos em virtude da autonomia. ‘A autonomia não nos dá o direito de exercer práticas médicas que não são suportadas pelas evidências’, disse. ‘Quero crer que foi para não punir os médicos que têm uma crença equivocada nesses remédios, e não por ideologia ou alinhamento político’, afirmou, ponderando que ‘tudo que se faz hoje é visto como política partidária’. Na terça-feira, a AMB divulgou nota com outras entidades pedindo o banimento da cloroquina e da ivermectina no tratamento da Covid-19.

Nos bastidores, quem compartilha da visão de um conselho a serviço do governo Bolsonaro costuma voltar um pouco no tempo para encadear os acontecimentos. A história tem início em 2018, com o clima das eleições presidenciais que impregnou a sociedade como um todo, inclusive as disputas em muitos conselhos regionais de medicina, que, à época, também elegiam seus representantes. Uma das chapas do Rio de Janeiro aparecia em materiais apócrifos com propostas como ‘o fim do petismo’. Na disputa pela regional de São Paulo, o grupo de Marcos Boulos – pai de Guilherme Boulos, que foi candidato à Presidência pelo PSOL – era associado a fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba na ocasião.

A mistura entre eleições de médicos e política partidária nacional não se resumiu ao ambiente virtual das redes. Na vida real, durante a festa de posse, integrantes da diretoria que estava assumindo o Conselho de Medicina do Rio posaram fazendo sinal de arma com as mãos em foto ao lado do então senador eleito Flávio Bolsonaro, o que gerou críticas no meio.

O sentimento de antipetismo no CFM, fomentado em grande parte por uma relação conflituosa com os governos do PT por cerca de 14 anos consecutivos, foi agravado com a vinda de profissionais sem diploma brasileiro por meio do programa Mais Médicos e a abertura acelerada de escolas de medicina. Quando o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro abraçou as principais pautas da categoria, o sentimento de aversão ao PT começou a se transmutar em bolsonarismo, apontam os observadores. Foi nesse clima que a atual gestão do CFM tomou posse, em outubro de 2019. A lua de mel se concretizou no governo quando o conselho ganhou um canal mais direto de comunicação para seus pleitos.

Em dezembro de 2019, o presidente vetou, a pedido de médicos, e ao contrário do que aconselhava o então ministro Mandetta, trecho de lei aprovada no Congresso que permitia a universidades privadas, dentro de critérios, aplicarem o Revalida (teste para validar diplomas de medicina obtidos no exterior). ‘É para sancionar, como está a indicação aqui do Mandetta, ou é para vetar?’, perguntou Bolsonaro. Ao ouvir dos médicos, em reunião, que preferiam o veto, não titubeou. ‘Vetei’, disse o presidente ao relembrar a ocasião. Em maio, cerca de dez dias após o controverso parecer do CFM sobre os remédios sem comprovação de eficácia para Covid-19, Bolsonaro deu mais uma demonstração de apreço pela entidade, reproduzindo vídeo de Mauro Ribeiro em que ele discursa contra propostas de governadores de trazer médicos formados no exterior.

Ribeiro não negou a aproximação com o governo em relação às pautas defendidas pela entidade, mas afirmou que isso não compromete a independência do conselho. ‘Ele (Bolsonaro) atende a várias de nossas reivindicações históricas, que só começaram a ser atendidas na época do presidente (Michel) Temer. Agora, daí a se concluir que o Conselho Federal de Medicina é um defensor do presidente, que apoia tudo que faz o governo, é desconhecer o que é a entidade’, defendeu Ribeiro. Na quinta-feira 25, após a notícia de mortes relacionadas ao uso da cloroquina, o CFM se reuniu. Ao Estado de S. Paulo, Ribeiro disse que o parecer será mantido, mas passou a condenar o uso indiscriminado do medicamento.

Expedientes adotados por novos conselheiros, tidos como conservadores e ideológicos até dentro da instituição, têm tumultuado os trabalhos e gerado desarmonia. Em plenária do dia 14 de fevereiro, uma dessas situações veio à tona. Circularam em mídias sociais os nomes de quem votou a favor e contra a manutenção de resolução que ampliou o acesso ao tratamento de pessoas com incongruência de gênero ou transgênero. O conselheiro Raphael Câmara, militante bolsonarista que se projetou nos últimos anos como opositor da descriminalização do aborto e que na ocasião defendia a derrubada da resolução – ela acabou mantida -, respondeu que ‘as informações divulgadas foram apenas dos nomes dos conselheiros que votaram contra a manutenção da resolução, sem indicar o teor das discussões em plenária’. Câmara disse que divulgou porque foi questionado por pessoas de fora sobre o tema e que continuaria a defender a derrubada da resolução em outras esferas. Ele afirmou que ‘entende que a atitude poderá enfraquecer a instituição, mas que agiria conforme sua consciência, pois não ficará tranquilo enquanto a resolução estiver vigendo’, aponta o registro oficial da reunião. Quatro meses depois, Câmara assumiu a Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde – uma posição inusual para um conselheiro da entidade que, embora não seja ilegal, causa mal-estar internamente.

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Linha de frente: os testemunhos de quem enfrenta na pele o ápice da pandemia

Ainda era madrugada da quinta-feira 18 quando a enfermeira Débora Cunha, de 42 anos, saiu para mais um dia de trabalho. Há seis anos e meio à frente do setor de enfermaria Sétimo Sul do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Débora faz o percurso de 15 quilômetros até lá rezando para que o dia seja melhor que o anterior. E há muito tempo suas preces não são atendidas.

A capital gaúcha vive o maior colapso hospitalar de sua história. O crescimento da média de novos casos contabilizados no estado é o maior do país. O número de mortes também assusta. Morrem 17 pessoas em decorrência da infecção por coronavírus para cada 10 mil habitantes no estado, a segunda pior média, atrás apenas de Rondônia. Na terça-feira 23, morreram 342 pessoas no Rio Grande do Sul, e a taxa de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) chegou a 113%, ou seja, foram improvisados mais leitos intensivos do que a capacidade da rede local.

É no sétimo andar do Hospital de Clínicas que a esperança do trajeto de casa ao trabalho dá lugar à realidade. Às 6 horas, durante a reunião de passagem com a equipe de plantão, Débora é atualizada sobre o estado de saúde dos pacientes. São 32 leitos ocupados em seu setor. Na noite anterior, dois morreram, outros três foram para a UTI. Apenas dois apresentaram uma melhora clínica significativa. ‘O dia está pior que ontem’, afirmou a enfermeira em áudio enviado a ÉPOCA durante sua jornada de trabalho. Segundo ela, os doentes estão mais graves e instáveis. A UTI, para onde muitos deveriam ir, não tem vaga para ninguém. ‘Os médicos nos dão apoio, mas faltam equipamentos mais sofisticados.’

As mortes não são números. Uma notícia abala Débora e sua equipe de 53 enfermeiros e técnicos. Uma gestante que estava internada e foi levada para a UTI perdeu o bebê. ‘A gente tinha esperança de que ele sobrevivesse, mas agora é rezar para que a mãe sobreviva, porque ela está bem mal’, disse.

O dia mal começou e os problemas se acumulam na enfermaria. Às 8h30, duas máquinas de respiração não invasivas param de funcionar. São equipamentos essenciais para ajudar os pacientes com falta de ar sem exigir a intubação. Pelo menos três delas estão no conserto. Débora consegue apaziguar a crise com um equipamento reserva, enquanto tenta agilizar com as equipes de engenharia e fisioterapia a chegada de novas máquinas compradas, mas ainda não entregues. O gerenciamento da unidade é uma carga a mais sobre enfermeiros e não está visível do lado de fora das paredes dos hospitais.

Minutos depois, um corre-corre para providenciar um ‘leito de parada’ para um paciente que acabara de infartar. Débora disse que a rotina de trabalho piorou muito nas últimas semanas e que foi preciso fazer um plano de contingência para adequar as atividades à nova realidade. ‘É o pior dos piores momentos. Antes era difícil, mas não como agora. A gravidade dos pacientes piorou, a quantidade de doentes que chega à emergência aumentou’, explicou. Procedimentos como uma rotina de higiene mais caprichada, fazer a barba de um paciente, por exemplo, tiveram de ser abreviados.

”Sairemos mais maduros e mais desgastados. E o que mais desgasta é a falta de empatia da sociedade. As pessoas não têm ideia do que é o vírus até estarem dentro da UTI’, disse a intensivista Naihma Salum Fontana’

Depois de quatro horas de trabalho, a equipe se reúne para discutir os casos. O momento serve também para desabafar e dividir angústias. Uma médica diz que a mãe não está bem. Outro médico conta que acabou de enterrar um familiar. O grupo lembra um colega enfermeiro entubado na UTI. Ele contraiu o vírus antes de tomar a segunda dose da vacina. O medo é rotina entre os profissionais de saúde. Uma pesquisa da Fiocruz com mais de 15 mil médicos e outros profissionais de saúde de nível superior, em 2.200 municípios brasileiros, revelou que 43,2% sentem que falta proteção à própria saúde.

Desde o início da pandemia, 12 profissionais foram afastados temporariamente de suas funções em razão da Covid na equipe comandada por Débora, inclusive ela mesma. No Brasil, mais de 50 mil profissionais de enfermagem tiveram de abandonar o front de combate à doença em algum momento da pandemia, segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem.

Débora está preocupada com a escala do dia seguinte, que ainda precisa montar antes de voltar para casa. ‘Estou torcendo para não receber ligação de alguém doente. Primeiro pelo colega e segundo porque não temos mais opções para montar a escala’, desabafou. Quando finalmente consegue se debruçar sobre os horários do próximo dia, chega uma mensagem ao celular: uma enfermeira está com coriza, dor de garganta e vai fazer o teste RT-PCR. Um desfalque que pode custar outro fim de semana de trabalho para ela… o terceiro seguido.

No momento mais crítico da pandemia, com mais de 300 mil mortes registradas, ÉPOCA acompanhou o relato de duas enfermeiras, uma de Porto Alegre e a outra de Salvador, uma médica intensivista do interior de São Paulo e um socorrista de Belo Horizonte para conhecer o dia a dia dos profissionais de saúde diante do colapso sanitário. As mensagens encaminhadas durante o turno de trabalho mostram o esforço hercúleo para tratar a todos os pacientes de forma digna em circunstâncias dramáticas. Em vários momentos, a luta dá lugar à decepção com parte da sociedade que insiste em negar a realidade. Na última semana, 16 estados e o Distrito Federal entraram em colapso sanitário, com taxa de ocupação acima dos 100% nas UTIs. A consequência foi o Brasil chegar a 3 mil mortes diárias.

De segunda a segunda, a médica infectologista e intensivista Naihma Salum Fontana, de 36 anos, atende pacientes com Covid-19 nas UTIs de dois hospitais particulares de Sorocaba, interior de São Paulo. A região, assim como o restante do estado, está na fase emergencial, com medidas mais duras de restrição até o dia 30 de março. Após a identificação de cinco variantes na quarta-feira 24, o prefeito pediu às pessoas que não saíssem de casa e suspendeu as aulas. A ocupação de leitos de UTIs, públicos e privados, já bateu 100% na cidade de 687 mil habitantes, onde 945 pessoas morreram com a doença.

Às 7 horas da terça-feira 23, ao chegar ao hospital, o primeiro choque: um colega médico tinha sido entubado na madrugada. Com apenas 40 anos, ele não quis tomar a vacina, preferindo adotar o ‘kit Covid’ preconizado pelo governo. O médico tomou os vermífugos ivermectina e Annita, além de um medicamento à base de cloroquina. Naquela manhã, com o pulmão comprometido, saturação de oxigênio no sangue em 88%, quando o normal seria acima de 94%, foi sedado e passou a respirar mecanicamente. ‘Ele falou para mim: ‘Comi bola, devia ter me vacinado’. Notei um arrependimento. Realmente não temos mais visto profissionais de saúde indo para a UTI. No semblante dele havia uma expressão como se dissesse ‘o que eu fiz com a minha vida?”, revelou Naihma.

”Estamos fatigados por tantas dificuldades. É duro ver as pessoas pedirem para viver, pedirem para respirar e não poder fazer nada. A gente só tem Deus para nos guardar e nos dar força para essa luta. Porque a população não se comove’, lamentou Samanta Medrado’

A politização da Covid-19 chegou ao principal órgão de classe da categoria médica. O Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou médicos a receitarem cloroquina e outros medicamentos sem nenhuma eficácia comprovada para a doença atendendo a um pleito político do governo federal. Um ano após o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro segue defendendo as medicações. ‘Aonde essa politização está nos levando? Ao ponto de arriscar a própria vida, contrariar o que estudamos anos a fio e até o juramento de sempre seguir a ciência’, refletiu a intensivista.

A unidade amanheceu com seis pacientes, com idades entre 42 e 71 anos. Entre eles, cinco são considerados muito graves. Uma nova paciente chega à UTI às 8h40. Uma senhora de 63 anos, em estado crítico, precisando ser entubada com urgência. A médica disse que um dos poucos alentos é quase não receber mais pacientes com mais de 70 anos. ‘A gente nota na prática que a vacina funciona.’ Uma hora depois, ela prepara a segunda intubação da manhã. O procedimento, apesar de comum nesta pandemia, é difícil e demanda pelo menos seis profissionais: um médico, um fisioterapeuta, um enfermeiro e três técnicos de enfermagem. Primeiro é feita uma sedação, para o paciente não sentir dor e não se lembrar do que aconteceu. Depois, é dado mais um sedativo e aplicado um bloqueador neuromuscular. Antes de iniciar o procedimento, ela explica à paciente o que vai acontecer e pergunta se ela quer dar um recado para a filha. ‘Ela pediu para eu dizer que a amava muito e que, em breve, estaria de volta’, relatou emocionada.

No Brasil, o percentual alto de mortes entre os infectados que precisam de ventilação mecânica assusta: a média foi de cerca de 80% de fevereiro a dezembro de 2020, segundo dados de uma pesquisa obtida pela BBC News Brasil. A média mundial é de cerca de 50% de mortalidade.

A pausa para o almoço é rápida. Os médicos se encontram e conversam, mas o assunto não vai além das paredes do hospital. Tudo gira em torno da doença e do estado dos pacientes. ‘As pessoas não têm ideia de como a gente leva isso para casa, como sofre junto com eles.’ Ela recebe uma breve ligação do marido, que está chateado porque os dois não se viram e reclama de saudades.

Depois das 15 horas, começa a jornada em outro hospital. Assim que chega, a farmacêutica alerta: os sedativos estão acabando. A médica esquece de beber água e de ir ao banheiro. A ÉPOCA, contou já ter tido diversas infecções urinárias no último ano por causa disso. O primeiro obstáculo é que o hospital inteiro é considerado área contaminada, então não se pode tirar a máscara. Além disso, a rotina intensa simplesmente a impede de lembrar desse cuidado básico consigo mesma. ‘Sairemos mais maduros e mais desgastados. E o que mais desgasta é a falta de empatia da sociedade. As pessoas não têm ideia do que é o vírus até estarem dentro da UTI.’

Às 8 horas da segunda-feira 22, a enfermeira líder Samanta dos Santos Medrado, de 28 anos, assume seu posto na emergência de uma UPA em Salvador. Todos os 12 leitos da unidade baiana estão ocupados e pelo menos 11 pessoas aguardam sua vez para serem atendidas do lado de fora. Se alguma delas precisar de uma vaga de UTI, será difícil conseguir. Registrando 4 mil casos novos por dia, o sistema de saúde do estado dá sinais de colapso. A ocupação dos leitos beira os 90% dos 1.422 disponíveis. No final da tarde da terça-feira 23, 1.199 pacientes estavam internados em terapia intensiva e outros 283 aguardavam a liberação da vaga no sistema estadual de regulação. Se todos os pedidos fossem aceitos de uma vez, faltariam 60 vagas.

Um homem de 68 anos é remanejado da sala amarela para a vermelha, onde estão os casos de maior gravidade. Talvez por ignorar o risco diante de si ou por puro otimismo, ele conta piadas para a equipe. Em um ambiente tão pesado, o riso tem efeito curativo. ‘Graças a Deus é um paciente alegre’, disse Samanta. Mas o ambiente não está para riso. Na mesma sala, uma senhora de 102 anos, em cuidados paliativos, recebe atenção da equipe. Diante da idade avançada, a família pediu que não sejam feitas medidas invasivas. O que resta fazer é tentar diminuir a dor da idosa. Pouco depois das 9 horas chega uma ambulância para buscar uma paciente que conseguiu leito no Hospital Espanhol. É um caso de enfermaria, ela sai tranquila e agradecendo. Na emergência é assim o dia todo: são inúmeras transferências, remoções para quando a tão esperada vaga surge. Pelo menos sete internados esperam sua vez. Só assim é possível dar vazão àqueles que chegam.

Samanta coordena a equipe de quatro enfermeiros e quatro auxiliares de enfermagem. Dentro das equipes multiprofissionais que trabalham na linha de frente, elas atuam nas funções básicas de prevenção e manutenção da saúde, diretamente no cuidado e na reabilitação de pacientes. O pronome feminino não é por acaso: um levantamento do Conselho Federal de Enfermagem em parceria com a Fiocruz aponta que 84,6% da categoria é composta de mulheres. Da limpeza até a observação do agravamento do paciente, são elas que estão mais próximas. ‘O que a gente pode fazer nesses momentos é dar apoio. É preciso dar atenção maior para esses doentes de Covid, estar ali, conversar ao pé do ouvido, dizer palavras de conforto. Com os idosos temos aquele carinho de chamar de ‘vô’ e ‘vó’. A gente diz: ‘E aí vozinha, tudo bem? Precisa de alguma coisa? É um cuidado, tentar trazer para perto, oferecer afeto e uma sensação de família’, descreveu Samanta, que há cinco anos está na profissão.

As emergências de unidades básicas, como aquela em que Samanta atua, são as principais portas de entrada de pacientes no sistema de saúde durante a pandemia. Ali também é onde quase sempre o mundo externo se desconecta da vida da pessoa com Covid-19. Só doentes, com raras exceções, podem entrar na rede hospitalar durante a pandemia. Os contatos com os familiares passam a ser feitos por telefone ou vídeos. No fim da manhã da segunda-feira, excepcionalmente, na UPA em que Samanta atua, é autorizada a entrada de um familiar para visitar a senhora em cuidados paliativos. A pessoa vai toda paramentada, com touca, avental e máscara, e fica apenas cinco minutos, mas há muita emoção. ‘Sempre que a gente pode, a gente permite. É preciso ter sensibilidade’, disse Samanta.

O entra e sai de ambulâncias é contínuo na unidade. Em média, 240 pessoas recebem atendimento na unidade por dia. Antes da pandemia, a emergência atendia entre 40 e 70 pacientes. No meio da tarde, a UPA está próxima da lotação. A Bahia nunca passou por uma situação tão complicada nesta pandemia, com a média diária de mortes acima dos 120 casos. A situação levou o governador Rui Costa a suspender o transporte intermunicipal a partir da quinta-feira 25, por tempo indeterminado. ‘A equipe está bem cansada, a gente não para nem um minuto. Os pacientes nos chamam todo tempo. Estamos fatigados por tantas dificuldades. É duro ver as pessoas pedirem para viver, pedirem para respirar e não poder fazer nada. A gente só tem Deus para nos guardar e nos dar força para essa luta. Porque a população não se comove’, disse.

É madrugada do domingo para a segunda-feira 22, e as sirenes das ambulâncias ecoam nas ruas quase vazias de Belo Horizonte. Em uma delas, vai o socorrista Felipe Margoti, de 33 anos. Há nove, ele roda a capital mineira levando e trazendo pacientes. O socorrista não se lembra de quando viveu um quadro como o atual. Minas Gerais enfrenta seu pior momento da pandemia, com a média móvel de mortos em torno de 200 por dia. ‘É o caos’, disse.

O plantão começou às 20 horas. Logo chega um pedido para dar apoio na unidade básica de saúde da Pampulha. No sistema de saúde mineiro, há dois tipos de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em atividade. As de suporte básico, usadas para casos mais estáveis e de menor gravidade, e as como a de Margoti, de suporte avançado, em que, além do condutor, vão um enfermeiro e um médico com capacidade até para entubar casos graves. O pedido foi feito por socorristas que estavam com um paciente grave na porta da UPA da Pampulha e não conseguiam atendimento para ele por falta de vaga. A saída era usar o veículo de Margoti até um leito ficar disponível no sistema de regulação.

A situação era crítica. Ainda dentro da ambulância, foi preciso fazer a intubação. O agravamento do quadro levou a equipe a se deslocar para a UPA Norte, no bairro Novo Aarão. Mais uma vez, a unidade estava lotada – da porta já era possível ver os pacientes graves se acumulando. Saíram dali e seguiram para a unidade Leste, na Avenida dos Andradas, no bairro Vera Cruz. Sucesso. Havia um último leito livre para aquela madrugada.

Foram três horas circulando com o paciente dentro da ambulância em um trajeto de 24,1 quilômetros. Margoti reforçou que isso não é o ideal e que esse paciente precisava estar numa UTI. Mas o ideal está muito distante na capital mineira. Segundo dados da terça-feira 23, 92,7% dos leitos de UTI estão ocupados, assim como 77% dos de enfermaria. Isso, segundo especialistas, beira o colapso.

Da janela da ambulância, o socorrista observa pessoas sem máscara e quebrando o toque de recolher determinado em BH, das 20 horas às 5 horas. ‘Há pessoas que não acreditam na gravidade da Covid. Não tiveram a doença, não perderam ninguém, não sabem como é o dia a dia. Para quem não vê, para ele não existe a doença. A gente que vê os hospitais e as UPAS lotadas, vários pacientes graves que não sobrevivem, inclusive pela falta de um leito de UTI, a gente sabe.’

Já era mais de 1 hora da segunda-feira quando um novo pedido de emergência mobilizou a equipe. Um paciente com suspeita de Covid-19 tivera uma parada cardíaca em casa. Assim que chegaram ao local, foi preciso fazer a reanimação. Depois que ele foi fragilmente estabilizado, a equipe saiu à procura de uma vaga. No primeiro hospital particular, a primeira negativa. O convênio médico não liberou. Foram para outro hospital, que também se recusou a receber, mas por falta de vagas. A situação fica tensa. Em menos de uma hora, dentro do veículo de um pouco mais de 12 metros quadrados, a síntese do caos da saúde brasileira acontece. O oxigênio acaba, e os medicamentos disponíveis não mais mantêm o infartado estável. A situação clínica do paciente piora. Depois de alguns minutos de angústia e desespero, outra ambulância vem ao socorro deles e empresta um cilindro de oxigênio e novos medicamentos. O paciente é estabilizado e uma vaga surge para ele ser internado.

Diferentemente de outros profissionais da linha de frente da Covid-19, o socorrista muitas das vezes faz os primeiros atendimentos na casa. ‘Entramos na vida das pessoas no pior momento delas.’ O contato com a família também é mais próximo. Ao fazer qualquer procedimento, fica a dúvida sobre se aquela pessoa vai se recuperar, se vai voltar para aquela casa e reencontrar aqueles que ama. ‘Quando fazemos uma intubação, a gente conversa com o familiar e com o paciente, explica o que vai acontecer e deixa que troquem algumas palavras porque talvez sejam as últimas. Esta noite, quando fiz a medicação no paciente e ele adormeceu, talvez eu tenha sido a última pessoa que ele viu na vida. Isso mexe muito com a gente.’

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CORREIO BRAZILIENSE

Anvisa flexibiliza regras para não faltar oxigênio

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, ontem, que adotou uma série de medidas para ampliar a produção de oxigênio medicinal. Entre elas, autorizações excepcionais e flexibilização de instrumentos regulatórios necessários para aumento da capacidade produtiva do insumo. As ações levam em conta o agravamento da pandemia da covid-19, que matou mais de 300 mil brasileiros, e tentam não piorar o risco sanitário.

Com isso, empresas fornecedoras de oxigênio medicinal, utilizado no tratamento de pacientes graves da doença, conseguirão aumentar, de 5% a 200%, a capacidade de produção e envase do insumo. Isso tem tudo para evitar o risco de desabastecimento, como ocorreu nos primeiros meses do ano em Manaus — quando centenas de pessoas morreram asfixiadas nos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) das redes pública e privada da capital amazonense.

A decisão da Anvisa também objetiva debelar a crise de abastecimento. Em São Paulo, até a semana passada, mais de 100 pessoas morreram na fila da UTI por falta não apenas de medicamento, mas também de oxigênio. No Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, há relatos de que os hospitais têm de colocar mais de um paciente em um único ponto de O² — circularam pela internet fotos e vídeos mostrando isso, com até cinco “rabichos” improvisados e uma única saída, a fim de fornecer o gás para os pacientes.

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A REDAÇÃO

Caiado confirma reabertura de atividades econômicas a partir de quarta (31)


Goiânia – Após a chegada de mais 119.200 doses de vacina contra a covid-19 em Goiás, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que haverá reabertura das atividades a partir de quarta-feira (31/3). Um dia antes, na terça (30/3), segundo ele, será publicado novo decreto estadual, mantendo “regramento mínimo”, isto é, ainda com medidas de restrição a festas e eventos entre outras precauções.

“Se nós não cumprirmos aquilo que nós nos comprometemos com a população, também perdemos a condição de pedir a eles que possam aderir ao isolamento nos 14 dias”, justificou, enfatizando que cabe a ele, como governador, manter o que foi dito no dia da publicação do decreto que restringiu as atividades não essenciais no Estado.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Ismael Alexandrino, será feita gestão de risco. “A gente precisa, obviamente tomando as medidas adequadas de comportamento e protocolos, seguir esse regramento. Não vai ser abertura completa, total, sem qualquer tipo de regramento, mas a gente precisa seguir o que foi planejado para esse momento”, enfatizou. 


Apesar de não ter havido redução significativa nas taxas de ocupação de leitos de hospital destinados ao tratamento da covid-19, Caiado avaliou que houve avanço com os dias de fechamento das atividades não essenciais no Estado. “Talvez pelos dias que conseguimos aumentar o isolamento social, já teve uma queda de número de óbitos como também de idosos necessitados de UTI”, afirmou o governador.  

De acordo com Alexandrino, o período de 14 dias que foram mais restritivos só irá refletir nos próximos 14. “Imaginamos que a gente ainda suba um pouquinho (a taxa de ocupação de leitos), mas em uma velocidade um pouco mais lenta que a atual, mas ficaremos certamente acima dos 90% durante abril inteiro.”

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Goiânia será dividida em seis regiões para escalonamento do comércio


Goiânia – Após reunião com representantes do setor empresarial de Goiânia, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) decidiu pela separação da capital em seis regiões, a fim de realizar o escalonamento das atividades comerciais. O formato é parecido com o que foi adotado em Aparecida de Goiânia. A informação foi confirmada à coluna Boca Miúda pelo deputado estadual Jeferson Rodrigues, que esteve no encontro desta quinta-feira (25/3).

O deputado ainda parabenizou o desempenho de Rogério Cruz pela condução do Paço Municipal durante a pandemia da covid-19. “O prefeito está se mostrando um grande estadista”, avaliou Jeferson Rodrigues.

O prefeito Rogério Cruz anunciou na manhã desta quinta (25) a publicação de um novo decreto, que deverá ser concretizada amanhã (26), para flexibilizar as atividades comerciais na capital. “Já temos 28 dias de decreto [para fechamento de atividades]. Precisamos ser sensíveis a todas as situações”, disse.

De acordo com Cruz, será feito um estudo sobre o período de funcionamento do módulos, como foram chamadas as regiões. Há discordâncias sobre a definição da quantidade de dias em atividade. Inicialmente, foi desenhado um plano pensado para três dias de funcionamento, mas as entidades empresariais solicitaram que o período fosse ampliado para quatro dias.

O prefeito Rogério Cruz também citou em coletiva de imprensa que haverá horário de funcionamento para as atividades comerciais. Os representantes do comércio também pleitearam aumento no horário de atividade. As definições serão acertadas pela equipe do Paço Municipal e oficializadas no decreto com divulgação prevista para esta sexta-feira (26).

Segundo apurou a coluna Boca Miúda, o horário de funcionamento será alterado com base em cada segmento. Não houve, porém, martelo batido sobre quais determinações constarão no novo decreto municipal.

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Covid-19: Goiás registra 4,9 mil casos e 200 mortes em um dia


Adriana Marinelli

Goiânia – Goiás registrou 4.919 novos casos da covid-19 e 200 mortes nas últimas 24 horas, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgadas na tarde desta quinta-feira (25/3). Com as atualizações, o Estado chega a 469.367 casos e 10.848 óbitos confirmados. 

De acordo com a SES-GO, o Estado soma 444.721 pessoas recuperadas. Há em Goiás 395.592 casos suspeitos em investigação, enquanto outros 242.270 já foram descartados. 

Além dos 10.848 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,31%, há 335 óbitos suspeitos que estão em investigação.

“Em Goiás, desde o início desta semana há relatos de instabilidade no Sivep-Gripe, sistema oficial do Ministério da Saúde para registro dos casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, informou a SES-GO. “Na quarta-feira (24/03), por exemplo, foi observado um número menor de óbitos registrados no Estado. A possível causa foi a dificuldade de salvar e atualizar as fichas de notificações. Assim, essa situação pode ter impactado no represamento de dados que, ao serem atualizados, culminaram no quantitativo de mortes registradas nesta quinta-feira (25/03)”, completou a pasta. 

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MP-GO solicita ao Estado 13 leitos de UTI para pacientes de Inhumas

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ajuizou nesta quinta-feira (25/3) quatro requerimentos de cumprimento de sentença contra o Estado de Goiás, para que sejam providenciados imediatamente leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), seja na rede pública ou privada, dentro ou fora de Goiás, para 13 pacientes de Inhumas, todos acometidos com covid-19. Segundo relatado nos requerimentos pelo promotor de Justiça Mário Henrique Cardoso Caixeta, essas pessoas aguardam a transferência para uma UTI no hospital municipal (Cais) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), locais “absolutamente inadequados para o tratamento”.
 
Os pedidos do MP são amparados no cumprimento de sentença, confirmada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) no ano passado, que determinou ao Estado o fornecimento de leitos de UTI aos pacientes com prescrição médica, demandados para o setor de regulação da Secretaria Estadual de Saúde, pela Secretaria de Saúde de Inhumas. O não cumprimento da decisão implicará em multa.
 
Ao confirmar a sentença, o acórdão do TJGO salientou que “não viola legislação federal a decisão que impõe ao Estado o dever de garantir a internação em leitos e em UTI conforme orientação médica e, inexistindo vaga na rede pública, arcar com os custos da internação em hospital privado”. O tribunal também pontuou que “o tratamento médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade solidária dos entes federados”.
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JORNAL OPÇÃO

Butantan anuncia desenvolvimento de nova vacina feita no Brasil

 Por Mayara Carvalho

Instituto vai pedir à Anvisa autorização para realizar testes em humanos e garante entrega ainda em 2021

O Instituto Butantan realiza neste momento uma coletiva de imprensa para anunciar o desenvolvimento de uma vacina 100% brasileira contra a Covid-19: a ButanVac.

O instituto agora vai pedir à Anvisa autorização para realizar testes em humanos. O objetivo é ter 40 milhões de doses prontas até o fim de 2021 e a produção será feita na fábrica que hoje faz a vacina contra Influenza.

A ButanBav possui mesma tecnologia da vacina da gripe, será mais barata que os imunizantes já aprovados contra a Covid e também mais imunogênica.

Ainda segundo o Butantan, o desenvolvimento não vai mudar o cronograma da CoronaVac, hoje envasada pelo instituto com insumos da China.

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Lista de espera por UTI está com 332 pessoas em Goiás

Por Nathália Alves

Outros 275 pacientes aguardam vagas em enfermarias no estado

A lista de espera dos pacientes que precisam de um leito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está com 332 pessoas nesta quinta-feira, 25, em Goiás. Além disso, 275 pessoas esperam por um leito de enfermaria no estado.

As cidades com maiores números na lista de espera por UTI são Goiânia, com 20 pacientes, Inhumas (15), Mineiros (15), Catalão (11), Senador Canedo (11), Niquelândia (10) e Valparaíso (10).

A listagem é elaborada a pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO), com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e está publicada nos respectivos sites. 

A atualização da listagem ocorrerá todos os dias até as 13 horas e não haverá o detalhamento da ordem em que os pacientes estão na fila, devido ao fato de que isso depende de oscilações da saúde dos mesmos e também de outros critérios técnicos. 

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10 acusados de fraude no vestibular de Medicina da PUC-GO são condenados e um é absolvido

Por Mayara Carvalho

Fato aconteceu em 2015 e as penas foram fixadas entre um 1 ano e 4 anos e 7 meses, mas o magistrado converteu as penas privativas de liberdade em restritivas de direito, exceto no caso do coordenador do esquema

Dez acusados de fraude no vestibular de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) foram condenados pela Justiça Federal e apenas um dos acusados foi absolvido. As penas foram fixadas entre um 1 ano e 4 anos e 7 meses, mas o magistrado converteu as penas privativas de liberdade em restritivas de direito, à exceção do apontado como coordenador do esquema.

Nove dos acusados foram condenados à prestação pecuniária no valor de dez salários-mínimos. O valor será revertido em prol de entidade assistencial, hospital, escola, orfanato ou estabelecimento congênere, a ser especificada pela secretaria da Vara. Além de prestação de serviços à comunidade, que deverá ser cumprida por uma hora de tarefa por dia de condenação. Isso junto a entidade assistencial, hospital, escola, orfanato ou estabelecimento congênere, a ser indicada pela secretaria da vara.

Já o acusado de ser o coordenador do esquema foi condenado à pena de 3 anos e 4 quatro meses de reclusão e 170 dias-multa por fraudes em certames de interesse público. Além de 1 ano e 3 meses de reclusão por associação criminosa. As penas somam 4 anos e 7 meses. Conforme a sentença do juiz, deverão ser cumpridas inicialmente em regime semiaberto.

O absolvido

Um único acusado foi absolvido porque não foi comprovada sua participação no esquema. Segundo o juiz, ele foi identificado na esfera administrativa como cobrador do grupo. No entanto, as provas não foram suficientes para sua condenação. De acordo com o advogado do absolvido, Tadeu Bastos, houve a demonstração de que ele não tinha qualquer relação com os fatos narrados na inicial.

O caso

A investigação que deu origem ao inquérito e ao processo foi feita pela própria Universidade após suspeita de fraude no vestibular. De acordo com a denúncia, os líderes da associação criminosa se valiam de pessoas especializadas que recebiam para se inscreverem no vestibular e compareciam para responder apenas às questões de seu conhecimento, deixando o local das provas nas primeiras três horas.

Em seguida, esses alunos repassavam o gabarito a fim de que as respostas fossem direcionadas aos aparelhos celulares dos candidatos beneficiários do esquema fraudulento. No esquema, quatro alunos que já cursavam Medicina na PUC participaram do vestibular 2015/01. Eles se inscreveram para cursos de baixa concorrência, apenas com o intuito de ter acesso ao conteúdo das provas.

Os gabaritos das provas eram vendidos por cerca de R$ 80 mil. Além de Goiás, a associação criminosa teria atuado em outros Estados e no Distrito Federal. 

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O HOJE

Com vacina à pronta-entrega, Fieg deve comprar 5 milhões de doses para o Estado de Goiás

O presidente da entidade, Sandro Mabel, detalhou proposta com o secretário da Saúde, Ismael Alexandrino, a estimativa é que seja entregue em 30 dias | Foto: divulgação/Fieg

Nielton Soares

Com maior liberdade para negociações, diferente dos entes federativos que há empecilhos para manobras legais – mesmo após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) conseguiu uma proposta de aquisição de 5 milhões de doses da vacina CoronaVac. A carga do imunizante está disponível na China para pronta-entrega e, caso seja fechada a compra, poderá chegar em 30 dias.

O ofício ao detalhando proposta dessa compra foi entregue pelo presidente da entidade, Sandro Mabel, ao secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, nessa quinta-feira (25/03)

Segundo Mabel, a Fieg mobilizou esforços para buscar alternativas à escassez de vacinas no Brasil. “Em um empenho para cooperar com o Programa Nacional de Imunização, a área internacional da Fieg alçou pesquisa em todo o mundo, com foco nos grandes centros produtores de vacina e encontramos disponibilidade de 5 milhões de doses pela empresa Fosun Pharma”, informou, citando o Centro Internacional de Negócios (CIN-Fieg).

A empresa é chinesa, de capital misto, com faturamento de US$ 20 bilhões ao ano e representante de grandes indústrias farmacêuticas na Ásia. Ela oferece as vacinas Coronac, da farmacêutica Sinovac Biotech, e a vacina Ad5-nCoV, desenvolvida e produzida pela CanSino Biologics, com registro na China.

Porém, para a conclusão da compra, é necessário que o Governo de Goiás envie uma carta de intenção de compra à Diretoria Executiva da Fosun Pharma. Após o envio o documento, a expectativa, com todos os trâmites de importação, é de até 30 dias para chegar, o que inclui a aprovação de venda, liberação do governo chinês, preparação e translado da carga até a chegada a Goiás.

Mais compras

Em outra frente, a Fieg negocia a compra de 300 mil doses de vacina para Goiás, por meio de consórcio com federações das indústrias dos Estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará e Espírito Santo.

“Neste momento em que o País ultrapassa 300 mil mortos em função dessa doença, sabemos que a vacinação em massa da população é o único caminho para frear esta terrível estatística. Por isso, insistimos na necessidade de adquirirmos vacinas. Só assim vamos retornar à uma saudável prosperidade”, afirmou Mabel.

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POLÍCIA CIVIL

Operação Falsas Intenções: PCGO cumpre buscas em gabinete de vereadora de Uruaçu suspeita de emissão de guias e de medicamentos fraudulentos

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Polícia (DP) de Uruaçu, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (25), a Operação Falsas Intenções. A operação cumpriu dois mandados de busca e apreensão, um na Câmara de Vereadores da cidade de Uruaçu, no gabinete de uma vereadora investigada, e outro em sua residência. São investigados nesta operação uma vereadora do município e dois médicos. A investigação apura a suspeita de emissão de guias médicas e fornecimento de medicamentos controlados de forma fraudulenta.

Na investigação, foi apurado que a vereadora, com auxílio de médicos não credenciados na rede do SUS, teriam emitido guias médicas para pessoas que, na maioria das vezes, sequer eram realmente atendidas, chegando ao ponto de indicar um problema na próstata para uma paciente do sexo feminino. Em um documento que subsidiou a investigação, encaminhado pelo Ministério Público e pela Secretaria Municipal de Saúde de Uruaçu, consta o encaminhamento para tratamento de hipertrofia prostática para esta mulher. A Polícia Civil também apura o fornecimento de medicamentos, na época das eleições municipais de 2020, para diversas pessoas, sem receita e prescrição médicas, pela vereadora. Isso teria ocorrido nas vésperas das eleições do ano passado, o que indica possível crime de compra de votos (captação de sufrágio). A vereadora investigada foi reeleita no pleito eleitoral de 2020.

Durante as buscas, a Polícia Civil apreendeu, na casa da vereadora, diversos medicamentos, inclusive de uso controlado (tarja preta), e alguns de amostra grátis, além de computadores, celulares, guias de atendimento e encaminhamento do SUS.

Os investigados respondem, no inquérito policial, pelos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e por fornecimento ilegal de medicamentos. A Operação Falsas Intenções mobilizou 20 policiais civis e teve o apoio do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) e da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Uruaçu, Grupo de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Niquelândia e Delegacia de Polícia (DP) de Mara Rosa.

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Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação  

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Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás
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