Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 26/05/15


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES
• Receita líquida de hospitais Anahp cai em 4%
• Casos de dengue vão continuar crescendo no país, diz ministro da Saúde
• Solução para dependentes químicos é cada vez mais distante

SAÚDE BUSINESS

Receita líquida de hospitais Anahp cai em 4%

A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) acaba de lançar seu observatório anual com informações coletadas sobre seus 68 hospitais membros. Como uma entidade que representa os principais hospitais privados de excelência do país, os dados obtidos mostram a realidade de ponta dos hospitais brasileiros, não podendo ser generalizada para o cenário nacional, mas servindo como válida referência de análise de dados.

Dentre os dados apresentados, pode-se notar uma receita, no ano de 2014, de 20,7 bilhões entre todos os membros, sendo uma queda de 4% na receita líquida e aumento de cerca de 1,3% em despesas operacionais. O aumento das despesas operacionais tem como principal base uma forte pressão das operadoras de planos de saúde para a redução de despesas assistenciais. Isso tem se materializado, segundo a Anahp, na defasagem ou negativa de concessão dos reajustes contratuais e no crescimento da participação das despesas em relação às receitas.

O prazo médio para recebimento das operadoras é um fator que apresenta sazonalidade, com alta de espera no mês de dezembro, por exemplo, mas apresenta média de 78,7 dias, com uma tendência de queda nos últimos anos, mas, mesmo assim, bastante elevado. Neste mesmo contexto, um dos fatores para diminuição de receita líquida é o alto número de glosas e o aumento de valores não recebidos, que são valores glosados e não pagos.

A média histórica do número de glosas está em 2,8% e, em 2014, o número foi de 2,5% e o aumento das contas integralmente não pagas pode se dar graças a problemas financeiros em algumas operadoras, cobrança de glosas indevidas ou, ainda, a implantação do Padrão TISS 3.02, de maio de 2014, que acabou gerando divergências de cadastros entre hospitais e operadoras.
Clique aqui e confira os quadros da matéria: http://saudebusiness.com/noticias/receita-liquida-de-hospitais-anahp-cai-em-4/

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O HOJE

Casos de dengue vão continuar crescendo no país, diz ministro da Saúde
Diminuição de casos foram registrados nos estados do Amazonas e Espírito Santos e no Distrito Federal. Em Goiás, número de casos subiu nas últimas semanas

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, reforçou nesta segunda-feira (25) o apelo para que a população continue apoiando o trabalho dos agentes sanitários na prevenção e no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. De acordo com o ministro, a perspectiva é que o número de casos da doença continue aumentando no país.
“Temos 745 mil casos registrados até o dia 18 de abril e sabemos que esse número aumentará, porque continuam chegando novas informações epidemiológicas. O Brasil vive uma situação de epidemia concentrada em nove estados”, disse, explicando que essas unidades da Federação são as que registram mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
De acordo com Chioro, só foi observada diminuição de casos de dengue nos estados do Amazonas e Espírito Santos e no Distrito Federal. Ele solicitou que os serviços públicos e privados de saúde mantenham o cuidado com a identificação de casos e possíveis agravamentos da doença. “Principalmente para casos de suspeita de dengue que tenham dor abdominal contínua e vômitos persistentes, para que se possa ter um menor número de casos graves e de óbitos”, disse.
O ministro destacou que os cuidados com a dengue são os mesmos para evitar a incidência da febre chikungunya, que, apesar de ser menos grave, tem sintomas mais persistentes. Atualmente, os casos da doença estão concentrados principalmente no Amapá e nos arredores da cidade de Feira da Santana, na Bahia. Nessas duas regiões foram registrados mais de 2 mil casos este ano.
O ministro da Saúde esteve nesta segunda-feira em Volta Redonda, cidade fluminense, onde visitou as obras de construção do Hospital Regional do Médio Paraíba Zilda Arns. A previsão é que a unidade fique pronta no fim do ano. Chioro anunciou que o ministério será responsável pelo custeio de 70% das cirurgias e internações. “O governo do Rio de Janeiro faz um esforço para construir, mas depois, para manter todos os anos, custa muito”, destacou.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Solução para dependentes químicos é cada vez mais distante

Falta de vagas em clínicas, inexistência de leitos em pronto socorro e custo dificultam a via crúcis dos familiares e doentes.  Prometido em campanha política, Credeq não existe e sistema proposto já é questionado por especialistas


Divania Rodrigues,Da editoria de Cidades
A dependência química é um problema de saúde pública que afeta não somente o usuário e a família, mas a sociedade. As lutas travadas pelas autoridades contra o tráfico e todas as vítimas que essa guerra faz diariamente provam esse fato. O enfrentamento às drogas envolve recursos financeiros, despendidos não somente com a área de segurança, mas também com a saúde.
Para as famílias que buscam ajuda para um parente refém do vício existem três caminhos: rede pública, rede particular por meio de planos de saúde ou pagamento integral dos custos de tratamento particular.
O último, realizado em clínicas especializadas, pode ter alto custo – na faixa de até de R$ 40 mil (valor total) –, dependendo do local procurado, explica Dagmar Ramos, psiquiatra especialista em dependência química e membro do Fórum Goiano de Enfrentamento às Drogas. Já os planos de saúde são uma opção menos onerosa para as famílias, porém a médica ressalta que nessa área faltam serviços especializados.
O atendimento público, procurado pela maioria, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), ocorre primeiramente por meio da rede de atenção básica à saúde nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), onde é realizado acompanhamento diário aos dependentes químicos com quadro clínico considerado menos grave. Há apenas 67 unidades espalhadas pelos 246 municípios de Goiás. O Caps é um serviço de atenção diária, parte de uma rede de assistência à saúde mental, com objetivo de promover a atenção integral ao paciente e seus familiares.
Se o diagnóstico apontar um quadro clínico de dependência química mais grave ocorre o encaminhamento para o Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc. O dependente é então estabilizado e aguarda encaminhamento para internação em hospitais psiquiátricos da rede SUS. A Casa de Eurípedes é uma das referências no atendimento a pacientes de todo o Estado, com tratamento realizado em 28 dias. Mas também há outros estabelecimentos ligados à rede conveniada.
O sucateamento do Wassily Chuc, divulgado no início do mês pela imprensa, ajuda a comprometer o tratamento dos pacientes que em tese deveriam ficar no local apenas para aguardar um leito. Carlos Alberto Lisboa, mestre em Saúde Coletiva pela Universidade São Paulo (USP), explica que há uma demora nesse encaminhamento por falta de leitos da rede gerida pelo Estado e por isso acontece superlotação e a degradação do pronto socorro: “Falta oferta de vagas”, diz.
Atualmente Goiás disponibiliza pelo SUS 1.014 leitos de internação psiquiátrica em 38 hospitais, clínicas e centros médicos distribuídos pelo estado, de acordo com a Gerência de Auditoria e Processamento da Informação (GAPI) e Superintendência de Controle e Avaliação e Gerenciamento das Unidades de Saúde (SCAGES) da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Mas nem todos os leitos são para dependentes químicos, havendo revezamento destes com outros pacientes psiquiátricos.
Atualmente o Centro Estadual de Avaliação Terapêutica Álcool e outras Drogas (Ceat-AD) é o responsável pelo encaminhamento de pacientes, regulação e aquisição de vagas em comunidades terapêuticas e centros de reabilitação em todo Estado.

Menos leitos
O número de leitos para internação, conforme Dagmar Ramos, vem diminuindo gradualmente. A Reforma Psiquiátrica articulada no país desde 1970 e que ganhou força na década de 1990, depois que o Brasil se tornou signatário da declaração de Caracas, propõe mudanças significativas no setor.
A bandeira da Luta Antimanicomial foi levantada e até mesmo um dia foi instituído para lembrá-la: 18 de maio. Dagmar Ramos explica que é preciso haver uma distinção entre o antigo manicômio, como depósito de pacientes que poderiam receber tratamento medicamentoso, e acompanhamento sem internação, das atuais clínicas que disponibilizam leitos para casos que necessitam de vigilância médica 24 horas, de forma transitória e durante surtos.
O médico Carlos Alberto explica que a reforma psiquiátrica brasileira foi importante e necessária e trouxe alguns conceitos e diretrizes ocorridas na Itália, país com dimensões e realidade social diversa da brasileira. Para ele, o sistema italiano tem um atendimento primário mais resolutivo, o que evita muitas internações psiquiátricas desnecessárias.
Já no Brasil, a burocratização do sistema, a falta de informações adequadas, o preconceito e outros fatores retardam o acesso inicial e dificulta a adesão do paciente ao tratamento indicado. Como consequência pode ocorrer agravamento do quadro clínico e a necessidade de internação. Atualmente prioriza-se o tratamento realizado nos Caps e em clínicas de atendimento intensivo. Neles, durante os dias, os pacientes e familiares são acompanhados por equipes multiprofissionais, com terapias e medicação. Depois, eles voltam para a residência no outro turno.
Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2013 revelou que é o prazo médio para os usuários de drogas procurarem ajuda é de três anos e que em 58% dos casos recorre-se primeiramente às internações pagas família, depois grupos de autoajuda, igrejas e familiares e em último lugar psiquiatras e a rede Caps.

Inacabados, Credeqs seguem caminho oposto ao SUS


O governo de Goiás tem previsão de investir R$ 112 milhões na construção dos Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) para tentar aumentar a quantidade de vagas de internação e melhorar o tratamento. O modelo é inovador e foi anunciado em uma das campanhas do atual governador. Com previsão de entrada em operação em 2014, os Credeqs até hoje não iniciaram suas atividades.
Com a organização social de saúde (OSs) já escolhida desde junho do ano passado para gerir o Credeq de Aparecida de Goiânia, a obra que garante mais leitos ambulatoriais de internação ou acolhimento residencial ainda não foi entregue. Com novo prazo de entrega estipulado para agosto de 2015, a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) esclarece que o local já está 90% concluído.
Quando ficar realmente pronto, o Credeq de Aparecida de Goiânia deverá criar 96 leitos de internação e poderá realizar uma média de 400 consultas e dois mil atendimentos mensais para crianças, adolescentes e adultos. De acordo com a SES, os pacientes serão encaminhados pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) quando os recursos extra-hospitalares mostrarem insucesso terapêutico e os pacientes apresentarem grave comprometimento psicossocial.
Os outros Credeqs em construção, que também estavam previstos para 2015, estão com menos de 50% das obras concluídas. As vagas para acolhimento residencial transitório e Leitos de Saúde Mental serão coordenadas pela Central de Regulação Estadual, desde que o pedido seja feito por um serviço de saúde membro da Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

Dagmar Ramos, psiquiatra especialista em dependência química, esclarece que acredita no potencial do Credeq e que a tendência é melhorar o atendimento ao dependente químico, já que essa é uma área da saúde que sofre com o estrangulamento orçamentário. Porém, ressalta que a estratégia adotada pelo governo estadual está no caminho oposto à política adotada pelo Ministério da Saúde, que é contra as internações.
Esse fato pode interpor dificuldade para Ministério da Saúde regulamentar as internações nos Credeqs. Se isso ocorrer o modelo perde apoio de um dos principais convênios de saúde brasileiro, o SUS. Para a especialista, como não tem como uma unidade se manter sem convênios com o SUS, as unidades goianas podem não dialogar com as terapias e tratamentos utilizados no país. “A questão do Credeq é saber se o Ministério da Saúde vai autorizar verba do SUS. Senão como vai ser? O governo do estado vai dar conta de bancar? Isso não está resolvido e não se fala muito nisso”, diz Dagmar, ao esclarecer que este problema precisa ser levado à público e debatido.

Grupos de apoio e comunidades atuam no gargalo da saúde pública
A reinserção social do dependente químico é um dos passos mais difíceis depois de um tratamento. De acordo com Dagmar Ramos, normalmente o usuário perde o acesso ao trabalho, à educação, ao contato social e ao convívio familiar, o que torna o paciente vulnerável.
Por isso ela destaca que é imprescindível suporte emocional e profissional para que ele não retorne a usar drogas. Os especialistas são contra modelos de internação em que o paciente fica totalmente isolado por muitos meses, pois isso facilita sua exclusão social, dificultando ainda mais sua reintegração à vida.
É principalmente nesse momento que as entidades sem fins lucrativos, ligadas ou não a instituições religiosas, estão atuantes. Elas muitas vezes também são o primeiro combate, local aonde muitos chegam para pedir a ajuda inicial. São os casos da Pastoral da Sobriedade ligada à Igreja Católica, da entidade Amor Exigente, que é independente apesar de fazer uso de espaço físico de igrejas, dentre outras.
Geraldo Elias do Carmo, 55 anos, é coordenador de um dos grupos da Amor Exigente que se reúne uma vez por semana durante duas horas. Ele esclarece que a entidade trabalha com vários públicos como grupos de familiares que enfrentam esse problema em casa, jovens envolvidos com drogas, álcool, adultos na mesma condição.
Para Eurípedes Cipriano Mota, 56 anos, presidente do grupo AJA, membro nos conselhos estadual e municipal de Políticas sobre Drogas, é essencial o papel dos grupos de apoio ao usuário e a família na fase inicial da dependência química e na fase posterior, quando é necessário garantir a abstinência.
De acordo com ele, o tratamento oferecido pela rede pública melhorou muito, porém ressalta que se fosse realizado atendimento para todos não existiria vagas: “Consegue [vaga], às vezes demora. Mas, se todo mundo decidir procurar não tem vaga. Hoje são as comunidades que tem o grosso dos dependentes, dão grande alento e minimizam muito o problema”
Dagmar também considera que há modelos de comunidades terapêuticas muito funcionais, principalmente as ligadas à Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract), que atua na fiscalização para melhorar as condições oferecidas no atendimento aos pacientes. Para ela é necessária uma constante capacitação dos profissionais que trabalham nesses locais para que haja realmente a reabilitação dos dependentes. “Essas comunidades têm prestado um grande serviço. Se nós não tivéssemos as comunidades terapêuticas, a situação seria ainda pior”, considera.

SAIBA MAIS
O que a família e o doente podem fazer para buscar ajuda
O Credeq prometido pela administração pública não existe. O que resta é utilizar o sistema atual de tratamento, que se divide em público e privado. Saiba o que cada um tem de ponto positivo e negativo
Atendimento privado em hospitais e clínicas
Positivo: pode surgir vaga mais rápido do que no sistema público. É menos burocrático, pois o SUS realiza processo de filtro que pode prejudicar o paciente, colocando-o em risco de morte
Negativo: É mais caro. E menos controlado pelos protocolos humanitários. As clínicas especializadas também custam caro. Os valores podem chegar a R$ 40 mil por temporadas.

Serviços públicos
Positivo: existem mais unidades do que as privadas e são custeadas pelo SUS.Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) podem realizar o acompanhamento diário dos dependentes químicos com quadro clínico menos grave.
Negativo: Existem apenas 67 unidades espalhadas pelos 246 municípios de Goiás. Isso significa que 179 cidades do Estado não contam com esta espécie de atendimento, o que demonstra o completo desamparo da família e dos doentes.  Em Goiânia, o sucateamento do Wassily Chuc ocorre devido exatamente a falta de hospitais. Como falta para onde destinar pacientes mais graves, ocorre a retenção de vagas e atendimentos.

Grupos de apoio e atendimento beneficente
Positivo: A reinserção social do dependente químico pode ocorrer com ONGs e unidades de atenção, da Pastoral da Sobriedade ligada à Igreja Católica, da entidade Amor Exigente, dentre outras. Apresentam uma ação de apoio consistente, mas precisam de auxílios e contribuições.
Negativo – Da mesma forma que as outras unidades, apresentam poucas vagas. E recebem menos ajuda do que deveriam do poder público.

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação

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